A nova ordem




      Estavam todos sentados nas cadeiras jogadas no meio do salão. Todos cabisbaixo ainda tentando compreender melhor o que tinha acabado de acontecer. Em um dos cantos do salão Gina e Hermione consolavam Fleur, que derrama lagrimas sem parar. Rony estava de pé com os braços cruzados olhando para os convidados que ainda restavam no salão. Alguns parentes de Lilá e Maya tinha sido levados primeiros na chave do portal.


   - Não se culpe Harry, Gui ficará bem. É um bruxo muito forte – disse Kingsley tentando fazer o clima ficar um pouco mais animado.


   - Eu não me conformo Kin – disse Harry que estava sentando numa cadeira, com cara de que ainda não compreendia nada – eu fui... vencido tão fácil... e não pude fazer nada!


   - Pare de se culpar – disse Jorge sentando-se ao seu lado – eram muitos comensais, e sabemos que você não tem a responsabilidade de salvar todo mundo o tempo todo.


   - É verdade Harry, você é incrível e tudo mais, mas não fique pensando que cada vez que acontecer algo errado, você é o culpado, isso não tem nada ver – disse Luna.


   Incrível como as palavras de Luna sempre pareciam muitas sabias. Admirava ela, era uma grande pessoa, uma grande amiga. O que seus amigos estavam lhe dizendo era verdade. Não podia ficar se culpando. Mas ainda assim, mesmo eles falando para não se culpar, ainda sentia um pingo de culpa pela captura de Gui, contudo não podia ficar se lamentando.


   - Vocês têm razão. Não vamos ficar aqui parados pensando no que podíamos ter feito para evitar o acontecimento de agora pouco – disse se colocando de pé sentindo todos os olhares voltados para si – nós temos que nos juntar, temos que ficar unidos e pensar numa maneira de resgatar o Gui – os soluços de Fleur pararam e ela olhava atentamente para Harry.


   “Talvez muitos bruxos aqui ainda não saibam, mas Edgar Teobot não está por trás desse ataque” esse comentário fez alguns parentes se entreolharem “existe um outro bruxo agora comandando as trevas, um velho conhecido, Voldemort!”.


   A maioria dos parentes exclamaram alto. Uma mulher ao fundo desmaiou. Tia Muriel gritou algo como “Cala boca Potter, se pudesse reviver mortos eu traria meu falecido”. Kingsley e Ted deram um aceno em concordância com seu comentário.


   - Eu querro lutar, querro salvar Gui... acabar com es Lord... estou com você Arry – Fleur ao fundo pareceu emitir um luz forte dentro de si, de coragem.


   - Conte comigo Potter – disse Krum dando um passo a frente – odeio brruxos das trrevas que ferrrem pessoas inocentes.


   Antes que qualquer outra pessoa falasse algo, a porta do salão se abriu em um baque forte, o que foi o suficiente para meia dúzia dos bruxos sacarem suas varinhas e apontaram para as duas recém chegadas.


   - Vão com calma, somos nós – disse Dominique levantando os braços em rendição.


   Hermione foi a primeira a arregalar os olhos ao ver que as duas estavam sozinhas, já perguntando em alto tom.


   - Onde está Hugo e a Rosa?


   - E o Lysander, e o Lorcan? – perguntou Luna também.


   - E a Lílian... – ia começando Gina.


   - Ah, parem de falar – interrompeu Victoire irritada – eles estão bem, fugiram por um armário sumidouro lá na biblioteca.


   - O QUE!? – exclamou Hermione dando passos fortes até a ruiva – COMO ASSIM ARMÁRIO SUMIDOURO?


   - O que tia? Se eles não entrassem lá estariam mortos a essa hora – disse Dominique irritada – tinha comensais atrás da gente! Atrás da gente! É sorte estarmos vivas.


   - Mas eles podem ter saído em qualquer lugar – disse a outra, seus lábios tremeram.


   - Non se prreocupe Hermi-on-ne. O armarrio sumidourro da biblioteca leva até Grringotes – tranqüilizou Fleur.


   - Se eles estão em Gringotes, com certeza estão bem – disse Harry – se forem espertos devem ter ido até o Caldeirão Furado.


   CRACK


   Um barulho alto soou bem em cima de Rony. Algo apareceu tão rápido que ninguém conseguiu ver o que era na hora. Depois do susto viram que era o Sr. Weasley, que havia voltado com a chave do portal bem em cima do outro, que caiu no chão xingando mil palavrões. 


   - Arthur, deixe-me te ajudar – se apressou Kingsley puxando o bruxo.


   - Obrigado Kin – agradeceu saindo de cima de Rony.


   - Caramba, acho que quebrei umas costelas – resmungou Rony se levantando colocando a mão onde doida.


   - Deixa eu ver – disse Hermione se aproximando dele colocando as mãos por debaixo da blusa.


   - Ho-ho, que isso ai Mione, aqui não é o melhor lugar para isso – riu Jorge.


   - Jorge! – advertiu a Sra. Weasley com censura – isso não é hora para piadinhas.


   - Desculpa mamãe, só quis quebrar o gelo.


   A outra bufou algo baixo, mas não respondeu. Quem falou mesmo foi o Sr. Weasley.


   - Afinal o que aconteceu aqui? Onde estão os comensais?


   Ninguém falou nada.


   - Sr. Weasley, sente-se eu lhe conto o que aconteceu, mas não fique muito chocado – disse Harry calmamente.


   E ele contou. Contou que Bellatriz estava na entrada do clube e imobilizou ele, Rony, Hermione e Fleur e pediu para que trouxessem Gui até ela. Falou da chegada do Carlinhos, das ameaças da bruxa e da hora em que Gui se entregou para que os comensais fossem embora.


   Antes que o Sr. Weasley falasse algo, Ted também começou a contar sua versão. Falou que não tinha como ajudar Harry e os outros porque haviam muitos comensais tentando entrar no salão do clube, contou que a maioria estava sobre imperius e que a cada minuto chegavam mais.


   Victoire e Dominique também se atreveram a contar o que aconteceu com elas. Que elas fugiram no carro, e o carro capotou, que entraram na biblioteca e estavam sendo seguidas. Contou que um dos comensais era o Roran que queria raptar as duas para chantagear Gui a se entregar. Falou que elas se entregaram para salvar seus primos menores, e que foram libertas pouco depois quando eles receberam a noticia que o pai delas tinha se entregado.


   Mesmo tentando disfarçar, todos notaram que o Sr. Weasley havia ficado muito abalado com aquelas noticias. O que de fato era perfeitamente normal.


   - Eu acho... acho que devemos sair daqui, vamos para um lugar mais seguro discutir o que vamos fazer – disse a Sra. Weasley indo abraçar o marido que ficara calado segurando aquela tigela chave portal.


    - Vamos para onde? – perguntou Ted, agora abraçado com Victoire, feliz que ela estava bem.


   - Para Toca é claro – disse Rony ainda recebendo bondosas massagens de Hermione na região das costelas que doida – não que, não seja um lugar obvio, mas já usamos lá uma vez.


   - Os comensais da morte conhecem muito bem a Toca – disse Kingsley de braços cruzados – mas por hora seria bom nos recolhermos para lá, lançamos alguns feitiços em volta da casa e fica tudo certo.


   - Vamos sim – concordou Harry – temos que deixar as crianças num lugar seguro, e já pensar num resgate ao Gui.


   Só pensar nisso a cabeça de Harry doida com milhões de perguntas que surgiam. O que eles querem com Gui afinal? Por que vieram tantos comensais só para raptarem ele? Quanto mais pensava em respostas, mais confuso ficava. Algo tocou seu ombro.


   - Amor. Vamos então? – perguntou Gina suavemente.


   - Eu vou buscar os moleques – disse Ted – onde eles estão? Gringotes?


   - É parra onde o armarrio leva – afirmou Fleur agora que parara de chorar.


   - Eu vou com você – se apresou a dizer Harry – não é uma boa idéia sair andando sozinho.


   - Pode deixar que eu vou com ele tio – disse Victoire.


   - Dois pombinhos juntos? Boa coisa não vai sair – falou um Jorge marotamente.


   Victoire lançou um olhar mortal para ele.


    - Beleza, vamos para a Toca, os que querem fazer parte da nossa nova ordem que nos siga – disse Gina em alto e bom tom para todos que ainda estavam no salão ouvissem.


   - Nova ordem?  - perguntou Harry baixo.


   - Nova sim, precisamos recrutar mais gente – ela sussurrou em resposta.


   Renovar a velha ordem da fênix até que não era má idéia. Eles tinham perdido muito aliados na ultima guerra. No ano anterior eles tentaram reunir a ordem de novo, mas não levaram muito a serio Edgar e seu plano, e acabaram por deixar Voldemort reviver. Agora era a hora de fazer as coisas direito, de reunir uma ordem para lutar contra as trevas.


     O Sr. Weasley levou os bruxos parentes que não queriam fazer parte dos que lutariam na nova ordem. Muitos até não acreditaram que Voldemort tinha voltado, que Harry e os outros deviam ter bebido demais, que aqueles comensais da morte eram nada menos do que seguidores de Edgar. “Vocês não sabem, mas o Edgar morreu! Voldemort o matou!” repetiu Harry no mínimo umas dez vezes, sem sucesso.


   Após despacharem os desinteressados, e falarem para que Ted e Victoire fossem direto à Toca assim que encontrassem as crianças, Harry e os outros partiram também.


   A Toca não era um lugar muito grande, e não agüentaria acomodar o numero de bruxos que havia chegado lá. Eram muitos: Kingsley, Elphias, Gina, Carlinhos, Angelina, Jorge, Lilá, Maya, Rony, Hermione, os pais das duas noivas, tia Muriel – que não queria vir –, Lino Jordan, Neville, Ana Abbott e muitos outros parentes e amigos. Em resumo para Harry, gente demais.


   Hermione e a Sra. Carter, mãe de Maya, ficaram encarregadas de lançarem feitiços por toda a Toca, para aumentar o tamanho da casa. Kingsley, Elphias, Carlinhos e o Sr. Brown não se demoraram para lançar todo tipo encanamentos em volta do lugar para afastar os inimigos. A Sra. Weasley tentava acomodar desesperadamente todos dentro da sala. Tia Muriel não parava de resmungar mais perdida do que nunca que os cabelos de Fleur estavam ressecados demais.


   Por outro lado Harry, Rony e Jorge estavam parados lado a lado de braços cruzados olhando atentamente para o relógio da casa dos Weasley. Todos os nove ponteiros, com exceção do falecido Fred marcavam “perigo mortal”, até mesmo o relógio que pertencia aos netos marcavam a mesma coisa.


   - Tudo culpa sua, essa marcação do relógio, Harry – brincou Jorge.


   Alguns dos que vieram para a toca e estavam exaustos com a festa do casamento, se aventuraram a tomar um banho rápido, antes que a reunião começasse. Outros como Angelina, Lilá e Maya, estavam cuidando dos ferimentos que alguns combatentes haviam sofrido na luta contra os comensais, como Victor Krum, Rony e Simas. Na cozinha Dédalo Diggle – que veio com o Sr. Weasley na segunda viajem da chave do portal, convocado para reunião – não sossegou sua cartola enquanto não ganhou uma xícara de chá, que Dominique fez resmungando baixo “Isso não é hora para chá”.


 


 


   Estava tudo escuro. Escuro como a noite mais negra, não havia nada a sua volta, ele estava imerso em escuridão, sentia algo próximo dele, se virou, ao longe havia um contorno, algo grande, era... um cão, grande como um urso.

   - Mas?

   Ele viu o cachorro erguer-se e olhar atrás dele, se virou.

   - Hogwarts...

   Ele se virou de novo, mas cachorro não estava mais ali. Hogwarts também sumira. Sentiu algo ao seu lado, havia alguém no chão, alguém caído no chão, chorando, soluçando, mas quando deu um passo na direção da pessoa viu uma estranha luz brilhar por trás de si e se virou apreensivo, uma leve luz verde, e tudo ficou gelado, então ele caia, estava caindo, caindo e então parou, estava voando, sentia a movimentação era como se estivesse montado em uma vassoura, mas mais leve, ele sentiu como se atravessasse uma nuvem, água agarrando no seu cabelo, então a claridade de um amanhecer o atingiu com a surpresa de ver o que montava, montava um dragão, um imenso dragão que o levava para Hogwarts, Hagrid sorria quando o dragão se preparava para pousar na floresta.

   - Você trouxe de volta! Trouxe de volta pra casa!

   - Hagrid?

   Mas da floresta veio um guincho horrendo e ele caiu do Dragão e quando se levantou encarou algo. Apertou os olhos para ver o que era...


   - Al... Alvo acorde seu preguiçoso.


   Rosa estava lhe dando cutucões nas costelas. Havia adormecido sem perceber naquele salão de chá dos visitantes do St. Mungus. Era incrível como a movimentação de um hospital era sempre cheia, mesmo sendo altas horas da noite.


   - O que foi Rosa, já podemos ver a Molly? – perguntou ainda sonolento, mãos na cabeça.


   O sonho que tinha acabo de ter estava martelando. Não era a primeira vez que sonhava isso, já havia sonhado muitas vezes no ano passado, mas sempre que tentava ver o que tinha dentro da floresta, alguém o acordava.


   - Veja quem está ali, Al.


   A garota indicou uma pequena família de bruxos louros que estavam sentados em volta de uma mesinha. Por um segundo Alvo não entendeu o que a prima queria que ele visse, mas depois de olhar bem para o menor dos três bruxos, descobriu que aquela família era...


   - Os Malfoy – disse.


   A menina concordou com a cabeça, e fez uma cara de que estava pensando em alguma coisa.


   - O que será que eles estão fazendo aqui? – sussurrou ela.


   - Visitando alguém, por que mais estariam aqui? – perguntou Alvo em resposta, um tanto irritado por ter sido acordado de seu sonho.


   - Tomara que... a não – ia começando Rosa, mas viu que Escórpio os notara, e estava falando algo com o pai indicando eles.


    Não demorou muito para Draco Malfoy se levantar de onde estava, e caminhar na direção deles. Os dois se mantiveram quietos, tentando expressar que nem tinham notado a família deles ali.


   - Um mini Potter e uma mini Weasley – disse Draco arrogantemente ao se aproximar dos dois.


   - Oi, Sr. Malfoy – cumprimentou Rosa olhando para o homem alto a sua frente.


   - Olá – cumprimentou Alvo.


   - Não querendo ser muito intrometido na vida de vocês – começou a falar Draco fazendo uma expressão de dedução no rosto –, mas creio que ouvi no ministério que hoje teria um casamento da sua família, até mandaram uns aurores para fazer guarda. Vocês não deviam estar no casamento?


   Os dois se olharam, um esperando que o outro respondesse a pergunta de Malfoy. Então foi Rosa quem falou.


   - Claro Sr. Malfoy, deveríamos estar na festa, mas aconteceu coisas muito terríveis lá e...


   - Rosa! Alvo! – exclamou uma voz feminina da porta da saleta.


   Os três viraram suas cabeças para ver uma Victoire seguida por um Ted. Ambos aliviados ao vê-los.


   - O que está acontecendo aqui? – rosnou Ted se aproximando de Malfoy lançando um olhar ameaçador.


   - Ted Lupin não? – perguntou Draco ao garoto.


    Victoire ao lado dava abraços maternais em seus dois primos. Ambos contentes também em ver que a prima mais velha estava bem.


   - O próprio – respondeu Ted.


   - Estive pensando com meus botões, o que o filho de Potter e a filha de Weasley estariam fazendo aqui no St. Mungus à uma hora dessas, sendo que, pelo que sei, deviam estar num casamento.


   - De fato estávamos – disse Victoire encarando o outro – mas aconteceu um imprevisto Sr. Malfoy – ela se aproximou do ouvido do outro e murmurou baixo – comensais da morte de você-sabe-quem.


   - Como é? Atacaram no meio do casamento? – perguntou Draco surpreso, olhando cauteloso para os lados.


   - Não só atacaram – contou Ted – levaram o pai da Vic, o Gui.


   - E mataram alguém? Mataram o Potter?


   - Não, eles não queriam nada como tio Harry – continuou o garoto.


   - Eles só queriam o meu pai – explicou Victoire cabisbaixa – eles vieram em muitos, queriam levar o papai a qualquer custo.


   - E o que Potter vai fazer a respeito? – perguntou Draco curioso.


   - Olha Sr. Malfoy, eu não confiaria passar essa informação a você, mas como você tem nos ajudado nos últimos dias, acredito que o senhor seja confiável – falou Ted – o tio Harry está armando uma reunião agora para ver o que vamos fazer. Todos os bruxos interessados na luta contra você-sabe-quem estão reunidos da casa dos avós da Vic.


   - Acho que vão decidir como resgatar o papai – disse Victoire.


   Draco hesitou falar algo. Ficou apenas pensando por uns segundos. Alvo e Rosa apenas os observavam. Astória e Escórpio ficavam lançando olhares curiosos para eles da mesa.


   - Potter não está tão desmiolado então, decidiu agir – disse Draco, mais para si mesmo, do que para os outros dois – eu acho que vou para essa reunião, Potter não vai se importar, ele sabe meus motivos.


   - O tio Harry confia em você – disse Ted – então nós também vamos confiar.


   - Ótimo, eu deixo minha visita à mamãe para uma outra – disse ele se virando.


   - Sua mãe Narcisa? Ela ainda está aqui? – perguntou Ted.


   - Ela já está bem melhor garoto se é isso que quer saber.


   - Se vamos para a reunião, vamos de uma vez – apresou-se a dizer Victoire.


   Draco concordou, e fez um sinal chamando os dois familiares para ali.


   - Nós vamos embora? – perguntou Rosa se ponto de pé – mas e a Molly?


   - Já ficamos sabendo do estado dela – disse Vic olhando para a prima – encontramos Fred e Tiago no Caldeirão Furado agora pouco, ele nos contou tudo. Ted quase teve um infarto quando viu que vocês não estavam em Gringotes como a mamãe disse.


   - Levei em conta que estariam no Caldeirão Furado, igual o tio Harry falou – comentou o outro.


   - Ta, mas vamos deixar a Molly aqui? – voltou a perguntar Rosa.


   - Ela está sobre cuidados aqui, e por hora não vamos poder fazer nada. – disse Ted para a garota – temos agora é pensar em como resgatar o tio de vocês.


   - Vamos de uma vez antes que Potter comece essa tal reunião sem a gente – disse Draco agora que sua esposa e seu filho estavam grudados nele.


   - Certo – disse Ted – vamos fazer o seguinte. Vic, você leva o Sr. Malfoy, a Sra. Malfoy e pequeno Malfoy, junto com o Alvo e a Rosa para o lugar combinado. Eu vou passar no Caldeirão Furado de novo para pegar os outros.


   - Beleza – disse Victoire – vamos sair do hospital para aparatar. Quero que todos segurem no meu braço lá embaixo...


 


 


   Com o triplo de tamanho normal, e com alguns moveis novos para que todos pudessem se acomodar, a sala da Toca estava completamente cheia. Todos estavam prontos para começar uma reunião onde discutiram que metida tomar para conter Voldemort.


   - Podemos começar essa bendita reunião de uma vez – gritou Jorge tentando calar os vários murmúrios dentro daquela sala.


   Foi como uma ordem. Todos fecharam as bocas e olharam especificamente para Harry, já deixando claro que ele era o líder.


   - Beleza então pessoal – começou meio sem saber exatamente o que falar – acredito que não muitos de vocês aqui saibam o que ocorreu ano passado.


   Algumas das pessoas que tinham decidido participar dessa reunião disseram não com a cabeça.


   - Certo, talvez a maioria das pessoas acredite que esse ataque que sofremos no casamento tenha sido obra do Edgar Teobot. – Harry fez um intervalo esperando algum comentário – bom, pois eu lhes digo que isso não foi obra do Edgar, porque ele está morto...


   - Morto? – perguntou um amigo da família de Lilá, que estava de pé perto da janela – como assim morto? Não noticiaram nada no profeta diário.


   - Não noticiamos mesmo – se apressou a dizer Kingsley antes de Harry.


   - E por que não? Por que esconder isso da população? – perguntou uma mulher, está amiga da família de Maya.


   - Como vocês receberiam essa noticia, se informássemos que Edgar foi morto por você-sabe-quem que retornou das trevas, acha quem alguém acreditaria? Nem mesmo vocês estão acreditando nesse momento! – rosnou Kingsley.


   - É obvio, é impossível trazer bruxos das trevas de volta – disse primeiro bruxo – nem sei o que estou fazendo aqui ouvindo tanta bobagem.


   - Desculpe senhor... – começou Hermione.


   - Taylor, Edward Taylor.


   - Sr. Taylor, acredito que o senhor nos conheça muito bem – ela indicou Rony e Gina – talvez a gente não seja tão famoso quanto o Harry, mas ficamos muito conhecidos por vencer Voldemort há muito tempo atrás – alguns se estremeceram com o nome – e, como sempre, sempre acreditamos no Harry. Ano passado porem, eu cometi um erro grave em não acreditar que os mortos podiam reviver, de fato isso é impossível, as possibilidades existentes são muito pequenas, e, acredito eu, que não exista outra maneira de trazer gente morta de volta a não ser como fizeram no ano passado. 


   “O certo, Sr. Taylor, é que eu estava muito errada em não acreditar no Harry, pois sim, podiam trazer Voldemort de volta, e trouxeram, eu vi com meus próprios olhos, eu estava lá quando aconteceu. Sei que é difícil as pessoas acreditarem nisso, mas é verdade, ele voltou, terrível como sempre, matou o Edgar Teobot sem piedade... é algo... monstruoso... mas é a verdade.”


   Hermione desabou abalada com as próprias palavras no ombro de Rony. Muitos ali começaram a olhar para ela refletindo no que ela acabara de dizer.


   - Obrigado Hermione – agradeceu Harry – Edgar trouxe Voldemort com a ajuda de objetos raros de Merlim, uma lenda na verdade que pelo que soube, muitos bruxos acreditavam...


   - Você está falando daquela lenda do lago? – perguntou a mesma mulher que havia falado que não noticiaram a morte do Edgar.


   - Karen, deixa o Harry falar – advertiu Maya agarrada em Carlinhos.


   - Só estou curiosa – defendeu-se Karen – pois se for à lenda do lago, eu já ouvi muitas vezes.


   - Com certeza já ouviu – disse Harry – muitos bruxos entraram...


   - Nenhum saiu vivo – completou a moça – é uma lenda!


   - Foi uma lenda – disse uma voz vindo da porta.


   Todos olharam para ver. Elphias, que estava do lado de fora da casa esperando o retorno de Ted e Victoire, haviam aparecido seguido de Draco Malfoy e sua família, logo atrás Victoire vinha junto com Alvo e Rosa.


   Hermione largou os ombros de Rony e foi a primeira a fugir para abraçar a filha, assim como Gina correu para o filho.


   - Cadê o Ted? – perguntou Rony.


   Mas nem precisou de resposta, pois no segundo seguinte deu para se ouvir inúmeros xingamentos do lado de fora da casa.


   - Puta que par**, essas merd* de encantamentos!


   - Com certeza ta lá fora – disse Jorge rindo – deve ter aparato depois da Vic.


   - A caramba, não sabia que o outro aparataria também – disse Elphias correndo para socorrer o garoto lá fora.


   Hermione e Gina correram atrás dele também para poder ver os outros filhos. Não demorou muito e Angelina, Luna, Audrey e Fleur dispararam também. Instinto... mãe, pensou Harry.


   Depois de inúmeros abraços, choros, mais abraçados, a Sra. Weasley insistiu para que suas noras deixassem seus netos subirem para os quartos para não ficassem ouvindo os assuntos da reunião. “Eles podem fazer companhia para a Muriel” ainda disse.


   - Eu preferia ficar aqui, do que ficar lá em cima com a Muriel – comentou Jorge.


   - Acabou a sessão de abraços? – perguntou Draco impaciente – vim aqui informado sobre uma reunião.


   - É o que estávamos fazendo – disse Harry também querendo retomar o assunto.


   - O.k então, o que você quis dizer com, foi uma lenda – perguntou a bruxa Karen interessada.


   - Foi uma lenda essa historia de que ninguém saiu vivo daquele lago – começou a explicar o outro – não é mais, pelo simples fato de que Potter, até onde sei, entrou lá e saiu vivo.


   Agora foi gargalhada que soou com o comentário.


   - O Potter consegue fazer tudo – riu Edward em voz alta – está vendo Susan? – cutucou uma bruxa loira ao seu lado – ele é um divido...


   - E depois perguntam porque não noticiamos a volta de você-sabe-quem – resmungou Kingsley fazendo todos se calar.


   - Acabei de chegar e já vejo que muitos aqui são bruxos de baixa qualidade – comentou Draco em um tom provocante – gostam apenas de mostrar poder com palavras, mas tem medo quando falam que certo bruxo das trevas retornou, preferem fazer um tom hilariante.


  A maioria agora pareciam ter ficado intimidados com o comentário de Malfoy.


   - Supondo que seja realmente verdade que Potter tenha entrado e saído daquele, lago – começou uma bruxa que estava sentada ao lado da tal Susan – a lenda diz que lá dentro tem objetos, então, onde estão esses objetos?


   - Eles foram roubados, por Edgar – Hermione respondeu antes de todos – e com eles trouxeram Voldemort de volta.


   - E depois que Voldemort voltou, ele matou o Edgar – acrescentou Harry – tentamos lutar, mas era impossível vencer.


   Agora todos exclamaram. Então a bruxa do lado de Edward falou.


   - Levando em conta o comentário da minha irmã Amy – disse Susan pensando – se os tais objetos foram usados para trazer você-sabe-quem de volta, onde é que esses objetos foram parar? Eles sumiram?


   - Exatamente – disse Harry.


   - A verdade é que estávamos investigando alguns assuntos no mistério, estávamos pensando em noticiar o retorno do lord das trevas a dias, mas acho que a hora para noticiar isso chegou, não devíamos ter esperado tanto – disse Kingsley serio.


   - Concordo com você – disse o Sr. Carter – se isso é realmente verdade, deviam ter alertado a comunidade bruxa o mais rápido possível.


   - Pensamos que Voldemort não se atreveria a se expor se não falássemos nada – justificou Harry calmamente – e de fato ele não fez nada com outros bruxos até onde sabemos, mas depois de hoje ficou evidente que ele vai começar a agir mais seriamente.


   - O que precisamos agora é reunir forças para combater o lord das trevas – disse Kingsley claramente para todos – vamos começar recrutando bruxos, vamos investigar os passos do lord das trevas, vamos avisar o primeiro ministro trouxa do perigo, temos que agir antes que seja tarde demais.


   A sala que instantes estava meio acanhada e bastante desacreditada, agora gritara junto um “Isso ai!”.


   - Sabemos que é difícil, mas se nos mantermos unidos, podemos evitar desastres – disse Rony – se você-sabe...Vo...Voldemort pode armar um exercito, porque nós não?


   O esforço de Rony por falar o nome do bruxo das trevas foi retribuído por um beijo de Hermione orgulhosa.


   - Non tenho medo desse brruxo nojento – rosnou Vitor Krum se ponto de pé – é melhor ele não aparrecer na minha frrente.


   Agora foi um “É!”, que soou.


   - E como pretendem anunciar a volta de um bruxo como tal? – perguntou Edward curioso.


   - Talvez a palavra do ministro baste – respondeu Percy indicando seu pai.


   - Acredito que só o ministro não – comentou Hermione pensativa, mas sorriu logo em seguida – mas acho que sei uma pessoa perfeita para noticiar isso.


   - Hermione, você não está pensando na... – começou Gina, mas a amiga respondeu antes que ela terminasse.


   - Sim Gina, todos adoram a Rita Skeeter, não existira melhor pessoa para noticiar isso!


   - Acha que ela vai colaborar? – perguntou Rony.


   - Claro, ela vai sim – respondeu a outra num to maldoso.


   - Luna também pode noticiar algo no pasquim – se apressou a dizer Harry.


   - Não seria problema, eu ficaria muito feliz em ajudar com isso – disse Luna sorridente.


   - Se mantermos esse entusiasmo, vamos meter o chute no traseiro desse Voldie rapidinho – riu Ted alto, levando um beliscão de Victoire pelo comentário.


   - Posso declarar então que todos aqui farão parte da ordem que lutara contra você-sabe-quem? – perguntou Kingsley.


   Todos concordaram.


   - Uma ordem nova, cheia de bruxos novos e fortes – disse Harry entusiasmado – é isso que precisamos para ser mais forte do que ele, confiança.


   - Arry – chamou Fleur no meio dos vários murmúrios positivos – e Gui?


   O seu entusiasmo foi por água a baixo. Tinha se esquecido de Gui. Havia ficado tão entusiasmado com o numero de gente que estava querendo lutar contra Voldemort, que se esquecera que haviam raptado Gui.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.