Capítulo IV



 


Capítulo IV


"Aprenda com os erros alheios.


Não viverá obastante para


cometer todos os erros."


- Martin Vanbee




 Dorcas estava cochilando em sua cama, ela tivera uma aula, mas seu segundo tempo era livre, então ela decidiu descansar um pouco, já que nos dias anteriores ela não havia dormido nada, porque ou estava estudando e fazendo suas tarefas, ou pesquisando coisas e feitiços na biblioteca.


 Neste momento ela sonhava, em seu sonho ela via uma lua, não era sua lua preferida, a lua cheia, era lua minguante. Alguém fazia companhia para ela, mas ela não fazia idéia de quem era àquela figura borrada e escurecida. O que ela sabia era que estava se sentindo bem, muito bem para falar a verdade, como não se sentia há muito tempo. Porém seu sonho começou a mudar, a lua se desfez e a figura ao seu lado começou a sumir. Tudo ficou negro. Escuro. Não havia luz ou qualquer outro ser além dela.


 Ela tentava correr, procurar alguém que pudesse ajudá-la, mas ela não podia enxergar, porque diabos estava tudo tão escuro? Depois de correr, sem ver aonde ia, ela finalmente desistiu, caindo no chão e deixando que a escuridão vencesse. Foi então que vozes e frases começaram a surgir.

 “Tão fraca”, uma voz áspera falou.


 “Por que você não faz nada certo? Você é tão inútil”, outra voz falou, fazendo com que ela tremesse.


 “Você é tão ridícula, está destinada a fracassar”, a primeira voz voltou a falar, rindo asperamente.


 “Como pôde prometer algo que você não pode cumprir? Seu pai estaria tão decepcionado, como você pode ser tão fraca?” A segunda voz falou. Dorcas estava encolhia, chorando.


- Parem! Parem! Eu não sou fraca, eu preciso de tempo! Tempo! Eu vou conseguir! Meu pai vai se orgulhar de mim, eu prometi, eu vou cumprir! – ela gritou para as vozes, com a voz um tanto trêmula.


“Não você não vai conseguir. Você é fraca, inútil, seu destino é fracassar. Você é ridícula”, a voz mais áspera falou.


“Uma pequena e imprestável menininha, que ao menos consegue se virar sozinha. Como você espera conseguir cumprir o que prometeu se você é sempre pior em tudo, nunca consegue ser boa em algo? Admita seu pequeno germezinho, você irá fracassar, e você sabe disso”


- Não! Não! Parem! Eu não vou fracassar – ela gritou. Agora suas lágrimas manchavam todo o seu rosto e caiam em sua roupa.


 Ela começou a se remexer, as vozes foram ficando mais distantes, mas corpos negros apareceram como se fossem atacá-la. Então ela acordou, suando frio e com o rosto todo manchado em lágrimas, estas ainda teimavam em cair.


 Lílian e Marlene que estavam sentadas na cama da primeira, organizando alguns pergaminhos, olharam assustadas para Dorcas. A ruiva se levantou, olhando para a amiga.

- Dorcas, porque você está chorando? O que aconteceu? – ela perguntou.


 Nesse momento Dorcas realmente se sentiu uma fracassada, uma fraca e inútil. Ela estava chorando e deixando que os outros a vissem daquele jeito. Com raiva e pena de si mesma, ela se levantou, correndo em direção a porta.


- Dorcas! Dorcas! – Lily gritou, quando Dorcas já estava saindo pela porta.


- Lily, não adianta. Você sabe como Dorcas é. Todas as vezes que ela tem essas crises, ela nunca nos diz nada – escutou Marlene dizer com pesar, quando ela já estava indo em direção as escadas.


 Ela correu de cabeça baixa, esperando que ninguém a visse daquele modo. Ela não queria se sentir pior do que já estava. Ela queria ficar longe de todos, sentir-se sozinha, chorar sozinha. Ela não gostava de se sentir fraca, ela não gostava de ser fraca a ponto de sentir pena de si mesma.


 Dorcas correu em direção a tapeçaria de Barnabas, agradecendo a Merlin por não ter ninguém nos corredores enquanto ela corria. Chegando perto da tapeçaria de Barnabas ela se escondeu atrás dela, no escuro, onde ninguém a veria.


 Ela chorava, muito. Não era realmente culpa do seu sonho, e sim de sua consciência, porque ela sabia que tudo que aquelas vozes haviam falado para ela era verdade. Ela não estava conseguindo fazer o que seu pai a fizera prometer, ela estava falhando. Ela não era forte o suficiente.


 Mas ficar ali, sentada, encolhida e chorando, não podia provar o contrário, não podia mostrar que na verdade ela era forte, só estava provando que na verdade ela era realmente fraca, inútil.


 Dorcas passou as mãos pelos seus olhos, limpando suas lágrimas. Ela não choraria mais, não por um sonho idiota, não por sentir dor, ela não choraria por nada. Nada. Ela se tornaria ainda mais uma pessoa fria e calculista, não teria mais medo, não choraria mais. E essa era uma promessa que ela tinha certeza que iria cumprir.


- Chorando Meadowes? Desse modo eu não consigo te reconhecer – uma voz aveludada e sarcástica falou.


 Dorcas não precisou se virar para ver quem era aquela figura escondida nas sombras, ela já o reconhecia. Como não reconhecer? Ele era praticamente ela, sua versão masculina.


 Dorcas riu falsamente, enquanto pegava sua varinha e usava um feitiço para desinchar seus olhos.


- Por que você não aproveita? Essa será a última vez que você irá me ver assim – ela falou também sarcástica.


- Devo deduzir que isso é algo bom – a figura falou. Ela não podia ver, mas tinha certeza que ele mantinha seu costumeiro sorriso sarcástico no rosto.


- Sim, deve. Agora é melhor eu ir, não queremos que nos vejam conversando, não é? – Dorcas perguntou, se levantando.

 O outro apenas murmurou algo sem sentido, de modo tranqüilo. Dorcas deu as costas para ele, sem ao menos querer saber o que ele havia dito. Desceu as escadas indo em direção ao salão principal.


 Ao chagar lá, e olhar em direção a mesa da Grifinória, viu todas as suas amigas reunidas, inclusive Héstia. A única Corvinal no meio de todos os Grifinórios. Andou em direção a elas.


- Posso ter peito demais, mas pelo menos eu tenho sobrancelha! – Marlene falou, estirando língua para Héstia.


 Héstia fez uma expressão indignada, passando as mãos inconscientemente por suas sobrancelhas.


- Mas eu tenho sobrancelhas! – Héstia gritou, atraindo vários olhares.


- Sério? – Marlene perguntou maldosamente. – Porque não dá pra perceber.


 Héstia olhou para Lily, que estava morrendo de rir, com raiva deu as costas para Marlene e encontrou o olhar de Dorcas.


- Dorcas, diz para a Marlene que eu tenho sobrancelha!


- Desculpe Héstia, mas eu tenho que concordar com a Marlene, você não tem sobrancelhas – Dorcas falou, sorrindo de lado.


 Héstia cruzou os braços, colocando sua franja loira-quase-branca para cobrir seus olhos. Marlene e Lily riram, Dorcas sorriu, revirando os olhos.

 A comida apareceu na mesa, quando Dorcas já estava se servindo alguém se sentou ao seu lado, pegando a comida que estava em seu prato e no prato da Marlene. Outro garoto fez a mesma coisa com Lily, enquanto os outros dois que também haviam chegado apenas se sentavam a mesa e faziam seus pratos.


- Black, você é nojento, sabia? – Marlene disse, socando o braço de Sirius.


- Concordo plenamente – Dorcas falou, empurrando seu prato para Sirius com uma careta, e fazendo outro prato.


- O que posso dizer? Meus germes querem ser compartilhados – Sirius disse, mordendo um pedaço de frango do prato da Marlene e oferecendo o resto para ela comer. – Vamos Marlene, coma, qualquer garota estaria louca para comer algo que eu comi, e você simplesmente rejeita? – ele balançou a cabeça negativamente.


- Sabe, Black, eu não sou qualquer garota – Marlene respondeu, piscando para ele e se distanciando.


- Eu sei que não – Sirius respondeu, sorrindo de lado.


  O resto do almoço passou daquele jeito, os garotos provocando e falando coisas idiotas para as meninas, enquanto elas tentavam ignorar. Marlene foi a primeira a terminar de comer, ela se levantou dizendo que ia pegar seus livros pra a próxima aula, Dorcas e Lily pediram para ela pegar os delas também. Sirius se ofereceu para acompanhá-la para pegar os dos garotos também.


  Quando todos terminaram de almoçar, eles foram para a aula de Defesas contra as artes das trevas. E durante todas as suas aulas, Dorcas tentava imaginar como ela resolveria alguns detalhes que já estavam a perturbando.


 







   Dorcas andava pelos corredores, suas aulas já haviam acabado e ela já havia decidido como acabar com um de seus detalhes perturbadores. Mas ela só conhecia uma pessoa que a ajudaria com aquilo.


  Ela já estava perto dos jardins, em uma parte em que os corredores eram escuros e praticamente desertos, a não ser, claro, por casais se agarrando e pessoas fazendo coisas ilícitas. O lugar perfeito para a pessoa que ela procurava freqüentar.


  Como Dorcas imaginara, ela estava lá, com os cabelos loiros completamente bagunçados, mas que ainda lhe davam um ar completamente despojado. A blusa desabotoada mostrando mais do que devia e uma saia completamente minúscula, enquanto com a varinha esquentava um tubo de vidro com um liquido vermelho vinho e cheirava a fumaça que ele “soltava”. Além de estar rodeada de pessoas, como sempre.


   Dorcas revirou os olhos, percebendo que como havia previsto não a encontraria sóbria.


- Saiam daqui agora – Dorcas disse friamente para as pessoas que a rodeavam.


- Mas nós ainda não terminamos – um garoto Sonserino, provavelmente do quinto ano, falou completamente chapado e enrolando as palavras.


- Não me interessa, saiam agora – Dorcas falou de modo tranqüilo, mas sua expressão era extremamente ameaçadora.


  O Sonserino foi um dos primeiros a sair dali, logo seguido pelos outros. Dorcas revirou os olhos, rindo por ter uma “pequena” fama entre aquele tipo de gente. Apenas entre aquele tipo de gente.


- Meadowes, só agora me fazendo uma visitinha agora? Estou realmente decepcionada – Emmeline Vance disse, fazendo biquinho. Definitivamente ela não estava sóbria.


- Bem, talvez porque ao contrário de você, Vance, eu tenha mais coisa para fazer do que ficar sentada cheirando, tomando ou fumando esse tipo de merda que você usa – Dorcas disse, revirando os olhos.


- Uou, alguém está nervosinha aqui – Emmeline brincou, falando de um jeito totalmente lerdo. – Mas bem, me diga o que você veio fazer aqui, porque eu tenho certeza que não foi apenas conversar. Você só pisa aqui quando está querendo alguma coisa.


- Nossa que bom, vejo que essas merdas ainda não acabaram com todos os seus neurônios – Dorcas falou, olhando-a com descaso. – E sim, eu quero algo de você. Mas antes de tudo, eu quero ver as fragrâncias.


- Claro – Emmeline pegou algo minúsculo atrás de si, e com a varinha, transformou aquilo em uma maleta coberta com couro e de um tamanho consideravelmente grande. – Aqui estão vindas diretamente de Paris.


  Ela abriu a maleta que por dentro era coberta por veludo vermelho e havia vários frascos com líquido de várias cores. Dorcas os analisou por um momento, sentindo o cheiro dos perfumes. Então pegou cinco dos frascos, um vermelho vivo, um azul escuro, um verde, um roxo e o último branco leite.


  Ela pegou os cinco frascos e diminuiu o tamanho deles, guardando-os no bolso de seu sobretudo preto.


- E então, quanto eu vou ter que te pagar? – Dorcas perguntou, com uma de suas sobrancelhas erguida.


- Como você é minha amiga, dezessete galeões e sete sicles – Emmeline disse, enquanto Dorcas pegava as moedas de ouro e prata e entregava a ela.


  Emme cruzou as pernas, ficando de frente para Dorcas, enquanto essa estava de lado para ela. Ela olhou para Dorcas, pensativa, esperando que ela falasse alguma coisa. Dorcas a olhou com as sobrancelhas erguidas.


- Certo, eu quero que você faça algo para mim – Dorcas falou, cruzando os braços.


- Hmm, quer que eu te arranje um ménage? Certo, eu te arranjo isso, mas você quer com dois garotos, ou só um e outra garota? Em sua safadinha? – Emmeline falou, apertando o nariz da outra.


 Dorcas revirou os olhos.


- Emmeline, eu não sou uma vadia como você, então da para parar de babaquices?


- Certo, certo, senhorita estressadinha – ela respondeu, fazendo biquinho. – E então, o que você deseja de mim?


– Ás seis e meia vá falar com o Edgar, você vai ter meia hora para seduzi-lo, de sete horas eu vou surpreendê-lo com você e irei acabar nosso rolo de um modo que ele no final das contas fique grato por depois dele me “trair” eu ainda perdoá-lo e ainda ser amiga dele.


- Certo, eu faço isso numa boa, agora por que você quer acabar com ele? Vocês ficam tão bonitinhos juntos. – Emmeline falou daquele mesmo jeito lerdo.


- Me cansei dele – Dorcas respondeu, dando de ombros.


- Ah, claro, esqueci que você descarta as pessoas simplesmente porque se cansa delas.


- Me diga simplesmente por que eu ficaria com uma pessoa que não me serve mais? – Dorcas perguntou, começando a se levantar.


- Já entendi, você é fria – Emmeline falou, batendo em sua cabeça, por ser algo óbvio. – Mas bem, eu faço isso para você. No salão de Corvinal às dez e meia.


- Seis e meia – Dorcas a corrigiu, revirando os olhos, e depois, com um pouco de nojo olhou para o frasco com o líqüido vinho que Emmeline estava usando antes dela chegar. – E esteja sóbria, por favor. Aliás, o que diabos é isso que você estava cheirando?


- É uma poção, feita de misturas de outras poções e com outros ingredientes, como lágrimas de veelas e dentes de Grindylow*, é tão bom, faz você viajar para lugares ótimos – Ela respondeu, fechando os olhos e encostando sua cabeça na pilastra, com um sorriso.


  Dorcas sorriu de lado, mais uma vez revirando os olhos.


- Imagino, mas acho que você devia parar com isso. E nada de cheirar isso antes de fazer o que eu te pedi. Nos vemos ás sete – então ela saiu de lá, deixando uma Emmeline sonhadora para trás.




  - ... Ai o Gideon disse que estava apaixonado por mim, e esperava que eu dissesse o mesmo, só que ai eu pedi desculpas e acabei nosso namoro – Marlene falou, dando de ombros.


  Lily e Dorcas a escutavam. Lily estava deitada em sua cama, olhando para o teto, e Dorcas misturava todos os perfumes que havia comprado com Emmeline em apenas um frasco.


- Sabe, eu não entendo, tantas garotas estão com garotos que só querem se divertir e reclamam, e eu que também só quero me divertir e achar alguém que também só queira se divertir, só acho garotos que acabam se apaixonando por mim. Eu realmente não entendo isso – a morena reclamou, enquanto pegava a caixinha de manicure e começava a pintar suas unhas de vermelho vivo.


- Bem, é exatamente por isso Marlene. Se você fosse como qualquer outra garota, provavelmente os garotos demorariam mais para se apaixonar por você. Mas você é o sonho de qualquer garoto; uma menina desinteressada em romances, que não é mandona, que não cobra nada deles e que tem esse jeitinho cativante, é óbvio que eles iriam se apaixonar, entende o que eu quero dizer? – Lily falou, ainda olhando para o teto.


- Sem falar, que para bônus, você é linda – Dorcas falou desinteressada, enquanto terminava de fechar o frasquinho com um liquido marrom escuro de um cheiro extremamente doce que a agradara bastante.


- Oh céus, será que é tão difícil achar um homem desinteressado que só queira curtir? – Marlene perguntou dramaticamente.


- Na verdade tem o Sirius... – A loira falou, procurando um relógio. – Ele é a pessoa mais desinteressada e que adora curtir que eu conheço.


- É, isso é fato. Mas por mais que eu queira curtir Dorcas, eu não quero ser mais uma, eu não estou nessa decadência – Marlene respondeu revirando os olhos.


- Não acho que ficar com o Sirius é decadência, senão não teria tantas garotas atrás dele – a loira pela primeira vez na conversa olhou para Marlene.


- Você fala isso porque é amiga dele, mas vamos falar a verdade, Sirius é uma criança, uma simples criança idiota que gosta de fazer coisa de adultos. As garotas que correm atrás dele é apenas porque ele é extremamente bonito, ninguém pode negar isso.


- Nisso eu concordo com a Lene, Dorc – Lily falou, apoiando sua cabeça em seu braço para poder olhar as amigas.


- Vocês não o conhecem tão bem como eu conheço, nunca param nem um segundo para ter uma conversa de verdade com ele. O Sirius pode ter aquele jeito de criança dele, e fazer várias idiotices, mas por trás disso ele é uma grande pessoa e um grande amigo – Dorcas falou, levantando uma de suas sobrancelhas. – Ou vocês acham que ele seria meu melhor amigo se ele fosse apenas um idiota?


  Marlene deu de ombros e voltou sua atenção para suas unhas, enquanto Lily considerava os argumentos que Dorcas havia falado. A loira revirou os olhos, finalmente olhando para o relógio, eram seis e quarenta e oito, era hora dela por em prática seu plano com Emmeline.


- Vou ver o Edgar – ela falou, e antes que as amigas falassem alguma coisa, ela saiu do quarto.


 Andando tranquilamente ela saiu do salão comunal, enquanto descia as escadas para o sexto andar, ela esbarrara com alguém nas escadas, O que fez ela cair sentada em um dos degraus. Isso não aconteceu com a outra pessoa.


  Ela olhou para cima, desdenhosa. O garoto logo se apressou em ajudá-la a levantar.


- Desculpe Meadowes, eu estava distraído e não a vi – Remus Lupin falou.


  Dorcas rapidamente ajeitou sua roupa.


- Não tem problema dessa vez... Mas eu sinceramente acho que minhas nádegas nunca mais serão as mesmas – ela falou, e depois franziu o cenho, por que diabos ela falara aquilo?


  Lupin também franzira o cenho, mas rira em seguida, voltando a subir as escadas. Dorcas ficou olhando ele desaparecer pelo quadro da mulher gorda, esta a olhara com uma expressão engraçada.


- É um belo rapaz, não é? Tão inteligente e bonito... Concordo que às vezes ele seja um tanto estranho... Mas é tão educado... Oh céus, se eu não fosse um quadro... – a mulher gorda falou, fazendo Dorcas levantar as sobrancelhas, rindo e continuar seu caminho.


 Ao chegar à entrada de Corvinal, uma plana expansão de madeira envelhecida com uma argola em forma de águia. Dorcas bateu na porta uma vez. E a águia abriu o bico falando com uma voz musical uma pergunta.


  Dorcas parou um tempo, pensando, então encontrou a resposta rapidamente. Desejou profundamente que a resposta estivesse certa, e agradeceu ao ver a porta se abrindo.


  Ao entrar, deu de cara com uma cena muito engraçada, e já prevista de outro modo... Emmeline falava com Edgar, com os rostos bastante próximos, mas ao invés dele está cedendo ao charme dela, ele estava simplesmente rejeitando-a. Como assim ele está rejeitando Emmeline Vance? Dorcas se perguntou, ela olhou mais atentamente para a loira e percebeu algo que a fez xingar bastante a garota. Ah vadia, eu disse que era para ela estar sóbria! Já era para eu esperar isso dela, óbvio.


  Emmeline parou de tentar seduzi-lo, falando algo ela simplesmente saiu de perto dele. E Dorcas se surpreendeu, mesmo que a garota não estivesse sóbria, ela conseguia andar com seus saltos melhor do que várias garotas sóbrias, o andar dela era de dar inveja a qualquer uma.


 Quando a loira estava passando perto de Dorcas, a última a puxou para trás de uma pilastra, falando baixinho para que outros Corvinais não as escutassem.


- Vance, eu disse para você estar sóbria!


- Desculpa... Mas me pediram para vender aquela poção e para mostrar como utilizá-la... Eu não tive como fugir, são meus negócios – ela deu de ombros, tranquilamente.


- Emmeline, você é realmente uma vadia. E não me importa, era para você ter deixado a merda dos seus trabalhos de lado, você sabia que era para tudo dar certo aqui! – Dorcas falou, se controlando para não gritar.


- Mesmo que eu tivesse sóbria, não ia dar certo, ele gosta muito de você para olhar para qualquer outra pessoa – Emmeline falou, com aquele jeitinho lerdo e tranqüilo.


  Dorcas não deu ouvidos ao que ela disse, respirando fundo ela saiu de trás da pilastra... Mesmo seu plano não dando certo, ela não tinha outra escolha, teria que por um fim naquilo, agora.


  Ela seguiu decididamente até Edgar, parando atrás dele, e esperando que ele se virasse para vê-la. Isso não demorou muito. Quando Edgar a viu, havia um brilho em seu olhar.


  Ele a abraçou, querendo beijá-la, mas ela virou o rosto, mantendo uma expressão extremamente fria. Ele se separou dela, com o cenho franzido.


- Eu estava com saudades de você... Parecia que você estava me evitando – Edgar falou timidamente, abaixando a cabeça.


  Dorcas o olhou, e depois fechou os olhos, pensando. Ela segurou a mão dele, puxando-o para um lugar onde tivesse menos gente, ela gostava muito de Edgar, não queria terminar com ele na frente de todas aquelas pessoas.


- Vamos para outro lugar – Ela falou, guiando-o até a porta do salão. Antes de sair, olhando para o lado, Dorcas pode ver vários garotos rodeando Emmeline.


  Ela levou Edgar para a torre de astronomia. Eles andaram o caminho todo em silêncio, e Edgar ficava mais angustiado a cada momento... Será que ia acontecer o que ele estava pensando?


  Dorcas soltou a mão dele, encarando-o.


- Edgar, eu não quero mais ficar com você, eu acho que não está dando certo.


  Ele abaixou a cabeça, um pouco triste, mas alguns segundos depois a levantou decidido.


- Por que, Dorcas? – Ele perguntou, olhando-a com pesar. – O que foi dessa vez? Você acha que eu não sirvo para você? Ou você simplesmente quer me descartar como você faz com todos?


  No rosto de Dorcas não havia nenhuma expressão, isso irritou Edgar.


- Por que você sempre faz isso com as pessoas? Por que sempre as usa? Você não percebe que todos nós temos sentimentos? E que você não é a única coisa que importa? Droga, Dorcas! Você não entende? Você sempre afasta todas as pessoas que te amam e sempre de um modo que as façam sofrer! Héstia me contou que até sua mãe disse para a mãe dela que não te reconhece mais! Cara, onde está a garota que eu conheci em meu quarto ano? Aquela garota meiga quem antes era a minha melhor amiga, onde está ela, Dorcas?


- Aquela garota não existe mais há muito tempo Edgar, e você sabia disso na primeira vez que nós ficamos juntos. Então não venha se faça de vítima, por que se você sempre achou isso de mim, o que você estava fazendo ao meu lado? Você sempre soube que isso ia acabar de uma forma ou de outra, tudo sempre acaba – Ela falou tranqüilamente, como se tudo aquilo fosse muito óbvio.


- Não Dorcas, nem tudo acaba... E você quer saber por que eu ainda fiquei com você? Porque eu te amo, cara, você não sabe o quanto e quando eu estava com você, eu sentia que eu poderia trazer a minha Dorcas de volta. Eu conseguia sentir que você sempre foi mais do que você tenta mostrar. Eu sempre pensei que eu poderia te mudar um dia, que você voltaria a ser como antes. Que você poderia aprender a me amar como eu te amo – Edgar falou, sua voz estava embargada, e ele não conseguia olhar para Dorcas.


- Edgar, quem você está querendo enganar? Você sempre soube que eu não mudaria. E você também sabia que mesmo que por um milagre eu mudasse, eu nunca poderia te amar do modo que você diz me amar, eu nunca seria sua, nunca poderia ser.


  Após ouvir aquelas palavras, Edgar fechou os olhos com força, tentado reprimir as lágrimas de virem. Seu coração estava acelerado, no fundo ele sabia que as palavras dela eram verdadeiras, mas ele nunca pensara nisso, nunca quisera pensar, ele queria acreditar que aquilo era mentira. Mas ao ouvir aquelas palavra ao seco, foi como se algo se desabasse dentro dele e a realidade aparecesse fria e insensível diante de seus olhos.


- É verdade Dorcas, eu sempre soube de tudo isso no fundo, bem lá no fundo, mas nunca quis acreditar – Edgar falou, abaixando a cabeça.


  Ele ficou mudo por mais alguns segundos, fazendo Dorcas entender que aquele era o fim da conversa. Quando ela já estava ficando de costas para ele e indo em direção as escadas, escutou ele falar novamente.


- Agora eu percebo que eu não me apaixonei por você, e sim pela pessoa, pelo ideal que eu havia criado em minha mente. E agora me sinto totalmente enjoado de saber que eu fiquei com uma pessoa que não liga para os sentimentos dos outros, que não ama ninguém e que só pensa em si mesma, que pisa em cima dos outros, apenas para ter o que quer... E sabe o que isso significa para mim? Que essas são atitudes de pessoas fracas e incapazes que só se sentem bem a partir da infelicidade de todos ao seu redor.


  Dorcas não se virou completamente para ele, apenas virou um pouco a cabeça, olhando-o de escanteio.


- E você quer saber o que eu penso? – ela perguntou. – Que não me importa e que nunca me importou o que você acha.


 Falando isso ela o deixou sozinho.




*Grindylow: Demônio aquático cor verde-bile com chifres pontiagudos e dedos finos e longos que são fortes, embora quebradiços. Tem dentes verdes.





N/B: Apesar de eu gostar muito de ser o centro das atenções - eu amo os flashes da minha vida - eu não gostarei do à Dona Luise irá dizer de mim. Mentira. Só um pouco de verdade. Bem pouca. Não fui eu. Foi o colégio e a Srta. M. que acabaram com a inspiração (ou loucura) da nossa – sua - querida autora... Luise disse que eu pareço com a Emmeline, e isso é mentira! Eu não sou drogada nem tarada! u.ú Eu vou entrar na justiça por difamação (difamar - dizer mentiras sobre alguém e tals.). Só por que eu falo o que todo mundo pensa e não fala... - deve ser por isso que elas não falam - mas eu não sou como as outras pessoas eu falo por isso as pessoas me caracterizam como tarada, o certo seria “verdadeira”. Mas agora eu vou parar porque ninguém vai querer ler isso mesmo. u.u e Luh, a Srta. M. vai dar muito, mais muito trabalho. Estamos todos...


  É melhor eu não dizer nada... Ah sobre o capítulo, bem, admito que eu realmente não gosto de fins de namoro, e achei a Dorcas muito fria com o pobre do Edgar. Mas eu realmente gostei desse capítulo, principalmente quando apareceu a Dorc esbarrando com o Remus. *-*

Kisses :D


N/A: Bem, é mentira de Brenda, porque é tudo realmente culpa dela e do colégio... Bem, foi ela que me atrasou três séculos – e não Brenda, eu tava brincando com você, você parece com a Héstia não com a Emmeline -, e o colégio que me atrasou mais ainda... E ainda tem a “Srta. M”, cujo o nome eu não irei dizer para não constrangê-la caso um dia ela veja isso aqui, é agora uma das minhas professoras no colégio e acreditem eu olhei para ela e de cara já não gostei dela, ela é muiiito enjoada.


   E sério... Voltando um pouco ao assunto sobre a minha demora, e antes de falar sobre o capítulo, eu queria me desculpar por fazer vocês esperarem tanto, eu realmente quero me desculpar por isso, mas essa semana começou as aulas, e semana passada – e ainda essa também! – eu estou com meus priminhos e meus tios aqui em casa, o que me atrasou bastante, porque toda hora eu tinha que ajudar em alguma coisa, ficar de babá, e minha mãe ainda inventou um “castigo” só para eu não adiantar as coisas aqui... Foi tenso.


  Agora sobre o capítulo, finalmente, foi realmente o meu capítulo preferido dessa fic, porque foi um que realmente mostrou faces da Dorcas que vocês ainda não tinham visto com tanta intensidade, e o capítulo ficou tudo que eu esperava que ele fosse; A Emme, a Dorcas com os perfumes e conversando com a Lily e a Marlene, o sonho dela. Tudo, tudo, tudo ficou do jeito que eu imaginava. E espero que vocês gostem!


  Beijos. *-*

PS: Bem, capítulo sem musica porque meu mixpod deu uma de revoltado e não ta querendo pegar u.ú



N/b: Apesar de eu gostar muito de ser o centro das atenções - eu amo os flashes da minha vida - eu não gostarei do à Dona Luise irá dizer de mim. Mentira. Só um pouco de verdade. Bem pouca. Não fui eu. Foi o colégio e a Srta. M. que acabaram com a inspiração (ou loucura) da nossa – sua - querida autora... Luise disse que eu pareço com a Emmeline, e isso é mentira! Eu não sou drogada nem tarada! u.ú Eu vou entrar na justiça por difamação (difamar - dizer mentiras sobre alguém e tals.). Só por que eu falo o que todo mundo pensa e não fala... - deve ser por isso que elas não falam - mas eu não sou como as outras pessoas eu falo por isso as pessoas me caracterizam como tarada, o certo seria “verdadeira”. Mas agora eu vou parar porque ninguém vai querer ler isso mesmo. u.u e Luh, a Srta. M. vai dar muito, mais muito trabalho. Estamos tudo...


  É melhor eu não dizer nada... Ah sobre o capítulo, bem, admito que eu realmente não gosto de fins de namoro, e achei a Dorcas muito fria com o pobre do Edgar. Mas eu realmente gostei desse capítulo, principalmente quando apareceu a Dorc esbarrando com o Remus. *-*

Kisses


 


N/A: Bem, é mentira de Brenda, porque é tudo realmente culpa dela e do colégio... Bem, foi ela que me atrasou três séculos – e não Brenda, eu tava brincando com você, você parece com a Héstia não com a Emmeline -, e o colégio que me atrasou mais ainda... E ainda tem a “Srta. M”, cujo o nome eu não irei dizer para não constrangê-la caso um dia ela veja isso aqui, é agora uma das minhas professoras no colégio e acreditem eu olhei para ela e de cara já não gostei dela, ela é muiiito enjoada.


   E sério... Voltando um pouco ao assunto sobre a minha demora, e antes de falar sobre o capítulo, eu queria me desculpar por fazer vocês esperarem tanto, eu realmente quero me desculpar por isso, mas essa semana começou as aulas, e semana passada – e ainda essa também! – eu estou com meus priminhos e meus tios aqui em casa, o que me atrasou bastante, porque toda hora eu tinha que ajudar em alguma coisa, ficar de babá, e minha mãe ainda inventou um “castigo” só para eu não adiantar as coisas aqui... Foi tenso.


  Agora sobre o capítulo, finalmente, foi realmente o meu capítulo preferido dessa fic, porque foi um que realmente mostrou uma face da Dorcas que vocês ainda não tinham visto com tanta intensidade, e o capítulo ficou tudo que eu esperava que ele fosse A Emme, a Dorcas com os perfumes e conversando com a Lily e a Marlene, o sonho dela. Tudo, tudo, tudo ficou do jeito que eu imaginava. E espero que vocês gostem!


  Beijos. *-*


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