Pensando em vc Parte 2

PENSANDO EM VOCÊ Part. 2

N\A: A música que tá nessa fic se chama Pensando em você, e eh cantada pelo grupo Pimentas do Reino. Quem puder escutá-la... é de autoria de um compositor mineiro, amigo de uma pessoinha que lê a Finais.
* * *

Hermione não esboçou reação alguma. Ajoelhada sobre o malão de Ron, parecia de certa forma aterrorizada perante o amigo. Ele entrou no quarto feito um torpedo, avançando com fúria para a amiga, que não se esquivou. Arrancando a carta das mãos dela, estava pálido e os lábios tremiam.
-- Q- Quem te deu o direito? Balbuciou ele, sem coragem para encará-la. Enfiando as mãos enormes nos cabelos ruivos, parecia mais desesperado por ela ter lido do que ela mesma estava por ter se deparado com tal declaração.
-- Ron... Ela disse, tentando se explicar.
Ele não a ouviu. Desabou em cima da cama, sentando sem olha-la.

Estava satisfeito em só ser teu amigo
Mas o que será que aconteceu comigo?
Aonde foi que eu errei?
Às vezes me pergunto
Se eu não entendi errado
Grande amizade com estar apaixonado...
Se fosse só isso, logo vai passar

-- Não era pra você saber... Ele sussurrou, após alguns minutos de constrangimento – Não assim.
Hermione se aproximou, cautelosamente. Mal sabia ele que ela estava explodindo de felicidade por dentro. Era estranho. Ela queria gritar para ele que nada mais importava, que tudo aquilo era o que ela sempre quis ouvir dele... mas não fazia isso. Apenas ficava quieta, esperando que ele dissesse de verdade.
-- Eu escrevi isso há muito tempo. Uns três meses.
-- Porque nunca me mandou? Perguntou ela, ajoelhando-se para encará-lo.
Ele ergueu a cabeça. Os olhos azuis faiscavam.
-- Porque nunca tive coragem.
-- Pois devia. Uma coisa dessas... a gente precisa saber.
Rony emitiu uma tentativa de risada que resultou em um soluço seco. Estava muito vermelho, e ainda não tinha coragem de fitar o rosto compreensivo de Hermione.
-- Não era para ser assim. Você era só... só minha amiga! Mas, eu não consegui evitar...
-- Essas coisas a gente não evita. Eu sei bem. Ela suspirou.
-- Eu não quero que nada mude entre a gente...
Hermione encarou o amigo, certa de que ele devia ter sido acometido de alguma cegueira.
-- Ron, muita coisa entre nós já mudou. Não somos os mesmos desde... bom, desde que ficamos mais velhos para entender que não era só amizade.

Mas quando toca o telefone será você?
o que eu estiver fazendo, eu paro de fazer
E se fica muito tempo sem me ligar
arranjo uma desculpa pra te procurar
Que tolo, mas eu não consigo evitar...

Rony assentiu, desconsolado.
-- Eu tenho agido feito um idiota por sua causa. Ele falou, apontando para as cartas e para a foto dela, fora do malão. -- Acho que todo mundo já tinha percebido... inclusive mamãe. Ela sabia que você estava aqui em cima quando eu cheguei não sabia? Mas ela não me disse.
Hermione concordou, pensando seriamente na hipótese de que até a sra. Weasley queria vê-los juntos.
-- Me desculpa. Eu não devia... bom.
-- De certa forma, até que não foi de todo mal. Você sabe. Eu nunca teria coragem de estar conversando com você sobre isso .
-- É, eu também nunca te dei chance né?
-- Você fala demais.
Mione riu, jogando os cabelos para trás. Rony teve coragem, enfim, para olhá-la, e ficou alguns minutos admirando-a em silêncio.
-- Isso é uma loucura tão... sei lá.
-- Quem não comete loucuras na vida né?
-- Essa carta foi uma loucura. Eu nem sei como escrevi isso. Só saiu porcaria...
Hermione não riu. Fixou aqueles olhos castanhos penetrantes no rosto um pouco mais descontraido do “amigo”.
-- Foi uma loucura que não se concretizou. Porque escreveu então?

Porque eu só vivo pensando em você
É sem querer
Você não sai da minha cabeça mais
Eu só vivo acordado a sonhar
Imaginar, nós dois, as vezes penso ser um sonho impossível
Uma ilusão terrível, será?

Rony bufou, exasperado. “Mulheres” Pensou “Elas sempre nos conduzem aonde querem, sempre nos forçam a dizer as palavras que querem ouvir”.
-- É mais fácil expressar tudo o que eu sinto escrevendo que te dizendo. É só eu e o papel. Não tem seus olhos me avaliando, como você gosta tanto de fazer, e eu não preciso ficar nervoso. É só escrever, não preciso tentar adivinhar o que você está pensando nem nada...
-- É tão cômico quando você fala assim Ron... quem vê pensa que eu sou uma mulher intimidadora.
-- Você é.
-- Mentira!
-- É sim. Por isso eu brigava tanto com você. Você adora tudo do seu jeito, e tenha dó do coitado que resolver tentar provar que você está errada.
-- Mas eu...
-- Ah é. Você raramente erra.
-- Assim você me deixa com vergonha. É claro que eu erro.
-- Não. Tudo que você faz é tão certo e seguro... E você estava sempre me enchendo o saco. Lembra? No salão comunal, fazendo os deveres... Acho que foi por isso. Que eu... você sabe. Fiquei perto demais de você, e comecei a perceber que pensava em você até quando você não estava mais comigo. De duas, ou uma: eu estava louco. Ou outra: eu estava apaixonado.
Hermione corou.

Eu já pedi tanto em oração
Que as portas do seu coração
Se abrissem para eu te conquistar
Mas que seja feita a vontade de Deus
Se ele quiser
Então, não importa quando, onde, como eu vou ter teu coração

-- Uma coisa que me intriga, é só que você nunca disse... Céus, você sempre me tratou tão mal Ron...
-- É claro. Eu não sabia qual seria sua reação. Mas mesmo assim, Mione, meu maior desejo era, sei lá, te conquistar... Como é que uma garoto como você ia gostar de alguém como eu? Eu sou todo errado, e você é tão certa nas coisas que faz... Você é dedicada, inteligente, estudiosa... eu mal consigo pegar num livro! Você também é muito culta, fala todas aquelas coisas... eu só falo asneira. Eu nunca serei o cara perfeito para você.
Hermione franziu o sobrolho.
-- Não mesmo.
Rony grunhiu feito um cachorro na sarjeta em dia de temporal.
-- Você já é.
Hermione se levantou, e sentando ao lado de Ron, abraçou-o. Sentiu o cheiro dele. Apertou-o com força. Naquele momento, ela poderia escrever um livro sobre como é tão bom abraçar as pessoas que amamos.

Faço tudo para chamar sua atenção
Vez em quando eu meto os pés pelas mãos
Engulo a seco o ciúme quando outro apaixonado
quer tirar de mim sua atenção

-- Quer dizer que você não liga para o fato de eu ser tão idiota? Perguntou Ron, com um entusiasmo contagiante.
Hermione sorriu abertamente, acariciando os cabelos ruivos que tanto adorava.
-- Você não é idiota.
-- Sou sim. Quero dizer, durante nossos anos em Hogwarts... eu só fiz besteira. Te falei o contrário que pensava, briguei com você... te disse coisas horríveis, e também tem aquele lance do Krum...
-- Ah, eu sempre te perdoava no final da história. Mas eu nunca entendi porque tanta implicância com meu amigo!
-- Fala sério Mione, você e eu sabemos que ele não queria ser só seu amigo... e não ligue, eu estava com ciumes. Você era minha. Não me olhe assim, não estou dizendo literalmente. Você era minha amiga, minha garota, a única que eu protegia, que eu pensava tanto... A idéia de outro cara vir e tomar você de mim, nossa, me dava nos nervos!
-- É, eu percebi. Vítor e eu nunca passamos de um...
-- Pode falar. Juro que não vou fazer besteira.
-- Beijo. Suspirou Hermione – O meu primeiro. Mas quando aconteceu... eu percebi na hora que não era certo. Eu nunca amei o Krum do jeito que ele queria. Eu queria que fosse você naquele dia.
-- Você estava linda. Eu queria ter sido homem de ter te convidado...


Coração apaixonado é bobo
Sorriso teu e eu me derreto todo
Com seu charme, seu olhar
Sua fala mansa me faz delirar...
Mas quanta coisa aconteceu e foi dita
Qualquer mínimo detalhe era pista
Coisas que ficaram para trás
Coisas que você nem lembra mais
Mas eu guardo tudo aqui no meu peito
Tanto tempo estudando seu jeito
Tanto tempo esperando uma chance
Sonho tanto com esse romance...

-- Mas não tem nada que me machucou tanto como a Lilá. Ron, como você pôde ser capaz?
-- Aquilo foi uma idiotice que prefiro esquecer.
-- Estávamos indo tão bem... Algo poderia ter acontecido no baile do Slughorn... eu tinha até comprado meu vestido!
Rony abaixou a cabeça, suspirando.
-- Me perdoa, Hermione? Por ser tão... estúpido!
Ela riu.
-- Ron, eu sempre te perdoei. Só me senti tão... horrível. Me senti um lixo. Lilá era melhor que eu.
-- Nunca foi, nem nunca será. Cara, eu me senti mais feliz e satisfeito recebendo um abraço seu no funeral de Dumbledore do que dando aqueles beijos todos na Lilá. Foi só pra te provocar.
-- Você conseguiu.
-- Mas já passou. Como todas as coisas ruins que a gente já viveu. É passado. A gente pode recomeçar, não é? Quero dizer, a guerra está ai... Podemos começar do zero!
-- Sim, Ron, podemos começar do zero...
Rony se levantou de um salto, puxando-a pela mão.
-- Levanta!
-- O que vamos fazer? Ela indagou, pondo-se de pé.
-- Começar como deveríamos ter começado.

Que tolo, mas eu não consigo evitar...
Porque eu só vivo pensando em você
É sem querer
Você não sai da minha cabeça mais
Eu só vivo acordado a sonhar
Imaginar, nós dois, as vezes penso ser um sonho impossível
Uma ilusão terrível, será?

Ele tinha no rosto sardento um brilho infantil. Estava animado, e Hermione riu. Era por causa daquele entusiasmo todo que ela tinha se apaixonado por ele...
-- Eu vou me sentar ali, com aquele almofada no colo para ser o perebas, e com a minha varinha. Finja que aqui tem uma porta invisível, ok? Ai você entra, como fez no nosso primeiro dia no expresso de Hogwarts, e diz que quer ver o meu feitiço. Vamos fazer tudo como se fosse aquele primeiro de setembro, de sete anos atrás...
Hermione não pôde refrear uma risada alta.
-- Mas quem vai fazer o Harry? Ele também estava naquele dia, lembra?
Rony fingiu-se seriamente preocupado.
-- Ah é... hum... Tem problema não, o Harry pode ser aquele pedaço de pau ali. Vamos começar?
Hermione assentiu. Deu um passo para trás, e fingiu estar atrás da porta da cabine do expresso de Hogwarts. Ela mal conseguia ficar séria. Dentro da suposta cabine, Rony imitava o barulho do trem.
-- Algum de vocês viu um sapo? Neville perdeu o dele. Ela disse, tentando se lembrar do que tinha dito naquele dia.
-- Não. Ele disse, concentrado na almofada.
-- Ah, você está fazendo mágicas? Quero ver. Encenou Hermione.
-- Eu devia é lançar um avada Kedrava nesse desgraçado do perebas...
-- Ron!
-- Ah é. Continuando... vixe, esqueci o feitiço idiota... só sei que termina com “muda para amarelo esse rato feio e burro!”.
Hermione sentia dores no abdômen de tanto rir.
-- Você tem certeza de que este feitiço está certo? Ela disse.
Rony lhe lançou um olhar fulminante exatamente igual ao que lançara da primeira vez.

Eu já pedi tanto em oração
Que as portas do seu coração
Se abrissem para eu te conquistar
Mas que seja feita a vontade de Deus
Se ele quiser
Então, não importa quando, onde, como eu vou ter teu coração

-- Talvez eu deva tentar outro. Disse Ron, mudando o roteiro original. Atirou longe a “almofada perebas” e endireitou-se na cama. Hermione o olhou, intrigada. Ele agitou a varinha, e letras escalartes surgiram no ar:
“EU TE AMO”

-- Ron... Ela balbuciou.
Ele a abraçou pela cintura.
-- Eu devia ter te dito isso há muito, muito tempo! Sussurrou, curvando-se para beijá-la.

N\A: Ufa! Tah ai. Eu devo dizer, amei essa... rsrs
Comentem e me digam o que acharam!

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