Confissões...



CONFISSÕES DE UM ELFO DOMÉSTICO

Existem coisas que só pessoas extremamente sortudas podem ouvir. Todo mundo pensa que nós, seres considerados inferiores, não temos lá o nosso momento de diversão. Ah... como estão enganados. Tem gente que mesmo se esforçando, e transformando-se em animago, nunca poderia ouvir o que eu ouvi naquela noite.
Afinal, ser um elfo doméstico que limpa a sala da Grifinória á noite tem lá suas vantagens...

-- Rony, dá para você fazer uma forcinha e ficar acordado?
-- Hum... O que?
-- Sinceramente, eu não sei no que eu estava pensando quando aceitei tentar te ajudar. Ao que parece, você não está interessado em nada.
-- Ah, Mione. Não diga isso. Eu só * bocejo * estou cansado. Tive um dia duro.
-- Me poupe Rony. Você não fez nada o dia inteiro. Que matéria que estudar agora?
-- Que tal... interpretação dos sonhos?
-- Chega! Vou dormir!
-- Não! Não vai não, fica ai. Eu juro que vou me esforçar para me manter acordado.
-- Você está com os olhos fechados.
-- De olhos fechados eu escuto melhor.
-- Você por acaso acha que eu sou idiota?
-- De maneira alguma!
-- Então, me explica *recolhendo os livros * que motivo, razão ou consequência, eu teria para ficar aqui tentando ajudar quem não quer ser ajudado?
-- Tá bom. Você venceu. Me dê apenas mais uma chance...
-- Promete que não vai dormir enquanto eu te explico os movimentos de translação da quinta lua de Júpiter?
-- Prometo.
-- Escute, eu só vou ficar, porque eu estou te devendo uma por ter me salvado... mas não vá se acostumando.
-- Sim senhora.
-- Porque não começa abrindo o livro?
-- Ah é. Eu já ia fazer isso, mas é porque ler existe uma enorme preparação física da minha parte...
-- Ron...
-- Que?
-- Você já leu algum livro na sua vida? Sem que eu te obrigasse?
-- Hum... já. Quero dizer, eu acho que... uma vez dei uma lida num manual legal que tinha lá na biblioteca. Você até estava comigo, lembra? Quando a gente estava ajudando o Harry no quarto ano...
-- Aquilo não era um manual. Era um livro de piadas negras.
-- Ah... é mesmo.
-- Eu desisto de você. Eu realmente acho que você tem o cérebro do tamanho de uma ervilha.

Nesse momento, eu até me questionei se devia pegar uma pipoquinha. O garoto ruivo, que tinha aqueles cabelos totalmente bagunçados, corou. Sério, ele ficou feito uma pimenta. Acho que deve ter sido as palavras da garota. Ele deve ter entendido errado, sei lá o que se passa dentro daquela cabeça de minhoca...
A menina não, era mais controlada. Ela também tinha os cabelos meio desgrenhados, e os olhos castanhos pesavam de cansaço.
Eu queria muito ver no que ia dar aquela conversa, afinal, me parecia claro que ali havia alguma coisa...

*Ruído das penas arranhando o pergaminho*
-- Rony, mas que droga, eu já disse mais de mil vezes que feitiços inflamáveis não podem ser executados na água...
-- Ah, me desculpa senhorita perfeição... eu me esqueci.
-- O que foi?
-- O que foi o que?
-- Porque você ficou irritado?
-- Eu não estou irritado.
-- O que eu disse de mais?

E ela ainda não sabe.

-- Hum.
-- Ron, que diabos eu fiz dessa vez...?
-- Pode me passar o tinteiro?
-- Se não quer me explicar, tudo bem.

Ela lançou o tinteiro com brutalidade. Eu admito que odiei essa parte, porque no fim das contas, fui eu que tive que limpar. Mas enfim, a porcaria do tinteiro arrebentou, espichando tinta para todo lado, inclusive salpicando a cara do cara sardento com gotículas pretas. Foi engraçado.

-- Ron, me desculpa...
-- Obrigado Hermione.
-- Eu posso limpar isso da sua roupa e do seu rosto, se você fazer o favor de ficar...
-- Não preciso da sua ajuda.
-- Ah, é assim?
-- É assim sim.
-- Você nem vai falar o que eu fiz né?
-- Ah, você não é toda sabidinha? Descobre sozinha, porque o cérebro de ervilha aqui não sabe de nada.
-- Então foi isso né?
-- Hum.
-- Me desculpa. Eu realmente não queria te ofender.
-- Não, claro que não.
-- Pára com essa ironia!
-- Olha aqui Hermione, não leve a mal não, mas você tá me atrapalhando...

A cara que a garota bonita fez, de emburrada, foi hilária. Sério. Ela parecia um vulcão prestes a entrar em erupção quando ouviu aquilo.

-- E eu que vim aqui com toda boa vontade te ajudar...
-- Para depois se vangloriar que você é a sabe-tudo e eu sou o ruivo retardado.
-- Ron!
-- Não faz essa cara de fingida, por que isso que eu disse é verdade.
-- Eu não acho que você é um ruivo retardado!
-- Não, claro que não. Voce só tem certeza disso.
-- Sério. Eu realmente...
-- Você adora me criticar. Dizer que eu sou isso e que eu sou aquilo. Olha aqui, eu posso ser pobre e burro, mas pelo menos não sou uma sabe tudo irritante. As pessoas normais gostam de mim!
-- O que voce está dizendo?
-- Tô dizendo a verdade!
-- Você é um perfeito idiota!
-- Olha quem tá falando!
-- Chega. Eu já não aguentou mais ficar ouvindo insultos de você Rony. Para mim, CHEGA!

Essa parte foi mais dramática do que a Winky chegando bêbada na cozinha. A menina levantou, e ela estava chorando. Sério, ela estava chorando. Eu fico me perguntando onde estão os rapazes educados de hoje em dia, porque aquele era uma verdadeira bomba. Onde eu estava mesmo?? Ah, sim. A garota chorando.
Ela enfiou seus livros, na mochila, sem olhar para o garoto, que ficou lá sentado, com os braços cruzados e cara de bundão. Então, em seguida, ela se virou para ir embora, mas ele segurou o braço dela. Nessa hora, senti que era capaz de me revelar para assobiar para ele.


-- Me larga.
-- Desculpa.
-- É a última vez, eu estou te avisando, se você não me largar agora eu vou...

Ele a beijou.
Assim, de repente.
Até eu engasguei na hora.
Ele a puxou com força, pressionando os lábios dela contra os seus. A princípio, pensei que ela ia lutar com ele e lhe dar um baita tapa na cara por ser tão abusadinho. Mas ela não fez isso. Se debateu, no começo, é verdade. Mas depois, ela começou a corresponder o beijo.
Aquilo foi tão bonito... por isso eu tive que contar isso. Foi lindo. Foi o beijo mais apaixonado que eu já vi na minha vida, e olha que milhões de casais de adolescentes se beijam em Hogwarts a cada segundo.

-- Porque você fez isso?
-- Porque?
-- É.

O rapaz estava muito embaraçado.

-- Não sei. Deu vontade.

Idiota. Aquele rapaz era um idiota mesmo.

-- Acontece Ron, que eu não sou objeto das suas vontadezinhas infantis!
-- Mas você bem que gostou...

TILAP
Eu sabia que ela acabaria dando um tapa na cara dele.
Após fazer isso, com os olhos cheios de lágrimas novamente, ela se levantou, indo embora. Dessa vez, ele a deixou ir. Apenas fixou seus olhos azuis aborrecidos em algum ponto abaixo da cintura fina dela, acariciando a bochecha vermelha por causa do tapa.
Ouvi o baque da porta do dormitório feminino se fechando. O rapaz soltou um muxoxo, recolhendo os materiais. Ele pareceu olhar para o lugar onde ela estivera minutos antes com grande esperança, mas encaminhou-se para seu próprio dormitório, resignado.
Agora, se você tá meio sonolento, acorda. Porque essa, definitivamente, é a melhor parte dessa estória. A parte que, infelizmente, não foi só eu que presenciou, mas a Grifinória inteira.
Porque o rapaz gritou. Sério, ele pareceu ir dormir, mas de repente, possuído por alguma coisa, ele voltou, postando-se aos pés daquela escada feminina que impedia que os homens subissem. Sugando um pouco de ar para os seus pulmões, ele se pôs a gritar. Claro, ele acordou a Grifinória toda.

-- VOCÊ NUNCA ENTENDE O QUE EU FAÇO. VOCE SEMPRE EXIGE UMA EXPLICAÇÃO PARA TUDO. VOCÊ QUER SABER REALMENTE PORQUE EU FIZ AQUILO? QUER? PORQUE EU AMO VOCÊ. VAMOS HERMIONE, SAIA. VOCÊ NÃO QUERIA UMA RESPOSTA?

Nada. As primeiras pessoas, acordadas com a declaração de amor, já saiam de seus quartos para espiar. Mas nada da menina. O rapaz começou a suar frio, se arrependendo.

-- EU TE AMO. TE AMO PORQUE VOCÊ PEGA NO MEU PÉ. TE AMO PORQUE VOCE FICA ATÉ MAIS TARDE COMIGO NO SALÃO COMUNAL, PORQUE VOCE TEM UM CORAÇÃO PURO. TE AMO, MIONE, PORQUE VOCÊ É LINDA. POR DENTRO E POR FORA. E SEI QUE VOCÊ TÁ OUVINDO ISSO. SEI QUE ISSO NÃO FAZ DIFERENÇA PARA VOCÊ, MAS SÓ QUERIA QUE VOCÊ SOUBESSE.

Então ela surgiu, com aquele beleza singela tão característica dela. Ela tinha no rosto uma expressão assim, meio que indecifrável. Dessa vez, era ele quem parecia à beira das lágrimas.

-- Porque não disse antes?
-- Porque eu tinha medo do que você poderia dizer.
-- Bem, eu só tenho algo a dizer. Uma única coisa.

Ele parecia estar se acostumando com a idéia de ouvir um cai fora. A gente podia ler isso naquele olhar de elfo rejeitado.

-- Eu amo você também.

E isso, também foi lindo.
Eu sei que sou apenas um elfo doméstico, e que não tenho o direito de ficar falando essas coisas aqui para você, mesmo porque se o sr. Weasley descobri, ele poderia tentar arrancar meu fígado. A senhora Weasley não, porque ela me defende. Mulher brilhante.
Eles se casaram.
E, para variar, eu sou Lucky, o elfo doméstico deles. O elfo que presenciou o que eu contei, em primeira mão, para você.

N\A: Tava tendo bloqueio criativo. Esse cap eh u resultado
Desculpa por ter parado a fic assim do nada, mas é que realmente, não estava tendo tempo nem ânimo para escrever nada. Acho que as atualizações vão demorar, porque a minha fonte de idéias começa a secar. E também preciso passar de ano neh.. huahauhau
Beijo a todos vcs.

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Comentários (2)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn RONALD PERFEITO WEASLEY <3 <3 <3 LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO... <3 <3 <3 

    2012-12-25
  • Flávia Granger Weasley

    Isso foi GENIAAAL! Você é brilhante! Uma das melhores fanfics que já li em toda minha vida. Parabéns, continue assim e que Deus abençõe sua criatividade!  

    2011-06-01
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