Reencontro part 2

REENCONTRO .Parte 2
DEIXA EU PROVAR QUE TE AMO

N\A: Eita galerinha que gosta de uma continuação... rsrs... para quem pediu, tá ai.
N\A²: Leiam a fic ouvindo uma musik bem linda. Minha sugestão: What hurts the most, do Rascal Flats, ou Cannon Ball, do Damien Rice.


Rony sempre pensou que gostaria de conseguir muitas coisas. Durante a maior parte de sua vida, sempre tinham lhe negado aquilo que ele mais desejava possuir. As vestes e livros de segunda mão aborreciam-no. Ele sempre soube que, um dia, iria conseguir tudo o que quisesse.
Mas Ron estava errado.
Ele conseguiu fama, conseguiu dinheiro. Por um longo período desde que a guerra acabara, ele fora aquele que sempre desejou ser. Não o Rony zé ninguém. O Rony que se destacava por aquilo que fazia de melhor. Vivendo aquela vida, às vezes achava que tudo não passava de um sonho. Mas tinha perdido tudo.
Os hotéis onde o time se hospedava podiam estar em qualquer lugar, Tóquio ou Paris, Sidney ou EUA. Em qualquer lugar que fosse, havia pessoas disponíveis a realizar todas as suas vontades, mulheres dispostas a realizar todas as suas fantasias. Ficava difícil de acreditar que ele vivia aquela vida de glamour.
Mas, o que acontece quando tudo o que você conseguiu construir desaba?
Rony nunca se sentiu tão arrasado, desde o momento em que caíra daquela vassoura.
O que acontece quando tudo o que você sempre quis começa a parecer um inferno sem sentido?
Rony já estava cansado das bajulações, e sentia falta de casa, mesmo que não quisesse voltar.
O que acontece quando você vive sua vida sempre rodeado de pessoas, mas com uma solidão implacável atingindo o peito?
Ron sentia falta de uma família. De alguém com que pudesse satisfazer todos os seus sonhos.
Seu fracasso talvez tivesse sido bom para que abrisse os próprios olhos, pensava ele enquanto andava de volta ao saguão do hospital St. Mungus. De tudo o que conseguiu, não conseguiu nada, porque agora tudo tinha ido e ele estava sozinho novamente.
Ele se perguntava, olhando em volta com os olhos vermelhos, como é que tinha deixado que Hermione saísse de sua vida. Como é que fora estúpido o bastante para tentar esquecê-la...

“Nunca é tarde demais para recomeçar”
Ela sorria, mas era um sorriso triste.
“ Rony, acabou. Acabou a nossa história, se é que já tivemos alguma.”
“Não diz isso, eu amo você. Eu disse... Volta para mim! Nós podemos voltar a ser o que éramos antes, quem sabe, podemos até...”
“Temos vida diferentes Rony. Somos quase desconhecidos agora. Não faz sentido insistir em um sentimento infantil quando ele já foi embora. O que sentimos agora é apenas arrependimento, não passa disso”
Intimamente, Hermione lutava com seu lado irracional para esquecer tudo e ir para os braços dele. Mas isso era impossível...
“Mione...”
Sentiu as lágrimas aflorarem.
“Eu... preciso trabalhar...”

Dizem que homem não chora. Uma das coisas mais idiotas que Rony já tinha ouvido na vida. O homem chora sim, e um dos motivos pelo qual sempre faz, é a rejeição de uma mulher.
Quando saiu daquele hospital, ele se sentiu o mais inútil dos seres humanos, em toda a face da terra. Sem emprego, sem vida. Aquele reencontro, que parecia mesmo coisa do destino, só servira para acabar de vez com ele. Agora também estava sem Hermione.
Trabalhar. Recomeçar.
Quem nunca precisou se levantar depois de uma queda?

-- Ron, eu tenho certeza de que você vai superar isso. Disse Gina, quando Rony apareceu em sua casa naquela noite, em estado lastimável. Ela o acomodou no sofá e se apressou para lhe preparar um chá.
A casa dos Potter era um lugarzinho agradável situado no subúrbio de Londres. Como Harry era muito conhecido, e talvez por ser um auror também, havia muito sistema de segurança ao redor da casa. Fora com dificuldade que Rony conseguira ultrapassar a barreira de feitiços para poder aparatar ali.
Olhando ao redor, ele viu que o amigo e a irmã eram muito felizes. Nas paredes, havia diversos retratos pendurados. Fotos de Lily quando era apenas um bebê, do casamento do casal, e aquela que não amenizou o nó na garganta de Rony. Uma foto dos tempos de Hogwarts, mais precisamente no sétimo ano. A foto que tinham tirado um mês antes do grande duelo em que Harry acabou com Voldemort e quase morreu. Rony podia ver que naquele tempo, ele ainda tinha o brilho no olhar, de coragem e otimismo. Ele abraçava Hermione, que tinha a cabeça recostada em seu peito. Como ele não pôde dizer tudo antes? Porque não tinha dado uma chance para que fossem felizes?
Havia também uma ordem de Merlin primeira classe, que Harry guardava com esmero. A pessoa mais jovem a receber um prêmio daquele calibre. Rony se orgulhava do amigo, e da felicidade que ele conseguira conquistar para si.
-- Hermione ficou arrasada quando você foi embora. Disse Gina, trazendo duas xícaras fumegantes.
-- Eu sei. Eu acho que sou um idiota. Murmurou Rony, enfiando a mão nos cabelos ruivos.
-- Você realmente devia ter dado uma explicação. Lembro que logo depois que você se foi, ela se sentou nesse mesmo sofá onde você esta sentado agora, chorando exatamente como você.
-- O que você quer dizer com isso??
-- Estou querendo dizer que ela sofreu por sua causa, e parece que mesmo depois desse tempo todo vocês ainda sofrem pelo mesmo motivo.
-- Acha que tudo isso é coisa do destino?
Gina fitou o irmão com aquele olhar penetrante.
-- Destino eu não sei. Mas acho que isso teria mesmo que acontecer, mais cedo ou mais tarde. É isso que acontece quando a gente deixa uma coisa sem resolução, quando a gente pula. Sempre vai aparecer o momento em que nós precisamos resolver tudo de uma vez, e continuar seguindo. Se quer saber minha opinião, Rony, você deve esclarecer tudo de uma vez com Hermione.
-- Nós esclarecemos muita coisa no hospital. Ela disse que está tudo acabado.
Gina se levantou, depositando a xícara de chá na mesinha de centro. Encaminhou-se para a janela, abrindo uma brecha na cortina para poder espiar a rua.
-- Ah é? Acabado? Então porque será que ela vem vindo ai com o Harry? Murmurou Ginny, alegremente.
Rony pareceu ter levado um choque.
-- Ela vem vindo?
-- Sim. Está com o Harry, olha só, ela não parece nada feliz.
Rony correu para espiar com a irmã. De fato, Harry chegava em casa, vestindo sua capa de auror, amparando uma Hermione completamente arrasada.
-- O que eu faço? Ela não sabe que eu estou aqui. Disse Rony.
-- Vá para a cozinha. Nós vamos providenciar para que vocês tenham uma conversa em particular.
Rony obedeceu, precipitando-se com pressa para a cozinha. Seu coração batia forte, parecendo querer saltar do peito. Dois minutos depois e a porta se abriu na sala.
-- Olá amor! Disse Gina, em falso tom de surpresa-- Mione? O que aconteceu?
-- Ela encontrou Rony. Harry respondeu, depositando um beijo nos lábios da esposa.
-- Ah... já entendi. Sente-se ali Mione.
Hermione sentou, chorando, no mesmo lugar em que o próprio Rony estivera minutos antes.
-- Gina... havia alguém aqui? Perguntou Harry, subitamente.
-- O que? Não...
-- Então, porque duas xícaras de chá?
-- Ah... isso. F- Foi a Lily.
Harry a olhou, intrigado.
-- Querido, porque não me ajuda a recolher essas xícaras? Propôs Gina, com aquele olhar de “quero-conversar-com-você-a-sós”.
-- Claro. Mione, espere um pouco. Disse Harry, seguindo a mulher com curiosidade.
-- Gina, que diabos está acontecendo?? Eu sei muito bem que Lily odeia chá. Ela só tem um ano, pelo amor de Deus! Disse Harry com rispidez, depositando a xícara na pia da cozinha sem notar a presença de Rony.
-- Atrás de você. Respondeu a mulher, aos surrussos.
-- Ron!
Harry abraçou o amigo, surpreso. Lançou um olhar confuso à Gina, pedindo explicações.
-- Ele chegou aqui poucos minutos antes de você. Eu já sei de tudo.
-- Ah...
-- Harry, eu acho que... preciso muito conversar com a Mione, a sós. Você me empresta sua casa? Perguntou o ruivo, olhando para os lados.
-- Claro!
-- Eu já pensei em tudo Harry. Sussurrou Gina – Eu vou ali no quarto e pego a Lily, ela está dormindo, mas tenho certeza de que não vai acordar, então nós saímos pelos fundos.
O marido assentiu enquanto Gina se esgueirava pelo corredor rumo ao quarto de Lily.
-- Rony, eu fiquei sabendo. Sinto muito. Comentou Harry.
-- É, mas isso não me interessa mais. Eu descobri que estava seguindo pela carreira errada. Aliás, queria te pedir um enorme favor Harry...
-- O que você quiser.
-- Eu quero ser auror. Será que você consegue...?
-- Mas é claro! Será um prazer! Estamos justamente precisando de novos aurores, voce sabe, a maioria se aposentou depois da guerra... Tonks e eu estávamos discutindo isso hoje. Hoje em dia, são poucos os jovens que querem seguir esse ramo. É só você aparecer lá no meu escritório amanhã, isso é, se você sobreviver hoje...
Com uma piscadela marota , Harry apontou para a sala. Rony franziu o cenho, nervoso.
Assim que Gina chegou, com Lily adormecida em seus braços, Harry e ela saíram, desejando boa sorte. Encarando a amiga no sofá, Rony seguiu em frente.

Hermione nunca pensou que estaria chorando por Rony novamente. Mas ela não podia controlar. Provavelmente teria que dar uma boa explicação para Angelina, já que saíra do hospital completamente atordoada. Logo no seu primeiro dia...
Quando tinha ido para a França, um ano atrás, ela chorara. Tinha ido, porque nada mais a encorajava a ficar. Naquela época, tinha perdido todas as esperanças nas palavras que Rony não disse. Lembrava perfeitamente do dia em que fez um pacto com si mesma. Precisava se proteger dele. Precisava, porque ele era a única pessoa no mundo que ainda a fazia sofrer.
Ali estava ela novamente, quebrando o pacto, sofrendo. Mas, sofrendo porque tinha feito a escolha (certa?) de ficar longe daquele ruivo de olhos azuis que a encantava desde criança.
Era possível existir um amor assim?
Agora ela sabia que era. Mas preferia não tê-lo.
Um amor que só a prejudicou, que a machucou intensamente. Um amor que nunca pôde ser vivido...
-- Céus, eu preciso parar com isso! Pensou ela, limpando as lágrimas.
Um vulto alto se aproximava cautelosamente. Talvez por instinto, ergueu os olhos, encarando Rony. Um lampejo de ódio perpassou seus olhos. Ela cerrou os punhos, tentando se controlar.
-- O que você está fazendo aqui? Perguntou, magoada.
-- Nós precisamos conversar.
-- Rony, eu já disse tudo o que tinha que ser dito. Onde estão Harry e Gina?
-- Eles foram embora. Estamos a sós.
-- O que? Eu vou sair daqui agora mesmo!
A porta da frente estava trancada. Hermione amaldiçoou Harry e Gina. Voltou a se sentar no sofá ao lado de Rony, disposta a esperar, nem que isso levasse dois séculos, até o momento em que Rony desistisse, que seria, como ela bem o conhecia, logo.
-- Nós temos que conversar. Murmurou o ruivo. Ela fechou os olhos, pedindo paciência aos céus.-- Mione, não faz isso. Não me ignore. Tudo o que eu disse lá no hospital é verdade. Eu... nós simplesmente precisamos ter uma conversa.
-- Uma conversa? Engraçado, eu acho que você não pensava isso quando foi embora! Retrucou ela, em tom ameaçador.
-- Eu sei que fui um idiota. Mas eu estava tão... assustado. O futuro era tão incerto. Hermione, eu nunca fui brilhante. Você sempre foi. Você sabia que ia ser famosa, bem sucedida. Você tinha um futuro te esperando, e eu, o que tinha?? Nada. Aquela proposta apareceu justamente enquanto eu pensava nisso. Eu... eu
-- Você podia ter se despedido. Você podia ter dito “adeus, Hermione”. Você não fez isso Rony, você se calou, você simplesmente fingiu que não era nada o que nós tinhamos um pelo outro! Depois de sete anos... sete anos....
Hermione controlou-se para não chorar novamente. Varreu a sala de estar dos Potter, e achou justamente o que queria. Uma lareira de mármore enorme, de muito bom gosto.
-- Me desculpe Hermione. Eu amava você, disso você pode ter certeza... que eu...
-- CALA A BOCA.
Rony parou, petrificado. Ela se virou bruscamente, e ele viu aqueles olhos castanhos marejados de lágrimas voltarem contra ele. Viu a dor espelhada nas feições delicadas daquela mulher. E era tudo sua culpa.
-- Cale-se... Continuou ela, fungando – Você simplesmente não sabe de nada! Você diz que me amava, mas descobriu isso agora Rony? Nunca me amou.
-- Você não pode saber...
-- Eu sei. Sabe porque? Porque quem ama não deixa. Se me amasse, você não iria embora. Você ficaria, e nós teríamos construido um destino juntos. Olha em volta. Harry sim amava Gina. Ele quase morreu, mas viveu para ficar ao lado dela. Estão casados. Estão felizes. Nós não estamos. Mas poderíamos. E sabe porque nós não tivemos esse mesmo destino? Porque você é um covarde. Um maldito covarde que foge das coisas.
-- Talvez eu seja mesmo. Disse Rony, com a voz embargada – Mas existem momentos em que as pessoas percebem que fizeram a escolha errada. Errar é humano, Hermione. Você nunca soube disso, porque para você, ninguém pode errar. Eu estou pedindo perdão. Se você não quer aceitar, pegue esse maldito pó de flu que está procurando e vá para a casa. Mas não antes sem saber que eu só fui, porque eu queria te dar um maldito de um futuro! Está surpresa?? É. Você deve estar.
-- Como assim?
Ela parou por um instante, encarando-o. Frustrado, Rony murchou. Nunca, em toda sua vida, tinha admitido seus verdadeiros planos para alguém....
-- Eu ia te pedir em casamento. Eu tinha certeza de que te amava. Mas, como disse, tinha medo do futuro. Então pensei, ela, uma mulher brilhante, não poderia casar com um sem futuro feito eu. Então eu aceitei o emprego no Chudley, com a intenção de ser alguém de quem você se orgulhasse. Eu ia voltar, sabia?? Mas então, no dia em que Lily nasceu, eu a encontrei, e você estava justamente como eu pensei que estaria. Linda e bem sucedida. E eu tinha a intenção de te pedir em casamento naquele dia, mas então você disse que tinha que ir embora. Descobri que você estava indo trabalhar na França. Foi a partir desse dia que eu decidi te esquecer. Você diz que eu fui embora porque não te amava. E você, foi embora porque me amava? Não. Pensando assim do seu jeito, você nunca me amou também. Quem ama, espera.
-- Você acha que eu ia te esperar?? Você levou dois anos para me abraçar e sete para me dar um mísero beijo no casamento do seu irmão. Porque acha que eu ia esperar por alguém assim?
-- Porque eu te esperei. Eu nunca te deixei, Hermione, e você sabe porque? Porque você sempre esteve comigo. Mesmo eu querendo odiar cada parte sua, e fingir que não te amava mais. Só que, mesmo sabendo que você estava na França, mesmo sem ter notícias suas, eu nunca me envolvi com outra pessoa. Os meus colegas de profissão achavam que eu era careta. Mas eu nunca consegui pensar em outra pessoa que não fosse você. Para poder suportar dois minutos ao lado de outra mulher, eu precisava beber. Admito, a vida de famoso me rendeu muitas admiradoras. Elas davam tudo para passar a noite no meu quarto de hotel. Mas eu as expulsava de lá, pedindo desculpas, na maioria das vezes, porque eu não conseguia beijá-las. Uma das mulheres que eu dormi enquanto estava bêbado me disse que eu sussurrava seu nome enquanto a beijava. Um amigo meu também disse que, quando eu tinha caido da vassoura e estava delirando, eu sempre dizia esse mesmo nome. Hermione. Se isso não é amor, é o que??
Hermione estava muda. O pó de flu que ela tinha intenção de jogar na lareira escorria por seus dedos frouxos e uma lágrima silenciosa escorria por seu rosto. Rony estava vermelho, e parecia lutar contra si mesmo para não chorar.
Ela, num assomo de emoção, correu até ele e o abraçou, chorando em seu peito. Sentiu que estava tirando um peso do coração. Que estava tirando todas as mágoas de dentro dela. Rony, igualmente emocionado, acariciou seus cabelos, pensando que nunca mais a deixaria ir. Nunca mais.
-- Deixa Mione... deixa eu provar que te amo... Sussurrou, levantando o queixo dela com o indicador para depositar nos lábios úmidos o beijo que guardara só para ela.


O que tiver que fazer, faça logo
Quem ama pode deixar...

O que tiver que dizer, diga logo
Quem ama pode não esperar...


N\A: GENTE, EU SEI QUE É CHATO, MAS COMENTEM!!!!!!!!!!!!! MESMO SE ACHA A FIC UMA DROGA, COMENTA!
(agradecimentos mais que especiais para as pessoas que comentaram)

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