Capítulo 2



- Volta aqui, sua ruiva idiota! - Ele gritava atrás de mim. - Seu papai de testa rachada não ensinou a olhar por onde anda?
Eu realmente ficava com raiva quando alguém falava da minha família. Até quando falavam mal do James eu me irritava. Mas eu continuei correndo entre os vagões, olhando rápido em cada um para ver se encontrava algum dos meus irmãos por ali. Estava chegando ao fim do penúltimo vagão quando senti o feitiço bater em minhas costas. Caí paralisada no chão.
Queria me mexer e me levantar, mas bem, como eu bem sabia, não dava pra nada disso. Droga, droga, droga. O idiota do Malfoy tinha me paralisado. AH COMO EU ODIAVA AQUELE GAROTO. Ele foi chegando perto e eu não podia me mover, de qualquer forma.
- Como que se pede, ruivinha? - ele me jogou dentro do vagão da frente. A primeira cabine estava vazia. - Finite Incantatem - ele fez um movimento com a varinha e eu estava livre para me movimentar de novo. A varinha estava apontada para mim.
- Me deixa sair. - praguejei, entre dentes. Ele riu, e girou a varinha nos dedos. Tinha vinte e três centimetros, pena de fênix e feita de seixo. Eu não ia me arriscar a sacar a minha ali. O movimento faria Malfoy me fazer em pedacinhos, nunca duvide.
- Como fala? - ele repetiu, zombeteiro. AI, aquele garoto era extremamente irritante! Eu suspirei umas duas vezes. Pedir desculpas para Scorpion Malfoy só porque esbarrei nele no meio do caminho não era minha prioridade na lista de "coisas à fazer".
- Me desculpa, ok? Foi sem querer! Você não consegue ser menos arrogante pelo menos às vezes? - eu respondi. Sabia que estava sendo impertinente, mas eu simplesmente não conseguia controlar esse lado da minha personalidade. Como meu pai dizia, eu era impossível feito minha mãe.
Ele sorriu zombeteiro, mas nesse momento a porta abriu de baque, eu soltei um riso, e Rose e Albus entraram na cabine, seguidos de Hugo, Lorcan e Lysander. Scorpion olhou assustado pro meu irmão. Ele já vestia suas vestes de Hogwarts e o broche de Monitor-chefe brilhava em seu peito. Rose também tinha um broche de monitora, ela olhava enfezada para Malfoy, que se levantou rápido e colocou a varinha no bolso das vestes.
- Scorpion Malfoy, você poderia, por favor, deixar a Lily sair daí? - Rose perguntou, tentando ser um pouco educada. Scorpion saiu da minha direção e eu praticamente voei até Albus, ficando atrás dele. Ele tinha a varinha apontada para Scorpion.
Albus sussurrou no meu ouvido para que eu fosse para a cabine com Hugo. Eu agarrei a mão de Hugo e saí, com Lorcan e Lysander ao meu encalço. Dei a última olhada para trás, e Scorpion estava entre meu irmão e Rose, e parecia que ficaria com eles até que chegassem em Hogwarts.

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- Você podia não se meter em encrenca às vezes - disse Hugo, a cara afundada naquele livro grande e pessado, que ele vinha lendo desde a estação.
- Mas eu não me meto, Hugo! Argh. Como vocês falam de mim, viu. Que saco. - me encolhi no banco e fiquei olhando a paisagem passar do lado de fora. Verde, verde, verde. Aquilo era nauseante e me lembrava a Sonserina. Me concentrei nos meus tênis.
Lorcan abriu a porta da cabine, trazendo um pacotinho de feijãozinho de todos os sabores. Ele ofereceu um pra mim, eu recusei, assim, ele se sentou de um lado, e Lysander chegou trazendo sapos de chocolate. Eu era apaixonada por chocolate e peguei da mão de Lysander sem ele nem oferecer.
- Desculpe. - disse para Lysander. - Mas você sabe como eu sou viciada em chocolate. - ele assentiu.
Pela primeira vez Hugo fechou aquele livro gigante dele. Pude ver poeira voar quando ele o fechou. Eu tossi. Era alérgica a poeira.
- Credo, Hugo. Daqui há um tempo você vai ter um ataque de tanto ler, viu? - eu disse para ele.
- Ah, deixa de bobeira, Lily. O que você fez ao Malfoy, hein? Ele ficou bem irritadinho.
Eu suspirei. Não aguentava mais ouvir falar daquele garoto. Malfoy para lá, Malfoy pra cá. Ele pensava que era o dono do mundo só porque o pai tinha dinheiro. Mas meu pai falava que o pai dele era assim também, então, devia ser uma coisa que era transmitida por gerações. Malditas heranças.
- Eu só esbarrei nele. E caí. Aí ele chingou dezenas de palavrões que ele conhece bem e ficou irritado porque eu fui embora sem dar satisfações. Você sabe como o Malfoy é mimado.]
- Eu sei, Lily, mas toma cuidado, tá?
Eu assenti. Meu velho primo. A família toda sempre querendo me proteger. Só porque eu era a menina mais nova. Tinha Morgana, mas não contava. Ela ainda estava na fase da proteção, mas comigo isso parecia ser eterno.
- Vá se trocar, Lil. - disse Albus, quando passou rápido pela porta da nossa cabine. Troquei de roupa rápido, sabia que já estávamos chegando em Hogsmeade.

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  O jantar transcorreu bem calmo. Eu não vi nem sinal de Rose momento nenhum, então, acho que ela deveria estar dando um jeito no caso Malfoy.
Eu segui sozinha pro salão comunal, porque Hugo subiu conversando com uma menina lá, meu irmão estava com os alunos do primeiro ano e Rose, bem, eu ainda não sabia onde estava Rose. Lorcan era da Corvinal, como a mãe, já Lysander era Lufa-Lufa.
Natalie Bones se colocou ao meu lado. Ela não era a pessoa mais legal do mundo, às vezes ela tinha uma mania chata de se achar demais. Sabia que ela tinha algum grau de parentesco com Susan Bones, uma colega do meu pai da época de escola que de vez em quando escrevia perguntando se a família ia bem. Ela tinha cabelos loiros bem compridos, com uns cachos na ponta, que iam até o meio da cintura. Os olhos eram cinzas, e brilhavam quando a luz batia neles.
- Qual foi a com o Scorpion no vagão? - ela perguntou. Simples e direta. Os motivos que a faziam se aproximar de qualquer um eram as fofocas. Acho que por isso que ela nunca andava muito perto de mim, porque as fofocas eram as coisas menos brilhantes na minha vida.
- Esbarrei nele. - eu disse, nada mais que a verdade. O sorriso presunçoso dela murchou.
- Só? - perguntou, arrependida.
- Só. Aí ele fez o estardalhaço todo. Sabe como é. Malfoy. - ela deu um sorrisinho besta e se afastou de mim. Alguém abriu a passagem com a senha e eu entrei.
Sentei em uma das poltronas macias do Salão Comunal e fiquei olhando o fogo crepitar na lareira. Rose entrou meia hora depois que cheguei. As suas roupas estavam meio desarrumadas, e seu cabelo numa confusão um pouco maior do que o comum.
Okay, pensei, por onde ela estava? 

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N/A: Segundo capítulo :D Meio sem inspiração, eu sei. Mas fala sério, dois capítulos no mesmo dia é demais pro meu cérebro :D 

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