Capítulo 1



Meus pais estavam parados com todas as nossas coisas, minha e de Albus, ao lado da coluna que indicava a plataforma 9, na King Cross. A pequena Morgana, minha irmã mais nova, estava no colo da minha mãe. Ela tinha quatro anos de idade, nascera um ano depois que eu já estava em Hogwarts. A casa vazia deveria ter sido inspirador para os meus pais. Minha mãe reclamava com meu pai o fato de como meu tio sempre conseguia ser atrasado.
Era verdade. Apesar de minha mãe reclamar demais, eu tenho que confessar isso. Meu tio tinha uma mania estúpida de dirigir carros de trouxa. Ele confundia uns guardas de trânsito aqui e ali, colocava alguns encantamentos ali, dava uma ajeitadinha mágica no retrovisor e voi la, ele estava dirigindo uma super máquina. O problema é que as vezes os encantamentos se confundiam e causavam um pequenino acidente aqui e ali. E minha tia, claro, tinha que consertar tudo sempre. Então, eles sempre se atrasavam. Em tudo.
Fiquei surpresa quando vi minha tia arrastando o carrinho com os malões de Hugo e Rose. Ela reclamava alguma coisa num telefone celular e meu tio carregava a gaiola com a coruja insuportável de Hugo. Ela piava demais. Rose veio sorrindo na minha direção enquanto Hugo lia um livro. Credo, ele era muito igual minha tia!
- Até que enfim, viu! Pensei que vocês fossem chegar encima da hora de novo. Eu e o Harry temos que parar de ficar esperando vocês... - começou a minha mãe. Eu me concentrei em cruzar a plataforma antes que minha mãe e meu tio começassem uma briga de irmãos.
- Ginny, você tem que ser mais calma, sabia? Daqui a pouco seu rosto está cheio de rugas. - zombou meu tio. A cara da minha mãe inflou e ela ficou com as orelhas vermelhas. Ela sempre ficava com as orelhas vermelhas quando estava irritada. Coisa de família.
-  Ah, Ronald! Vá conversar com o Harry, vai, que saco. - Disse minha mãe, assim que meu pai cruzou a plataforma. Minha tia veio logo atrás dele, já tinha largado o celular. Hugo passou por mim direto, ainda absorto no livro idiota. Eu ficava pensando quanto tempo demoraria até os neurônios dele queimarem. Mas eu até que gostava dele. Quando não estava enfiado no livro, e tudo mais.
Rose parou do meu lado. Ela era dois anos mais velha que eu, mas nós sempre tivemos uma facilidade absurda de nos entendermos. O cabelo dela era meio rebelde, como o da minha tia, e tinha um tom diferente, meio castanho, meio ruivo. Na verdade, a gente nunca soube a cor real dos cabelos dela. Eram legais. E Rose devia ter uns dois centímetros ou três a mais que eu também.
Ela me deu um abraço apertado. Eu realmente estava com saudades dela. Ela tinha viajado nas férias com os pais para os Estados Unidos. Eu já tinha ido lá no ano passado, quando minha mãe foi dar uma entrevista idiota sobre a coisa toda dela ser ex-apanhadora. Ela sempre saía em viajens desse tipo, a gente sempre dava entrevistas. Não só por isso. Por causa do meu pai também. Mesmo depois de todos os anos da historinha de Voldemort, continuávamos sendo uma família pop. E agora que o James tinha começado o treinamento pra auror, os holofotes continuavam com a gente. Queriam saber se ele seria um bruxo excelente como meu pai. Tudo um pé no saco, na verdade. James as vezes ficava insuportável quando tinha toda a imprensa querendo saber o que ele estava achando disso tudo. Mas passava. Irmãos, bom, a gente tem que aguentar.
- Vamos entrar? - perguntou Rose. Eu assenti. Faltavam dez minutos para o expresso partir.
Eu dei um abraço super apertado na minha mãe. Eu gostava do cheiro do cabelo dela. Ela era carinhosa também. E sempre tinha um cheiro de campo de quadribol. O mesmo cheiro do meu pai. Mesmo depois de anos sem ele jogar, desde Hogwarts, e minha mãe, desde uns sete anos atrás.
- Lily, tente se comportar, okay? - Ela pediu. Seus olhos tinham um pouco de lágrimas. Eu fiz um sinal positivo com a cabeça. Meu pai começou a guardar minhas coisas no expresso. - Ah, minha menina, você cresceu tão rápido! Quinze anos. - Eu sorri para ela. Ela me deu um beijo na bochecha e pulou para Albus. E deu um sermão sobre ser o último ano dele em Hogwarts, essas coisas.
Meu pai me esperava na porta do vagão. Me deu um sorriso e me olhou com aqueles olhos que eu conhecia bem. Eles brilhavam.
- Lily, esse ano eu terei bastante trabalho no Ministério. E você sabe que James já não está mais lá pra tomar conta de você. - fiz um protesto, dizendo que não era mais crianças pra precisar dos cuidados do James. Ele pareceu ignorar. - E ano que vem você estará completamente sozinha, já que é o último ano de Albus também. Então, a partir de agora você precisa ter mais responsabilidade. Entende?
Eu fiz uma cara torta. Qual era a de todo mundo falando sobre ser responsável e procurar me comportar? Eu nunca fiz nada de errado em Hogwarts, a não ser uma vez na aula de poções que eu explodi metade da sala sem querer! Mas eles? Ah, me poupe, como se não conhecesse as histórias de meu pai, minha mãe e meus tios por Hogwarts. Eles fizeram mais coisa na escola do que eu e todos os meus irmãos juntos conseguiríamos fazer em toda a vida.
Dei um beijo rápido no meu tio e na minha tia, peguei a pequena Morgana no colo e dei um beijo na bochecha dela e entrei rápida no vagão. Os corredores estavam lotados de alunos conversando em alto volume, todas as cabines apinhadas. Alguns, com as vestes de Hogwarts, outros, com roupas trouxas, como eu. Coloquei a mão no bolso do meu jeans e comecei a procurar o vagão onde minha família estava.
Eu tinha a mania super chata de andar olhando para baixo. Mas é porque eu sabia que a maioria das pessoas olhavam pra mim - a historinha toda da fama do meu pai e da minha mãe - e isso me incomodava. Então, eu evitava geralmente o olhar das pessoas, e os únicos amigos que eu tinha em Hogwarts eram minha família mesmo. Fora uns e outros. Tinham os gêmeos, filhos de uma velha amiga da mamãe, Lorcan e Lysander. Eles eram legais também, mas eram meio doidos, como a mãe. Eram meus amigos, mas enfim... Eu não atraía muitos amigos. Isso era mais com a Rose mesmo. 
Nem prestei atenção quando esbarrei em alguém e levei um belo tombo. A outra pessoa não deve ter ficado nem um pouco feliz, e era muito mal-educada também, porque soltou vários palavrões.
Eu levantei, pronta pra pedir desculpas. Eu sabia que eu era estabanada e tudo mais, mas qual foi! Quem levou o tombo mesmo fui eu, e realmente, tinha uns ossinhos doendo. Eu bati a poeira da calça jeans, e fui logo falando desculpa, mas quando eu olhei e vi quem era só consegui dar um grito de raiva.
- ARGH! - e empurrei. E saí pelo corredor. 

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N/A: Espero que gostem. Primeiro capítulo. Eu fiquei feliz *-* Ainda tá sem nome, é pqe as idéias ainda estão brotando, então eu quero dar um nome depois. Eu vou ficar muiiito feliz se vocês comentarem, sabe :D E eu tô com a história na cabeça há tempos, tinha que escrever. 

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