Poema a Um Cavalo



“So what’s the point of wasting all my words
If is just the same or even worse
Than reading poems to a horse…”


Todos os esforços para amar Hermione Granger se mostraram um terrível fracasso. O amor em teoria era algo tão simples! Ou será que Draco Malfoy era só um total idiota?

Não, o problema é que Ron Weasley existia. E agora, por mais que ele quisesse o odiar, não conseguia. Não podia!. Por mais que ele fosse a cause de seus problemas, ele não tinha culpa alguma.

Ah, MUITO BEM, DRACO! Agora você está defendendo aquele pobretão! Em que você se tornou, hein, meu amigo?” , dizia pra si mesmo. Mas ele não podia ignorar que Ron o fez sentir-se melhor do que sentia-se em anos.

Ele encontrou alguém que passara as mesmas coisas que ele, que o entendia como ninguém poderia entendê-lo. Ele finalmente conseguira chorar! Mas nada disso abriu as portas para uma nova amizade, longe disso. Eles haviam estabelecido uma trégua, e aquela linha tênue de “não-inimizade” podia se partir à qualquer momento.



De volta à adorável estaca zero. Quando é que Ron ia deixar Luna Lovegood avançar, continuar sua vida?

Não que ela quisesse continuar sua vida naquelas circunstâncias. Ela se sentia vazia, sentimento que ela estava aprendendo a suprimir, ou só controlar. Mas então vem aquele desgraçado, ridículo, traiçoeiro, e resolver falar com ela!

Por que amar Ron Weasley, item 98: Por que ele acha que tudo é tão simples quanto notar a cor de sua roupa, e mesmo que não se note é tããão inocente.

Mas agora, o que fazer, se não continuar? Ron podia amar Luna quanto quisesse, mas também amava Hermione, e Luna não queria ser a segunda em sua lista de prioridades.

Luna dera tantas chances à Ron quanto ela pôde agüentar. Ron agora que morresse. Que mais pensar, quando seu fogo simplesmente de dissipara? Ron era pouco mais que um estranho para ela. Isso fazia dela uma pessoa insensível? Possivelmente sim. Antes insensível do que cega... “Eu acho”.

Luna era o volume um de uma seqüencia de dois livros.

O volume dois era Ron, aquele que nunca faria sentido sem o primeiro volume.

Já Luna conseguiria se fazer entender. Ainda que continuasse incompleta...



-Retardado! Idiota! Retardado, retardado, retardado! Accio Livros – Disse, logo após atirando em Harry o livro que voou mágicamente até suas mãos.

-Hermione! –Disse Harry, levantando os braços para se proteger. – Foi sem querer, eu já disse!

-Não muda o que você fez! – Disse, lançando mais um bocado de livros.

-E também não é culpa minha que você ame aquela doninha desgraçada!

-Não fale assim do Draco, Harry! Por que meu grimório é imenso, e a maioria dos feitiços que eu sei causa dor!

-O que não muda o que ele é! – Disse Harry, imitando a voz de Hermione. – Também, o que você tem na cabeça? Você e o Draco nunca vão dar certo!

-Obrigado, mas por mim mesma eu já consegui entender isso! Que droga Harry, você tem o que na cabeça? Merda?! E pra seu governo, eu e Draco estávamos nos dando muito bem antes de você soltar aquele comentário!

Harry bufou. – Olha, minhas sinceras desculpas, Hermione. Não era pra ele ouvir mesmo. Mas você sabe o quanto eu desaprovo o namoro de vocês dois.

-HÁ! Accio Livros! – E mais uma chuva de livros caiu na cabeça de Harry. – Você desaprova? Você desaprova? Desde quando eu precisei de sua aprovação para algo?

-Ah, Hermione, dá um desconto. Ele é um Malfoy! E eu sou seu melhor amigo, minha opinião deve ser levada em consideração.

-Olha Harry. – Disse Hermione, os olhos faiscando vermelhos de raiva. – Se eu pudesse controlar meus sentimentos, eu juro que eu estava amando Victor Krum, e vivendo com ele numa montanha gelada e isolada do mundo, criando cabras. Mas não é ele quem eu amo. Eu amo alguém cujo sobrenome é Malfoy, e eu não posso negar isso à mim mesma! Não é o ideal pra mim, mas eu tomei a decisão de que vou lutar por ele, e você como meu melhor amigo, era quem eu esperava que entendesse melhor! Você não sabe o quão frustrada eu estou de ter chegado tão perto, e VOCÊ ter estragado tudo! Sabe, é como se eu tivesse estudado três anos sem parar, dia e noite, e não passar numa prova! É justo agora que eu mais preciso de você, mais preciso de carinho, que você recebe cada frase minha com uma pedra?

-Mas ele é o Draco!

-Accio Cadeira.



Ron fitava o diário, sério.

-Você. É. A. Causa. De. Todos. Os. Meus. Problemas.

Ele mirou mais um tempo, mas o diário não respondeu. Ron jogou-o longe, com raiva.

-Revide! Covarde! – Disse, irritado. Harry que dormia ali na cama ao lado murmurou algumas palavras que não cabem ser explicitadas aqui, e voltou a dormir. Ron olhou frustrado para o diário. Se ele revidasse, tudo ia ser mais fácil. Ron teria um adversário mais forte do que um livro inerte para descontar sua raiva, frustração. Seu sentimento de impotência. Ele se dirigiu ao livro aberto, e o pegou.

Distraído, leu o que estava escrito. Nas linhas, estavam escritos símbolos simplesmente indecifráveis, que Ron nunca conseguiria entender. Outra onda de súbita admiração por Luna surgiu. Ron notou que encima de cada “palavra” havia uma tradução rápida na letra redonda e fofa de Luna. Ele a leu, e viu que era justamente a parte que Luna lera para ele, narrando o feitiço de Salazar.

“Simples Palavras, mas de poder inacreditável. O feitiço do
(algum tipo de padre) dissipou todo o fogo em meu coração, e me tornei uma pessoa fria, doente. Mas doente de amor.”

Será que era assim que Luna se sentia quanto a Ron? Será que ela se tornara uma pessoa fria, e todo o amor fora apagado?

Ron fechou o livro, e pôs em sua mesa de cabeceira. Desligou a vela, e se deitou. Estremeceu com o frio, e por mais de uma hora se revirou na cama.

Ele passou as mãos no cabelos, e arrancou alguns tufos, de raiva. Notou que todo o seu corpo estava suado, e sua camisa branca já estava transparente, molhada. Sentou-se na cama, bufando, e sentiu-se tonto. Constatou que era fome. Há quanto tempo que ele não se alimentava direito, mesmo?

Ele levantou-se e tirou a camisa, reprimindo o impulso de torcê-la pra ver o quanto de suor saía. Pegou a capa de invisibilidade de Harry sem pedir, e sorrateiramente foi até a cozinha.

Ele tirou a capa de suas costas e a pôs em uma mesa. Com a varinha em riste, iluminando em vermelho sua volta, procurou comida por ali. Não ficou surpreso quando um aroma conhecido o atraiu até um balcão apinhado de tortas.

-Ah não. – Disse Ron. Era tudo o que ele não precisava, mas o que ele mais queria. Pegou a torta de amora e foi se sentar. Seu peito nu tremia e implorava para que ele voltasse para sua cama, mas ele foi forte e se encolheu como pôde em um banco. Com um garfo como sua única arma, deu a primeira mordida. Surtiu o efeito desejado, o gosto de Luna ali na sua boca. Ela de repente era tão real, porém tão distante. Todas aquelas sensações eram ilusões, se ela não estivesse por perto. Era seu coração o enganando habilmente novamente.

Ele abraçou seu corpo e seus dentes bateram.

-Luna. – Sussurrou ele. Como se chamar seu nome fosse conjurá-la, materializá-la.

Ele abraçou mais forte seu corpo, como se estivesse a abraçando. Logo, sua mente fervilhava com lembranças, as mais fortes incluindo aquela cozinha escura e fria, mas todas com aquela garota estranha e encantadora.

Mas agora ela era um sonho. Talvez inatingível.

“Simples Palavras, mas de poder inacreditável. O feitiço do
(Sacerdote, padre, sei lá) dissipou todo o fogo em meu coração, e me tornei uma pessoa fria, doente. Mas doente de amor.”

O coração de Ron pulou algumas vezes, girou em torno de si mesmo e bateu em alguns outros órgãos antes de se normalizar.

Não fora Salazar que lançara o feitiço. Fora aquela peça do mistério que até agora passara despercebida aos olhos de Ron.

Ele agora conseguia completar com exatidão a tradução de Luna. O feitiço fora executado por alguém como um sacerdote, um padre.

-Um Frei? – Disse, verbalizando seus pensamentos.



-Frei Gorducho! Frei Gorducho! – Dizia Ron para o fantasma que acabara de se “levantar” da mesa da Hufflepuff para se retirar do salão principal.

Ele olhou, simpático, para o garoto que o chamara.

-Oh, as pessoas não costumam me consultar, mas me diga, o que foi?

-Frei Gorducho, eu queria saber em que época você viveu?

-Bem, faz muito tempo! Eu quero dizer, eu vivi na época de ouro de Hogwarts, quando os quatro fundadores ainda eram vivos!

-Então você conheceu Salazar Slytherin?

O Frei Gorducho pareceu engolir em seco, e disse – Sim, e um dia ele me obrigou a fazer algo horrível.

-O que, exatamente? – Perguntou Ron, curioso.

-Ele me fez cometer um atentado ao amor. – Disse, choroso. – Ele fez eu acabar com o amor da jovem Rowena e do jovem Godric. Inclusive deve ser isso que me mantém preso a terra, este meu ato terrível. Eu queria seguir em frente, mas eu fui puxado.

-E você pode reverter isso. – Disse. – Reginald Slytherin e Helena Ravenclawn estão dispostos à desfazer o feitiço de Salazar! – “Por favor, que ainda estejam.”

Seu rosto se encheu de alegria. – Se for assim, por mim tudo bem! – E voou alto, alegremente.


-Por favor, Barão! – Suplicou Ron. Ele já até ouvia os rumores dos alunos comentando sobre aquele Weasley que dera pra conversar com os fantasmas.

-Eu já disse que não! – Rugiu ele. Mas Ron aprendera a não ter tanto medo dos fantasmas, depois de passar uma noite escura num banheiro com dois deles.

-Não lhe custa nada!

-Você me causou um bocado de sofrimento desnecessário, seu idiota!

-Pelo coração que você um dia teve, pense no quanto eu estou sofrendo!

-Eu já pensei, e acho que é bem merecido!

-Barão Sangrento! Eu faria de tudo para quebrar este feitiço, até se eu tivesse que convencer um basilisco de que eu era sua mãe eu iria lá e o faria! Só para ter o amor de Luna Lovegood de volta! Eu não gosto tanto quanto você que o seu comprometimento com a causa seja necessário! Mas você, tanto quanto ou melhor que eu, sabe o que é ser rejeitado!

As palavras de Ron pareceram ter algum impacto em Barão Sangrento.

-Garoto, você é insuportável, um pirralho impertinente, um pé no saco por assim dizer. Mas você conquistou uma milionésima parte da minha simpatia. Eu sei o que é o amor, e por tudo o que eu sofri em vida, vou fazer nem que seja meu último ato para defendê-lo.

Naquela madrugada mesmo, os três fantasmas e Ron voltaram àquele banheiro.

A Dama Cinzenta fora estranhamente fácil de convencer. E lá estavam eles. O coração de Ron estremecia a cada palavra proferida pelo Frei, enquanto ele rezava antes de proferir as palavras que libertariam Luna.

Mas seus pensamentos foram ficando cada vez mais difusos, e sua visão embaçada. Ele não conseguia raciocinar, e as palavras do Frei começaram a coçar em seu ouvido até que ele não entendia porcaria nenhuma. Ele se viu na total escuridão da inconsciência em poucos minutos, sem presenciar em mente o fim da cerimônia.


notadoautor: último capítulo dia 02/08, domingo. Provavelmente às 22:00, até as 00:00. tananã

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