Cega, Surda e Muda



29 de Novembro começou com um coro de felicidade em volta da cama de Ron Weasley. A Pequena Victoire Weasley havia nascido no Chalé das Conchas, e chegara pelo menos três cartas nas últimas duas horas, o que era típico de Bill, que ia adicionando elementos que se esquecera nas últimas cartas.

Três dias antes do Natal, rumaram para A Toca Ron, Harry, Ginny e Hermione – que havia sido convidada por Ginny – em seu Natal mais cheio. Estariam lá, todos os Weasley, Fleur e Victoire, Andrômeda e Ted a pedido de Harry e Xenófilo e Luna, a pedido de Ron.

As pessoas n’A Toca ficaram mais desacomodadas que o costume. Ginny, e Hermione ocupavam o quarto de Ron, enquanto Percy, George e Carlinhos dormiam no quatro que fora dos Gêmeos. Molly dormia no quarto dela com Fleur e o berço da pequena Victoire, enquanto Andrômeda e Ted dormiam no quarto de Percy. Restou a Harry, Ron e Bill dormirem em uma tenta armada no jardim dos Weasley.

-Eu já estou cansado dessas férias! – Disse Ron, na primeira noite de férias. – Nunca vi essa casa tão movimentada, sério!

-Não seja tão... Ranheta, Ron. – Disse Bill. Bill era o mais desviado quanto o “estilo” da família. Ele sempre usava vestes surradas ou rasgadas – especula-se que por vontade própria. Seu cabelo era ruivo como de todos ali, só que à altura dos ombros e sempre preso em um rígido rabo-de-cavalo. Ele usava em uma das orelhas um brinco feito de dente de dragão, e mesmo assim Ron estava cansado de ouvir como Bill era o mais bonito dos filhos do Molly. – O espírito do Natal é ser uma data... Legal.

-Você define “Legal” dormir numa tenda? – Perguntou Ron.

-Espere só até Xenófilo e Luna virem passar a noite de natal aqui. A Toca vai explodir. – Comentou Harry, acomodando-se no seu saco de dormir.

-Eles vêm? – Perguntou Bill Curioso. – Por quê?

-Eu os convidei. Quero dizer, pedi pro papai antes.

-Por quê? – Repetiu Bill com a mesma entoação, por que a sua pergunta ainda não fora respondida.

Ron riu, e respondeu: - Ora, por que me deu pena dos Lovegood passando a noite de natal sozinhos!

Bill se virou no seu saco de dormir e encarou Ron. – Fala aí, tem algo por trás disso?

-Ora, o que teria?! – Perguntou, ficando vermelho.

-Olha as orelhinhas deele! – Disse Bill apertando as orelhas de Ron.

-Ele ta afim da Luna Lovegood, agora fiquem quietinhos que o tio Harry quer dormir. – Murmurou Harry, mal-humorado.

Muito obrigado, Harry.” Pensou Ron. “Agora Bill vai me zoar pra sempre e vai contar pro Carlinhos, que vai me zoar mais um pouco e contar pro Percy...”

Bill, com sua capacidade de ignorar o que os outros dizem, continuou: - Você não é uma negação, afinal de contas, Ron! – Disse Bill sorrindo. – E Luna é uma garota bem bonita. – Comentou, pensativo.

-Quê?! – Perguntou Ron, quase incrédulo. – Você não vai me criticar nem... debochar?

-Por que faria isso? – Perguntou Bill, fechando os olhos. – Boa noite, mano. Boa noite Harry. - E dormiu instantaneamente.

Bill podia ser um caso a parte quando se tratava em confiança, algo que Ron até se esquecera, mas esse episódio o fez lembrar de como ele menosprezava a força da família, e como ele andava distante dela.

É, não foras as piores férias de Natal de todos os tempos. Era até divertido estar no meio de tanta algazarra, e estar em volta de Victoire e do capilar multi colorido Ted Tonks. Até Molly parecia mais pra cima, com a chegada de seu neto, e tendo toda a família reunida. Só que Ron não deixou de reparar que Hermione estava anormalmente estranha com ele. Anteriormente, por exemplo, cada palavra de Ron vinha acompanhado por um comentário desagradável de Hermione, e agora nem isso ela fazia. Na tarde de véspera de Natal, Luna e seu pai foram ajudar Molly com os preparativos para a ceia, como pôr uma enorme mesa no pátio. Ela estava tão compenetrada nas suas tarefas que nem viera falar com Ron, direito.



Passar tanto tempo com Ron já não estava sendo tão favorável à resolução inabalável de Hermione. Aquela casa lhe trazia recordações, boas e más. Ela no mais, tentava se ocupar em não pensar em Ronald Bilius Weasley, sempre trabalhando de alguma forma, mesmo quando não era necessário.

Hermione estava confusa, e isso era fato. E ele só precisava de uma confirmação, algo que fizesse ela provar a si mesmo de que não amava mais Ronald Weasley.

- Certo, Hermione sua burra! Faça como você sempre faz, vá pelo caminho mais difícil!



Hermione postava-se à janela do quarto de Ron, e conseguiu atrair sua atenção no meio da tarde. Chamou-o para cima com um aceno, e fechou a janela. Ron deixou de pendurar Gnomos nas árvores do pomar com Xenófilo Lovegood a quem entregou sua varinha para poder trabalhar com as duas mãos, e entrou na casa. Passou por Fleur que amamentava sua filha. Percy e Gina que arrumavam enfeites e guirlandas pela casa, George que ajudava Arthur com a prataria, e as garotas na cozinha ajudando Molly com a comida.

Quando chegou no seu quarto, Hermione torcia os dedos, ansiosa. O que quer que ela tivesse pra falar ela estivera remoendo há algum tempo.

-Hum, voltamos para o ponto de onde convergiram um bocado de coisas. – Comentou Hermione.

-Como o que? – Perguntou Ron, se preparando para ficar exaltado.

-De qualquer forma, Ron – Disse Hermione, bufando. Ela parecia estar com menos paciência que Ron, se é que isso era possível. – Eu tentei adiar isso o ano inteiro, mas eu não consigo evitar o fato de precisar uma explicação.

-Hermione Granger pedindo explicações, vamos aproveitar o momento por que não vai se repetir! – Ironizou Ron.

-Não seja infantil, Ron!

-Quem está sendo infantil aqui, Hermione, novamente?! O que raios se tem para discutir aqui?! – Perguntou.

-Por que você acabou comigo?

-Ah, essa de novo?!

-É, exatamente!

-Hermione, já passamos por isso e não acho que você irá encontrar algo mais satisfatório do que eu já te propus.

-Bem, foi por causa da Luna?

-E se tiver sido, Hermione, não vai mudar nada.

-Vai sim, Ron. Eu vou saber a verdade.

-Eu nunca te amei como eu amo Luna, mas não foi por isso que eu acabei com você. Eu conheci esse sentimento depois que eu neguei o meu por você.

-Era só isso que eu precisava saber. – Disse Hermione, com um sorriso torto. Ela puxou Ron pela gola, e o jogou contra o vidro da janela. Ela uniu seu corpo ao dele e o beijou com vontade.

Ron pensou em resistir, mas ponderou. Resolveu deixar ela se cansar. O que não demorou muito afinal. Quando ela se separou dele, ela perguntou.

-Isso
muda alguma coisa?

-Não. – Respondeu instantâneamente. – Foi o mesmo beijo frio, sem emoção, estático e sem gosto de sempre. Foi assim no primeiro, e acabou de ser a mesma coisa no último. Agora se você acabou, eu tenho que terminar de enfeitar o jardim.

Hermione olhou abobada para Ron. Ela parecia tremer levemente, e não conseguiu falar uma palavras que em sequencia com outra fizesse sentido. Ron entendeu aquilo como um sim, e foi até o jardim.

Chegando lá, Xenófilo arremessou a varinha de má-vontade para Ron, e ele simplesmente se jogou embaixo de uma árvore. Suas bases tremiam, e seu coração pulsava. Ele talvez tenha sido duro com Hermione, mas fora necessário. E ele não a amava mais, isso era inevitável;

Agora Ron não sabia o que esperar quanto a noite, e finalmente notou que estava com medo. Medo de Hermione. Medo de Luna. De Gui e sua felicidade. De George e sua depressão. De Molly, de Arthur. Medo de si mesmo, e de que podia sentir.


últimanotadoautor: http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=34037 vejam. Hum, eu tenho já dois capítulos protos, mas nao to tendo... incentivo suficiente . (:

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