Parte 2



Capítulo 2

Enquanto isso, Draco tentava agir como a garota agiria se estivesse ali, mas tinha admitir que era bem difícil colocar-se no lugar dos outros, ainda mais de Hermione Granger. No fundo, nem sabia ao certo por que tinha aceitado o plano dela de não contar a ninguém e resolverem o problema apenas os dois, já que acreditava que algum de seus lacaios podia saber a solução, porém, ela era a sabe-tudo-Granger; e repassando a situação, ele não tinha nada a perder.


- Pra onde exatamente você está me levando, Wes... Ronald?


- Você está de TPM hoje? Impaciente desse jeito, mas que coisa... Olhe! Lá está Ginny! – o garoto dos cabelos ruivos apontou para alguém muito parecido com ele na arquibancada da gryffindor e Malfoy tentou não revirar os olhos. - Preciso ir, nos encontramos depois, ok?


Não se deu o trabalho de responder enquanto subia as escadas até a ruiva.


- Oi Mi!


- Oi Ginevra.


- Ginevra? Você nunca me chama assim...


- Ah, não? Te chamo como? – a garota pareceu ficar ainda mais confusa com a pergunta de Draco e apenas voltou a sentar olhando para o campo de quadribol onde haveria o grande treino – ou melhor, jogo amistoso.


- De Ginny. Você está estranha... É o Harry?


- Será que podemos não falar sobre o Pot... Harry, hoje?


- Claro, calma!


- Que jogo será hoje?


- Não se lembra? Treino clássico, slytherins VS. gryffindor! – Ginny se levantou. - Olhe o Harry ali com Malfoy!


Draco limitou-se em levantar apenas para parecer que continuava prestando atenção no que a amiga de Hermione dizia, mas simplesmente estava pensando se queria mesmo ver a castanha participando daquele jogo ou se ia impedir tudo aquilo. Podia deixá-la participar e quebrar a cara do chão – o que era tentador -, mas tinha que levar em consideração que era seu corpo ali, e que as pessoas achariam que ele foi mal no jogo, o que era horrível para sua reputação slytherin.


Isso sem falar que, não fazia parte dos seus planos deixar os gryffindor ganharem novamente. E bom... Não que fizesse do tipo sentimentalista, mas algo dentro de seu novo corpo dizia que tinha de se preocupar com ela.


- ...E além do mais, eles devem estar discutindo. – sugeriu a Weasley. - Malfoy é realmente irritante, mas até que é bonitinho. – isso sim, ele ouviu, e até arregalou um pouco mais os olhos. - Lembra que você disse que achava ele sedutor, Mi? – soltou um risinho, enquanto Draco quase engasgava.


- Eu disse? – "Eu sabia que a Granger era apaixonada por mim, e até que ela é bonitinha e... Mas o que eu estou pensando? Ela é uma sangue-ruim!". - Ele é sedutor mesmo, mas... Olha, eu vou ali ao banheiro, volto num instante.


DHDHDH


No corpo de Draco, Hermione entrava em pânico enquanto subia, desastrosamente, na vassoura. As mãos estavam tão suadas que tinha de segurar com muita força no cabo por que o mesmo começava a ficar escorregadio.


- Acho que estou meio enjoada...Digo, enjoado.


- É normal ficar assim com tantos gryffindors por aqui... – debochou. – Agora vai!


Os pés de enorme não sentiram mais o chão quando a vassoura começou a voar e parecia que o ar não estava passando por sua garganta, simplesmente ficara entalado ali. Fitou olhando pra baixo enquanto subia ainda mais, já que não fazia idéia de como estabilizar aquele objeto. Vassouras não eram lá suas especialidades. Fechou os olhos para tentar se acalmar, mas quando abriu os mesmos e só conseguiu ver pontinhos brancos no gramado da arena, o grito finalmente se libertou do aperto na garganta e saiu para quem quisesse ouvir.


- ! – os gryffindors começaram a rir, já que para eles aquilo era Malfoy gritando como uma garotinha e assim que Draco avistou seu corpo no céu voando desastrosamente, quase pirou.


"Louca...!". Pensou enquanto corria para a arena pegar uma vassoura para salvar a donzela.


- Me dá isso aqui, Blaise. – pegou a vassoura do amigo, que não entendeu nada já que para ele aquela era Hermione, e voou ao encontro da castanha que continuava subindo.


SOCORRO!


- Cala boca, Granger! Está me fazendo passar por idiota! – os gritos dela cessaram e a gryffindor nunca tinha ficado tão feliz de ver o loiro ao seu lado.


- Me tira daqui!


- Eu não. Ninguém mandou você subir, Granger.


- Malfoy, me tira daqui. AGORA!


- Cadê a palavra mágica, ein?


- Qual delas, seu idiota? No mundo mágico existem milhares! – ele revirou os olhos.


- Admita que me acha sedutor, então.


- Eu não! Nunca!


- Ok, então. Não vou te forçar. – parou a vassoura deixando a de Hermione continuar, e já ia dando meia volta, apenas esperando os gritos dela que, ele tinha certeza, estavam por vir.


- Malfoy? MALFOY! – mais rápido do que ele esperava. - Ta, ta! Eu admito! Te acho sedutor!


Dos lábios dele, mesmo sendo os dela, brotou-se um sorriso malicioso enquanto ele voava novamente na direção da garota sem demora para alcançá-la.


- Pula da vassoura!


- O que? Você está completamente louco, seu delinqüente? Quer me matar?


- Não seria uma má idéia tirando o fato de que o meu corpo ia morrer. Agora, pula!


Engoliu em seco fechando fortemente os olhos. E ela tinha outra opção? Quanto mais alto continuasse voando, maior seria a queda e a única maneira de evitá-la naquele momento, era pulando no colo de Malfoy; hesitou por um momento já que, o corpo que ia pegá-la ali seria o dele e que talvez Draco não agüentasse o peso, mas não tinha tempo para fazer as contas. Era pegar ou largar. Aliás, pular ou largar. O fez, deixando um grito alto escapar de seus lábios, mesmo depois de sentir os próprios braços lhe enlaçando.


- Dá pra parar de gritar e se mexer? É difícil me equilibrar nesse seu corpo gordo e ainda segurando o meu! – era uma sensação estranha sentir as próprias mãos lhe envolvendo, mas com outra pessoa comandando seu corpo. E por Merlin, como estavam frias.


- Nossa, minhas mãos nunca foram tão frias assim...


- Deve ser por que eu estou no seu corpo, sei lá! Isso importa? Agora senta aí atrás e se segura por que vamos descer. – a garota passou para trás com certa dificuldade, segurando em Malfoy fortemente. - Será que eu posso respirar, Granger? Mas que coisa...! E relaxa, vai ser um pouso calmo.


Ele sorriu da maneira mais slytherin possível, o que ficava extremamente bizarro no rosto de uma gryffindor, mas Hermione percebeu o que ele pretendia fazer. Descer em toda velocidade.


- Nem pense nisso.


- Eu nunca penso.


Afundou o rosto nas costas dele para que o vento forte não pegasse muito no seu rosto, mas ainda assim sentiu os calafrios da descida e só voltou a abrir os olhos quando sentiu os pés no chão. Para não causar tumulto, o garoto pousou longe da arena próximo ao jardim enquanto Hermione descia da vassoura arrumando os cabelos lisos e vinha até ele lhe dar uns bons tapas.


- Pouso calmo, não é?


- Pode bater. É o seu corpo que vai ficar roxo, mesmo.


- Você é um grande babaca, alguém já te disse isso?


- O que você esperava de um Malfoy, querida? Amor e empatia?


- Cala boca, seu estúpido! Não percebeu que não podemos ficar brigando? Temos que ser amigos para podemos voltar ao nosso corpo original! Então coopere, sim?


- Não, Granger! Eu não me recuso a ser seu amigo e... – Draco para de falar assim que vê, atrás de Hermione, Neville ouvindo toda a conversa.


- O que foi? – ela vira de costas. - Neville? Não é o que você está pensando...


- Hermione, então você é o... E o Malfoy é...


- Cala boca, Longbottom!


O slytherin estava começando a se irritar com todos – que se resumiam nele, Hermione e Neville – comentando sobre esse desastre dos dois terem trocado de corpo, então sem pensar, sacou logo a varinha mirando no garoto, mas Granger entrou na frente rapidamente.


- O que você pensa que vai fazer? E estou perguntando isso enquanto ignoro o fato de que você simplesmente não pensa, seu irracional! Agora, me dê essa varinha. – mas ele simplesmente empurrou a castanha.


- Obliviate! – o feitiço acertou em cheio no peito do garoto que caiu para trás e a amiga não pensou duas vezes antes de correr até o mesmo passando a mão por seu rosto, preocupada. - Relaxa, Dumbledore vai cuidar dele.


- Você é um... Um...


- Gostoso? Perfeito? Aé, sedutor.


- Você me irrita.


- Conte-me uma novidade. Vamos pro Salão Principal, o jantar já vai ser servido.


- Falou o "super-preocupado".


- Te perguntei alguma coisa? Então cala boca, Granger.


O loiro puxa a garota pelo braço até chegarem à porta do Salão Principal e antes de entrar, ele a alerta:


- Não se esqueça, você é Draco Malfoy-o-bonitão.


- Que piada...


Ela entrou primeiro no Salão se direcionando para a mesa dos slytherins e Draco esperou um tempo antes de entrar indo para a mesa dos gryffindors com certo receio, afinal, ao lado dele sentavam-se as pessoas mais repulsivas de Hogwarts: Harry Potter e Ronald Weasley. Podia ficar pior? Podia.


- "Ai, não acredito que estou me misturando com sonserinos..."


- "Você deveria sentir-se honrada!"


- "Malfoy, vai toma... Espera aí! Você está ouvindo meus pensamentos?"


- "É, parece que sim. Vai, Granger, pensa que eu sou gostoso."


- "Raramente eu penso mentiras, Malfoy!"


- "Ui, agora você me pegou, tigresa."


- "Cala boca, Malfoy!"


- "Mas eu não disse nada! Eu pensei, sua burra! Nossa, para uma sabe-tudo você é bem lerdinha..." – antes que Hermione pudesse pensar em algo para responder o garoto, foi abraçada por Pansy novamente.


- Está mais calmo agora, Draquinho?


- Parkinson, eu por acaso te chamei aqui?


- Não, mas...


- Então que merda você está fazendo aqui? – a morena se afastou fazendo uma cara de triste que não enganava Hermione de maneira alguma, mas foram segundos depois que se deu conta do que disse; Merlin, ela estava ficando bem Malfoy.


DHDHDH


Enquanto isso, na mesa dos gryffindors, Malfoy tentava responder às perguntas da maneira mais monossilábica possível, mas estava ficando difícil. Tomou um gole do suco de abóbora e tossiu para coçar a garganta ao ouvir a pergunta de Potter.


- Mi, era você voando com Malfoy no treino?


- Não, Pot... Harry. Você deve ter se confundido...Sabe como sou lesa com vassouras, não é?


- Se quiser... Podemos dar uma voltinha na minha vassoura qualquer dia desses. – Ok, para Hermione talvez aquela frase não tivesse nenhum pouco de malícia, já Malfoy entendia ao pé da letra o que o garoto que sobreviveu quis dizer com aquilo. Sorriu falsamente.


- Você está mesmo me cantando, Potter? A Chang te deu um pé na bunda tão forte assim, ou você realmente não tem nada melhor pra fazer?


- Não entendi o que você quis dizer com isso, Hermione.


- Não me admira.


Gostava de quando dizia aquelas coisas para os dois garotos por que, depois disso, não ouvia a voz dos mesmos o resto da noite; o que era um alívio. Assim que terminou o jantar, rumou para as masmorras, mas no caminho, por uma das grandes janelas, avistou seu corpo parado em frente ao Lago Negro. Era Hermione. Não estava muito a fim de perguntar para a garota o que ela tinha, mas precisava se certificar de que a mesma não ia jogar o corpo no lago e cometer suicídio.


- O que foi, Granger? – logo perguntou, se aproximando e pode ouvir os soluços do choro dela, que não combinavam nada com a voz de Malfoy. - Ah não, de novo não...


- Eu vi o Harry... E a Cho... E...


- Granger, olha a merda que você está fazendo! Vamos, levanta. – ela obedeceu e ele a segurou pelos ombros, balançando levemente enquanto falava. - O Potter é um babaca, não vale a pena você ficar pelos cantos chorando por ele! E tem mais, as pessoas vão começar a achar que eu estou de depressão! – Hermione arriscou um sorriso. - Não era pra você sorrir, mas ok. Agora vamos,vou te levar pro seu novo quarto.


O fez, abrindo a porta para a mesma que dava para o belo quarto de monitor que o garoto tinha, parecido com o dela, na verdade, só mudando as cores da decoração.


- Não mexa nas minhas coisas.


- Eu não quero perder meu tempo.


- Eu que perco meu tempo falando com você, garota.


- Ótimo, agora V-A-Z-A. – e bateu a porta na cara do loiro. "Por Salazar, como eu agüento essa garota?"


Hermione deu uma boa olhada na decoração do quarto e, até que o verde e prata lhe agradavam de certa forma, logo jogando-se na cama olhando para o teto enquanto pensava no enorme problema que estava tendo.


- Bom... O feitiço é como uma poção polissuco*, só que com a conseqüência de que duraria para sempre, então talvez eu consiga fazer a poção e assim que bebermos voltaremos para nossos corpos! Ou... não. Falo com Malfoy na hora de monitoria.


Foi até o banheiro o banheiro para fazer xixi e, mesmo já estando começando a ficar acostumada com o fato de que agora era um garoto, tinha se esquecido que, hora ou outra, teria de usar o instrumento. Assim que seus olhos fitaram aquilo, a garota ficou boquiaberta.


- Como eu uso isso? – receosa, segurou o membro com as pontas dos dedos tentando mirar dentro da privada, o que era extremamente complicado, e assim que terminou fez a anotação mental para que, da próxima vez, levantasse o acento. - Não acredito que acabei de fazer isso... – comentou em meio de risos enquanto lavava a mão.


- Não sei do que você está rindo, Srta. Granger.


Levou um susto olhando cautelosamente para o quarto procurando por alguém e lá estava o anjo responsável por tudo aquilo. Hermione não negou o medo e quis muito que o loiro estivesse lá.


- Quem é você?


- Sou Stuart.


- Aposto que Malfoy te deve alguma coisa pra você estar fazendo isso com a gente... Olha, ele pode pagar!


- Eu quero a amizade de vocês.


- Desculpe, mas você quer o impossível.


- Mas impossível que fazer vocês trocarem de corpo?


- Que ponto você quer chegar?


- O impossível eu já fiz, Srta Granger, só peço que vocês sejam amigos.


- Mas...


- Sem 'mas'. Você tem dez dias, começando por hoje. – terminou sua frase e, simplesmente, desapareceu e a garota, sem saber o que fazer, apenas jogou-se na cama, exausta.


DHDHDH


Malfoy rumou para seu novo quarto depois de deixar Hermione no dela, e simplesmente ficou enojado quando viu todas aquelas cores claras que decoravam o lugar. Pra que tudo aquilo? Deduziu que dormiria mal aquela noite.


- Isso é tão...


- Grifinório? – perguntou o anjoParece que hoje era a noite de fazer as visitas aos seus torturados.


- Sabe, graças a você, meu dia foi um saco! Estou pensando até em escrever um livro. "Inferno: Um dia sendo Granger".


- Acho bom vocês ficarem amigos, ou vai escrever "Inferno: Pra sempre sendo Granger".


- Desde quando me importo com o que você acha bom ou não? – mais velho simplesmente ignorou.


- Já sabe, vocês têm 10 dias.


- Olha só, ou você cala boca, ou você me pega um Eno-Guaraná antes que eu vomite com ânsia que sua voz me dá.


- Nos vemos por aí. – e ele sumiu.


- Graças a Salazar!


"Não estou com saco para tomar banho..." Pensou o garoto indo em direção à cama, mas antes que deitasse na mesa avistou seu corpo no espelho que, na verdade era o de Hermione e uma idéia maliciosa lhe veio em mente. "Pensando bem..."

Continua...

Nota da Autora: Olha, três reviews é muito pouco, gente :/ Mas como eram muito fofas e deram incentivo, resolvi postar! O seguinte... Agora não vou mais fazer isso. Ou sobe esse número de reviews, ou é TCHAU, TROCANDO AS BOLAS. U-U Mesmo assim, muito obrigada às moças adoráveis que postaram esses comentários! Um super beijo! 

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