Parte 1



Trocando as bolas/Em seu lugar


Por Clarice Bean. 


N/A: Oi gente! Bom, antes de qualquer coisa, deixe-me explicar o título. Minha fic, escrita em 2OO4 tem como título original (no FF.net, pelo menos) 'Em seu Lugar' e como sou nova por aqui no FeB provavelmente alguém já utilizou esse título em outra fic então tive de fazer uma pequena modificação alterando para 'Trocando as bolas'. Pra mim, sinceramente, não faz muita diferença espero que meus leitores do FF.net também não se importem. Lembrando mais uma vez – o que vocês já devem estar cansados de ler – não continuo a fic SEM comentários. Então é isso, beijocas e aproveitem!


 


Capítulo 1


 


   Granger estava sentada no parapeito de uma das janelas da grande Hogwarts fitando um ponto qualquer do jardim onde havia vários estudantes de bobeira ou namorando enquanto sua mente estava em outro lugar, ou melhor dizendo, em outra pessoa. Harry Potter. Não fazia muito tempo que descobriu sua paixão pelo amigo, mas de algo ela tinha certeza: ele não sentia a mesma coisa. Ou se sentia, não demonstrava de maneira alguma! Ficava até se perguntando se todos os garotos eram assim tão lerdos, até que Ron lhe veio a mente e ela concluiu que sua tese estava por demais de correta. Garotos são lerdos.


 


   Rodou os olhos levantando dali e passando a mão sobre a saia como se tentasse limpá-la levemente ao mesmo tempo que tirava os amassos e achou que seria bom conversar com Ginny sua (única) e melhor amiga. Mesmo sendo mais nova que Hermione, já teve muitos casinhos de amor com alguns garotos de Hogwarts e às vezes, a castanha jurava que um deles teria sido com Potter, mas G. negava até a morte. Confiaria nela? E por que não? Desceu as escadas e a encontrou conversando com Hannah Summers, uma garota do terceiro ano. Ótimo, assim teria duas teorias a respeito de Potter.


 


 --- Oi meninas!


 


 --- Oi Hermione! – comentaram as duas em conjunto.


 


 --- Estão ocupadas? Eu tenho uma pergunta pra vocês...


 


 --- Deixe-me adivinhar, é sobre Potter. Sério Mi, você precisa esquecer ele e...


 


 --- Eu posso perguntar, pelo menos? – interrompeu a castanha e Ginny apenas rodou os olhos assentindo com a cabeça. --- Todos os garotos são lerdos?


 


 --- Você quis dizer, como o Harry? Ou no geral? Por que preciso admitir, garotos são bem lerdos, sim, mas o Harry atingiu um número inexistente no meu lerdomômetro. – as outras duas riram do que Summer dissera e Hermione encostou-se na parede suspirando brevemente. --- Você gosta mesmo ele, não é?


 


 --- Eu acho que sim. Mas preferia que não.


 


 --- Bom, nós temos algo pra te contar... É sobre Harry e...


 


 --- Espera Hannah! – interrompeu Ginevra, sem certeza de que era certo contar aquilo para a amiga. Seria um choque depois que descobrisse. --- Não tenho certeza se devemos contar a ela e...


 


 --- Contar o que?! – as duas se calaram. --- Anda! Fala! – mas elas continuaram caladas. A gryffindor desencostou-se da parede segurando os livros na altura dos seios com uma expressão ligeiramente séria na face. Parecia realmente estar ficando irritada com aquilo. --- É sobre...


 


 --- É. E se você olhar pra trás vai entender o que eu queria te alertar.


 


 


   Algo nos sensores femininos de Hermione Granger lhe diziam que aquilo era uma péssima notícia e o que ia ver provavelmente não seria Harry ajoelhado atrás dela com uma caixinha onde haveria um anel de diamante enorme. Quem dera... Virou devagar ainda com os olhos fechados receosa com o que ia avistar e assim que seus olhos amendoados fitaram aquela cena, um incômodo aperto no coração fez com que um suspiro escapasse de seus lábios.


 


  Nos braços de Harry Potter – o amor de sua vida, até onde sabia – estava Cho Chang – a garota com pontas duplas no cabelo, como diria Ginny e para piorar um pouco mais a imagem, o garoto que sobreviveu estava para tocar seus lábios nos da morena, mas antes que pudesse ver a cena, Hermione deixou seus livros caírem no chão olhando para Ginny e Hannah, como se esperasse algum consolo. Um bom.


 


 --- Eles já estão ficando a um tempo, Mi... – Ótimo, era mesmo o que ela precisava ouvir. Rodou os olhos sentindo uma mistura de sentimentos acontecendo dentro de si o que resultava em lágrimas.


 


   Tampou os olhos com as pequenas e delicadas mãos e correu na direção oposta do casal que se beijava no fim do corredor sendo guiada apenas por sua mente. Mente confusa, o que logo gerou numa trombada contra um peito forte e bem trabalhado que havia em sua frente.


 


   --- Oh, foi mal. Eu não te... Granger?! – ela reconheceu aquela voz masculina e tirou a mão de frente dos olhos. --- Mas o que você...?! Espera, você está chorando?! Salazar, eu preciso gravar isso! – debochava ele, rindo em seguida com seus lacaios slytherins enquanto a garota tentava não ouvir os comentários maldosos que ele fazia; apenas passou entre ele e um outro slytherin correndo até a biblioteca e sentando entre uma das últimas estantes do recinto.


 


   Colocou uma mexa do cabelo atrás da orelha e encostou a cabeça na parede respirando fundo.


 


 --- Isso não está acontecendo comigo. Isso não está acontecendo comigo. Isso não está acontecendo comigo. – ficou dizendo para si num cochicho quase inaudível, deixando os olhos fechados fortemente para quando abrisse, acordasse do pesadelo.


 


 --- Granger? – abriu os olhos novamente, mas só pareceu o que pesadelo ficou muito pior. Era Malfoy. Ok, o pesadelo tinha tornado-se realidade.


 


   O garoto nem precisava ouvir uma resposta para notar onde ela estava, já que os soluços da garota a entregaram facilmente. Com os livros dela nas mãos, seguiu até as últimas prateleiras e assim que a encontrou jogou os mesmos no chão violentamente. Hermione o fitou franzindo o cenho.


 


 --- Você não tem mais ninguém pra torturar?


 


 --- Deixa eu adivinhar... Você está chorando graças ao Potter, não é? Ora, por favor, Granger! Eles já estão ficando há séculos! Só você, estúpida, não percebeu. Ele foi obrigado a ficar com a sua inimiga bem na sua frente para que você notasse... Cruel, mas interessante. – ele se aproximou um pouco mais dela, agachando-se a sua frente, e abaixando um pouco o tom de voz. --- Mas cá entre nós, quem ia querer ficar com você, Granger?


 


 --- Cá entre nós, Malfoy, quem ia querer ficar com você? – ele riu.


 


 --- Assim, tipo, a escola inteira?


 


 --- Não, não, só as putas mesmo!


 


 --- Nesse caso, você também deve querer. E muito. – sendo a gota d’água para Hermione, já que Malfoy tinha estourado a cota de encher seu saco naquela semana, a mesma se levantou cutucando o dedo contra o peito bem trabalhado dele enquanto pensava numa boa resposta.


 


 --- Escuta aqui, seu... – mas acabou interrompida por um som irreconhecível vindo do meu da biblioteca. --- Malfoy, o que você...?!


 


 --- Shhh! – o garoto saiu de trás das prateleiras, sendo seguido pra gryffindor, e ambos viram a luz branca que se formava no centro do cômodo. Hermione fitou M. Pince para ver se ela também prestava atenção no fenômeno, mas ela parecia congelada.


 


 --- O que é isso...? Ah, desculpe. Eu me esqueci completamente que você é o loiro por aqui. – alfinetou, mas logo acrescentando. --- Vai lá ver o que é!


 


 --- Você é a cobaia por aqui! Vai você! E além do mais, deve ser Satã que veio te levar de volta par ao inferno.


 


 --- Inferno? Não obrigada, não quero ir até sua casa...


 


 --- Parem vocês dois! – um homem vestido de branco formou-se a partir daquela luz que logo se apagou e colocou-se em frente ao casal.


 


 --- E quem é você? Nossa consciência? Que piada... – debochava Malfoy, que acabou por receber um olhar mortífero do possível anjo que sorrateiramente se aproximava.


 


 --- Estou cansado de ver vocês dois discutindo... – ele ia chegando perto e os dois adolescentes iam dando passos para trás, e quando ele ia continuar a falar, Hermione o cortou.


 


 --- Já experimentou simplesmente não ver? – o anjo fez algum tipo de magia que o fez aparatar bem na frente da garota – mas algo muito mais avançado, já que aparatar em Hogwarts não era possível – e, assustada, segurou a mão do loiro involuntariamente.


 


 --- Cuidado com as palavras, mocinha.


 


 --- Você quer falar logo o que você veio fazer aqui? Por que, sabe como é, certas pessoas tem o que fazer! – o desconhecido rodou os olhos, apenas ignorando o comentário do garoto.


 


 --- Resolvemos que vocês têm 10 dias.


 


 --- 10 dias pra que?


 


 --- Para serem amigos.


 


 --- Amigos?! – exclamaram os dois juntos e, percebendo que as mãos estavam uma sobre a outra, soltaram-nas no mesmo instante, afastando-se. --- Eu não seria amiga dele, nem se minha vida dependesse disso!


 


 --- Eu nunca pensei que fosse concordar com você, Granger.


 


 --- Eu não acabei. Vocês têm 10 dias para serem amigos, ou ficarão assim para sempre.


 


 --- Assim como?!


 


 --- Assim. – e num estalo de dedos, ele simplesmente sumiu em meio de uma leve fumaça enquanto a gryffindor e o slytherin sentiam algo estranho em seus corpos. Hermione passou a mão na testa sentindo uma leve tontura e coçou os olhos tentando acreditar que aquilo todo fora mesmo real.


 


 --- Você sentiu isso, Malfoy? – sua voz estava grossa. --- Mas o que...?!?! – apalpou seu corpo rapidamente, começando pelos seios. Não havia seios. Passou sobre os cabelos que agora eram curtos e muito lisos. Engoliu um grito.


 


 --- Granger! Olha a merda que você fez! Trocamos de corpo!


 


 --- Eu?! Quem provocou o cara foi você, ok?!


 


   Draco tentou ignorá-la por um segundo enquanto checava seu novo corpo. Cabelos encaracolados, mãos sensíveis e pequenas... Apalpou os seios levemente.


 


 --- Tira a mão daí, seu pervertido.


 


 --- Fica quieta. Até onde eu sei, isso é meu agora.


 


 --- Idiota... Precisamos dar jeito de voltar para nossos corpos rapidamente, eu não posso viver sendo um Malfoy.


 


 --- Você fala como se fosse ruim, Granger. Até parece que eu, Draco Malfoy, quero passar o resto da minha vida sendo uma sangue-ruim!


 


 --- Não vejo por que não, você ficou muito melhor assim e...


 


 --- Ei, vocês dois. A aula de vocês vai começar, acho bom irem para suas salas! – comentou M. Pince que, obviamente já estava descongelada e não tinha mesmo visto ou ouvido nada. Ninguém tinha, e Hermione achou que seria melhor assim.


 


 --- Certo. Presta atenção, oxigenado, eu tenho aula de poções agora então...


 


 --- Ótimo, aula vaga!


 


 --- Está louco?! Você vai à aula! Até por que, temos provas daqui dois dias.


 


 --- E daí?


 


 --- Temos que estudar, Malfoy!


 


 --- Correção: você precisa estudar...- ela bufou irritada, colocando as mãos na cintura e apoiando o peso no corpo em uma das pernas. --- Tira as mãos da minha barriga, Granger? Obrigado. Ta, ta... Vamos logo pra essa aula, mas antes me deixa ir lavar esse seu cabelo... Quero ter certeza que não há mesmo piolhos.


 


 --- Cala boca e vamos! – ela, com o corpo de Malfoy, puxou o mesmo pelo braço sem perceber a tamanha força que utilizara fazendo com que o corpo de ambos trombassem. --- Como você é forte...


 


 --- Sou um Malfoy, meu bem.


 


   Rodou os olhos fingindo não ter escutado pegando seus livros do chão e seguindo para a aula de poções que teria agora. É claro que atraíram alguns olhares pelo corredor, afinal era estranho ver um slytherin (que na verdade era Hermione) puxando a sangue-ruim até sala de aula. Parou na porta e puxou até um canto.


 


 --- Não esqueça, você é Hermione Granger, então aja como uma garota!


 


 --- Granger, fala sério... Você acha que eu sou idiota, ou o que?!


 


 --- Certo, isso não merece uma resposta. – e o empurrou para dentro da sala, tendo a sorte de que Snape ainda não estava por lá.


 


   Hermione já estava tramando algum plano para que pudesse voltar ao seu corpo rapidamente e nem percebeu que estava fazendo seu caminho rotineiro de ir sentar-se ao lado de Harry e Ron que a olharam feio.


 


 --- O que você quer aqui, Malfoy?!


 


 --- Mas Harry eu... – “Eu sou um Malfoy, lembra? Um Malfoy!”. Ouviu uma voz em seus pensamentos lhe alertando, o que fez com que a garota entreabrisse os lábios para dizer algo, mas nenhumas de suas respostas rápidas vieram na mente. --- ...Digo, Potter. Eu só... Eu só... Vim ver se... Ora, isso não é da sua conta! --- disse por fim, levantando-se rapidamente dali e indo sentar-se ao lado dos lacaios de Malfoy.


 


   Respirou fundo, aliviada de seus amigos não terem notado nada e imaginou que agora tudo ficaria mais fácil, mas lembrou que ainda havia Malfoy – que agora era ela – e que ele precisava ser gentil com Harry se não o mesmo acabaria percebendo que algo estava muito errado ali. Olhou para trás ver se conseguia avistar o loiro em seu corpo, mas antes de qualquer coisa, sentiu braços ainda mais frios que sua pele enlaçarem seu pescoço.


 


 --- Draquinho, meu amor!


 


 --- Parkinson?! Parkinson, me solta! Agora!


 


 --- Ai Draquinho, não precisa ser tão cruel... – a morena nem quis discutir, apenas sentou num canto qualquer um pouco mais longe de Draco. Ufa, agora sim estava mesmo aliviada.


 


DHDHDH


 


 


   Para Draco a situação era a mesma; ainda mais ele que não sabia de maneira alguma como agir como uma garota, então apenas sentou ao lado de Harry e Ron com as pernas levemente apertas – afinal, nunca tinha usado uma saia na vida – e sem nem cumprimentar nenhum dos dois garotos. Aliás, estava rezando para que não trocassem palavras; mas seu pedido não foi atendido.


 


 --- Oi Mi. – começou Harry. --- Onde você se meteu essa manhã? Eu não te vi... – o loiro parou para pensar numa resposta que a sangue-ruim diria.


 


 --- Ah, Pot...Harry, eu estive sempre bem na sua frente, você não viu por que estava de amassos com a Chang. – e deu seu sorrisinho Malfoy que fez um calafrio subir na espinha de Harry, que até fitou Ron, mas nenhum dos dois se atreveu a dizer algo. Perfeito, exatamente como Malfoy queria.


 


   A aula começou bem, na verdade, bem demais para o gosto de Hermione que tentava falar pouco perto dos slytherins, para que os mesmos não percebessem que havia algo errado, mas então, ouviu Snape direcionando uma pergunta para ela mesma, que no caso, era Malfoy. Virou rapidamente o rosto, como a maioria dos outros alunos.


 


 --- E então, Srta. Granger, qual é a resposta? - como ela era Draco, responder a pergunta não foi nada difícil o que deixou Snape boquiaberto, como o resto da sala. --- Não esperava por isso, Granger.


 


 --- Ótimo, por que eu adoro surpreender. – a verdadeira Hermione franziu o cenho ao ouvir aquilo, já que definitivamente não era algo que ela diria numa aula como aquela.


 


 --- Certo... 5 pontos para gryffindor.


 


   Assim que ‘gryffindor’ chegou ao ouvidos de Draco, o garoto praticamente broxou e dura realidade lhe deu um tapa cara lembrando-o que agora ele era Hermione Granger. Tinha esquecido completamente que os pontos iam para a casa da garota o que lhe fez revirar os olhos ao mesmo tempo que fazia a anotação mental de que ela pagaria caro por esses cinco pontos.


 


   Já a verdadeira Hermione se remoia de rir com a cara de Snape ao ouvir sua resposta ligeiramente ousada. Pegou um pedaço de pergaminho para escrever as páginas do livro que cairiam na prova e, sem querer – será mesmo? – acabou fitando Harry e a imagem dele quase beijando a morena lhe veio em mente fazendo uma lágrima escorrer por seu rosto. “Preciso me controlar, não sou mais Hermione Granger. Não por enquanto.


 


   O resto da aula correu extremamente bem e assim que a mesma terminou, Draco foi até Hermione.


 


 --- Ei, você não estava chorando na aula, estava?!


 


 --- Isso não é da sua conta, Mal... Granger. – corrigiu rapidamente vendo que Ron ouvia a conversa e logo se aproximara segurando-se no braço da falsa Hermione.


 


 --- Ele está te incomodando, Mi? – Malfoy fez uma cara de nojo, recebendo uma forte pisada no pé, engolindo um gemido de dor.


 


 --- Não Wes...Ronald. Não está não. – forçou um sorriso e foi puxando pelo braço por Ron, que comentava algo sobre o treino de quadribol da gryffindor e que Ginny queria falar com ela. Hermione, no corpo de Draco, soltou um risinho e Draco revirou os olhos parecendo bem irritado. --- Você me paga. – ela leu nos lábios dele, sem ligar muito.


 


   Estava mais preocupada com a aula que os slytherins teriam agora, mas Blaise logo apareceu.


 


 --- O que você está fazendo aqui?! Draco, temos treino agora!


 


 --- Treino?! Como assim, treino?!


 


 --- É! – ele a puxava pelo braço. --- Um clássico, contra os gryffindors. – ele sorriu para a garota parecendo realmente contente com aquilo que, claro, parecia realmente interessante, mas não quando ela tivesse de participar.


 


   Sentiu as mãos suarem, as pernas ficarem bambas e engoliu em seco. “Quadribol? Voar? Vassoura?! Socorro, Malfoy!


 


Continua...


 


N/A: Caso tenha comentários e fic não for atualizada, podem me adicionar no MSN que eu conto qualquer coisa que tenha acontecido, ok? [email protected] beijos!

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