Na Toca



Na Toca


Harry acordou na manhã seguinte com o corpo todo dolorido. Relembrou o que lhe aconteceu no dia anterior.


“Estava a voar e de repente começou-lhe a doer de tal maneira o corpo que não conseguiu agarrar a vassoura. Enquanto caia gritava por causa da dor. Era pior que a maldição Crucio de Voldemort. Em pleno ar desmaiou.”


            Ia-se levantar. Esticou a mão à procura dos óculos e sentiu um peso sobre o seu peito. Apanhou os óculos sem se levantar e olhou para o que estava em cima dele. Viu uma cabeleira ruiva encostada ao seu peito. Reconheceu-a. Era Ginny Weasley. Os seus braços estavam debaixo da cabeça, pousados no peito do rapaz. Estava serena. “Parece um anjo. Está tão calma!” pensou Harry. Ela estava linda, pelo menos para Harry. Ele nunca a tinha visto tão bela. “Estou-me a apaixonar?” pensou. Um monstro rugiu dentro de si.


            Ouviu alguém a falar e a abrir a porta do quarto que só naquele momento reparou que não era o do Ron. Entraram no quarto. Harry reconheceu-os logo. Sirius Black e Albus Dumbledore. Fez um sinal para falarem baixo e apontou para Ginny. Os dois homens sorriram, concordando, e Sirius murmurou:


- Estás bem?


            Harry acenou com a cabeça e Sirius e Dumbledore saíram do quarto. Ginny mexeu-se. Levantou a cabeça e ao constatar que o “menino-que-sobreviveu” acordou levantou-se e abraçou-o.


- Estás bem? Precisas de alguma coisa?


- Estou bem e não preciso de nada Ginny – e sorriu.


- Parabéns! – Abraçou-o.


            Harry sentiu o cheiro dela. Era doce. Ela foi afastando-se devagar dele. Queria absorver o cheiro dele ao máximo. Queria guardar aquele momento a sós. Ele pousou a mão no rosto dela. Era macia, como ele pensava. Fixaram os olhos um no outro. Foram-se aproximando. Por fim, beijaram-se. Não era um beijo qualquer, era um beijo apaixonado, desejado, à muito. Ginny passava uma das mãos pelos cabelos dele, e a outra, estava pousada sobre o peito do rapaz. Harry tinha uma das mãos na face macia dela e a outra nas costas da rapariga. O mundo não existia mais para eles. Só existiam os dois. Por fim o beijo parou.


- Como não a notei antes Ginny?


- Agora não interessa. – Disse dando-lhe um pequeno beijo nos lábios.


- Ginny Weasley aceita namorar comigo?


- Não sabes à quanto tempo estou à espera dessas palavras! É claro que aceito!


            Harry levantou-se mas logo teve de sentar-se na berma da cama visto que se tinha sentido atordoado de repente.


- Estás bem?


- Sim. Atordoado, mais nada.


            Levantou-se e os dois desceram para a cozinha onde encontraram várias pessoas. Estavam lá Ron, Hermione, Lupin, Ninphadora Tonks, Mrs. e Mr. Weasley, os gémeos Fred e George, Percy, Bill, Fleur, que depois do final do ano passado passara a namorar com Bill, Dumbledore e por fim Sirius. Sentaram-se um ao lado do outro, Harry de frente para Sirius que sorria para ele. Foi como se uma bomba tivesse caído na casa dos Weasley. Todos falavam ao mesmo. Todos a desejar-lhe os parabéns e felicidades. Apenas Sirius e Dumbledore estavam quietos, apenas sorriam e segredavam alguma coisa um ao outro.  O barulho foi cessando.


            Algum tempo depois Mr. Weasley e Percy foram trabalhar, assim como Bill e Fleur. Tonks e Lupin saíram para irem à casa dos pais da primeira. Fred e George foram para o quarto. Hermione, Ginny e Mrs. Weasley começaram a arrumar a cozinha. Harry, Ron, Sirius e Dumbledore foram para os sofás. Sentaram-se.


- Harry, o que aconteceu ontem? – Dumbledore


- Não sei bem. Num momento estava bem e no outro senti dor por todo o corpo e não consegui agarrar a vassoura, caindo. Não me lembro de mais nada.


- Quem – nós - sabemos? – Arriscou Ron


- Não, foi pior. Como uma descarga de energia. Não me parece que Voldemort transferisse a sua energia para mim.


- Uhm, tenho de ir. Parabéns Harry! - disse Dumbledore


- Obrigada


- O que vamos fazer hoje Harry? É o teu aniversário!


- Pois…Ainda não pensei nisso.


- Quiddich?


- Tudo bem.


- Vou chamar os gémeos e Ginny.


            Ron foi chamar os outros e enquanto isso Sirius perguntou a Harry:


- O que há entre ti e a Ginny?


- Eu e ela… Bem, nós…


- Existe um nós! AhAhAh


- Mais ao menos.


- Pareces a tua mãe a falar! Ela não admitia que gostava do James e depois não admitia que namorava com ele.


- Ah! Bem, nós namoramos, agora. Nem sei como não a vi antes.


            Ron chegou acompanhado de Fred, George e Ginny.


- Vamos? – Perguntou Fred entusiasmado.


            Cada um pegou uma vassoura e foram, para um vale perto da Toca, jogar. As equipas eram: Fred, George e Ron numa e Harry, Sirius e Ginny noutra. Em cada equipa havia dois chasers (artilheiros) e um keeper (goleiro).


             O jogo decorreu normalmente. Todos se divertiam. Quando já era hora do almoço eles voltaram para a Toca e depois do delicioso almoço da Mrs. Weasley, os seis mais Hermione, voltaram para o vale.


Aconteceu tudo muito rápido. Só ouviram Harry a gritar por Ginny e esta estava a cair e bater, fortemente, com a cabeça num pedregulho. Todos pousaram e correram para Ginny. Uma poça de sangue começava a fazer-se no chão.


- GINNY! – Gritou Harry – Por favor, tu também não! Vá lá, acorda! Não me podes deixar. Eu preciso de ti! – Várias lágrimas escorregavam pelo rosto do rapaz.


- Harry, … - Sirius chamou.


- Não! Outra pessoa que eu amava! Sirius por favor diz-me…


- Desculpa Harry.


Todos choravam. Lágrimas transparentes. Lágrimas puras e tristes. Num movimento rápido, Harry, ajoelhou-se e colocou a cabeça de Ginny nos seus joelhos. Colocou as mãos em cima dos olhos dela, afastadas uns centímetros, e começou a murmurar algu que os outros não perceberam. Exactamente vinte segundos depois, Harry, caiu no chão, inerte. Sirius correu até ele. Estava pálido. Pálido não, estava branco, cor – de - cal. A sua respiração era quase nula. O coração também mal batia.


Sirius ouviu Mrs. Weasley a gritar. Olhou. Ginny começava a levantar-se. Ela olhou ao seu redor e pousou os olhos em Harry. Correu até ele.


- Harry!


- Ginny? – Murmurou Harry, fraco


- Sim Harry.


- Estás bem?


- Sim! – Mal Ginny pronunciou aquelas palavras, Harry, desmaiou – Vamos levá-lo para casa! – Pediu preocupada.


            Sirius conjurou uma maca e colocou, com a ajuda de Ron, o menino na maca. Ginny agarrava a mão do rapaz, Sirius levava a flutuar a maca e os restantes iam a acompanha-los.


            Chegando à Toca, Sirius, colocou Harry no sofá e mandou um patrono para Dumbledore. Mrs. Weasley, Fred e George tentavam convencer Ginny a descansar.


- Vá lá Gi! Tens de descansar! –Fred


- Eu estou bem! Se ainda não repararam quem está mal é o Harry. E muito mal mesmo. Quero ficar à beira dele.


- Ginny, ele vai ficar bem. – Mrs. Weasley


- Mas eu quero estar à beira dele quando acordar!


- Nós chamamos-te se ele acordar. – George


- Não! Eu vou ficar aqui!


- Acho melhor pararem de discutir. Ginny, o Harry de certeza que vai ficar bem por isso vai descansar. Não serve de nada estares a beira dele se estiveres doente!


            Naquele momento entro pela porta um homem alto, com barba comprida, cabelo grisalho, óculos em forma de meia-lua e vestes compridas, até aos pés.


- O que aconteceu? - perguntou Dumbledore


- A Ginny caiu da vassoura e morreu, e bem… Ele ressuscitou-a e desmaiou. Está muito fraco.


- Ressuscitou? Tens a certeza?


- Sim! Eu confirmei se a Ginny estava viva e, pode ter a certeza que não estava. Já experimentei o feitiço Enervate mas não resultou!


- Interessante… É melhor levá-lo para um quarto. Vou pedir ao Severus que prepare uma poção restauradora.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.