Viagem à Côrte Real



Ela tinha que admitir que nunca dormira tão bem em sua vida. A cama era macia e cheirosa, os lençois de seda, os travesseiros de pena de ganso. Não havia pulgas, percevejos ou carrapatos. Era o terceiro dia deles no castelo, e tudo parecia um sonho. Sonho do qual Gina tinha medo de acordar a qualquer momento e se ver novamente em sua casa, simples e desconfortável, vivendo com medo dos Malfoys. Não que ela não gostasse de onde vivera toda a sua vida, mas a sua infância perdida, trabalhando como escrava do raiar do dia ao crepúsculo era algo de que ela não sentia falta.


 


Levantou-se e se vestiu. Como sempre, havia uma bandeja com seu desjejum na mesa. Mas ela se encaminhou à Toillete antes, lavou-se e então bateu na porta que interligava seu quarto ao de Mione, chamando a amiga. Pouco depois, tanto esta quanto Gina entravam em seu quarto, trazendo suas bandejas e juntas as três tomaram seu café. Torana-se um costume fazê-lo desta maneira, cada manhã se juntavam em um dos quartos e conversavam enquanto comiam. Apesar de terem conhecido Luna a tão pouco tempo, a jovem se mostrara uma companhia agradável, extremamente meiga e solidária. Apesar de um pouco estranha.


 


Após a refeição, se arrumaram e resolveram sair para os jardins. O dia estava agradável e elas podiam tomar um pouco de sol enquanto assistiam os rapazes treinando. Como prometido, logo no dia posterior à chegada deles, Mme Malkin estivera no castelo e passara o dia ajeitando vários vestidos para elas e ainda levara outros tantos para sua casa, a fim de concluir o serviço. Este era outro momento que Gina tinha que admitir que adorava. Nunca tivera vestidos tão lindos, nunca pudera se cuidar. Sabia que seus cabelos não tinham mais salvação, de tão queimados e maltratados que estavam. Mione não estava muito diferente, seus cabelos completamente armados, um emaranhado só, que a obrigava a usar os cabelos sempre presos em um rabo-de-cavalo. Mas pelo menos,tinham os vestidos. Podiam se sentir mulheres finalmente.


 


Quando chegaram aos jardins, realmente todos treinavam. Carlinhos e Gui ensinavam Fred e Jorge em uma pequena área, enquanto do outro lado estavam Rony e seus amigos, com excessão de Harry. As jovens procuraram um banco e sentaram-se, num lugar onde era possível assistir os dois grupos. Hermione preferia assistir o treinamento dos jovens bruxos, pois estes treinavam usando magia e ela estava fascinada com isto. Os bruxos também se dividiram em duplas, ficando Rony e Neville contra Simas e Dino. A distãncia, conforme Rony dissera no dia anterior, era necessária por questão de segurança. Havia o risco de um feitiço ricochetear e acabar atingindo alguém que estivesse próximo, e eles não poderiam se distrair com isso, portanto ninguém podia se aproximar enquanto eles lutavam. E, na verdade, dava medo se aproximar. Não era uma luta como estavam acostumadas a ver, com espadas e escudos. Das mãos dos rapazes brotavam raios multicoloridos, que invariavelmente se chocavam contra escudos invisíveis. Logo os elementos entraram na luta. Simas foi o primeiro, criando uma chama em sua mão que aumentou rapidamente de tamanho. Quando chegou a quase dois metros de altura, ele a lançou contra Rony.


 


Gina e Mione gritaram ao mesmo tempo, temerosas, mas Rony nem se mecheu. Com um gesto brusco, ergueu uma parede de terra em sua frente, onde o fogo se chocou e morreu. Rony fez um novo movimento e sua parede causou uma onda no chão, que lançou Simas para o alto, caindo estatelado no piso agora novamente liso e regular. Ao lado, Dino se aproveitara de uma fonte próxima e também desferira um ataque contra Neville, manipulando a água. Uma onda levantou-se da fonte e o rapaz não teve tempo de se esquivar, sendo envolvido imediatamente por ela. Nova manifestação de susto das garotas, agora acompanhadas por Luna. Mas Neville se recuperou rapidamente, espatifando a água e conjurando uma ventania que assumiu a aparencia de um pequeno furacão e atingiu Dino,  girando-o rapidamente por alguns segundos e então se dissipando e deixando o rapaz cair ao lado de Simas, completamente zonzo. Satisfeitos, os vencedores se cumprimentaram e foram ajudar os amigos a se levantar. Percebendo que o treino chegara ao fim, as moças também se aproximaram.


 


 


- Certo! – Dizia Simas, contrariado – Desta vez vocês venceram, mas não se acostumem. Nós vamos dar o troco, vão ver.


- Claro. – Anuiu Rony, sorrindo – Estamos esperando por este troco há tempos. O dia que estiver pronto estaremos esperando nos dar este troco.


- Você fala assim por que o Harry não está aqui. Se estivesse, a conversa seria outra. – Dino, que ainda se apoiava em Neville para se manter em pé, disse.


- Rony! – Chamou Mione, cortando a discussão – Isto foi incrível! Não imaginava que podiam fazer esse tipo de magia. Como isso é possível?


- O estudo da magia inclui a manipulação dos elementos da natureza. – Respondeu Dino, adiantando-se – Cada um de nós se especializou em um elemento.


- É o segmento mais difícil da magia. – Completou Rony, enquanto se juntava às meninas – Lançar os feitiços, preparar poções, tudo  parece brincaddeira de criança quando comparado a isto. E só usamos em último caso.


 


 


Rony se despediu dos amigos, que continuaram treinando e saiu em passeio com as três pelos jardins.


 


 


- Estamos treinando por que precisamos nos aperfeiçoar. Só conseguimos dominar esta técnica há poucos meses e precisamos estar afiados caso necessitemos usar em uma batalha. – Continuou ele.


- Deve ser realmente uma grande vantagem, poder usar magia em uma luta. – Apontou Gina.


- É até demais. Não é honrado usar em uma luta contra não-bruxos. Eles não teriam a menor chance. Assim, quando lutamos com uma pessoa normal, usamos apenas nossas capacidades como cavaleiros. – Explicou o ruivo.


- Rony, este castelo é maravilhoso. E este jardim é a coisa mais linda que eu já vi. – Luna disse, ao entrarem em uma alameda, toda florida.


- Este jardim foi criado pela mãe do Harry. Tem um feitiço para que permaneça verde e florido o ano inteiro. – Disse ele, colhendo algumas rosas e entregando para as três – Harry costuma vir para cá quando as coisas ficam complicadas e ele precisa pensar. Acho que é onde ele se sente mais próximo a eles.


- Por falar em Harry, onde ele está? Aconteceu algo? Nós quase não o temos visto nos últimos dias. – Observou Mione.


- Ele anda bem ocupado. Sabe como é, muitas coisas para decidir e administrar. Mal tem tido tempo para treinar com a gente também. – Lamentou-se Rony.


- E ele é tão bom quanto vocês? – Gina não se aguentou de curiosidade e perguntou.


- Se é bom quanto a gente? É muito melhor. Segundo Dumbledore, Harry é um dos bruxos mais poderosos que ele viu nos últimos cem anos.  


- Sério? – Na voz da ruiva havia um tom de incredulidade – E seu amigo também pode fazer magia usando os elementos?


- O Harry? Claro que pode. É o melhor de nós. – Confirmou Rony.


- E qual ele usa? – Perguntou Luna – Pois me parece que ele pode dominar o fogo. Dá para ver em seus olhos, sabe? É como se eles ardessem em chamas quando olha pra gente.


- Sério? Nunca notei. – Rony olhou para a jovem, esforçando-se para não rir, assim como Mione. Gina, por sua vez, lançou um olhar frio para a nova amiga, que passou despercebido por todos menos Mione – Na verdade, ele se especializou em todos. Por isso sempre vence quando treinamos. Não temos a menor chance contra ele.


- Você está falando a verdade, Ronald? – Mione parecia não acreditar – Por que a impressão que eu tive é de que não é nada fácil controlar um elemento. Se Harry pode dominar todos, então deve ser extremamente poderoso.


- Pois não foi o que eu já tentei explicar para vocês? – Impacientou-se ele – Venham, vamos ver o que ele anda fazendo. Sei exatamente quem pode nos dizer onde ele está.


 


 


Caminharam de volta para o castelo e Rony foi em direção à área onde ficavam os criados, numa ala afastada do castelo. Assim que atravessou uma porta e o som de várias vozes chegou até eles, uma figura pequena se arrastou na maior velocidade que podia até onde estavam.


 


- Jovem mestre Weasley. Deseja algo? – Perguntou Dobby, tentando sorrir, mas o máximo que conseguiu foi uma nova careta em sua face destruída.


- Olá Dobby. – Saudou Rony – Você sabe onde o Harry está?


- Mestre Harry Potter encontra-se nas masmorras, estudando. – Respondeu prontamente.


- Claro! Eu já devia ter adivinhado. – Rony deu um tapa na testa – Obrigado Dobby. Vamos moças.


 


 


Rony virou-se e saiu rapidamente. Dobby continuou onde estava, “sorrindo” para o trio, que retribuiu o gesto antes de seguirem o ruivo. De modo geral, todas já se acostumavam com Dobby. Apesar de sua aparencia, ele não media esforços para agradá-las e a cada dia ficava mais claro a pessoa que ele era na verdade. Então era fácil desconsiderar a aparência dele e tratá-lo com o carinho que merecia.


 


Seguiram por um novo e tortuoso corredor, que logo se transformou em uma escada com degraus irregulares, que desciam para as profundesas do castelo. Luna logo perguntou.


 


 


            - Odeio masmorras! Tem alguém preso aqui?


- Não, claro que não. – Respondeu Rony, achando a pergunta estapafúrdia – Assim que chegamos transformamos as masmorras em salas de estudo. Cada um tem a sua. Vocês vão ver.


 


 


Logo que as escadas terminaram, tomaram um corredor mais largo e baixo do que os que haviam acima, no castelo. Era muito bem iluminado por tochas e apesar de ser bem fincado no subsolo, não apresentava sinais de umidade. Rony guiou-as até uma das grossas portas, bateu e então entrou. Harry estava trabalhando em uma bancada, onde havia um caldeirão borbulhando sobre o fogo.


 


 


- Bom dia! Tudo bem com vocês? – Perguntou, sorrindo, mas rapidamente voltou sua atenção novamente para o que estava fazendo.


- Bom dia. Tudo certo! – Respondeu Rony, adiantando-se e ficando a seu lado, observando o que fervia no caldeirão – As meninas estavam sentindo a sua falta, então viemos ver o que estava aprontando. O que é isto? Não tem nada a ver com seu projeto, tem?


- Ah não! Nada a ver, não se preocupe. É apenas algo que estou fazendo para nossas novas hóspedes. – Disse Harry, apontando para o trio, que só então resolveu se aproximar.


- Para nós? Mas o que é, Harry? – Indagou Mione, preocupada.


- Nada nocivo, fique tranquila. Apenas algo que, acredito, vocês irão apreciar bastante. – Confirmou ele, confiante – Isto se der certo, é claro. Sou péssimo com poções, se não fosse a ajuda de Neville, não sei o que poderia ter virado.


- Eu não vou beber nenhuma poção que me der, Potter. – Esbravejou Gina.


- Isto não me parece algo para ser ingerido. – Apontou Luna, torcendo levemente o nariz – Não gostaria de ser obrigada a bebê-la.


- Não é para beber. – Riu Harry – É para os cabelos. Uma poção para tratar seus cabelos, deixarem-nos mais macios e brilhantes. Tenho a impressão de que vocês vão querer ficar ainda mais bonitas em breve.


- Isso é verdade. – Concordou Rony, piscando para o amigo.


- Do que é que vocês estão falando? – Perguntou Mione, curiosíssima.


- Vocês saberão em breve. – Rony respondeu.


- E que garantia tem de que esta poção funcionará? – Gina cortou Mione, que pretendia insistir em saber sobre o que os dois estavam falando. Não conseguiu refrear sua curiosidade, pois uma das coisas que mais lamentava no momento era o estado de seus cabelos.


- Assim que a poção estiver pronta testarei no Rony. – Assegurou Harry.


- Sem chance. Em mim não. Por que não usa neste seu cabelo espetado? – Retrucou o ruivo.


 


 


Harry não se deu ao trabalho de responder, simplesmente dando de ombros e voltando a trabalhar. Enquanto isso, Rony levou o trio para conhecer as outras salas. Todas eram basicamente iguais, salas baixas e largas, com uma bancada numa das paredes, onde estava acondicionado um caldeirão. Várias prateleiras, repletas de pergaminhos, recipientes com as mais variadas plantas e os mais exóticos suprimentos para poções. Com exceção da sala de Neville, que além de tudo que havia nas outras, ainda possuia um adendo, uma pequena área que se projetava para fora do castelo, onde ele montara uma pequena estufa. As plantas que ali existiam, na sua maioria, não passavam de mudas ainda, mas ficava claro que em algum tempo haveria uma grande canteiro verde ali.


 


Passado algum tempo, retornaram para a sala de Harry, que já havia terminado sua poção e lia um pergaminho, enquanto esta esfriava. Assim que o grupo entrou ele o colocou de lado.


 


            - Estava esperando vocês voltarem para fazer o teste. – Anunciou ele.


 


Sem esperar mais, colocou um pouco da poção, que ficara azul-celeste num recipiente sobre a bancada. Sacou uma faca de caça, de uma bainha em sua cintura e cortou uma grande mecha de cabelo de sua própria cabeça, imergindo-a na poção. Ninguém teve tempo sequer de questioná-lo pelo que fizera, pois enquanto observava seu cabelo mergulhar no líquido, girava o dedo indicador distraidamente sobre o local de onde cortara a mecha e o cabelo voltava a acrescer instantaneamente, parando quando atingiu o cumprimento original. As três olhavam boquiabertas para ele, principalmente pela naturalidade com que fizera aquilo, até que foram chamadas de volta à razão pelo próprio Harry.


 


 


- Perfeito! – Disse ele, retirando os cabelos, agora encharcados da infusão, apontando o mesmo dedo para eles e gerando uma leve brisa, que os secou em instantes – Vejam, está tudo certo. Estão mais lisos e sedosos.


 


 


Passou a mecha de cabelos para Mione, que após confirmar, passou adiante. Enquanto isso Harry acondicionava a poção em frascos. Quando terminou, entregou para elas, junto com outros frascos que estavam sobre a bancada.


 


- Estes são para a pele. Para torná-las lisas e macias novamente. – Disse ele, piscando para Mione, que pegou os seus e sorriu em agradecimento.


- Então é isso que fica fazendo aqui embaixo? Brincando com seu caldeirão, fazendo poções para as moças da cidade? – Perguntou Gina, sarcástica.


- Não! – Apressou-se em responder Harry, visivelmente constrangido – Não fazemos poções para ninguém mais além de nós mesmos. Abri uma exceção neste caso por que achei que vocês gostariam. Peço desculpas se fui mal interpretado.


- Não se preocupe, Harry. Eu adorei o presente, e tenho ceretza de que Gina também. – Atalhou Mione, olhando significativamente para a amiga.


- Certo! – Anuiu ele, voltando a sorrir e passando a mão pelos cabelos, ainda mostrando certo nervosismo – Foi só que achei uma boa idéia, já que precisava praticar um pouco, fazer algo de útil para vocês. Como eu disse, sou péssimo em poções. Se não fosse pela ajuda de Neville, talvez nem tivesse conseguido preparar estas duas.


- Estou impressionada. Desde que nos reencontramos, é a primeira vez que admite não ser o melhor em algo. – Gina disparou novamente, antes que conseguisse se refrear. Calou-se imediatamente ao receber olhares cortantes de Rony e Mione.


- Eu nunca disse que era perfeito, Gina. – Respondeu Harry, agora visivelmente magoado com Gina – Na verdade, estou muito longe disto. Tenho consciência de que mesmo que estude a vida inteira, nunca serei. Mas me esforço para fazer o melhor possível e rezo para que seja o suficiente.


- Des...Desculpe. Não sei por que disse uma idiotice destas. – Respondeu a ruiva com sinceridade. O olhar magoado de Harry e esta afirmação a atingiram em cheio, deixando-a tão envergonhada que sua vontade era sair dali correndo e se enfiar debaixo de sua cama.


 


 


Houve um silêncio incômodo por alguns instantes, até que Luna resolveu mudar um pouco o tom da conversa.


 


- Por que cada um tem uma sala separada? E o que vocês vocês realmente estudam aqui?


- Bom, cada um tem a sua própria sala, para poder estudar tranquilamente, sem interrupções. – Adiantou-se Rony – Mesmo tendo concluido nossos estudos com Dumbledore, precisamos estar sempre nos atualizando, sempre estudando. Além disso, nosso mestre exigiu que cada um de nós escolhesse um tema para se aprofundar, algo para estudarmos e depois apresentarmos a ele. Um tipo de pós graduação em magia, entendem?


- Sério? Isto é facinante, Rony. E o que vocês estão estudando? Podem nos contar?


- Bom, Neville está estudando novas plantas e suas aplicações em poções para cura. Naquele jardim dele há plantas desconhecidas, que nunca foram estudadas antes e que ele espera, possam ajudar e muito a tratar de várias enfermidades. – Explicou Harry.


- Mas isto é trabalho para uma vida inteira. – Admirou-se Luna.


- Ele sabe. Mas não temos um prazo para apresentar nossos resultados, sabe? O importante é conseguirmos concluir o que nos comprometemos a fazer. – Foi a vez de Rony – Simas está estudando novas formas de usar o fogo em suas lutas. Algo para lhe proporcionar maior controle do elemento, com o mínimo de esforço. Nós nos cansamos muito quando fazemos este tipo de magia e seria realmente muito bom se conseguíssemos algo parecido.


- Dino está estudando criaturas das trevas. Está compilando tudo que se sabe sobre elas em um livro. Lobisomens, Vampiros, Dementadores, Gigantes... – Enumerou o moreno – Acreditamos que nosso inimigo possa aliciar criaturas como estas para ajudá-lo.


- E vocês dois? O que estudam? – Gina retornou à conversa, novamente curiosa. Os dois entreolharam-se, Harry com um sorriso maroto nos lábios, e antes que Rony pudesse dizer qualquer coisa ele disse.


- Rony está estudando poções. Assim como eu ele não é muito bom no preparo, então resolveu pegar o tema. Mais especificamente poções do amor.


- Jura, Rony? Poções do amor? Ah, deixa eu contar isto para Fred e Jorge. Eles vão adorar saber da novidade. – Riu Gina.


- Valeu Harry. – Respondeu ele, mau humorado – Assim parece que sou um idiota romântico.


- Pois para mim parece um tema muito interessante. – Mione disse fitando Rony e continuou – Por que resolveu estudar as poções do amor?


- Dumbledore disse que em breve, quando tudo ruir, precisaremos de muito amor no coração. Que só poderemos vencer se estivermos todos juntos, se nos amarmos. Disse que o amor é a melhor arma contra Lord Voldemort. Então resolvi estudar isso. O amor, não apenas poções do amor. Por que elas não causam o amor verdadeiro, apenas uma obcessão por alguém. Mas é um dos temas da minha pesquisa sim, e não tenho vergonha disso.


- Eu sei que não, Rony. Só estava brincando. – Justificou-se Harry, batendo em seu ombro.


- Mas Rony... Você tem idéia da grandiosidade do que está se propondo a entender? – Hermione estava realmente impressionada com o que acabara de ouvir – É fascinante a sua tese.


- Errr! Eu sei. Não está sendo fácil. Ainda mais que não sou nenhum gênio como você, nem o cara mais sensível do mundo. Mas não vou desistir.


- Não desista. E você é sim inteligente. E pelo visto, mais sensível do que eu imaginava, para se preocupar tanto com um assunto como este. – Disse ela, aproximando-se e tocando seu braço – Se precisar da minha ajuda... Se houver algo que eu possa fazer para ajudá-lo, eu ficaria honrada em fazê-lo.


- Ok! Obrigado. Vou me lembrar disto. – E o rapaz ficou com as orelhas muito, muito coradas.


- E você, Harry? O que estuda? – Perguntou Luna, sua curiosidade ainda não  estava totalmente saciada.


- Meus estudos foram os únicos do grupo que me foram designados por Dumbledore e não escolha própria. – Começou o rapaz, tornando-se sério – Estudo Lord Voldemort. Tudo que consigo descobrir sobre ele. Dumbledore disse que a melhor maneira de vencer um inimigo é conhecendo-o a fundo. Seus pontos fracos e fortes, a história dele e de sua família. Suas obcessões. Neste tópico encontrei uma em particular extremamente perigosa para todos nós.


- E o que é Harry? – Perguntou Mione, apreensiva.


- Voldemort é obcecado com a morte. Ou melhor, em driblar a morte. Ele procura uma forma de se tornar imortal e por consequência, agora eu também. Preciso impedí-lo de encontrar qualquer forma de garantir a imortalidade ou, caso não consiga impedí-lo de alcançar seu intento, preciso encontrar uma maneira de torná-lo mortal novamente.


 


 


O silêncio retornou ao grupo, cada qual pensando consigo mesmo na gravidade daquela possibilidade e dos riscos que ela poderia imputar a todos ali. Talvez até mesmo ao futuro do país. O restante do dia transcorreu sem novidades e Harry se permitiu passar boa parte dele com seus amigos. À noite, durante o jantar, Gui levantou-se e pigarreou, chamando a atenção de todos.


 


- Eu preciso da atenção de todos um momento. – Pediu ele, com a voz falhando um pouco.


 


Sua família o encarou, curiosa. Harry e Rony lhe sorriram, em sinal de apoio. Ele tossiu e pigarreou, para limpar a garganta e começou a falar.


 


 


- Como todos sabem, logo após deixar a Terra Santa, eu e Carlinhos passamos alguns meses na França, nas terras do lorde que salvamos em uma batalha. O lorde estava procurando uma maneira de demonstrar sua gratidão pelo que fizemos e não tivemos como não aceitar sua hospitalidade. Não apenas ele, como toda sua família nos receberam muito bem.


- Bem até demais. – Cortou Carlinhos, rindo e recebendo um olhar atravessado do irmão mais velho.


- Lorde De Lacour só tem filhas. E a mais velha delas, Fleur, tornou-se minha amiga. Depois de algum tempo, percebemos que o que havia entre nós era mais do que amizade, então resolvi pedir a mão dela em casamento a seu pai.


- Você pediu uma francesa em casamento? – Espantou-se Molly, sendo imediatamente contida por seu marido.


- Sim, mamãe. Me apaixonei por Fleur e ela por mim. E lorde De Lacour concedeu a mão de sua filha. Na verdade, ficou muito satisfeito. Acho até que foi este o motivo de nos levar para sua casa, tentar casar sua filha com um de nós. – Explicou Gui.


- Como o Gui disse, ele só tem mulheres em casa. São três filhas. Fleur, Elizabeth e Sophie. As duas mais novas ainda são crianças e De Lacour teme que acabe morrendo e deixando suas terras para serem administradas apenas por mulheres. Ele queria arrumar alguém de confiança, alguém que cuidasse bem de sua família caso algo lhe acontecesse. – Emendou Carlinhos.


- Fimamos compromisso, mas disse que tinha assuntos para resolver em casa. Temos nos correspondido por carta desde que voltamos. Agora que todos vocês estão bem, resolvemos marcar a data de nosso casamento.


- E para quando será, meu filho? – Perguntou Arthur, ciente de que a decisão já estava tomada e eles estavam apenas sendo informados, não consultados.


- Marcamos para o primeiro sábado de verão, meu pai. A cerimônia será no castelo De Lacour.


 


 


Todos se calaram por alguns instantes, até que Harry se levantou, sua taça de vinho erguida em direção ao rapaz.


 


 


- Desejo toda a felicidade do mundo ao casal, Gui. Você realmente merece. Aos noivos!


- Aos noivos! – Imediatamente Rony, Carlinhos, Dino, Simas e Neville brindaram. O resto da família demorou um pouco mais, porém acompanharam.


- Eu não posso acreditar! – Balbuciou Molly, secando uma lágrima que caía por seu rosto – Acabei de reencontrar meus filhos e agora um deles está me dizendo que vai se casar e me deixar novamente.


- Molly, não chore. São coisas da vida. Não criamos nossos filhos para nós mesmos e sim para o mundo. – Novamente Arthur intercedeu tentando apaziguar o coração da esposa - Alegre-se por Gui. Por ele ter encontrado uma mulher a quem ama, alguém que nos dará netos. Já imaginou isto, minha velha? Netos?


- Netos? Ah, Arthur! Você sabe que sempre sonhei com montes de netos correndo pela casa, agarrando a barra da minha saia. Mas esperava que eles morassem perto de mim. A França me parece tão longe... Pois pelo que entendi, você se mudará para lá, não é mesmo Gui?


- Sim, mamãe. Vou me mudar para a França. Mas nunca mais passarei tanto tempo sem vê-los. Estarei aqui sempre que possível. E vocês sempre serão muito bem vindos em nossa casa.


- É muito bom ouvir isto, meu filho. – Suspirou Molly e então acabou cedendo – Muito bem, se você realmente gosta desta moça, se ela lhe faz feliz, então que seja. Dou minha benção a este casamento. Apesar dela ser francesa.


 


 


Gui se moveu tão depressa, que derrubou a cadeira onde estava sentado e correu para abraçar a mãe e o pai. Logo que voltou para seu lugar, disse.


 


- Não falta muito tempo para o casamento. Pouco mais de dois meses.Lorde De Lacour convidou a todos para visitarem seu castelo, na Normandia e permanecer lá até o casamento, para que nossas famílias tenham tempo de se conhecer e possamos organizar tudo a contento.


- Mas filho! – E pela primeira vez Arthur demonstrava alguma preocupação com a situação – Estamos falidos. Não temos terras nem dinheiro para honrar nossas obrigações com o casamento.


- Quanto a isto não precisa se preocupar, senhor Weasley. – Manifestou-se Harry, que voltara a se sentar e assistia à cena – Gui é um de nossos cavaleiros, eu pagarei toda despesa que houver com seu casamento. Já acertamos tudo, eu e ele.


- Sendo assim, só nos resta lhe agradecer uma vez mais, Harry. – Conformou-se a srª Weasley – E quando pretende nos levar para visitar sua nova família, meu filho?


- Depois de amanhã, mamãe. Teremos um dia para organizar nossas coisas e partir.


 


 


Daí em diante, começaram a discutir os preparativos da viagem. Hermione, que passara a maior parte do tempo observando Gina, finalmente teve tempo de perguntar a ela o que estava acontecendo.


 


            - Por que esta cara, Ruiva? Não está contente por seu irmão estar noivo?


- Não sei. Não gosto da idéia dele estar se casando com uma francesa. São metidos, pomposos. Preferia não ter que ir nesta viagem.


- Sabe que não tem alternativa, não é? E não adianta ficar resistindo à idéia, Gui já está comprometido. O que precisa fazer agora é aceitar, pelo bem de todos.


 


 


Antes porém que Gina respondesse, ouviu-se um pio agudo e um vulto branco entrou por uma das jenelas, assustando a maioria dos presentes. Fez um giro sobre a mesa e pousou no ombro de Harry.


 


            - Edwiges! – Anunciou Rony, sorrindo.


- Olá amiga. – Cumprimentou Harry, acariciando-lhe a cabeça e dando restos de seu jantar para a ave beliscar – Já de volta? Como estão todos em Londres, hein?


- Harry, esta coruja é sua? – Indagou Luna, olhando maravilhada para a ave, uma bela coruja das neves – Ela é linda!


- Esta é Edwiges. Um amigo me deu de presente. (N:A: Preciso dizer quem foi este amigo?) Ela levou uma carta minha para Londres outro dia e parece que já trouxe uma resposta.


 


 


Harry então retirou um pergaminho que estava preso em uma das patas da ave. Esta bicou-lhe gentilmente a ponta do dedo então levantou vôo e saiu para a noite escura pela mesma janela que havia entrado. Harry leu sua mensagem ali mesmo, sob o olhar de curiosidade e apreensão de todos. Quando terminou, dobrou o pergaminho e guardou-o no bolso interno de sua túnica.


 


 


- Gui, você se importa se eu não for diretamente à França neste momento? – O rapaz concordou com um aceno e Harry continuou – A carta era de meu padrinho, Sírius Black. Ele informa que estou sendo chamado à corte para me apresentar ao rei Ricardo.


- Será algum problema, Harry? – Perguntou Rony imediatamente – Quer que eu vá com você?


- Não creio que seja problema. Pelo menos não ainda. E não, não há necessidade de você se afastar de sua família para me acompanhar. Estarei muito bem sozinho.


- Eu irei com ele, Rony. Pode ficar sossegado. – Prontificou-se Neville.


- Da última vez que disse isso, ele apareceu com uma flecha nas costas, Longbotton. – Desferiu Rony, lançando um olhar acusador ao amigo, que ruborizou imediatamente.


- Não foi culpa do Neville, Rony. E não haverá perigo algum nesta viagem. Viajaremos incógnitos, com poucos homens de escolta, ninguém saberá quem somos. – Harry amenizou o clima entre os amigos e continuou – Mas há mais alguém que eu gostaria que fosse comigo. Você se importaria de postergar sua viagem para a França, Mione? E me acompanhar até a côrte?


- Eu? – Espantou-se a garota, mas recuperou-se rapidamente – Claro Harry. Seria um prazer visitar a côrte novamente. A última vez que estive lá ainda era muito menina,nem me lembro direito como era. Mas por que deseja que eu vá ?


 


Enquanto respondia, Mione era cutucada por Gina, por debaixo da mesa. Olhou para ela e esta praticamente implorava com o olhar para que fosse incluída na expedição.


 


- É uma sugestão de Dumbledore, segundo Sírius explicou na carta. Algo sobre usarmos a sua presença para pressionar o rei com relação às suas terras.


- Certo! Bom, eles devem saber o que estão fazendo, não é mesmo? – E Mione, esfregando as mãos nervosamente e sem entender o por que da ruiva estar querendo aquilo, pediu – Harry, você se importaria se a Gina fosse conosco? Para me fazer companhia?


- Gina? – Estranhou Harry, que olhou imediatamente para a ruiva, que por sua vez fitava intensamente algum ponto da toalha branca da mesa, mas que visivelmente estava tão ou mais corada quanto Mione – Por mim não tem problema. Desde que seus pais consintam, é claro.


- Vocês autorizam? – Mione voltou-se para o casal, certa da recusa – Seria ótimo ter alguém com quem conversar durante a viagem, alguém para me fazer companhia enquanto os homens discutem política. Além disso, Gina nunca foi à côrte. Ela deve estar tão curiosa quanto eu para ver como são as coisas por lá. E podemos fazer compras, vestidos para o casamento...


- Hermione, minha filha. Não é apropriado duas jovens donzelas viajarem sozinhas. – Balbuciou Molly – Não me entenda mal Harry.


- Eu compreendo perfeitamente, srª Weasley. Mas eu dou minha palavra de cavaleiro que respeitarei sua filha. E Mione também, evidentemente. – Garantiu Harry.


- Eu também! – Pronunciou-se Neville.


- Eu acredito no Harry, mamãe. Se ele deu sua palavra, vai morrer honrando o que disse. As meninas não correm risco algum com eles. – Garantiu Rony.


- Além disso, assim que chegarmos à corte encontraremos Sirius e Remus. E mais alguns homens que estão com eles. Não corremos risco algum. – Apontou Neville.


 


 


O casal ponderou por algum tempo, então acabou permitindo. Gina mal conseguiu conter sua felicidade em poder ir para a côrte ao invés da França.


 


 


- Podem ficar tranquilos, as damas estarão em segurança. – Afirmou Harry – Neville, você pode pedir a Loefgreen que prepare outra carruagem? Assim Gina e Mione terão um pouco mais de conforto durante a viagem.


- Harry, alguém precisa ficar para cuidar das coisas por aqui. – Disse Simas – Eu e Dino ficaremos, ok?


- Certo. Muito obrigado. Então, preparem-se moças. Depois de amanhã partiremos para Londres.


 


 


 


 


*****


 


 


 


Londres era, na sua opinião, a maior e mais linda cidade do mundo. E ele conhecia muitas, já viajara por todo o mundo e conhecera as maiores. Mas nada se comparava a sua Londres. E como sempre que estava em sua cidade, o lugar que mais gostava eram as tavernas, os pubs, onde podia beber e se divertir um pouco. E onde ouvia tudo o que se passava no submundo da cidade. Sim, os becos e ruelas por onde andava eram os melhores lugares para se saber das novidades. E mesmo sem a ajuda de Remus, ele se sentia em casa ali.


 


Passaram boa parte da tarde naquela, chamada O Olho do Rei. Não haviam coletado muitas informações, mas ele estava se divertindo bastante, discutindo e desafiando alguns rapazotes. Não passavam de rufiões, que não teriam a mínima chance contra eles em uma luta de verdade. Mas não era essa a idéia. A intenção era apenas descobrir se Voldemort estava recrutando. Quando estava quase conseguindo irritá-los, quando estava quase conseguindo extrair deles o que desejavam, o Barman decidiu intervir e expulsou Sirius porta afora. Remus o seguiu caminhando com dificuldade, o mais rápido que sua dificuldade permitia.


 


 


- Satisfeito, Sirius? Agora não poderemos retornar aqui tão cedo. Pelo menos não até o taverneiro esquecer o que aconteceu. – Disse Lupin calmamente, olhando para o amigo que se ajeitava, apoiado em sua bengala.


- Pois eu voltarei amanhã. E continuarei tentando descobrir o que for possível, mesmo sem sua ajuda. – Resmungou o outro, irritado.


- Sem minha ajuda? – Perguntou Lupin, em tom divertido – E como você acredita que eu poderia ser de ajuda lá dentro? Arrumando briga com seis homens? Não estou exatamente na minha melhor forma, Sirius. Não poderia ajudá-lo, certamente seríamos mortos.


- Homem de pouca fé. Tenho certeza de que você ainda é o mesmo Remus de sempre. Este probleminha na sua perna não o impediria de acabar com a raça de qualquer inimigo.


- Bondade sua, meu amigo. Mas ambos sabemos que, se não estiver lutando sobre um cavalo, sou um peso morto. Desde que fui ferido nas Cruzadas, o máximo que posso fazer é ensinar aos mais jovens como lutar.


- Que seja. Se é assim que pensa, o problema é seu. Mas eu ainda confio em você, meu velho. E não há outra pessoa neste mundo em quem eu confio tanto. – Sirius disse, como se fosse algo irrelevante e logo emendou – Vamos embora. Por hoje não creio que consigamos mais nenhuma informação.


 


 


Abraçou Remus e juntos começaram a descer a rua em direção ao mercado. Era necessário atravessá-lo para chegar à parte alta da cidade, onde ficava a casa dos Potter’s, onde estavam hospedados. Por onde andavam chamavam atenção. Não só pelas roupas finas, raridade por aquelas bandas, mas também pela alegria e desenvoltura com que interagiam com aquelas pessoas. Não pareciam nobres e apenas mais algum comerciante ou velho soldado. No caso de Sirius, também pesava seu charme e beleza. O homem, já entrando na meia idade, possuia cabelos longos e lisos pretos, na altura de seus ombros, com pequenas mechas acinzentadas, que era o único indício de que a idade chegava para ele como para todos. Seus olhos também pretos, mas vivazes. Qualquer mulher que mergulhasse em seu olhar acaba enfeitiçada por ele. Era alto e forte, o que também agradava ao olhar.Usava uma barba curta, cerrada e bem aparada. Mas o que mais chamava a atenção era sua voz rouca e profunda.


 


Já Remus era o oposto do amigo. Tinha os cabelos castanhos, cortados curtos, mas em sua grande maioria o tom grisalho já dominava. Olhos azuis, que pareciam ter visto muito na guerra e sempre se mostravam tristes e distantes. Na face, uma barba mal cuidada tentava esconder uma cicatriz que vinha desde o lóbulo de sua orelha direita até a base de seu queixo, esta uma lembrança da noite em que seus amigos Lilly e Thiago morreram. Seu corpo era magro e ele parecia sempre adoentado. Talvez por viver encurvado, apoiando seu peso em uma bengala, já que sua perna esquerda era um peso morto. Resultado de uma lança Sarracena, que o atingira no joelho poucos dias antes dele deixar a Terra Santa. Conseguiram salvar sua perna, mas o joelho ficara imprestável e a bengala se tornara essencial para poder se locomover. Ainda assim sua figura austera e compenetrada impunha respeito por onde quer que passasse. E a espada continuava bem ao alcance de sua mão direita.


 


 


Estavam atravessando o mercado, conversando alegremente, quando de repente Sirius estacou e olhou para uma ruela lateral, enveredando-se rapidamente por ela. Lupin o seguiu, sem nada entender, assim que conseguiu. Sirius parecia perseguir um vulto, uma pessoa que se afastava rapidamente e que ele tinha certeza conhecer. Seus olhares haviam se cruzado por um segundo no meio da multidão e ela havia tentado fugir, mas ele era ótimo caçador. Fixou seu alvo e com passos rápidos e largos conseguiu alcança-la e segurar em seu braço.


 


 


- Hei! Espere. – Disse ele, forçando-a a se virar para ele – Andrômeda? É você mesma?


- Sirius Black! – Exclamou a mulher, porém sua voz não tinha um tom de alegria e sim de desespero.


- Solte-a senhor ou eu juro que o mato. – E um rapaz que estava junto a Andrômeda sacou uma espada e encostou no peito de Sírius.


- Acho melhor todos abaixarmos nossas armas e nos acalmarmos. – Foi a vez de Remus entrar na conversa, tocando sua espada no pescoço do rapaz – Estamos chamando uma atenção desnecessária.


 


 


O rapaz obedeceu, contrafeito, abaixando sua espada ao mesmo tempo em que Remus o fazia. Sirius soltou o braço da mulher e falou.


 


            - Remus, esta é minha prima, Andrômeda.


- Andrômeda Black? Irmã de Narcisa e  Belatriz? – Perguntou o amigo, franzindo a testa, enquanto buscava a informação em sua memória – A única das irmãs que não nasceu bruxa?


- Exato. E a única pessoa decente da família. Diga-me prima, por que você tentou fugir de mim? Sempre nos demos muito bem.


- Até eu ser expulsa, você quer dizer. Enxotada pela minha própria família, jogada nas ruas sozinha. Eu ainda era uma adolescente, Sirius. E tive que me virar sozinha. Ninguém nunca veio em meu socorro, incluindo você. – A mulher tinha a voz amargurada, de quem tinha aquilo preso na garganta por muito e muito tempo.


- Eu estava nas Cruzadas quando aconteceu, Andrômeda. Só fiquei sabendo sobre o que aconteceu a você quando voltei. E juro a você que a procurei. Mas você parecia ter se evaporado no ar. Queria ter procurado mais, mas também tive meus problemas de família. Também fui exilado quando não quis me juntar a eles e seu Lorde. – Contou Sirius.


- Ouvi dizer, mas não tinha certeza. Achei que poderia ser um embuste, apenas para que eu me revelasse. Fiz o possível para me esconder. Troquei de nome e saí da cidade, indo viver no interior, onde conheci um bom homem e me casei. Este é meu filho, Teddy Tonks.


- Muito prazer, jovem Teddy. – Cumprimentou  Sirius, sorrindo para o rapaz, que apesar de devolver o cumprimento com um leve aceno de cabeça, não devolveu o sorriso. Também cumprimentou Lupin, que assistia a reunião familiar mas ainda mantinha a mão no cabo de sua espada – E seu marido, onde está?


- Infelizmente ele nos deixou no início da primavera. Uma febre muito forte, com delírios e convulsões. – O rapaz pronunciou-se pela primeira vez. Tinha a voz aguda, talvez pela emoção em falar do pai.


- Nossos sentimentos aos dois. – Remus disse.


- Obrigada, senhor. – Agradeceu Andrômeda – Desde então, não tivemos mais condição de nos manter. Acabamos sendo obrigados a deixar nossa casa e voltar a Londres. Chegamos a três semanas e estamos procurando emprego, mas não anda nada fácil. Ninguém quer dar trabalho a uma viúva.


- O rapaz me parece sadio e forte. Não conseguiu nenhum emprego, nem mesmo em alguma estrebaria? – Estranhou Sirius.


- Teddy não está acostumado com trabalhos pesados. Sempre treinou para ser cavaleiro. Eu e meu marido nos esforçamos ao máximo para que ele tivesse um futuro diferente do nosso. – E a mulher ficou rubra. Estava, obviamente, mentindo.


- Mas agora não estamos mais em condições de escolher, mamãe. – Disse Teddy, a sua voz mais firme – Nosso dinheiro acabou e não temos sequer onde passar esta noite. Preciso encontrar algum trabalho, qualquer que seja para nos sustentar.


- Já conversamos sobre isto, Teddy. Não me importo em passar a noite nas ruas. Mas você não se sujeitará a um trabalho indigno.


- Não há indignidade maior para um filho do que permitir que sua mãe, que lhe deu tudo a vida inteira, agora passe por necessidades e não faça nada por mero orgulho. – Retorquiu Teddy.


- Esperem um momento, vocês dois. – Interrompeu Sirius, antes que a prima retrucasse o argumento do filho – O rapaz está certo, Andrômeda. Eu, no lugar dele, faria a mesma coisa. Mas, se me permitirem, posso ajudá-los.


- Não quero sua ajuda, Black! – Respondeu ela, ainda colérica – Que eu saiba, está tão miserável quanto eu. Não tem dinheiro algum e deve servir algum nobre. Não pode fazer nada por nós.


- Bem, na verdade eu realmente sirvo alguém. Um grande amigo, que morreu e me deixou como tutor de seu herdeiro e bens. E tenho certeza de que meu tutorado me permitirá ajudar vocês.


- Isto sem falar que sempre estamos à procura de espadas para nos ajudar em nossa causa. – Emendou Remus.


- Causa? Que causa? – Interessou-se Teddy.


- Não podemos falar muito a respeito no momento. Mas digamos que somos grandes opositores aos interesses de suas tias e seu mestre. – E Sirius piscou marotamente para o rapaz.


- Não! – Andrômeda praticamente gritou – Não quero meu filho envolvido com aquela gente. É loucura, Sirius. Eles são poderosos demais.


- O poder deles está chegando ao fim, Andrômeda. Há muitos do nosso lado. Inclusive a corôa. – Respondeu Sirius, agora num tom mais sério – Logo, muito antes do que imagina, nos revelaremos e deixaremos clara a nossa posição.


- Eu quero ajudar. – Teddy segurou o braço de Sirius, forçando-o a lhe encarar – Essas pessoas são as responsáveis por não termos nada. Por toda a humilhação que minha mãe passou na vida e por meu pai ter morrido doente e sem cuidados adequados.


- Certo! – E Sirius segurou o ombro do rapaz com força – Então busque as coisas de vocês e vamos para casa.


 


 


Teddy não aguardou a concordância da mãe. Girou nos calcanhares e desceu a rua, indo buscar as bagagens em uma taverna, onde haviam passado a última noite. Meia hora depois retornou carregando algumas trouxas com roupas e um conjunto de arco e flechas pendurando nas costas. Sirius pegou parte da carga e seguiram até a casa da família Potter.


 


 


Três dias depois, enquanto Sirius e Remus estavam apurando os conhecimentos de Teddy nas diversas artes da cavalaria, um dos criados entrou correndo no local onde estavam, um pátio interno da casa. Fez uma breve reverência e anunciou.


 


            - Uma carruagem acaba de chegar, senhor. Vinda do castelo.


- Finalmente! Já estava preocupado com esta demora. – Disse Sirius, saindo em direção ao pátio externo, onde a carruagem já estacionara e seus ocupantes já desciam. Mas o homem se dirigiu para um dos seis cavaleiros que desmontavam ao redor. Ele reconheceria aqueles cabelos arrepiados em quelquer lugar do mundo – Harry!


- Sirius! – O rapaz praticamente gritou em resposta, correndo em direção ao padrinho e o abraçando com força – É bom vê-lo.


- Também acho, garoto. Como andam as coisas?


- Harry! – Chamou Lupin, que acabara de chegar, em companhia de Teddy.


- Remus! – E foi a vez deste ser fortemente abraçado. Só então Harry viu o rapaz parado atrás dele – Ah! Olá. Muito prazer, Harry.


- Este é Teddy Tonks, Harry. Acabou de se juntar à nossa causa. É filho de uma prima minha, a quem eu não via a muitos anos. É o novo pupilo de Remus. – Apresentou rapidamente Sirius. Harry franziu levemente a sobrancelha, mas resolveu questionar o padrinho mais tarde, a sós.


- Seja bem vido, Teddy. Sinta-se em casa.


- Obrigado. – Agradeceu o rapaz, sem saber exatamente o que falar ou fazer.


- Ora veja só, Remo. Eu mando uma bela jovem para o castelo, imaginando que meu afilhado poderia encontrar nela uma esposa, mas não. Ele a deixa lá, sozinha, e me aparece aqui com duas moças ainda mais bonitas. Este é o meu garoto! – E Sirius bateu palmas, satisfeitíssimo, analisando as duas jovens que estavam paradas em frente à porta da carruagem – Não vai me apresentar, rapaz?


- Eu sabia que ele tinha mandado Luna para lá com essa intenção. – Sussurrou Neville de forma que apenas as duas ouvissem, o que só serviu para deixá-las ainda mais constrangidas.


- Sírius! Não preciso de sua ajuda para conseguir uma noiva. Mesmo por que, não estou procurando. – Harry respondeu, chateado.


- Na sua idade, seu pai estava prestes a se casar com sua mãe. – Sirius deu de ombros, como se sua idéia fosse a coisa mais natural do mundo.


- Mas Thiago e Lilly já se conheciam a anos, Sírius. Estavam apaixonados, nada mais natural do que se casarem. Não pode exigir o mesmo de Harry, pelo menos não ainda. – Interveio Lupim, mais uma vez com sensatez – Ainda mais que você permanece solteito até hoje.


- Obrigado Remus. – E Harry parecia realmente agradecido – Estas são Ladies Hermione Granger e Gina Weasley.


- É um grande prazer conhecê-las, senhoritas. – Sírius fez uma reverência e beijou a mão de cada uma delas, sendo imediatamente seguido por Lupin e Teddy – Sírius Black a seus serviços.


- Harry nos falou muito de vocês. – Emendou Lupin – É realmente uma honra conhecê-las.


- O prazer é todo nosso, sir. – Hermione agradeceu – Estávamos anciosas por conhecê-los. Harry também nos falou sobre os senhores.


- Não acredite em metade do que ele disse, minha jovem. É tudo mentira. – Garantiu Sírius, entrando entre as duas e oferecendo-lhes um braço, encaminhando-as então para dentro da casa – Tenho certeza de que nunca disse o quão bonito e elegante eu sou.


- Ou galanteador. – Riu Gina, sorrindo com gosto. Havia gostado daquele homem, sem dúvida nenhuma.


- Nada como uma jovem de bom gosto. – Finalizou Sírius.


- Ou modesto. – Gritou Lupin, que vinha um pouco mais atrás, acompanhado de Harry, Neville e Teddy – Este Sírius não muda nunca.


 


 


 


Mais tarde, após se acomodarem e se refrescarem, Gina e Mione conversavam, enquanto tomavam um chá servido no quarto que dividiam. Apesar da casa ser bem grande, não havia quartos individuais para todos, assim as jovens acabaram por repartir o mesmo aposento.


 


 


            - O que você achou de sir Black? – Perguntou Gina.


- Eu gostei dele. Está sempre de bom humor. Apesar de me parecer um tanto irresponsável. – Respondeu Mione e, aproveitando a oportunidade, emendou uma pergunta que desejava fazer há dias – Gina, será que pode me explicar por que me pediu para vir até a côrte?


- Pura curiosidade, oras. O que mais poderia ser? – Gina tentou fazer pouco caso. Já esperava a pergunta da amiga, mas o que responder se nem ela mesma tinha certeza quanto aos seus motivos? Fora movida por impulso, uma necessidade de tentar desvendar o mistério que se tornara Harry.


- Isto é o que quero saber, Ruiva. Você nunca foi curiosa, nunca se importou com a nobreza. Não venha me dizer que queria saber a mais nova tendência das damas da côrte por que não vou acreditar. Você está tramando alguma coisa e quero saber o que é. – Mione levara as mãos à cintura, de forma a tentar intimidar a outra, mas não conseguiu. Gina já conhecia aquela tática a anos, era a mesma que sua mãe usava.


- Não estou tramando nada, Mione. Estou me comportando muitíssimo bem, você viu. Não briguei com Harry nenhuma vez até agora, me comportei a viagem toda.


- Este é outro ponto que me preocupa. Por que, de um momento para o outro, resolveu parar de implicar com Harry? Você só pode estar tramando algo.


- Não foi você quem me disse, várias e várias vezes, para conceder-lhe o benefício da dúvida? É o que estou fazendo. Esperando e observando, para ver se ele realmente é sincero. Ainda não acredito que seja, mas por enquanto vou dar tempo ao tempo e ver no que vai dar. Este é um dos motivos para estar aqui, se realmente quer saber. Quero observá-lo em outro ambiente. Longe dos amigos ou da minha família.


- Você acha que ele está fingindo? – Mione mostrou-se surpresa – Gina, eu não acredito.


- Eu sabia que se dissesse antes, você brigaria comigo. Mas este não é o único motivo. Também não quero ir para a França. Não acredito que Gui vai se casar. Não quero conhecer a noiva dele, nem saber de nada relacionado a isto.


- Gina, quanto a isto você não tem muito o que fazer a não ser aceitar a decisão de seu irmão. E adiar a viagem para conhecer sua cunhada não mudará em nada o que já está decidido. O que posso lhe garantir, por ora, é que esta sua necessidade ridícula de odiar Harry, de provar que ele não é uma boa pessoa só está prejudicando uma pessoa. Você mesma. Enquanto fica tão reticente e distante, perde uma boa oportunidade de desfrutar sua companhia. E acredite no que eu digo, Harry é um amor de pessoa.


 


 


Mais tarde, durante o jantar, combinaram que as jovens deveriam sair para fazer suas compras. Necessitavam de um vestido para irem ao palácio em dois dias, além de outro para o casamento de Gui. Assim, na manhã seguinte saíram em companhia de Neville, Teddy e mais dois soldados. Retornaram ao final da manhã e após o almoço foram repousar um pouco. Mas não dormiram muito, pois o tilintar de espadas se chocando subiu do pátio interno. Olharam pela janela e viram Sírius, Remus e Harry treinando. Arrumaram-se e desceram rapidamente. Quando chegaram ao pátio, viram que havia mais pessoas observando. Teddy e Neville, que também estavam vestidos para treino, Andrômeda, a quem haviam sido apresentadas no dia anterior e outros empregados da casa.


 


Harry estava ao centro, enquanto Sírius e Lupin o atacavam, ora com armas ora com magia. O rapaz esquivava-se com agilidade, mas parecia impossível continuar incólume por muito tempo. Os dois homens eram extremamente rápidos e habilidosos. Lupin compensava sua deficiência atacando de longe e usando uma variedade maior de feitiços, enquanto Sírius balanceava os dois, desferindo golpes poderosos com sua espada. Harry finalmente baixou a guarda e um jato de luz vermelha, lançado por Remus o atingiu no peito, lançando-o a metros de distância.


 


 


            - Harry! – Gritou Mione, correndo até onde ele estava, para averiguar se estava bem.


- Eu estou bem, Mione. – Respondeu ele, apoiando-se nos cotovelos – Era apenas um feitiço de atordoamento.


- Mas poderia ser algo muito pior, Harry. – Sirius se aproximava e seu semblante era sério – Precisa treinar mais. Pode ter que enfrentar dois ou mais bruxos ao mesmo tempo, tem que saber o que fazer numa situação destas.


- Claro Sírius. – Concordou o rapaz e de onde estava Gina notou, pela primeira vez, que Harry demonstrava insegurança.


- Ele estará pronto, Sírius. Tenho certeza. – Disse uma voz grave e aparentando certo cansaço, vinda das sombras.


- Dumbledore! – Saudou Remus, que estava mais próximo, estendendo a mão para cumprimentar o homem que entrava no pátio.


- Professor! – Harry exultou de felicidade, levantando-se rapidamente e seguindo até seu mestre, abraçando-o – Que bom vê-lo, senhor.


- Olá Harry. É muito bom voltar a vê-lo. – Retribuiu Dumbledore, satisfeito.


- He! E eu, jovem Harry? Não mereço um abraço? – Uma segunda figura surgiu das sombras da casa, alguém que não passaria desapercebido em nenhum lugar.


- Hagrid! – Gritou Harry, abraçando o amigo na altura da cintura. Era o máximo que conseguia, já que este tinha aproximadamente dois metros e meio de altura. Somando a isto seus cabelos longos e mal cuidados e sua barba longa e desgrenhada, sem dúvida Hagrid era uma figura assustadora – Pensei que estivessem viajando.


- Bom, e estávamos mesmo, eh! Assuntos de Dumbledore. – E Hagrid piscou um de seus olhos negros, que pareciam enormes besouros.


- Certo! Venham, quero que conheçam algumas pessoas. – E Harry conduziu os recém chegados até onde estavam todos os outros, observando – Estas são Gina Weasley e Hermione Granger, minhas amigas. E este é Teddy Tonks. Filho da prima de Sírius, Andrômeda.


- Ah, perfeito! É realmente um imenso prazer conhecê-las. Harry sempre me falou muitíssimo bem de vocês. E vejo que não exagerou em nada, Harry. São duas moças incrivelmente lindas e interessantes. – E depois de cumprimentá-las com uma leve reverência, devidamente correspondida pelas jovens, o velho bruxo se virou para o jovem – E também me sinto honrado em conhecê-lo... Jovem Tonks. Noto que também é uma pessoa formidável.


 


 


Teddy pareceu surpreso com o cumprimento e ainda mais quando Dumbledore fez uma leve reverência. Ninguém estranhou, no entanto. Dumbledore era propenso a coisas estranhas e sem explicações, e esta deveria ser apenas mais uma.


 


Gina estudava o homem com interesse. Era uma figura completamente fora dos padrões. Trajava uma longa veste lilás, com desenhos de estrelas e luas nas mangas e na barra, todos em tons dourados. Além disso, tinha uma barba que chegava na altura de sua cintura. Cabelos completamente brancos e longos, com um chapéu cônico fechando tudo com chave de ouro. Mas o que a deixava realmente curiosa era saber o que Harry havia falado sobre ela ao seu mestre. Será que dissera como ela o vinha tratando desde que retornara? E ele a apresentara como uma amiga. Nem titubiou ao dizer. Será que realmente era assim que a considerava?


 


Com a chegada, acabaram deixando de lado os treinamentos e passaram para uma sala da casa onde pudessem colocar a conversa em dia. Lá, as meninas descobriram que fora Hagrid a tirar Harry das mãos de Dobby, logo após a morte de seus pais e levá-lo até Dumbledore. E depois fora ele também quem o deixara na porta dos Weasleys. Durante toda a tarde e ao jantar, Dumbledore fazia questão de conversar ao máximo com as duas, vez por outra lhes fazendo perguntas estranhas ou então simplesmente observando-as e esquecendo-se da conversa ao redor. Mione também notou que constantemente ele trocava olhares significativos com Harry, Sírius ou Lupin.


 


Finalmente, no dia seguinte, chegou a hora de se dirigirem ao castelo e à audiencia com o rei. Harry usava uma túnica preta com botões de ouro. Havia também detalhes em vermelho e dourado no peito e na cintura e um leão bordado sobre o coração. Sírius seguia a seu lado, numa túnica branca com detalhes em preto e dourado, enquanto Lupin usava uma túnica azul com detalhes bordô. Já Dumbledore travaja um de seus costumes clássicos, uma bela veste ameixa com desenhos dos signos do zodíaco em dourado.


 


Já as moças estavam deslumbrantes em seus vestidos novos. Mione usava um vestido azul com detalhes brancos na barra, nas mangas e no decote. Que não era grande, mas deixava claro que ela já não era mais uma menina. Gina, por sua vez, usava um vestido verde com enfeites amarelos, iguais aos de Hermione. Porém, talvez por estar sem a supervisão da mãe, escolheu um vestido com um decote um pouco mais insinuante, o que deixou Harry completamente sem fôlego quando a viu. Maquiada, com o cabelo arrumado em uma longa trança e vestida daquele jeito,  estava mais linda do que nunca. Uma mistura de menina e mulher que poderia deixar qualquer homem sem chão. Com este pensamento, Harry chegou a cogitar a possibilidade de impedí-la de ir, mas conteve-se. Sabia que não tinha este direito e Gina já deixara claro para ele que fazia o que queria. Principalmente se fosse algo para confrontá-lo.


 


 


Fizeram o caminho de carruagem e Harry sentia-se sufocar dentro daquela roupa. Ou talvez fosse o fato de estar sentado defronte a Gina. Ele preferiu não descobrir qual seria a verdadeira causa, concentrando-se no caminho que passava velozmente pela janela aberta, o vento desarrumando seus cabelos já revoltos por natureza. Se tivesse observado melhor, teria visto que a situação da jovem a sua frente não era muito diferente da dele. Desde que vira Harry naquela roupa Gina se sentia inquieta. O conjunto formado pela roupa preta, seus cabelos também pretos e desalinhados e seus olhos tão verdes eram de tirar o fôlego. Quando entraram na carruagem então e ela se viu sentada à sua frente, sentiu o chão desaparecer sob seus pés. Sabia que estava bonita, fizera o possível para não parecer mais uma criança. Mas a maneira como Harry a olhava, ou melhor, fingia não olhar, a deixava desconcertada. O decote, que apesar de apertado até então lhe dava uma sensação de liberdade e rebeldia, agora a incomodava, a deixando envergonhada. E não podia fazer nada mais, pois já estavam adentrando o pátio externo do palácio real.


 


 


Quando entraram no enorme salão de festas, este já estava lotado. Havia nobres de todas as regiões do reino e vários serviçais que passeavam entre os grupos que se formavam conversando, servindo bebidas e petiscos. Dumbledore foi o primeiro a se misturar, ao ser chamado por um clérigo. Sírius caminhava a frente do pequeno grupo, de braços com Gina, que a tudo observava, num misto de curiosidade e admiração. Harry vinha logo atrás com Mione e Lupin fechava o cortejo. Conforme passavam, Sírius cumprimentava várias pessoas e Harry pode notar que vários olhares, principalmente femininos, recaíam sobre Gina. Decerto as fofoqueiras da côrte teriam um prato cheio no dia seguinte, contando como o famigerado Sírius Black agora desvirtuava até adolescentes. Em uma das rodas, estava Neville, com um homem que certamente era seu pai.


 


Quando interpelados por algumas pessoas – não todas – Sírius se detinha e apresentava a todos, com enfase em Harry. Alguns se mostravam surpresos, outros horrorizados e outros ainda, descrentes. A maioria olhava o rapaz dos pés à cabeça, fixando demoradamente a cicatriz em sua testa. Então, surgiu de repente uma mulher, que colocou a mão no peito de Sírius e o fez parar imediatamente, seus corpos praticamentes colados. Sírius fechou a cara, deixando bem claro que a mulher não era bem vinda e deu um passo para trás, mas ela ignorou o alerta. Imediatamente Lupin estava ao lado do amigo, pronto para qualquer adversidade.


 


- Sírius Black! – Disse ela, numa voz cantada e debochada. Não precisava ser apresentada, pois era muito parecida com a irmã, Andrômeda. Bella, no entanto, tinha uma aparência mais jovial. Possuia cabelos negros, lábios grossos e carnudos, ainda mais destacados pela maquiagem forte que usava. Trajava um vestido preto, muito colado ao corpo, destacando suas curvas e um decote do qual seus seios pareciam anciosos em saltar. Era uma mulher sensual, mas seu olhar deixava claro que também era uma mulher perigosa – Você continua lindo, primo. Um desperdício ficar se aliando à ralé. Poderíamos fazer tanta coisa juntos...


- Olá, Bella. – Respondeu ele, friamente – Obrigado pelo elogio. Mas dispenso todo o resto. Sem dúvida discordamos quanto ao que consideramos ou não ralé. Na minha opinião, quem vive com ela é você.


 


 


A mulher soltou uma estrondosa gargalhada, que chamou a atenção de todos a volta. Ao ouvir o nome da mulher, confirmando sua suspeita, Harry puxou Gina e Mione para trás del sí e se postou ao lado do padrinho. Percebeu que três homens se deslocavam sutilmente e se postavam às costas de Belatriz.


 


- Você me parece confiante demais, primo. Para alguém que não tem mais um nome, posses e que serve a um senhor morto. Um reles lacaio de fantasma. – E seu sorriso tornou-se ferino. Harry teve a intenção de avançar um passo, mas foi detido por Sírius. Tal gesto não passou despercebido a Bella, que continuou – Vejo que o velho continua arrebanhando crianças para a causa de vocês. Uma causa perdida, é claro. Quem são estes jovens que estão enviando ao matadouro?


- Você logo saberá, Bella. E tenho certeza de que terá grandes novidades para contar a seu amado mestre. – Limitou-se a responder Sírius, pexando seu grupo para longe.


- Que mulher horrível. Mal dá para acreditar que são parentes, Sírius. – Disse Mione, quando já estavam longe.


- Agora entende por que deixei a família. – Respondeu ele sombriamente – Mas não importa. Consegui uma família muito melhor entre os Potter. E meu amigo Remus, claro.


- Também considero vocês como minha família, Sírius. Agora é melhor nos acalmarmos pois a cerimônia está prestes a começar. – Lupin disse.


 


 


Com efeito, poucos minutos depois todos se calaram ao ser anunciada a entrada do casal real. Por uma porta lateral entraram o rei e a rainha, que se sentaram em seus tronos. Conforme passavam, todos curvaram-se respeitosamente, só se levantando novamente quando estes já estavam acomodados em seus lugares.


 


- Boa tarde, meus queridos súditos. Fico contente com a presença de todos. Nesta tarde, temos um assunto importantíssimo para abordar. Uma notícia realmente importante a compartilhar com todos. Mas primeiro, temos algumas questões práticas a resolver. Então, que se iniciem as audiências.


 


 


Durante as duas horas seguintes o rei ouviu as reclamações dos nobres. Eram, na maioria, desavenças por posse de terra ou apelação sobre a forma como algum aldeão, de certo feudo, havia sido julgado. Em alguns casos, o aldeão tinha influência suficiente para levar a questão ao rei, que era o único que podia revogar uma decisão dada por seu senhor. Mas era muito difícil o rei ir de encontro ao que seu nobre determinara, pois não ficava bem para ninguém o nobre ser desautorizado. Quando terminou estas audiências, o rei fez um sinal para um de seus servos, que saiu e retornou com dois pacotes. Mantos dobrados, sobre os quais repousavam duas pequenas coroas. O rapaz as depositou ao lado do rei, onde agora se postavam também Dumbledore e o bispo.


 


- Hoje eu tenho dois comunicados a fazer. – Iniciou aquele a quem a história conheceria como Ricardo Coração-de-Leão – Primeiro, quero falar de um homem que sempre demonstrou grande lealdade à corôa e a seu rei. Bem como a seus amigos, mesmo que estes já tenham partido. Um homem, que mesmo não tendo mais posses, nem podendo mais usufruir do peso de seu nome, nunca cogitou se apoderar daquilo que não lhe pertencia. Um homem que na Terra Santa, defendeu o ideal da cristandade com toda a sua fé e coragem. Sir Sírius Black, aproxime-se.


 


 


Sírius pareceu não ouvir ou não entender o final da frase, pois continuou parado no mesmo lugar. Só se moveu quando foi empurrado por Remus, que sorria satisfeito. Então, com passos lentos e incertos, aproximou-se do trono real e se curvou.


 


- Não me compete julgar as discórdias familiares que o levaram à atual situação. – Continou Ricardo, mas seu olhar agora recaía sobre Belatriz, deixando bem claro que ele tinha sim um ponto de vista formado sobre o assunto. Bella, por sua vez, não baixou a cabeça, retribuindo-lhe um olhar mortal – No entanto, em virtude de tudo que salientei, concedo-lhe o título de Conde. – E enquanto falava, o bispo cobria as costas de Sírius com uma das capas. Em seguida, colocava a coroa sobre sua cabeça – A partir de hoje, Serás conhecido e respeitado como o Conde de Greystone. Receberá terras, agregados e as devidas responsabilidades. Espero que continue a servir este reino com a mesma gana e ombridade que tem demonstrado até hoje.


- Eu agradeço a honra e principalmente a confiança, majestade. Farei o possível para não desapontá-lo. – Respondeu Sírius, levantando-se e saindo de costas até seu lugar novamente – Você sabia disso, não sabia Remus?


- Claro que sabia. Mas você acha que eu ia perder ver a sua cara quando recebesse a notícia? De jeito algum! Eu adoro ver você ficar sem jeito.


 


 


Sírius pensou em uma tonelada de imprompérios para dizer ao amigo, que assim como Harry e as garotas ria discretamente, mas não houve tempo.


 


 


- Vocês devem estar se perguntando o que, de tão importante, o Conde de Greystone fez para ser agraciado desta forma. Pois bem, como eu disse, sua honestidade e fidelidade são admiráveis. Desde que meu grande amigo, Thiago Potter morreu, Sírius assumiu o controle de sua casa. E ele não só a manteve coesa, como fez com que prosperasse. A bandeira vermelha e dourada esteve presente em várias batalhas vencedoras durante as Cruzadas. E hoje, ele e meu conselheiro, Alvo Dumbledore, me trazem de volta um membro desta família, a qual julguei finda, perdida para sempre. Por motivos que não vêm ao caso, eles tiveram que ocultar a criança por mais de dez anos. Mas felizmente hoje, eles nos apresentam o jovem filho de Thiago e lady Lilly. Aproxime-se, Sir Harry Thiago Potter.


 


 


Harry, emocionado pelas palavras do rei, refez o caminho de seu padrinho e se ajoelhou diante dos tronos.


 


- Saiba meu rapaz, que seu pai me era muito querido. E sua mãe, uma mulher adoravel. A perda de pessoas tão especiais de uma maneira tão repulsiva me aflige até os dias de hoje. Mas teho que admitir que estou muito feliz em poder conhecê-lo. Você se parece muito com ele, sabe disso? – O olhar de Ricardo era saudoso e a voz macia.


- Com exceção dos olhos. São iguais aos de Lilly. – A rainha se pronunciou pela primeira vez, atraindo a atenção de Harry, que então notou que seus olhos estavam umidecidos – Vê-lo é como ver o melhor deles, meu jovem.


- Obrigado, majestades. – Foi a única coisa que Harry conseguiu dizer, a emoção voltando a embargar sua garganta.


 


A audiencia estava calada, assistindo a tudo com o máximo de atenção. Bella, se possível, estava ainda mais pocessa. Parecia querer atacar o rei e Harry ali mesmo, na frente de todos e só era contida pelo marido, um dos homens que a acompanhavam mais cedo, enquanto falava com Sírius. Já do lado dos acompanhantes de Harry, Mione não continha as lágrimas e até mesmo Gina tinha que admitir que estava tocada com a cena.


 


 


- Pelo que fui informado, este jovem não se parece com os pais apenas na aparência, majestade. – Continuou Ricardo, dirigindo-se primeiro para a esposa e então para todos – Mas é tão corajoso, destemido e fiel quanto. Assim, é com imenso prazer que lhe devolvo o que lhe é de direito. Por todos estes anos fui aconselhado a não repassá-lo para ninguém, pois apareceria a pessoa certa para recebê-lo. – E aqui ele olhou de soslaio para Dumbledore, que apenas sorriu levemente e quando Harry olhou para ele, ganhou uma piscadela discreta como resposta – E hoje isto aconteceu. Harry Potter, concedo-lhe o título que já foi de sua família por gerações. A partir de hoje, serás conhecido como o Duque de Grifinória.


 


 


Como já acontecera com Sírius, enquanto o rei falava, o bispo cobria suas costas com um manto e depositava em sua cabeça uma coroa. Enquanto terminava a cerimônia, Dumbledore se aproximou e falou ao ouvido do rei.


 


- Obrigado, majestades. – Harry agradeceu e voltou para seu lugar, sendo imediatamente abraçado por uma emocionada Hermione.


- Muito bem, meus nobres. Aproveitem um pouco mais da minha bebida e da minha comida. Mas tenho assuntos a tratar com o Duque e com o Conde. Senhores, tragam sua comitiva.


 


 


Os reis se levantaram, e todos se curvaram. Enquanto a rainha atravessava a mesma porta pela qual haviam entrado, Ricardo entrou em outra. Quando a porta se fechou e todos se levantaram, Dumbledore se encaminhava para a mesma porta e fez sinal para que eles o acompanhassem. Assim que entraram, guardas se posiciionaram à porta, impedindo que qualquer pessoa se aproximasse. Foi a gota final para que Bella saísse da recepção. Realmente, como seu primo dissera, ela tinha muito a relatar a seu mestre.


 


Dentro do aposento, Ricardo preparava ele mesmo as bebida.


 


            - Me acompanha, Sírius?  - Perguntou ele, sem se virar.


            - Com prazer, majestade.


-  Você ainda está muito jovem para beber, Harry. – Disse Ricardo, enquanto entregava um copo para Sírius e outro para Dumbledore – E você, suponho que ainda não beba, não é mesmo Remus?


- Está correto, majestade. Não posso beber. Ordens médicas. – Concordou Lupin.


- É realmente um grande prazer conhecê-lo, Harry. – Ele voltara sua atenção para o rapaz, fitando-o profundamente – Só tomei conhecimento de sua existência a pouco tempo. Mas estes três insistiram que era perigoso trazê-lo aqui antes da hora. Você sabe, as paredes têm ouvidos. E olhos. Estamos cercados por inimigos, mesmo aqui dentro do palácio real. Mas agora você está aqui e temos muito a convesar. Mas primeiro, quem são estas belas damas que os acompanham?


- Estas são Ladies Hermione Granger e Ginevra Weasley. – Apresentou Harry, ao que ambas fizeram nova reverência, cumprimentando o rei.


- Muito bem. Alvo me disse que parte dos assuntos que vamos discutir tem a ver com as jovens. Sentem-se, moças. Tenham um pouco de paciência, pois temos muito a tratar aqui hoje. – Disse Ricardo, voltando-se novamente para os demais – Vocês sabem que com a revelação de hoje, provavelmente abrimos a caixa de Pandora. Se até hoje Riddle estava operando nas sombras, isto deixará de acontecer. Ele tomará nossa atitude como uma afronta direta e fará o mesmo.


- Sim Majestade. Temos ciência disto. – Dumbledore se pronunciou – Por outro lado, também anunciamos à toda a nobreza de que ele falhou, anos atrás, ao tentar erradicar a casa dos Potter. Que ele agora tem um adversário, se não à altura, pelo menos alguém que não o teme e que não medirá esforços para impedí-lo. Que a profecia ainda pode se cumprir.


- Mas assumir o manto de seu pai não basta para convencê-los, Harry. Você sabe disto,não? – Indagou o rei.


- Sim majestade. Tenho ciência de que tenho muito trabalho pela frente. Muitos contatos a fazer. – Respondeu o moreno de pronto.


- Ótimo. Faça isso. Terá o meu apoio no que for possível. Mas esta é uma luta entre bruxos, na prática não tenho muito o que fazer. Além disso, tenho que me preocupar com a guerra. Não demorará muito, terei que partir para a Terra Santa. É o que se espera do rei da Inglaterra.


- Riddle pode estar esperando justamente este momento para promover algum golpe, majestade. – Apontou Lupin.


- Talvez fosse o plano até este momento. Agora, com o aparecimento de Harry, acredito que ele não tome nenhuma ação impensada. – Disse Dumbledore.


- Também acho. – Concordou Ricardo – Harry possui o mesmo título que Riddle. O Duque de Sonserina não tomará nenhuma ação imediata, antes de conhecer seu novo inimigo.Ele teme esta tal profecia. Mas temos outro problema.


- Qual, majestade? – Indagou Sírius.


- Agora que Harry assumiu seu título de nobreza, é esperado dele que parta para a Terra Santa, que lute nas Cruzadas. Não sei por quanto tempo poderei adiar enviá-lo para lá. – Ricardo parecia preocupado com esta possibilidade.


- Mas senhor, minha guerra está aqui na Inglaterra. Não tenho medo de lutar contra os Sarracenos, mas é vital para a paz de nosso país que eu permaneça aqui. Depois que resolvermos o problema com Riddle, passarei o tempo que quiser na Terra Santa. – Pediu Harry.


- Eu sei disto, meu rapaz. Mas talvez não tenhamos opção. Tudo depende da pressão que os nobres fizerem. Tudo depende da política. Por isto é tão importante termos o maior número possível de aliados. Isso certamente adiará sua partida. – E pelo tom de sua voz, o rei encerrava a questão, não aceitaria continuar discutindo o assunto.


- Cuidaremos disto, majestade. Não se preocupe. – Atalhou Dumbledore, olhando para Harry e fazendo-o se calar.


 


 


A conversa tomou outro rumo, abordando vários tópicos. Ao final de meia hora, o rei voltou a fitar as moças, que permaneciam caladas, ouvindo a conversa.


 


 


- Muito bem, estas belas jovens já devem estar entediadas de nos ouvir. Para finalizar esta reunião acho que podemos discutir o problema delas. – Disse ele.


- Meu senhor. – Dumbledore tomou a palavra – A jovem Hermione Granger é filha de Sir Phillipe Granger, morto há alguns anos atrás, quando suas terras foram invadidas pelos Malfoy’s. Eles tomaram suas terras e a fizeram refém por todos este tempo, na intenção de forçar a moça a se casar com o jovem filho do casal e assim legitimar a posse das terras.


- Fui informado de que a morte dos Granger havia sido cometido por saqueadores. E que os Malfoys haviam socorrido seus vizinhos, tornando-se guardiões da casa e da jovem. Sempre desconfiei da ação, mas nunca tive uma versão em contrário. – Informou o rei.


- Lorde Granger era simpático à nossa causa. Isto e o fato de Harry estar escondido em suas terras causaram a reação de Riddle e Lucius Malfoy. A família Weasley também sofreu represálias por isto. – Continuou Dumbledore – Apenas agora, quando seu treinamento já estava completo foi que achamos seguro Harry tomar alguma providência. Ele foi até lá e conseguiu resgatar a todos. Mas Malfoy ainda detém a posse, ilegal, das terras.


- E nós queremos devolvê-las a Hermione. – Completou Harry – Por bem ou por mal.


- Entendo! – Ricardo sorriu para o rapaz – Mal retornou e já está querendo arrumar confusão com os homens de Riddle. Me lembra muito seu pai, Harry. Mas vamos evitar um confronto armado tão cedo, está bem?


 


 


Dizendo isto, ele se levantou, foi até uma escrivinha, onde sentou-se e escreveu por alguns minutos em um pergaminho. Quando terminou, enrolou-o e lacrou, usando cera quente e seu brasão. Então estendeu-o a Harry.


 


 


- Esta é uma ordem de reapropriação. Entregue-a a Malfoy. Ele não poderá deixar de cumprí-la. Se se recusar, estrá contrariando a mim, e sofrerá por isso. Ele não se atreverá.


- Obrigado, majestade. – Harry fez uma nova reverência. Olhou para Mione e esta tinha lágrimas nos olhos.


 


 


A reunião terminou e todos voltaram para casa. Lá chegando, Mione se virou para Harry.


 


 


- Harry, não acredito. Vou conseguir de volta tudo que os Malfoy’s tomaram de mim.


- Eu disse que conseguiríamos, não disse? – Indagou ele.


- E o que vamos fazer agora? – Perguntou Gina.


- Vocês devem ir para a França. Eu irei mais tarde, próximo a data do casamento. Mas antes de tudo, vamos arrancar Malfoy de sua casa, Mione. Mal posso esperar para ver a cara dele quande ler isto. – Disse Harry, erguendo o pergaminho em sua mão.


 
N:A: Bom, hoje ainda é janeiro, então ainda estou conseguindo manter a minha palavra e atualizando as fics, uma por mês. Sinto não responder os comentários, tá meio corrido agora mas pretendo responder no próximo.

Agradeço a todos que estão acompanhando a fic, que deixaram ou não comentário. E espero que tenham gostado deste capítulo.

Beijos e abraços.

Claudio

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