Um caloroso reencontro

Um caloroso reencontro




 


Fazia tempo que a Mansão Malfoy não era mais a mesma. Perdera toda a opulência e o brilho que a família Malfoy ostentou por séculos. Era agora um amontoado de salas e quartos vazios, silenciosos e assustadores. A prataria nunca mais foi polida, o jardim invadiu a varanda. A piscina mais parecia um pântano. Teias de aranha tomavam conta de cada espaço e seus únicos visitantes corriam de um lado para o outro a procura de restos de comida. O cheiro de mofo dava o toque final à decadência do ambiente.


Lúcio Malfoy e sua mulher Narcisa estavam em Azkaban. Draco escapou graças o depoimento do pai que jurou que o filho era inocente e que nunca realmente esteve envolvido com as Artes das Trevas. Se para alguns essa atitude revelaria afeto ou preocupação; na interpretação de Draco significava que o pai esperava que ele se vingasse dos que tinham desafiado a família.


 


Essa idéia tomou conta do jovem Malfoy como um veneno e contaminou sua mente e espírito. Draco passava muito tempo na parte de baixo da mansão pensando e remoendo esse rancor. Estava abatido com olheiras e muito magro. Casualmente recebia visita dos Revistadores do Ministério, uma espécie de policia bruxa, para inspecionar Draco e a mansão. Devido ao estado da casa e de seu único morador essas visitas foram ficando mais raras e cada vez mais rápidas.


 


No fim da tarde Draco recebeu um berrador com algumas instruções; devia aparatar numa parte que nunca havia estado no Beco Diagonal. Chegando ao lugar viu dois homens entrarem num galpão velho. Reconheceu um deles imediatamente: Harry Potter.


 


– Ora, ora que mundo pequeno esse – murmurou.


 


Um homem o apareceu ao seu lado.


 


– Parece que o bruxo conseguiu ajuda Draco.


 


– Uma ajuda bem inusitada.


 


– Segui o maltrapilho o dia todo, o feitiço para confundir que ele lançou era antigo e deu trabalho. E agora Harry Potter veio parar aqui e acaba de entrar no galpão. Que dia...


 


Draco deu de ombros.


 


– Eu vou. Potter vai reconhecê-lo.


 


Já dentro do galpão o homem parou observando Harry concentrado no que estava mexendo. Quando Harry sentiu sua presença já era tarde demais.


 


– Vamos logo Draco! Eu pego os livros e você o restante!


 


– Você não o matou? – perguntou Draco observando Harry desacordado.


 


– Ele ainda está respirando. Quer dar cabo dele?


 


– Não, ele não deve resistir muito tempo.


 


– Você é um preguiçoso Draco! Então esse é Harry Potter? Eu podia ter matado uma manada antes que ele se virasse.


 


– Você devia ter sido um Comensal...


 


– Bobagem. Se até você foi...


 


Passaram alguns minutos recolhendo livros, ingredientes e os baús.


 


– Pegamos tudo que valia a pena – disse Draco.


 


– Acho melhor levarmos o mendigo. Ele pode ser útil para praticarmos alguns feitiços.


 


– Levar? Pra minha casa?


 


– Gentil da sua parte se oferecer Draco, mas se livre dele logo.


 


– E o Potter? Ainda está respirando!


 


– Vou cuidar melhor dele. Vá logo Draco; você tem trabalho a fazer.


 


Draco deu uma olhada em Harry estirado inconsciente no chão.


 


– Não precisa me agradecer Draco, mas pode contar a seu pai quando for visitá-lo em Azkaban!

Carrancudo Draco segurou o outro homem caído pelas vestes e saiu de volta à mansão.


 


O comparsa de Draco examinou a cena; lançou faíscas da varinha e logo das pilhas de livros e pergaminhos velhos se ergueu uma parede de fogo em volta de Harry.


 


– Esse calor me deu sede! – disse antes de sair e também aparatar.


 


Assim que Harry abriu os olhos os sentiu ardendo. Não sabia se tinha sido estuporado ou atropelado por um trem várias vezes. Olhou em volta tentando localizar o homem que o acompanhara, mas a fumaça começou invadir sua garganta.


 


Tentou se levantar, mas não conseguia a dor era lancinante. Tirou a varinha do bolso para abrir uma brecha na fumaça. Sentiu o calor aumentar na altura dos ombros e não conseguia mais puxar o ar. Uma explosão de água passou por cima de sua cabeça. Alguém que vinham à frente e apontava a varinha em direção ao fogo.


 


– Pode se mover Sr. Potter?


 


– Tem um homem aqui dentro!


 


– Não vimos mais ninguém. Temos que sair daqui agora! – disse apontando a varinha para as paredes; um jato de gelo seco apagou o fogo. Ouviram um estrondo.


 


– Vai desabar!


 


Harry sentiu que o puxaram de alguma forma e quando abriu os olhos novamente teve certeza que estava soterrado, mas era Hagrid que estava com a cabeça em seu peito.


 


– Sim, ele está vivo Hermione.


 


– Ah, graça a Deus!


 


Hermione o abraçou e aos poucos Harry sentiu a respiração normalizar. Tentou levantar. Estava numa espécie de maca.


 


– Meu Deus Harry! Você está bem?


 


– Estou bem agora. Aiiihh! – Harry exclamou deitando novamente com fortes dores nas costas. – Não, não estou...


 


– Não se mexa! – mandou Hermione. – Ouvimos uma gritaria sobre um incêndio e todo mundo correu até aqui. Os homens do Departamento de Segurança não nos deixaram passar. Hagrid teve que abrir caminho à força!


 


– Tinha um homem comigo Hermione.


 


– Ah, não o encontraram Harry. Foi um milagre você sair vivo de lá! Não sobrou nada!


 


Hermione estava com os olhos vermelhos e uma expressão de agonia.


 


Um homem de laranja e rosto coberto de fuligem se aproximou.


 


– Sr. Potter, meu nome e Rick Nelson. O senhor está bem? O que aconteceu?


 


Harry reconheceu a voz do homem e contou tudo sentindo dor em cada parte do corpo. O bruxo o interrompeu:


 


– Esse tal homem o atacou e colocou fogo no galpão com o senhor lá dentro. A última explosão quase mata a todos nós.


 


– O que tinha lá dentro Harry? – perguntou Hermione.


 


– Só vi algumas caixas, frascos e toneladas de livros.


 


– Livros?


 


– É Hermione, toneladas.


 


Hermione olhou triste para as cinzas do galpão, mas se virou rápido e segurou o braço de Harry.


 


– Ele não queria que eu tocasse em nada porque colocaria fogo em tudo? – indagou Harry.


 


– Provavelmente eram roubadas e ele achou que o senhor poderia prendê-lo ou denunciá-lo. – disse o Sr. Nelson.


 


– Ele podia ter me atacado antes. Eu nem o ouvi depois de um tempo...


 


– Deu as costas a um homem que nunca viu depois de ainda ter-lhe devolvido a varinha? – perguntou Hagrid.


 


– Achei que podia confiar nele... Não me lembro de ter devolvido a varinha; acho que ela ficou no chão.


 


– Ele a pegou de volta. Vou ter que pedir que depois de medicado o senhor vá ao Ministério. – disse o Sr. Nelson e Harry sentiu que ele o achou no mínimo ingênuo.


 


– Hermione, você vai comigo ao Ministério?


 


– Claro! Mas primeiro vamos cuidar dessas costelas quebradas! Não se mexa.


 


– Eu não consigo nem respirar Hermione.


 


O Sr. Nelson entregou a Harry uma poção que parecia feita de marshemelow, mas de gosto salgado que aliviou a dor. Harry deveria tomá-la todos os dias até melhorar totalmente. O que infelizmente o Sr. Nelson não podia prever quanto tempo isso ia levar tão forte fora o feitiço.


 


– Obrigado, me sinto novo em folha. – mentiu Harry. Ainda não conseguia ver direito a fisionomia do Sr. Nelson ainda oculta pela sujeira do incêndio. – Obrigado mesmo. O senhor salvou minha vida.


 


– O senhor tem uma sorte estranha Sr. Potter.


 


– É, acho que sim afinal!


 


Harry e Hermione foram até o Ministério. O expediente normal já havia acabado.


 


Uma mulher sem pescoço e antipática os aguardava e os levou a uma sala. O aviso na porta dizia “Roman Young” e Harry se lembrou desse nome numa das cartas que recebera. A porta se fechou atrás deles e um homem alto e gordo os recebeu, mas não dirigiu a palavra alguma a ele e Hermione; também não pediu que sentassem até que se acertar atrás de sua mesa. Quando Harry fez menção de falar recebeu um sinal que esperasse e depois de tirar um fiapo de pena da mesa o Sr. Young olhou para Harry; os olhos inchados como se tivesse acabado de acordar de um cochilo.


 


– Sr. Potter recebi um aviso que o senhor ficou preso em incêndio? Procede?


 


– Sim, eu fique, mas...


 


– O senhor seguiu um homem até um galpão abandonado e este o atacou e ateou fogo em tudo ao seu redor. Procede?


 


– Sim, mas...


 


– O fogo consumiu tudo. É bem possível que seu agressor tenha morrido ao tentar sair.


 


– É, isso é mesmo possível, mas eu gostaria de saber de quem era o galpão. Posso descrever o homem e alguns dos objetos que vi lá dentro.


 


– No momento não será necessário. Nós vamos investigar e informaremos ao senhor.


 


E se pondo de pé estendeu a mão. Harry não correspondeu ao gesto.


 


– Havia muitos objetos mágicos lá e devem pertencer a alguém. De quem é o galpão?


 


– Não há dono registrado naquele endereço. Erros do passado do Ministério. Um homem encontra um espaço lança um feitiço, levanta paredes e se diz dono. E depois começa juntar porcarias.


 


– Ele quase matou Harry! – disse Hermione indignada.


 


– Srta. Granger ele quase matou um funcionário do Ministério. Como eu disse... Se ainda estiver vivo vamos encontrá-lo e ele pagará por isso. Aliás, o senhor também deveria ser punido Sr. Potter. Os funcionários do Ministério obedecem a protocolos. Quando encontrar alguém em atitude suspeita deve avisar o Ministério. Acuar um suspeito, provavelmente em seu covil, foi um risco desnecessário.


 


– Estou falando sério! Havia material mágico importante naquele galpão!


 


– Havia, não há mais. Queimou. Escute Sr. Potter vá para casa com sua amiga e descanse. É o que posso lhe dizer no momento.


 


Hermione puxou Harry para que ele não respondesse. Os dois saíram da sala.


 


– Quem esse cara pensa que é? – disse muito zangado.


 


– Ele é o seu chefe Harry.


 


– Eu sei, mas...


 


– Você tem que aprender a aceitar ordens. Não me olha desse jeito! Você é que diz que quer ter uma vida normal. Na vida normal pessoas trabalham e aceitam ordens.


 


– Simples assim?


 


– Não disse que é simples. Só disse que será assim se você quiser continuar no Ministério.


 


Harry cruzou os braços. Só agora notara as mangas da camisa sujas e queimadas.


 


– O que você sabe sobre baús mágicos Hermione?


 


– Harry, você quase morreu agora a pouco.


 


– Vamos Hermione! O que você sabe sobre baús mágicos? Tenho certeza que muita coisa...


 


– A maioria foi confiscada pelo Ministério. O pai de Rony confiscou vários.


 


– Contei três no galpão; os baús mágicos eram em sua maioria ligados a Artes das Trevas, não?


 


– Sim, a maioria. Você acha que esse homem pode tê-los roubado?


 


– Ninguém registraria um roubo de um baú cheio de "Artes as Trevas". E se ele conseguiu tirá-los enquanto eu estava desmaiado? Ele não queria que eu entrasse lá... Você disse que o pai de Rony confiscou vários desses baús.


 


– Sim, quando fazia batidas.


 


Já estavam andando pela rua. Harry queria se despedir de Hagrid, mas Hermione insistiu que ele voltasse para casa. Ansioso demais para isso Harry continuou a fazer perguntas a Hermione sobre os baús mágicos.


 


– O pai de Rony deve ter uma lista dessas batidas ainda guardadas; pode ter anotado quem possuía artefatos das Trevas, mas quando foi fiscalizado não encontraram nada.


 


– Isso é possível. Harry, você precisa descansar; trocar de roupa. Poder ter algum machucado que eu ainda não vi. Preciso preparar mais doses dessa poção. Você não pode passar muito tempo sem tomá-la. Talvez até acabe ficando na sua casa para isso


 


– É tem razão... isso seria mesmo legal.


 


Hermione relaxou por um estante. O tempo necessário para Harry a segurar forte pelo braço.


 


– Mas primeiro vamos falar com o pai de Rony!


 


– Harry não! Nãaaaaao! Haaaaarry!


 


Aparataram.


 


Na Toca o Sr. Weasley segurava a pequena Victorie e ralhava com Percy que a tinha feito chorar. A Sra. Weasley brigou com os dois a caminho do quintal onde Rony estava sentado. Ao redor dele vários pergaminhos amassados. Ele sorriu quando viu a mãe se aproximar.


 


– Percy está me deixando louca! Ele não deixa Victorie mexer em nada. Como se fosse possível uma criança não querer mexer em caldeirões e...


 


A Sra. Weasley se calou. Ela sabia o que estava chateando o filho. Deu um beijinho na testa de Rony e disse casualmente:


 


– Sabe, Hermione não passa muito tempo sem ver Victorie.


 


– Ah, sim ela adora a menina. – disse Rony.


 


– Talvez se eu escrevesse a ela e mencionasse que a menina está aqui...


 


– Não mãe! Não faça isso.


 


– Não vejo problema se eu quiser mandar uma coruja para uma amiga da família.


 


– Não! – disse Rony com firmeza.


 


A Sra. Weasley pensou mais um pouco.


 


– Filho, você não tem nada para fazer em Londres? Talvez você se saia melhor pessoalmente. – disse apontando os pergaminhos no chão.


 


Rony riu.


 


– Bom, no momento, qualquer forma vai ser extremamente difícil.


 


– Continue tentando e vai acabar pensando em alguma coisa.


 


A Sra. Weasley saiu em direção a casa. Rony a seguiu e foi subindo às escadas.


 


– Vou me deitar.


 


– Mas já?


 


– Assim o tempo passa mais rápido.


 


O calor fazia com que Rony virasse de um lado para o outro. Mas talvez não fosse só o calor que o impedisse de pegar no sono. Enfiou a cabeça no travesseiro.


 


– Mulheres... Hermione...


 


Enquanto isso um clarão iluminou o jardim dos Weasley.


 


– Harry! Hermione! – exclamou o Sr. Weasley os vendo pela janela. – Mas que surpresa! Entrem!


 


Hermione se soltou depressa de Harry e lhe lançou um olhar irritado, mas logo que pegou o bebê no colo se desmanchou em sorrisos. Gina veio correndo abraçar Harry e notou Hermione olhando em volta.


 


– É tem um Weasley faltando. – disse abraçando a amiga.


 


– E o Weasley que está faltando passou os últimos dias pelos cantos xingando todo mundo! – completou Jorge também abraçando os amigos recém chegados.


 


Todos olharam para Hermione.


 


– Onde ele está? – perguntou corada.


 


– No quarto dele. – respondeu Gina.


 


Hermione, Harry e Gina subiram as estreitas escadas até o quarto de Rony. Todos na sala fizeram sinais positivos uns para os outros. A Sra. Weasley bateu palmas e até Victorie deu uma gostosa gargalhada.


 


Gina torceu a maçaneta e empurrou a porta.


 


– Vamos acabar logo com isso! Rony, Hermione está aqui.


 


Rony deu um pulo. Gina empurrou Hermione para frente dele. Ficaram parados se olhando. Sem palavras, só sorrisos.


 


– Rony! Oi para você também! – disse Harry passando a mão na frente do rosto do amigo.

Rony abraçou Harry ainda olhando Hermione.


 


– Cara, você está cheirando churrasco!


 


Só nesse momento Gina percebeu o estado das roupas de Harry.


 


– Que aconteceu?


 


– Ah, isso? Eu explico mais tarde e fez sinal para Gina o acompanhar para fora do quarto.


 


Harry foi descendo com Gina e toda a ansiedade que viveu até ali foi sumindo. Gina tinha esse poder. Foram descendo, abraçados e trocando beijos. Ao pé da escada Gina parou.


 


– Você acha uma boa idéia deixar os dois sozinhos lá?


 


No mesmo instante a porta do quarto se abriu e Hermione passou por eles descendo a escada de dois em dois degraus seguida por Rony indignado:


 


– Você sempre sai batendo os pés e me deixa falando sozinho.


 


– Só quando você diz besteira Ronald!


 


– Acho que não devemos nos preocupar com isso agora... – disse Harry balançando a cabeça.


 


– É – concordou Gina – está tudo normal...


 


Enquanto davam um passeio antes do jantar viram Rony e Hermione se beijando no quintal. Harry e Gina passaram por eles rindo. Rony os alcançou a porta.


 


– Então vai nos contar o motivo de estar nesse estado?


 


– Isso mesmo! Você nos deve uma explicação! – disse Gina.


 


– Logo Gina. Quero conversar com seu pai também.


 


Hermione passou por eles sem dizer nada. Harry cochichou em seu ouvido.


 


– Então não foi bom termos vindo?


 


Ela não respondeu, mas entrou sorrindo na cozinha. Depois do jantar Harry contou tudo ao Sr. Weasley.


 


– Tenho que concordar com Roman Young; você foi muito imprudente Harry. Ele pode ser um preguiçoso que se mantém no Ministério graças ao trabalho alheio, mas estava certo no que lhe disse.


 


Harry concordou e Gina percebeu pela expressão de Hermione que Harry poupara alguns detalhes. O que aconteceu deveria ter sido mais serio do que o namorado relatara.


 


– Que acha da minha teoria Sr. Weasley?


 


– É pode ser. Vou procurar minhas listas e aviso você.


 


– E o tal cara Harry? – perguntou Rony acabando com sorvete que a mãe servira a Gina.


 


– Não sei, ele estava bem nervoso. Dizia coisas sem sentido. Não dava pra imaginar que pudesse lançar um feitiço tão forte. Eu nem sei como me ferrei todo...

– Alguma idéia do tipo de feitiço? – perguntou Gina a Hermione.


 


– Honestamente ainda não sei...

– Isso é preocupante. – comentou o Sr. Weasley.

Hermione bocejou e deitou a cabeça no ombro de Rony.


 


– Vão se deitar. Amanha tem mais conspirações bruxas para vocês desvendarem. – disse a Sra. Weasley sorrindo.


 


– É. Foi um dia cheio! – disse Harry cansado. – Ainda tenho que mandar uma coruja para Hagrid...


 


– Eu já mandei. – disse Hermione. – Pedi a ele pra ficar na sua casa até voltarmos.


 


– Você teve tempo? – perguntou Gina rindo e piscando para a amiga.


 


Hermione tornou a corar, mas Rony parecia mais do que satisfeito, parecia aliviado.


 


Harry desejou boa noite e foi subindo as escadas com os amigos. Hermione entrou no quarto de Rony e Gina foi direto para o dela. Rony ia entrando logo atrás de Hermione, mas foi seguro pela Sra. Weasley que vinha bem atrás com uma expressão muito severa.


 


– Tem um sofá muito confortável lá embaixo!


 


Hermione abriu a porta.


 


– Rony? Você não vai...


 


– Não, não vai! – respondeu a Sra. Weasley.


 


Gina abriu a porta também, mas Harry fez sinal negativo com a cabeça. Ela lhe mandou um beijo e fechou a porta bem devagar para a mãe não ouvir. Rony levou um beliscão da mãe.


 


– Lá para baixo agora! Não se preocupe Harry o sofá é seu. Rony dormirá no chão.


 


– Bem, boa noite meninos... – disse Hermione sem graça.


 


A Sra. Weasley não se mexeu até Rony seguir Harry escada abaixo.


 


– Podia ser pior Rony. Ela podia não ter vindo. – disse Harry ao amigo. Na verdade Harry queria mesmo era rir da cara de desapontamento do amigo.


 


Durante boa parte da noite Rony se virava mal acomodado no chão; quando se levantou e foi até o pé da escada deu de cara com a Sra. Weasley.


 


Deitado, fingindo dormir e se segurando para não rir Harry, começou sentir novamente dores pelo corpo. O pior era que a dor era acompanhada da imagem do homem assustado a frente do galpão e a figura do bastão com a pedra vermelha na ponta que nem o Sr. Weasley nem Hermione conheciam. Quase cochilando decidiu que precisava saber o que significava, mas principalmente quem o deixara naquele estado.


 


Durante o fim de semana Harry e Gina fizeram um piquenique. Hermione e Rony estavam em algum canto fazendo as pazes e só apareciam para as refeições. Num desses intervalos Rony comentou sobre sua idéia de ficar uns dias na casa de Harry.


 


– Estou cansado de voltar todos os dias para cá.


 


– Aproveite e convide Hermione para ficar com a gente. Tem muito espaço.


 


– É uma ótima idéia Harry! Com a nova sede do FALE ela também vai acabar se cansando de aparatar pra lá e pra cá e para a casa dos pais. Vou contar pra ela! Ficaremos todos juntos... Muito legal!


 


Hermione aceitou de pronto, mas quem gostou mesmo da novidade foi Gina.


 


– Realmente uma ótima idéia! Se Hermione for logo poderei ir também!


 


Naquele momento nenhum deles poderia imaginar que alguém em algum lugar conspirava para essa tranqüilidade acabar.


 


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