O novo professor de feitiços

O novo professor de feitiços



Capítulo 7 - O novo professor de feitiços OU O novo James (Tiago)


 


Um mês se passara desde o acontecido nas masmorras, Victoria e Snape mal se esbarravam nas refeições ou na biblioteca onde a moça passava parte do seu dia aprimorando conhecimentos. Ele sabia quando ela estaria lá e por vezes se sentia fortemente atraído pela lembrança de algum livro bom que tinha vontade de ler ou consultar. Nem mesmo Scessi o visitava mais com tanta freqüência.


           


As patrulhas a noite eram tranqüilas e Victoria ficava satisfeita por essencialmente fazer pouco contato com outras pessoas. Aprendera a viver assim, reservada, sozinha e as pessoas ao perceber sua maneira não tinham muito interesse em se aproximar a não ser pela curiosidade que seus olhos causavam e por ela possuir um dos animais mais desejados do mundo, cujo veneno era ingrediente de uma poção raríssima e muito poderosa.


           


Ultimamente porem, apesar da satisfação pelo não contato com algumas pessoas, - Dolores Umbridge, em especial – ela sentia algo que nunca a incomodara antes, solidão, desamparo. Scessi era sua única companhia, mas ela não era humana e algumas coisas não podia sentir. Era sem dúvida alguma um mulher muito forte, com dons especiais, porem com a função de vigiar Voldemort, nos últimos meses havia se tornado incrivelmente frágil. Ela mesma sentira a diferença e confessara a si mesma, seus olhos passaram rapidamente de lilás radiante para roxo escuro e em seguida negros como sentia sua alma ficar.


           


O fim de semana seria mais tranqüilo, pois haveria a visita dos alunos a Hogsmead o castelo ficaria vazio, sabia que muitos dos professores também aproveitariam para ir ao povoado e sentia a onda de liberdade vindo, seguida drasticamente por uma onda de abandono. Proporá ajudar Scessi em alguma aventura pela Floresta Proibida, mas a víbora já estava alimentada para dias.


           


Mas ao contrario de suas expectativas Dumbledore convocou a todos os professores, ela e Filch também, para uma reunião. Chegando na sala dos professores já estavam todos lá menos Dumbledore, havia um tom de mistério e descontentamento no ar.


           


Seus olhos se cruzaram rapidamente com os de Snape. Tentando não ser notada ela em vão se postou num canto da sala. Umbridge não tirava seus olhos curiosos de cima da menina e seus olhos reprovadores sob Scessi. Agora como Alta Inquisidora da escola a sapa velha não parava de persegui-la tentando uma entrevista ou implicando com a cobra venenosa, mas ela sempre se esgueirava.


           


Finalmente Dumbleodore chegou, acompanhado de Flitwick – o qual Victoria não notara a falta – e um outro homem, alto, magro, cabelos pretos rebeldes, usava óculos, olhos castanhos claros, sorriso bonito, parecia levemente familiar, mas ela não conseguia se lembrar de onde. Assim que ele entrou na sala Snape se levantou de um pulo, os outros professores cochicharam.


           


Os olhos do homem se cruzaram com os dela e os dois sorriram levemente ao se encarar. Victoria nem sabia ao menos o por que mas ele lhe transmitia paz, inexplicavelmente simpatizara com o desconhecido.


           


-Receio ter uma boa e uma má noticia – suspirou Dumbledore – O professor Flitwick terá de entrar de licença e em seu lugar receberemos Jason Talavera para lecionar feitiços.


           


Flitwick tinha uma expressão calma no rosto e Talavera sorria ao receber olhares dos colegas.


           


-Eu sei o que estão pensando – disse olhando diretamente para Severus – mas lhes asseguro que é mera coincidência.


           


Snape saiu da sala assim que Dumbledore acabara de pronunciar a palavra “coincidência”. Estava visivelmente alterado. Mas ela não queria pensar nele, esperou que todos fossem devidamente apresentados e saiu. O dia estava lindo e ela queria ficar um pouco ao ar livre.


           


Sentou-se perto de uma arvore as margens do grande lago da propriedade. Scessi a acompanhou como sempre, mas agora as duas não conversavam como antes. Victoria tinha adquirido um mal humor que irritava Scessi. A moça tinha um livro em suas mãos, tentava de todas as maneiras usar seu tempo livre para estudar. Fazia algumas anotações em seu pergaminho, tão absorta em seu trabalho que não percebeu a chegada de alguém.


           


-Dia bonito não é mesmo – disse-lhe uma voz doce e masculina.


           


-Lindo mesmo – disse se assustando e olhando para o homem, Jason parecia ainda mais bonito de perto, mas tinha feições extremamente adolescentes.


           


-Posso me sentar ao seu lado? – perguntou o moço com um sorriso nos lábios.


           


-Claro – disse Victoria sorrindo de volta – fique a vontade.


           


-Estudando? – perguntou com tom curioso


           


-Sim, preciso me fortalecer, não há mais nada o que fazer nesse lugar.


           


-Seja lá o que for, se precisar de ajuda estou a disposição. E podemos arrumar alternativas do que fazer, esse lugar é muito bonito, você deveria passear mais.– disse-lhe gentil


           


-Eu vou seriamente cogitar sua ajuda – disse a moça corando


           


-Então pare de estudar por hoje – disse pegando os livros das mãos da moça, se levantou e a puxou para que ficasse de pé. – Venha, aposto como você pode me mostrar um pouco essa propriedade.


           


Victoria não estava acostumada com esse tipo de tratamento, mas a espontaneidade inocente do rapaz a deixou sem reação, sorria incrédula com a capacidade dele de sorrir fazendo com que tudo parecesse pequeno. Deixando-se guiar pelo homem-menino que Jason era, Victoria conversou a tarde inteira com ele passeando pela propriedade com Scessi enrolada em sua perna. Sentia-se feliz pela primeira vez em meses, “realmente feliz” pensou.


           


O sol caia no horizonte quando retornaram ao castelo, riam abertamente em um dos corredores quando Severus Snape virou a esquina de outro corredor e no mesmo instante os risos estagnaram. Snape parara sem perceber de andar e olhava a cena dos dois, juntos, conversando, Victoria sorrindo de uma maneira que ele nunca vira antes. Lews e Talavera também pararam e encararam o professor. Jason não entendia o que estava acontecendo, só sabia que não era bom.


           


O brilho intenso e enfurecido nos olhos de Severus assustou Victoria, fazendo retornar seus sentimentos de ódio que lhe consumiam. “Qual o problema dele?” pensava enfurecida.


           


E na mente de Snape apenas uma frase ecoava “De novo não!”.


 

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