Simpática Scessi



Capítulo 3 – Simpática Scessi


 


Ao fim da primeira semana na casa já não a olhavam mais estranhamente, aparentemente estavam acostumados com sua recusa em fazer feitiços e seu isolamento junto a Scessi. Mesmo assim mantinha distância dos mais jovens, não gostava que suas relações com futuros alunos pudessem ser mais fortes que um “bom dia”, alias, com uma semana já começara a notar seus defeitos e a convivência não seria assim tão fácil, os Weasleys tinham uma vocação para criar confusões, a mais quietinha talvez fosse Gina, Potter estava sempre de mal humor, achava que deveria participar das reuniões e saber o que estava acontecendo, Granger mostrava-se cada dia uma irritante sabe-tudo, esperava que não agissem assim em suas aulas.


 


Apesar de ser uma pessoa consideravelmente agradável, Victoria não era dada a demonstrações de intimidade, afeto, não gostava de conversas demoradas e sem sentido e não era de fato a pessoa mais paciente do mundo, pelo contrario era muito fácil tirar a moça do sério. Já Scessi que só era vista em companhia de sua dona, por vezes ao chão, numa cadeira ou até mesmo em cima da mesa ao lado da moça, nas refeições, essa parecia bem a vontade com o ambiente.


 


Tão a vontade que em uma bela tarde durante uma reunião ela subiu à mesa e durante uma conversa mais amena agiu de maneira inesperada.


 


Estavam todos conversando em grupos, aguardando a chegada de noticias vindas de Dumbledore. Victoria estava sentada em uma ponta da mesa e Scessi subiu ficando em sua frente, olhou para a moça que lhe sorriu e virou-se para o outro lado. Na outra ponta da mesa, tão calado quanto Lews, estava Snape, com uma mão apoiando o rosto sobre a mesa e cara de tédio e de poucos amigos. Quando viu os movimentos da cobra seu rosto se ergueu e sua mão correu para o seu bolso.


 


Scessi serpenteou pela mesa até ficar de frente para o bruxo, Victoria pos-se de pé fitando a cena apreensiva.


 


Ouviu-se um sibilo saindo da boca da moça, a cobra olhou para trás mas continou, encostou num braço de Severus que ainda estava paralisado sob a mesa.


 


-Não se mexa – disse Victoria


 


-Eu não sou louco – respondeu Snape numa voz mais baixa que o normal, apreensiva, mas seca ao mesmo tempo. – A cobra o encarava e avançava por seu braço.


 


O sibilo mais uma vez saiu da boca de Victoria, todos agora imaginavam que barulho era aquele, muitos já sabiam. Snape já sabia. A cobra se limitou a virar para trás e emitir um pequeno som parecido. O rosto de Victoria parecia surpreso e contrariado, ao que ela emitiu mais um sibilo e se sentou, jogando-se na cadeira. Todos olhavam apreensivos, mas ninguém tinha coragem de falar.


 


A cobra desviou o olhar que tinha sob Lews e o voltou para Severus, que com a outra mão por baixo da mesa apertava sua varinha. Quando, inesperadamente o animal simplesmente baixou a cabeça como que se deitando no braço de Severus e se aninhando, fechou os olhos brancos.


 


Agora a atmosfera era ainda mais surpresa. Victoria bufava visivelmente e Snape apesar de não entender bem o que ocorrera, se esforçava para não demonstrar o sorriso que lhe ocorreu por dentro ao ver o transtorno dela.


 


Snape a encarou com uma visível pergunta na expressão. Ao que ela lhe respondeu impaciente.


 


-Scessi – trincou os dentes – gosta do seu cheiro!


 


Alguns risos foram contidos, Tonks era quem parecia achar aquilo estranhamente hilário, Sirius estava quase tão contrariado quanto Victoria, mas decididamente escolheu o comentário errado:


 


-Um legitimo sonserino, cuja a única criatura que simpatiza com você é uma cobra capaz de matar três gigantes com uma gota de veneno.


 


Obviamente aquilo foi ofensivo, Victoria e Scessi ergueram suas cabeças para encará-lo com ódio. Snape apenas limitou-se a se dividir no pensamento de quem ele gostaria que saísse mais transtornado dali: Sirius ou Victoria.


 


-Ah – disse Sirius rapidamente – eu não quis...


 


-Mas fez – Victoria estava de pé e a cobra continuava a olhar Sirius aninhada no braço de Snape. Mais um sibilo de Victoria e a cobra se desenroscou de Severus, de frente para o bruxo, abaixou a cabeça num cumprimento respeitoso que foi devolvido com um aceno do bruxo. As duas deixaram a cozinha e foram até os aposentos.


 


*Snape estava até agora impressionado com a cobra, seus pensamentos não saiam da sensação gelada que o animal produzira ao tocar sua pele, e do modo como ela o cumprimentara cordialmente, parecendo uma pessoa.


 


*Victoria e Scessi chegaram ao quarto e se olharam, mas a cobra não tentou se aproximar, sabia que a moça não ia com a cara do outro bruxo, mas algo nele fazia com que ela simpatizasse.


 


Victoria pensava em como Scessi conseguia achar o cheiro do bruxo bom, ele era tão irritante e agora se tornaria ainda mais prepotente.

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