Personalidade



Capítulo 2 – Personalidade


 


Todos tinham ido embora e agora o almoço iria ser servido, mais algumas pessoas entraram na cozinha, dentre eles, Harry Potter. O menino olhou para a cobra e ela podia ler seus pensamentos. Victoria já sabia que Harry era um ofidioglota, Dumbledore havia lhe dito.


 


Ela se apresentou basicamente. Todos os jovens que entraram a olhavam com curiosidade, mas ela estava acostumada, afinal, seus olhos não eram lá muito comuns, na verdade eram únicos se você fossem pensar em pessoas que realmente nasceram assim, é claro que metamorfos conseguiam facilmente reproduzir, mas não ficavam tão belos, não eram naturais, na verdade era difícil ser tão belos quanto os dela pensou Tonks ao tentar o truque.


 


Alem dos olhos, havia Scessi, sua companheira de longa data, sua única amiga. Há quem diga que as cobras são traiçoeiras, mas Lews discordava plenamente. Sua cobra era agora parte inseparável de seu dia-a-dia. E a cobra ao contrario do esperado por todos retribuía com afeto o amor recebido. Não era uma relação de cão e dono, era uma relação de respeito e companheirismo, onde as duas tinham seu espaço. Mas Scessi apesar de não ser agressiva não era sujeita a afeições com alguém que não fosse Victoria.


 


Ela fez questão de parecer seca e reservada, as perguntas dirigidas e ela foram respondidas com o mínimo de palavras e informações possíveis, logo todos perceberam que não teriam como saciar suas curiosidades e a deixaram em paz, ela almoçou em silencio e recolheu-se aos seus aposentos para alimentar Scessi. No caminho foi parada por Sirius Black, o dono da casa.


 


-Senhorita Lews?


 


-Sim – disse ela se virando ao pé da escada


 


-Eu estava pensando... – disse o homem olhando para a cobra e para ela – se é claro não for ofender. O que exatamente a Olho-de-Opala...


 


-Scessi senhor, o nome dela é Scessi – a cobra soltou um sibilo baixo deslizando da perna de Victoria até seu tronco.


 


-Scessi, sim claro – disse nervoso – O que ela come?


 


-Ratos – Victoria levantou a sobrancelha como se fosse obvio com um leve sorriso no rosto – e outros animaizinhos. – completou pensativa.


 


-Ah bom, hem – gaguejou ele – A casa esta passando por um período de limpeza e eu estava pensando se a...  Scessi gostaria de nos ajudar.


 


-Ah sim – disse ela olhando para a cobra – uma caçada faria muito bem a ela, eu tenho tido que comprar os animais ultimamente e não tem a mesma graça para ela. – Sirius achou ter ouvido um sibilo sair da boca de Victoria, mas piscou os olhos e era a cobra quem estava sibilando e incrivelmente ela balançava a cabeça na afirmativa.


 


-E vamos ter que deixá-la livre para isso não é? – disse Sirius pensativo.


 


-Ela vive solta, eu não a prendo nunca. Mas ninguém deve se preocupar, ela fará as caçadas de dia quando os quarto estiverem desocupados, e dormirá comigo. Scessi não é uma cobra para brincadeiras, mas também não é um animal selvagem que ataca por qualquer coisa.


 


Com a cara mais abismada do mundo Sirius observava a pequena hospede encarapitada agora no braço direito de Lews. Essa lhe sorriu e acompanhada do que a Black pareceu ser um comprimento da cobra, deu-lhe as costas e entrou em seus novos aposentos.


 


Os dias passavam e a situação era cada vez mais incômoda, Lews almoçava e jantava com todos, mas em seu caráter reservado não tinha muitos problemas com a observação deles e algumas de suas perguntas que ficavam sem resposta. A ajuda na limpeza da casa, a qual todos chamavam de “guerra” contra a casa dos Black, porem era mais difícil, todos os maiores de idade usavam suas varinhas para ajudar, faziam feitiços e ela se sentia uma colegial idiota.


 


-Nada de feitiços – lhe disse Dumbledore – Não mostre seu segredo.


 


-Por que? Eles irão descobrir quando eu ministrar suas aulas. – respondia contrariada, afinal se todos descobririam não havia motivos para tantos segredos.


 


-Em Hogwarts tudo é mais seguro – respondia-lhe ele. A resposta porem não era satisfatória.


 


Scessi ao contrario dela estava sendo muito elogiada, ao fim de uma semana os ratos quase não apareciam mais na casa.


 


Todos os dias haviam também as reuniões restritas a adultos, todos os dias tendo que aturar Snape sebosamente fazendo objeções ao não uso da sua magia, e ela rebatia com ataques a sua lealdade. Mas com Dumbledore presente os ataques eram discretos e raros.


 


Snape nutria uma grande curiosidade sobre a novata, é claro que já havia perguntado a Dumbledore, mas a resposta foi jocosa e nada satisfatória.


 


-Interessado Severus? – riu-se o diretor – Na hora certa vocês todos saberão. Dumbledore era um homem muito sábio, porem tinha uma mania insistente de zombar de tudo que lhe parecia propicio na opinião de Snape.


 


Já tentara também leitura da mente, mas aparentemente ela possuía dons de Oclumência muito fortes, dando-lhe um sorrisinho presunçoso, sim, ela tinha percebido que ele tentara, e ficou muito satisfeita de não deixar.


 


-Sua mãe não lhe ensinou que ler a mente dos outros sem permissão é feio Sr. Snape – disse ela ao final da reunião quando só ele podia ouvir.


 


Snape nada respondeu, seus olhos negros desta vez fuzilaram os lilases, que aparentemente se divertiam com a situação. 

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