O acordo



No andar debaixo, Harry se deparou com os demais Weasley e com Hermione, escutando o relato de Molly sobre o ocorrido com Gina e pelo jeito, ela não estava conseguindo ser muito clara devido a sua raiva. 


- Vocês deviam tê-la visto, só pode ter pirado, de onde será que ela tira essas idéias? - comentou enraivecida. 


- Calma querida, você não está sendo clara, eu não ainda não consegui entender o que houve com a Gininha – disse Arthur Weasley. 


- Caramba!- Fred foi o primeiro a notar Harry - Olha só quem resolveu aparecer. 


- Pois bem, Harry pode nos dizer o que há com essa mulher?- completou seu irmão Jorge. 


        Todos desviaram a atenção para Harry com grandes sorrisos no rosto. Hermione foi a primeira a se adiantar, correu e lhe deu um apertado abraço. 


- Harry, nem acredito que você está aqui, senti tanta saudade. Ah você nem imagina as novidades que tenho. 


- Certo, certo pode soltá-lo Mione, o coitado precisa respirar um pouco. - Rony aproximou-se dele rindo e o cumprimentou - Como vai cara?


- Vou bem e vocês?- agora, ele se sentia melhor depois de rever seus grandes amigos. 


O Sr. Weasley se aproximou apertando a mão de Harry e começou a lhe contar sobre o seu passeio. 


- Sabe Harry visitamos um museu de antiguidades trouxas, estupendo é o que eu digo, os trouxas são incríveis... 


- Arthur, não ouviu o que eu disse sobre sua filha? Temos um problemão por causa dessa sua mania por trouxas e você ai contando vantagem, se não fosse aquele objeto que você deu a ela... – Molly bufava de raiva. 


        Arthur olhou de relance para Harry, desesperado por ajuda. 


- Molly querida, se você me disser o que houve eu talvez possa resolver. – ele disse calmamente, indo até o sofá e se sentou - Agora diga o que a Gina aprontou? 


- Sabe aquele cantor trouxa que ela não para de falar? Aquele tal de Toby não sei lá das quantas? 


- Toby? A senhora está falando de Toby Scott? - questionou Hermione. 


- Esse mesmo. A atrevida da Gina quer ir até Monty para conhecê-lo. Como é que pode isso? – ela ia ficando cada vez mais irritada.


- Uau! Conhecer Toby Scott! Isso é um máximo, a Gina é uma pessoa de muita sorte. Dizem que ele é ainda mais lindo de perto. Ah e aquela voz, qualquer um se descontrola. - Hermione soltou essa sem querer, mas ao se dar conta do que disse e receber um olhar muito ameaçador da Sra. Weasley e de Rony, seu namorado, acrescentou. - Monty é? Bastante longe mesmo. 


- E isso é culpa sua Arthur. Você que trouxe aquela coisa pra ela.- ela estava praticamente espumando de raiva. 


Arthur parou para analisar a situação. Olhou a todos a sua volta tentando pedir uma luz para seus pensamentos. 


- Bom primeiramente peço que se acalme Molly.- ele ergueu as mãos antes que a Sra. Weasley voltasse a explodir - Meu bem sem escândalos, quero ouvir o que Gina tem a dizer, ela tem direito a uma defesa. Hermione pode chamar Gina aqui em baixo, por favor? 


- Claro. - Hermione se retirou para o andar de cima. 


        Levou alguns minutos até ela voltar com uma Gina bastante séria e com cara de que não daria o braço a torcer. 


- Pai eu não aceito isso, é injusto, eu adoro ele. Uma chance única e não posso desperdiçar. - falou Gina em protesto, e em nenhum momento olhou o rosto da Sra. Weasley. 


- Como é que é? Você não vai, é muito longe. Sem nenhum cabimento eu deixar você ir sozinha. - a Sra. Weasley estava bastante descontrolada, parecia até  que iria estrangular a Gina. A garota se virou para ela com uma cara de descrença. 


- Mãe eu acho que já tenho idade suficiente para decidir o que quero não acha? - Os presentes não se atreveram a se intrometer, conheciam muito bem o temperamento de ambas para tomar qualquer posição. 


- Você vem me falar de maturidade com decisões tão irracionais mocinha?- vociferou a Sra. Weasley.- Você não vai e assunto encerrado.- ao dizer isso ela procurou Arthur com o olhar esperando apoio. 


- Pai...- choramingou Gina. 


- ARTHUR!- gritou Molly. 


- Já chega vocês duas, isso já é demais- o Sr. Weasley levantou-se carrancudo do sofá.- Vocês estão me dando nos nervos, parecem duas crianças. É melhor se acalmarem ou não vamos conseguir resolver esse problema. – voltou a se sentar quando conseguiu controlar a situação.


         Elas se olharam e cruzaram os braços de uma forma bem ritmada. Mas foi a Sra. Weasley quem resolveu prosseguir.


- E o que você sugere Arthur? - ela perguntou ajeitando as vestes. 


- Bom agora que se acalmaram vamos analisar os fatos.- olhou de uma para outra.- Em primeiro lugar temos a  Gina que gosta do tal moço, é maior e com isso ela com certeza tem todo o direito de tomar suas decisões, não me faça essa cara Molly você sabe que tenho razão.- Gina abriu um grande sorriso ao ouvir isso. - Entretanto, você ainda reside nessa casa, com pessoas que se preocupam muito com você e isso faz com que tenha que obedecer nossas regras. - dessa vez foi a Sra. Weasley quem sorriu. – O que proponho é: você poderá ir, se algum de seus irmãos for com você. 


        Gina olhou para cada um de seus irmãos a procura daquela alma bondosa que iria salvar suas férias. A princípio pensou que tudo seria resolvido, mas ao constatar que nenhuma ajuda viria, começou a ficar novamente nervosa.


- Olha Gina, eu até que gostaria, mas a Mione e eu vamos para o Brasil com os pais dela. Estamos combinando isso faz meses, não dá para desmarcar tão em cima da hora. Desculpa mesmo. - Rony disse com sincero ressentimento. 


        Ela se virou esperançosa para Fred e Jorge. 


- Gininha não vai dar, a loja de lo6gros está rendendo bastante nessas férias. - lamentou Jorge.


- E estamos em falta com funcionários, se um de nós viajar vai dar um tremendo prejuízo. - completou Fred. 


- E o Carlinhos e o Gui? – Gina tentou com o pai.


- Meu anjo, você sabe muito bem que o Carlinhos está atarefado na Romênia e a filhinha do Gui acabou de nascer, ele está curtindo seus momentos como papai, é complicado ele deixar a Fleur sozinha. - seu pai falou com um aperto no coração, realmente lamentava muito. 


        Derrotada, Gina se largou em uma poltrona. Internamente ela culpava sua mãe por isso, se Molly tivesse aceitado desde o começo as duas conseguiria convencer o seu pai a deixa-la ir. Agora teria que passar suas férias lá, mas não permitiria que isso passasse sem protestos. Não iria descansar até que conseguisse a permissão dos pais.


Felizmente, uma mão inesperada levantou ao ar pedindo licença para dar a sua opinião. O Sr. Weasley pediu que dissesse o que queria.


- Bom eu sei que não sou irmão dela, mas já que estou indo para Licie e como é perto de Monty, posso ser o acompanhante dela na viagem. Eu a deixo lá e volto para buscá-la na volta, talvez eu não vá demorar de qualquer forma, ai não seria problema. - ao dizer isso, todos os rostos se voltaram para Harry. 


- Mas você não vai ficar com ela todo o caminho, ainda assim ela estará sozinha. - a Sra. Weasley ainda não tinha se dado por vencida. 


- Ele pode ir comigo até Monty. - Gina foi tentando convencer sua mãe - Quando nós chegarmos, ele me deixa e pode aparatar em Licie, quando ele tiver resolvido o que tem para fazer, ele volta para me buscar. Se você precisar ficar mais tempo, não tem problema – acrescentou para Harry – Eu posso aparatar de volta para casa, vai ser tudo muito seguro, sem problema nenhum. - ela esquematizava tudo com muita rapidez e se empolgava cada vez mais. - Ah, isso se estiver tudo bem para você Harry, é claro.


- Tudo bem pra mim, eu mesmo disse que talvez não vá demorar mesmo. 


- É uma boa ideia, e nos confiamos no Harry, assim fica tudo se resolve tanto para a Molly quanto para a Gina. - o Sr. Weasley se virou para a esposa que ainda não concordava muito. 


- Não que eu não confie em você Harry, mas eu não confio muito nesse ônibus trouxa.


- Podem ir de carro, Harry já tem carteira de motorista e em minha opinião, é bem mais divertido. - Hermione palpitou querendo ajudar Gina.


- O problema é que o único carro disponível, os dois caçadores de encrenca fizeram o favor de destruir. - Molly deu uma olhada rápida a Rony e Harry. 


- Só resta o ônibus então. E não é tão ruim assim como você imagina mãe. - dessa vez foi Rony quem disse. 


        Os gêmeos pigarrearam para chamar a atenção de todos. 


- Sabe Jorge, acho que não vamos querer que nossa irmãzinha vá viajar de ônibus não. 


- Concordo Fred, se Harry prometer cuidar bem de nossas duas preciosidades poderemos ajudá-los.


Harry os olhou intrigado. 


- Está bem, eu prometo, mas como podem ajudar?


- Quando pretendem viajar? - questionou Fred. 


- Amanhã a tarde seria ótimo, quero aproveitar a viagem, já que esse tipo de oportunidade é raro nessa família. Principalmente se você for a filha mais nova. – Gina fez questão de olhar sua mãe ao dizer isso. 


- Então amanhã lhes mostraremos. - finalizou Jorge antes que começasse outra discussão.


- Tudo bem para você, Molly querida?- Arthur perguntou. 
        Todos se viraram para a Sra. Weasley, e o que ela não deixou de reparar com um olhar de esperança. Vendo que não haveria jeito deu de ombros. 


- Pelo visto é um complô contra mim, mas se não tem jeito.  Só espero juízo nessa sua cabecinha mocinha. E vocês dois. - se dirigiu aos gêmeos. - Olha lá o que estão aprontando. 


        Uma explosão de vivas e aplausos se rompeu. Passaram o resto da tarde conversando e trocando novidades. Havia muito que conversar, afinal dois anos é muita coisa.

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