Um longo, longo dia



Cap. 13_           


            Lílian não parecia disposta a utilizar o conceito “caminhar” naquele dia. O que lhe parecia mais certo no momento era apenas movimentar os pés enquanto era rebocada por Thiago pelo castelo.


            _Vamos lá, Lily, sem drama... _ele resmungou, puxando-a pelo braço _Não é o fim do mundo. Se continuar andando assim, vou largar você aqui com um pacote de filibusteiros e fazer uma denuncia anônima à McGonagal.


             O rosto dela estava rubro e com uma expressão furiosa. _Não fale assim comigo, Thiago! _ela protestou, gesticulando _Você me deve, entendeu? Eu tive que mentir! _e levou a mão ao cabelo, como se subitamente tivesse se lembrado disso _Na cara da McGonagal, Merlin, dos céus! _sua expressão era de um desespero palpável _O que foi que eu fiz? E se ela descobrir? O que vai ser de mim? _então ela tirou a mão dos cabelos ruivos e seus olhos se arregalaram _Vou ser expulsa, tenho certeza que ela percebeu que eu menti. Eu não sei mentir!


             _Que expulsa, que nada, eu minto o tempo todo.


             _Que grande consolo. _ela bufou _Olha, olha. _ela esticou a mão livre para que ele visse _Estou tremendo.


             Thiago revirou os olhos.


             Chegaram à torre da Grifinória quase ao mesmo tempo em que Remo, que se aproximava andando do mesmo jeito que Lily.


             _Ah, não é possível! _Thiago protestou, soltando Lily _Você também? O que tinha no leite hoje?


             _Vamos entrar, eu conto lá dentro. _e cutucou o quadro da mulher gorda, fazendo-a acordar _Salamandras de fogo. _ele resmungou para ela e se afastou para que o quadro abrisse.


             _Sim, sim, querido. Como não? _ela disse, sonolenta, e o quadro girou, abrindo a passagem para a torre da grifinória.


             _Mas se já não era hora! _Sírius exclamou, já sentado em uma das poltronas preferidas dos marotos, ao redor da lareira, enquanto eles passavam pelo buraco do quadro _Mas o que é que aconteceu?


             _Bom, vamos montar nosso pequeno quebra cabeças, agora. _Thiago sentou-se também em uma das poltronas e Lílian se esparramou no pequeno sofá baixo ao lado _Como foi, temos o mapa de novo?


             _Que nada. _Sírius fechou a cara _Revirei aquela sala até a última gaveta e não achei nada. Revirei até a lixeira. Ainda por cima, o nosso valente amigo Rabicho, largou a vigília e eu dei de cara com o meu irmão, enquanto saía da sala.


             _Largou a vigília? _Thiago exclamou, exaltado _Como é que você larga a vigília, seu nó cego?


             _Eu avisei que ele estava chegando antes de sair, Sírius. _Pedro reclamou, revirando os olhos _Se eu ficasse parado ali, seria eu e não você.


             _Pff... _Thiago bufou, revirando os olhos _Como é que você veio parar na Grifinória. _e voltou-se para Sírius _Mas e aí, o que você fez?


             _Fiz um feitiço para confundi-lo. _ele coçou o queixo _Mas acho que não foi muito bom, porque quando viramos o corredor, a McGonagal apareceu e ele falou que achava que tinha me visto saindo da sala do Filch.


             _Cara! _a boca de Thiago se abriu, em um esgar de surpresa e divertimento. Nenhum dos outros esboçou nenhuma reação. Pedro conhecia a história e Remo ainda estava chocado demais com o castigo _E como foi que você se livrou dessa?


             _Lily me livrou. _somente então a ruiva ergueu os olhos, ao ouvir seu nome pronunciado de uma forma tão íntima e amigável pelo Maroto. Aquilo não era habitual. Normalmente ele usava seu sobrenome, carregado de escárnio e raiva. Mas, quando seus olhos se cruzaram, não foi isso que ela viu. Foi algo como gratidão, mesclada com afeto e talvez um pouco de simpatia _Dá para acreditar nisso? _e ele riu _Lílian Evans me salvando de uma encrenca?


             _Fez isso, Anjo? _Thiago riu para ela, que ainda parecia prestes a ter uma síncope _Tem noção de que você acabou de acobertar as transgressões de um Maroto?


            _É, é eu fiz. _ela resmungou, com uma expressão emburrada _E eu podia pagar muito caro por isso, sabiam? Podia perder meu distintivo. Podia ser expulsa. Podia ser presa!


             _Presa, Lílian. _Pedro desdenhou_ Faça-me o favor.


             _Olha, olha. _ela esticou a mão mais uma vez, onde uma pulseirinha de prata se agitava em seu pulso _Estou tremendo ainda.


             Thiago riu, mas Sírius continuou encarando-a de um modo sério. _E por que você fez isso? Você nunca mentiu, sempre foi um exemplo de boa conduta, sempre seguindo as regras. Por que você acordou um dia e pensou “bom, acho que vou mentir para salvar um maroto hoje...”?


             _Não pensei. _ela respondeu, séria e pensativa _Agi por instinto. Em um momento eu estava parada, olhando para McGonagal e para você, e no outro lhe dei um álibi. Parecia necessário no momento. Acho que eu pensei que bom, uma coisa leva a outra, e se ela pegasse você, pegaria Thiago e Remo... E bom, _ela baixou os olhos _eu não queria sabe?


            Todos caíram em um silêncio surpreso. Thiago e Remo se entreolharam, sem saber o que responder. Foi Sírius quem quebrou o silêncio, recostando-se, desanimado, à poltrona. _Bom, não temos o mapa de qualquer forma. Filch não guardou na sala.


             _Está com ele. _Remo disse, de repente, e todos se viraram para ele com expressões interrogativas _Ele mostrou quando eu estava na sala da McGonagal. _ele explicou, com um ar abatido.


            _Na sala da McGonagal? _Thiago repetiu, sem entender.


             _Mas o que é que você estava fazendo na sala da McGonagal? Você é o único que não tinha como ser pego fazendo algo de errado. _Sírius perguntou, confuso.


             _Bom, não fui pego. Eu... _deu um suspirou cansado e deixou a cabeça recair sobre o encosto da poltrona em que estava, fechando os olhos _Eu disse para o Filch que eu tinha soltado os fogos. _todas as bocas se escancararam, agora sem exceção.


             _Está louco? _Thiago perguntou.


             _Mas por que, diabos, _Pedro perguntou, lentamente _você faria uma coisa dessas?


             _Parecia um ótimo plano, ok? _ele voltou a se sentar corretamente na poltrona _Filch achou que era o Pirraça quem estava soltando os fogos e ia voltar para a sala. Mesmo eu avisando você, _e apontou para Sírius _você não teria tempo para arrumar a bagunça toda antes de sair da sala e ele desconfiaria. Eu precisava ganhar tempo. _e bufou _E, bom, eu consegui atrasa-lo bastante com isso.


             _Mas precisava fazer isso para ganhar tempo? _Sírius perguntou, ainda sem entender _Que raio de plano é esse?


             _Tinha uma menina comigo. _Remo apoiou os cotovelos nos joelhos. Parecia realmente estressado _Eu pedi para ela me dar um álibi. E ela disse que tudo bem. Entendem? Eu podia falar que eu era o culpado para o Filch, mas quando ele me levasse até a McGonagal essa menina apareceria e falaria que isso era impossível, porque ela estava comigo na hora. Então, eu diria que era mentirinha para salvar o Pirraça, e eu teria conseguido arrumar tempo para você e sairia livre. _fez uma pausa e inspirou profundamente antes de continuar _Mas quando eu estava lá na sala da McGonagal, ela não apareceu.


             _Como não apareceu?! _Thiago pulou da poltrona _É um absurdo, se compromete com algo assim tão sério, e depois não cumpre!


             _É isso, aí! _Sírius levantou-se também _Quem ela pensa que é para fazer isso com um Maroto?! Vamos resolver isso já, já!


             _Não, não, de jeito nenhum! _Lily pulou do sofá, com as mãos estendidas, de uma forma conciliatória _Deixem a pobre menina em paz!


             _Fala quem é, Remo. _Pedro pediu, imitando os amigos e se pondo de pé _Fala quem é, que a gente ensina para ela como manter a palavra.


             _Ensina para ela?! _Lily berrou chocada _Mas do que é que você está falando, é uma menina! Não o ouviu dizendo que era uma menina?! O que vocês acham que vão fazer com uma menina?! Thiago, _ela virou-se apelativa para ele _olha aí, Thiago, olha o que eles querem fazer.


            _Foi a intercambista. Mas deixa pra lá. _Remo fez um gesto de desprezo com a mão, como se afastasse uma mosquinha.


             Todos pararam instantaneamente de discutir e ficaram estáticos, com expressões confusas.


             _Remo. _Lily foi a primeira a falar, virando-se lentamente para ele _Não temos intercambistas.


             _Mas como não? _ele ficou reto na poltrona, erguendo as sobrancelhas _Temos sim. É uma loira, bonita, está estudando na Corvinal agora. _ele olhou em volta, procurando o apoio dos amigos. Todos tinham a mesma expressão interrogativa e Sírius fez um mínimo não com a cabeça.


             _Cara, se tivéssemos uma intercambista loira e bonita na escola, _ele falou, sério e se sentou novamente_ eu já teria visto.


             _Não, qual é? Vocês estão brincando comigo? _ele riu, mas vendo que ninguém o acompanhava ficou sério novamente _O nome dela é Izabela Swan. Gosta de ser chamada de Izzie.


             _Vê? _Thiago perguntou para Lily e sentou-se novamente _Se tivéssemos o mapa do Maroto poderíamos provar para ele que ela não existe.


             _Rá, Rá! Muito engraçado! _Remo bufou e voltou a deitar a cabeça no encosto da poltrona. Como se já não bastasse o castigo, ainda ia ter que ficar ouvindo as caçoadas dos amigos. Como se lesse seus pensamentos, Pedro sentou-se também e perguntou:


            _Mas e aí, qual foi o resultado disso tudo? O castigo, quero dizer?


             _Tenho que ajudar Hagrid na floresta proibida, sábado e domingo, das oito ao meio dia.


             _Ah, pronto. Nem é tão ruim assim. _Sírius fez um gesto de descaso.


             _... Pelo resto do ano. _ele completou, com uma voz de além túmulo. Repentinamente, o tumulto foi novamente instaurado.


             _O quê?! _os outros três Marotos pularam novamente dos assentos, gritando ao mesmo tempo, com Lily no meio tentando acalma-los.


             _Não, isso não está certo!


            _Vamos dar um jeito de ela diminuir o castigo!


            _Expulsos, expulsos, seremos todos expulsos! _a voz fininha dela era a única distinguível


             _Vamos fazê-la dividir o castigo entre nós!


             _Qual é, todos nós aprontamos, só um vai receber o castigo?


             _Menti a toa! Merlin, menti a toa!


            _Isso aí, aprontamos unidos, pagamos unidos.


             _É!


             _CHEGA! _Remo gritou, de repente, fazendo-os parar, olhando-o novamente com expressões surpresas_ Mas será que vocês não entenderam? _pelas expressões que eles ainda tinham, não, não entenderam. _McGonagal não é burra, sabe? Se vocês aparecerem lá falando todas essas besteiras, querendo dividir o castigo e dizendo que são culpados também, ela vai associar os fogos com o fato de ter encontrado Sírius na sala do Filch. E isso com o mapa que Filch mostrou para ela. Então ela vai entender que queríamos o mapa e vai examiná-lo, vai guardá-lo com ela. Talvez descubra um modo de usá-lo, e aí sim, estamos todos perdidos, é isso que vocês querem?


             Ninguém respondeu, mas todos voltaram a se sentar.


             _E que eu menti. _Lily levantou a mão e acrescentou _Que eu menti, também, ela ia associar. _todos se viraram para ela com um olhar entediado _O quê? Isso é muito importante, também!


             _Você tem razão. _Thiago murmurou, deprimido _Não podemos todos aparecer nos declarando culpados. Seria bem óbvio.


             Pedro e Sírius fizeram muxoxos de aprovação. Remo olhou-os satisfeito.


            _Bom, é isso, então. _e levantou-se _A saga do mapa. Pelo menos agora sabemos exatamente onde ele está.


             _Isso, nós somos quatro, não vai ser difícil cercar o Filch e pegar o mapa dele. _Sírius concluiu e levantou-se também _Alguma objeção em atacarmos o Filch também, Pontas?


             _Não, nenhuma. _ele respondeu indiferente.


             _Ah, mas eu sim! _Lílian protestou _Que idéia é essa? Atacar um funcionário da escola! Eu não gosto de mentir, Sírius, não me faça fazer isso de novo!


             Sírius caminhou até ela, com um olhar sério, até parar a centímetros de seu sofá. Longe de se intimidar pelo andar decidido e pela expressão firme, ela se empinou toda no sofá, erguendo o queixo em desafio. Então Sírius curvou-se sobre e segurou seu rosto com as duas mãos.


             _Obrigado. _ele murmurou. E novamente ela viu em seu rosto aquele coquetel que ela nunca tinha visto até aquele dia. Aquela mistura meio cítrica de agradecimento, reconhecimento e divertimento _Parece que você não se deu conta, mas você acabou de dizer que faria isso de novo. _e saiu caminhando pela sala comunal, indo para o seu quarto. Ela murchou novamente, afundando no estofado, totalmente chocada.


             _Bem vinda ao time, Marota. _Remo murmurou, piscando para ela, e foi também para o quarto, com Pedro em seus calcanhares.


            Então, Thiago se levantou sorrindo e puxou-a pelo braço. _Vem, vamos lá, sua delinqüente juvenil, você estava cansada até agora, vou pôr você para dormir.


             _Está pensando que vai entrar assim, no meu quarto? _ela se recuperou e bronqueou, levantando-se.


             _Ora, Lily, não tem nada ali que eu ainda não tenha visto. _Lily acertou um tapa na parte de trás de sua cabeça _Ai! _ele reclamou, passando a mão no cabelo e bagunçando-o.


             Mal notaram que deixavam para trás uma pequena figura de cabelos castanhos que quase se fundia no sofá, de tanto que se encolhia.


             “Pobre Remo...” _Tonks pensava, abatida, depois de ter ouvido a história completa e ainda o castigo dele _ “Acho que ele vai odiar a Izzie agora”.


 ***


             Thiago deixou Lily em um estado quase adormecido, prometendo que a chamaria na hora da reunião de Slughorn e deixou a torre da grifinória.


             Estava frio e um vento agourento soprava por entre as janelas enquanto ele caminhava. Ele cruzou os braços, apertando a capa contra o corpo, desejando ter trazido o casaco.


             Sabia que Remo tinha razão. Fazia todo o sentido do mundo, claro. Minerva era inteligente o bastante para ensinar transfiguração na escola, era óbvio que ela tinha capacidade para somar dois mais dois.


             Era evidente que se os Marotos repetissem a ceninha pouco discreta que eles faziam quando apenas um deles era culpado por algo que todos haviam feito,  e que consistia em todos eles proclamando enfaticamente sua própria culpa e a inocência do anterior até os professores ficarem confusos demais para investigar qualquer coisa, ela suspeitaria que desta vez todos estavam envolvidos realmente. E isso implicaria em conseqüências bem perigosas.


             E, tendo sido Remo o bode expiatório da vez, ele só via uma solução.


             _Entre. _a voz de McGonagal passou pela porta da sala, depois de Thiago bater. Ele abriu e colocou a cabeça para dentro.


            _Com licença? Posso entrar?


             _Ora, Potter! _ela exclamou, quase alegremente _Já o esperava. O restante de seus amigos está amontoado aí do lado de fora?


             _Não, vim só eu. _ele respondeu, entrando na sala. Ela arqueou as sobrancelhas.


             _Só você? Quer dizer, nada de cenas por hoje?


             _Não. _ele puxou a cadeira em frente à escrivaninha e sentou-se _Sem cenas hoje.


             _Então, o que quer falar comigo, Potter?


             _Professora, eu não posso deixar o Remo ser culpado por algo que ele não fez. _ele falou, com calma e sobriedade. Minerva examinou-o por alguns instantes por cima dos óculos, mas sua expressão era tão inocente quando a de um bebê.


             _E como pode ter tanta certeza de que não foi ele?


             _Eu sei que eu não posso provar isso para a senhora e que, certamente, a senhora nunca iria acreditar em mim, mas o Remo se acusou porque Filch estava pensando em culpar o Pirraça. E Remo achava que tinha sido eu. Ele não quis que o Poltergeist fosse culpado por algo que não tinha feito. E ele não achou leal me culpar. Então se culpou. Mas não foi ele, professora. Não sei quem foi, mas sei que não foi ele.


            _E não foi você? _e o encarou mais severamente.


             _Não. _seus olhos não tremeram.


             _Potter... _ela suspirou e tirou os óculos _Não sei o que vocês estão aprontando. Mas o que você espera de mim? Que eu acredite nisso tudo e tire o castigo do Sr Lupin?


             _Não exatamente. _ele franziu os olhos _Quero que me deixe cumpri-lo no lugar dele.


            Minerva ficou estática por alguns segundos, achando que não tinha entendido corretamente.


             _Potter, isso é peso na consciência, por acaso? _ela perguntou, finalmente perdendo a calma e apertando os lábios.


             _Não, isso se chama amizade. _ele respondeu, ainda mais tranqüilo _A senhora tem noção do quanto Remo está se esforçando? _sua voz baixou um pouco e ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa. A professora fez menção de responder, mas ele cortou-a _Desculpe, eu sei que estou sendo grosseiro, mas professora, Remo tem passado todo o seu tempo livre estudando. Todo. _ele enfatizou, apertando o canto dos olhos _A senhora sabe que ele não tem tanto tempo livre quanto os demais alunos. Ele tem quase duas semanas a menos do que os outros. E bem mais matéria para pôr em dia, depois do tempo que ele passa fora. Estamos no ano dos NIENS e ele está se esforçando, professora, todo mundo pode ver. Ele se esforça mais do que qualquer outro aluno, porque ele quer esses NIENS mais do que qualquer outro aluno. Ele precisa deles para ter certeza de que ele pode ser alguém na vida. Porque ele não tem outros meios de ter certeza. Então ele se esforça. Ele acorda às seis da manhã, todos os finais de semana, _ele começou a enumerar nos dedos _estuda durante o dia todo, é sempre o último a deixar a biblioteca nos dias letivos. E... _ele baixou as mãos _esse castigo vai diminuir o tempo livre dele. Não sei se faz diferença para a senhora, professora, só oito horas por final de semana, mas para ele faz. E, como a senhora vê, eu não ando estudando, portanto para mim não faz essa diferença toda. Por isso eu vim pedir para cumprir o castigo no lugar dele. _e finalizou, voltando a se recostar no espaldar da cadeira, com uma expressão urgente.


             Minerva ficou muda por alguns instantes. Thiago viu todo seu discurso passando pelos olhos da professora e aguardou. A expressão dela era séria, mas ele não conseguia decifrar mais nada.


             _Estou implorando. _ele acrescentou, com uma expressão de angústia _Eu faço isso no lugar dele.


             _Diga a ele para fazer o que eu disse só este final de semana. _ela respondeu de um fôlego só, por fim, recolocando os óculos e baixando o rosto para examinar algumas provas a sua frente.


             Thiago saltou na cadeira e inclinou-se novamente para frente, com o rosto radiante. _Fala sério? Não vou precisar cumprir o restante no lugar dele?


            _Não, Potter, nem você nem ele. _ela sibilou por entre os lábios apertados _Agora saia logo daqui, antes que eu mude de idéia!


             _Claro, claro! _ele levantou-se, com um pulo, quase derrubando a cadeira e com um enorme sorriso no rosto _A senhora não vai se arrepender, prometo que até vou pensar em começar a estudar com ele de agora em diante.


             _Fora, Potter! _ela mandou, novamente, mas ele escapuliu e fechou a porta, antes que ela pudesse realmente mudar de idéia.


             Quando a porta se fechou atrás dele, Minerva deu um suspiro cansado, tirou os óculos novamente, levantou-se e foi até a janela.


             Quis que ele saísse logo, porque não queria que ele visse quanto aquele discurso mexera com ela. Tantos anos lecionando e nunca vira nada parecido com a amizade daqueles quatro garotos, os Marotos, como eles costumavam chamar a si mesmos. Criaturinhas impertinentes aquelas. Sem limites. Transgressoras. Às vezes, irritantes. Mas com um coração imensamente bondoso, como aquela cena acabara de lhe comprovar.


             Punha as mãos no fogo por eles. Eles eram capazes das maiores travessuras, mas ela sabia como eles eram. Conhecia-os muito bem. Confiava no julgamento deles. Confiava muito mais neles, impulsivos, explosivos, do que em muitos alunos do castelo que se mantinham nas sombras por muito, muito tempo. Estudiosos, discretos. Nunca sabia o que esperar desses alunos.


             Já dos Marotos não. Ela esperava algo deles. Algo grandioso. Ficava interiormente feliz por não estar errada.


             Sorriu. E seu sorriso foi refletido na vidraça a sua frente.


             E Thiago tinha razão. Remo merecia uma chance. Mais do que ninguém, Remo merecia sua chance, e estava lutando por ela.


             Sorriu novamente.


             Do lado de fora, Thiago fechava a porta, exultante, com um sorriso aberto e sincero. Mas quando se virou, deu de cara com Lílian Evans, de braços cruzados a sua frente.


             _Lily! _ele exclamou, depois de se sobressaltar _Vai assustar sua avó.


            Lily acertou um tapa em seu braço, com os lábios contraídos. _Não fala assim comigo, seu grosso!


             Thiago fez uma careta, esfregando o braço. _Mas o que está fazendo aqui?


             _Eu vi você saindo do quarto, achei que era algum plano de vocês para atacar o Filch e o segui. _ela entrelaçou as mãos às costas, com uma expressão inocente, balançando-se para frente e para trás, como uma menininha. Thiago achou isso estranho.


             _Quanta desconfiança. _ele resmungou, ainda esfregando o braço _Está se achando uma boba agora, não é mesmo?


             _De forma alguma, estou me achando inteligentíssima. Eu ouvi atrás da porta, tudo o que você falou com a professora McGonagal.


             _Ouviu, é? _ele parou de esfregar o braço. Lily fez que sim _E acha bonito, ainda? _Lily olhou para o teto, e fez que sim novamente _Então, acha que eu agi como um idiota, por ter arriscado tanto assim?


            Lílian soltou os braços, parou de balançar e fez que não com a cabeça. Então, inclinou-se para frente, apoiando as duas mãos no peito de Thiago, fechou os olhos e ficou na ponta dos pés.


             E beijou-o. Um beijo tenro e quente. Macio e desejado. Rápido, tranqüilo, sincero. Thiago fechou os olhos.


             Lílian se afastou lentamente e abriu os olhos, ainda apoiada a ele, ainda nas pontas dos pés. Sorrindo. Thiago abriu os olhos também.


             _Está brincando? _ele perguntou, com um sorriso meio bobo.


             _Não. _ela inclinou a cabeça, com um olhar meigo _Eu lhe puni todas as vezes que você fez algo errado, Thiago. Tirei pontos, dei detenções, denunciei aos professores. _e fez uma pausa, abrindo um pequeno sorriso _Acho justo recompensa-lo pela primeira coisa decente que você fez na vida.


             Thiago riu, e abraçou-a pela cintura, trazendo para mais perto. _Não foi a primeira coisa decente que eu fiz na vida, sua ruivinha cética.


             Ela deslizou as mãos de seu peito para seus ombros e envolveu seu pescoço. _A primeira que eu vi.


             Thiago não respondeu. Ainda estava anestesiado demais com a própria felicidade. Baixou o rosto e beijou-a novamente. Lílian entreabriu os lábios e abraçou-o com mais força. Aquilo era algo novo para eles. Novo e doce.


             Desta vez, foi Thiago quem se afastou. _Sabe, McGonagal não vai gostar de abrir a porta e encontrar este pequeno show particular.


             Lílian riu e soltou-o. _Tudo bem, eu preciso ir me arrumar para a festa do Slughorn. _e saiu caminhando pelo corredor _Vejo você depois.


             Ah, sim, a festa do Slughorn. Thiago ainda sorria feito bobo, parado no meio do corredor.


             Finalmente. Depois de tanto tempo lutando por aquela ruivinha, finalmente ele conseguira mostrar para ela quem ele era realmente.


             Finalmente a conquistara. Ela o achava um cara decente, agora, quem diria.


             Mas, repentinamente, ele lembrou-se de algo e seu rosto se fechou. Seus olhos se arregalaram, e ele ficou alguns instantes paralisado. Então, deu um tapa estalado na própria testa, e saiu correndo pelo corredor.


             A festa do Slughorn. Estava aborrecido com a porcaria da festa do Slughorn. Então, ele e Sírius haviam programado uma pequena brincadeira para animar a festinha.


             Droga! Droga, droga, droga! Ele olhou no relógio. Tinha que dar tempo para consertar as coisas. Tinha que dar.


             Porque se não desse, Lily ia acabar com ele.


 ***


             Bella estava sentada em uma poltrona alta, de pernas cruzadas, no fundo do salão comunal da sonserina. Lia um livro de poções, distraída, e desviava os olhos eventualmente para olhar o relógio de caixilho na parede oposta. Já estava quase na hora da reunião do Slughorn. O professor baba-ovo. Reunia todos os alunos que ele achava que teriam sucesso na vida ou de famílias importantes para cativar suas amizades, esperando poder se beneficiar delas futuramente.


             Mas se metade dos que ele escolhera naquele ano letivo chegasse a algum lugar, ela acharia muito. Lílian Evans? Ela era sangue ruim, eca! Onde diabos ele achava que ela ia chegar? Ela se sentia mal só de ter que dividir a sala com ela.


             E Severo Snape. Bom, talvez ela estivesse enganada quanto Severo Snape, e ele estivesse certo. Ele era muito, muito inteligente. Fazia poções como ninguém. As mais difíceis, mais complexas. Era só lhe dar um caldeirão e fim. Ele não precisava de mais nada. Fora os feitiços. Que garoto criativo era aquele. Criava feitiços, vê se pode.


             Mas também, ela não deveria se surpreender. Sua vida pessoal era praticamente resumida a nada, ele não tinha mesmo nada melhor para fazer do que estudar. Aliás, ela devia era se preocupar. Porque agora que não tinha mais sua Lily Evans, querida, de sangue ruim (eca), e já tinha dominado absolutamente todo o conteúdo escolar, ele começara a se dedicar à arte das trevas. Totalmente. Imagina só, ele iria se dedicar a isso, se tornar um dos melhores e mais jovens, e ela não conseguia nem arrastar sua sobrinha idiota até eles.


            Ele iria se sobressair a ela! Não, não, isso não podia acontecer, ela nem queria pensar na idéia.


            Enquanto divagava sobre essa iminente tragédia, mordendo a ponta da pena, o topo de uma cabeça de cabelos loiros bem claros surgiu por cima da borda do livro. Bella baixou o livro. Sabia quem era.


             _Fala, Ciça. _não era um cumprimento despojado, como seria de se pensar. A verdade é que, normalmente, a irmã mais nova só a procurava quando queria algo. Então, ela já economizava tempo e pedia para dizer o que era.


             Narcisa inclinou a cabeça para um lado, examinando-a com os olhos azuis brilhantes e parecendo um passarinho. Então se levantou e sentou-se ao lado dela, espremendo-se no mínimo espaço livre na poltrona e empurrando Bella para os lados com o quadril.


             _Estou preocupada com você, Bells. _Bella virou-se para ela incrédula. Era o que faltava, mesmo. A irmã mais nova preocupada com ela _Eu fiquei sabendo o que aconteceu... Sabe... _ela parecia sem graça _Você ter saído da escola e irem parar na sala do diretor...


             _Ficou, é? _Bella perguntou, desinteressada, voltando ao livro _Pelos padrões da escola até que demorou para a notícia se espalhar. Ou elas demoram mais para chegar aí no quarto ano? Aliás, _Narcisa ia responder, mas Bella a cortou _eu mordo meu cotovelo se você souber da história inteira.


             Ciça fez um bico emburrado. _Não, Bells, não sei. Mas sei o bastante para ficar preocupada.


             _Mas preocupada com o quê, criatura? _Bella fechou o livro novamente e bateu-o nas pernas.


             _Preocupada, ué! Intuição! Na sua terra não tem isso, não? _ela rebateu aborrecida.


             _Ora, Ciça! _Bella se aborreceu, também _Intuição! Vai gastar sua intuição com alguém que acredite nela, por favor. Eu tenho dezessete anos, tenho idade para cuidar de mim mesma.


             _Você se aborrece muito fácil, irmãzinha. _Ciça sentenciou e levantou-se. Então se curvou, segurou a face da irmã e deu um beijo estalado nela _Mas eu gosto de você mesmo assim, e me preocupo, então, por favor, vê se se cuida. _e saiu caminhando na direção de seu grupo de amigas.


            Bella sacudiu a cabeça e voltou ao seu livro. Não leu nem uma linha inteira e já visualizava outra vez o topo de uma cabeça loira sobre a borda. Baixou o livro novamente.


             _Mas o que é agora?! _ela perguntou sem paciência.


            _Olha lá como você fala comigo, Bella. _Lúcius reclamou e, sem pedir permissão, sentou-se no braço da poltrona. Bella revirou os olhos. _Sabe, eu estava pensando...


            _E estava doendo? _ela perguntou sem se dar ao trabalho de fingir que estava falando sério. Lúcius não lhe deu atenção.


             _... Se sua irmã recebeu convite para a reunião do Slughorn...


             Bella fechou a cara e estreitou os olhos, como se o avaliasse. _É claro que não recebeu. _ela respondeu lentamente, para ver onde ele queria chegar _A reunião de hoje é para alunos acima do quinto ano, a não ser que alguém de algum ano abaixo seja convidado como par de alguém.


            _Ora, mas é muito bom saber... _ele murmurou para si mesmo, pensativo.


             _Lúcius. _ela agora sibilava _Ela é minha irmã.


             _Eu não disse que não era, disse? _ele perguntou, arqueando as sobrancelhas _Mas eu estava pensando em convidá-la para ir comigo.


            Bella pensou em dizer que não. Que era mesmo só o que lhe faltava. Ter Lúcius Malfoy como cunhado, além de tê-lo como instrutor. Mas então lhe ocorreu que talvez... Talvez fosse mesmo apenas isso que lhe faltava.


             Ser noiva de um instrutor...


             Cunhada de outro...


             Mas ora, que boas idéias que ela tinha.


             _Acho que seria uma boa idéia. _ela respondeu com um sorriso triunfante. Lúcius sorriu de volta, levantou-se e caminhou confiantemente até onde Narcisa estava sentada.


             _Hei, Black. _Lúcius chamou, parando ao lado de sua mesa _O que acha? Eu sei que está meio em cima da hora, mas pensei em convidar você para ir à festa do Slughorn comigo hoje à noite...


             Narcisa levantou os olhos azuis brilhantes. A verdade era que ela queria muito ir à festa. Passara semanas, desde quando vira o convite com sua irmã Bella, desejando ouvir essa frase.


             Mas de fato, em seus maiores devaneios, não era Lúcius quem a dizia.


             _Tudo bem, _ela forçou um sorriso amigável _Eu vou. _ela respondeu.


             _Ok, nos vemos aqui, as sete, ok? _Ciça fez um sinal de sim com a cabeça, e Lúcius se afastou, fazendo um sinal de positivo para Bella.


             Ciça pensou em não aceitar. Realmente pensou. Mas a única pessoa com quem ela pensara em ir nessa festa estava, no momento, sentada do outro lado do salão comunal, lendo e não prestando a mínima atenção nela, como, aliás, fazia sempre.


             Ciça deu um suspiro triste, enquanto ao seu redor, suas amiguinhas davam risadinhas histéricas e gritinhos exaltados. Levantou-se, alegando que precisava ir se trocar, e foi para o seu dormitório.


             Quando ela bateu a porta, Régulos Black, sentado do outro lado do salão comunal, virou a página do livro que lia. Ainda sem prestar a minimíssima atenção no que acontecia ao seu redor.


 ***


            Bella e Rodolfo entraram de mãos dadas na sala iluminada com velas coloridas e almofadas e pufes espalhados ao redor das mesas com comidas e bebidas. Slughorn, com uma túnica igualmente colorida e viva foi os receber pessoalmente à porta.


             _Ora, ora, minha pequena Bella Black. _ele abriu os braços, como se esperasse um abraço. Bella sorriu e estendeu-lhe a mão. Até parece que ela ia abraçar o velho pançudo, veja só. _Acompanhada por nosso galante Lestrange, claro, claro. _ele não diminuiu nem um milímetro do sorriso, e apertou a mão da garota efusivamente, apertando depois a de Rodolfo. “Nosso”! Que “nosso”? Era dela. Só dela. E ela não se lembrava de ter dito que o dividiria com alguém. _Mas que bom, que bom vê-los juntos. Combinam tanto... _ele completou, abrindo espaço para que eles entrassem.


             Bella passou, puxando Rodolfo atrás de si e quando Horace Slughorn virou-se para receber outro casal, ela fez um sinal, girando um dedo ao redor da têmpora, como se dissesse que ele estava louco. Rodolfo riu.


            Atrás deles, Lílian chegava com Remo Lupin, vestindo um bonito vestido lilás. _Ora, Lílian Evans, a mente mais brilhante do mundo bruxo! _Slughorn saudou-a, abrindo novamente os braços. Ao contrário de Bella, Lílian deu um educado abraço no professor, antes de se afastar com Remo _Lily, Lily, venha cá, minha querida. _Slughorn chamou-a, em voz mais baixa, puxando-a de volta, quando viu que Remo já estava longe o bastante para não ouvir. _Lílian, sabe que eu a estimo muito, _ele começou com uma voz séria _ e é por isso que eu me sinto na obrigação de avisá-la que... Bom, talvez o sr Lupin não seja a companhia mais adequada da escola para uma jovem promissora como você...


             Lílian dirigiu-lhe um olhar entediado. _Professor, eu agradeço muito a preocupação, mas eu acho que Remo Lupin é uma companhia muito boa para mim e acho que tenho idade o bastante para ter um bom discernimento.


            _Lily, Lily, sempre muito confiante... _ele deu uma risada, displicente, abanando um dedo em sua direção como se falasse com uma criança _Mas receio dizer que eu sei um pouco mais do Sr Lupin do que você.


             Seu olhar entediado transformou-se em um olhar rígido e frio. _Receio que não. _e virou-se, deixando Slughorn com uma expressão chocada e preocupada, parado na porta, enquanto Lily se reunia a Remo, que conversava na mesa de bebidas com Frank e Alice.


             _Com licença, professor. _Slughorn virou-se para a porta, a tempo de ver Lúcius parado a sua frente, com a versão feminina de si mesmo. Narcisa Black. Sorriu para eles, e abriu passagem, indicando-lhes que podiam entrar.


             Atrás deles, Régulos Black e Severo Snape se aproximavam, sozinhos como sempre. Slughorn não entendia porque Régulos simplesmente não escolhia uma das muitas sonserinas que andavam atrás dele por ser apanhador do time de quadribol. Aparentemente, gostar dele somente por isso não era o suficiente.


             E Severo... Bom, Slughorn não entendia muita coisa em Severo Snape. Ele costumava ir com Lily em suas reuniões, antes, o que, diga-se de passagem, agradava-lhe muito, imagina como iam ser inteligentes os filhos deles! Mas agora, vejam só, Snape ficava se pavoneando sozinho pela escola e Lily andando com esses delinqüentes juvenis, pobre menina inocente!


             O que teria acontecido? Não que ele gostasse de fofoca, claro...


             Perdido em seus pensamentos, não viu uma dupla de casais se aproximando. Apenas quando um deles cutucou seu ombro para chamar-lhe atenção.


             _E aí, professor? Tá boa a balada?


             Slughorn virou-se horrorizado. A sua frente, um rapaz baixinho de cabelos despenteados lhe sorria abertamente. Mas que raios, nem para ir até sua festa aquele menino penteava os cabelos! Atrás dele, um rosto bronzeado e bonito ostentava uma expressão de soberania e austeridade.


            _Thiago Potter e Sírius Black, eu não lembro de tê-los convidado. _Slughorn reuniu a pouca quantidade de boa vontade que tinha para responder com calma.


             _Não convidou. _Sírius respondeu, apoiando-se à porta. _Talvez tenha se esquecido de enviar nossos convites.


             _O que foi um enorme equívoco, claro. _Thiago complementou, sem diminuir o sorriso _Mas nós o perdoamos por isso.


             _Sim, _Sírius fez uma expressão solene _porque perdoar é divino.


             _Mas, por sorte, nós encontramos aqui com nossas amigas de longa data... _virou-se para a garota ao seu lado, que vestia um vestido preto de mangas curtas _Como é seu nome mesmo, fia?


            _T... Thereza Crouch. _a garota gaguejou, ainda não acreditando em sua própria sorte. Ia ao baile com Thiago Potter! Um dos garotos mais populares da escola.


             _Isso mesmo! _Thiago exclamou, novamente para Slughorn _Thereza Crouch, sobrinha do Sr Crouch do Ministério. Sabe que ele é cogitado para ser ministro, hein? _ele piscou para o professor _O que acha disso?


            As faces de Slughorn começaram a se colorir de um vermelho raivoso. Não podia simplesmente barrar a entrada de Thereza porque ela aparecera com um par indesejado. Era a sobrinha de Crouch, por Merlin, não podia fazer isso.


             _E eu tive a esplêndida sorte... _Sírius esticou o braço e segurou a mão da pequena morena ao seu lado _de ser agraciado com a companhia da bela Penélope Bradford. _e plantou um delicado beijo no dorso de sua mão. Penélope suspirou. Claro que Sírius se dera o trabalho de procurar a garota mais bonita que fosse para a festa. Se ele tinha que acompanhar alguém, pelo menos ia ser alguém com quem ele pudesse terminar a noite na cama. Ora, e ela não podia reclamar. Era Sírius Black! Lindo de morrer e, quando queria, como era o caso agora, sabia ser o maior cavalheiro do mundo bruxo _Sabia que o pai dela acabou de comprar a fábrica de vassouras de corridas, Cleansweep? Parece que ele tem planos para criar uma série chamada de Nimbus, qualquer coisa. _ele completou, erguendo os olhos para o professor.


             É. Ele não podia barrar a passagem dela também.


             A muito contra gosto, ele abriu passagem para que os dois casais passassem e ficou olhando para suas costas enquanto eles se afastavam.


             Depois deu um suspiro cansado. Bom, de uma coisa ele podia ter certeza. Essa ia ser uma longa, longa noite.


 ***


 Nasss:

Lari, vc viu? Se dependesse soh da Tonks o Remo tava danado, maaas ainda bem que ele tem o Thiago, rsrsrs... aaahh a festa ainda naum deu pra por nesse, jah tava mto grande... Esse naum teve mts coisas grandiooosas, foi mais de explicações deles, essas coisas, mas jah teve o comecinho da grande noite, no próx ela aparece inteira :D Espero q tenha gostado dele msm assim, rsrsrs... Me fala, tah? Bjssss

Vanessa, ainda beeem que o Remo tem amigos bons e com lábia neh? rsrsrs... Aaaahh, mas o Sírius terá sua revanche hehehe... Ela chegará, ela chegará... rsrsrs... Me fala se gostou, tah? Bjsssss

Jack!!! Vc gosta de Grey´s tbm? Ssssiimmm, a Izzie eh por causa dela. Claro q da Izzie ela soh tem o nome, neh? Pq a Izzie eh uma garota segura, inteligente, firme (hehe, a baba ovo mór da Izzie, adoooro, rsrsrs) Naaaum, o Remo naum eh o Denny, (especialmente pq o Denny morre no final e o Remo naum :P ) Acredita q eu naum gostava do Denny? Aí eu assisti um filme que tah passando no cinema, acho que eh marido por acaso o nome, com a Uma Thurman, e ele eh o protagonista. Aí eu gostei do personagem q ele fazia. E comecei a simpatizar com ele na série tbm! Hehe, acho q eu sou um pouquinho influenciável demais :S Aaaahhh a Bella vai repensar suas atitudes sim... mas vai demorar um pouquinho mais hehehe... Talvez um pokinhu mais do que a paciência do Sírius atura. rsrsrs... Sérioo q dizem isso, Jack?? Olha q eh um pensamento mto bom, hein, tenho certeza q a pessoa q disse isso eh mto sábia... (ou copiou de algum lugar :P ) rsrsrs Me fala o q achou desse, tah? Bjsssss Ps: Aaaahhhh!!! Hj eu tava assistindo um filme e lembrei de vc!!!! Jah assistiu "jogo de amor em Las Vegas?" Naum, naum, naum to dizendo q vc tem cara de Las Vegas, rsrsrs... Eh o protagonista do filme, chama Jack... E a protagonista do filme... Chama Joy!! Hehe... Q coisa naum? rsrsrsrs... De onde veio o Joy, Jack? Agora Bjsss msm e teh maissss rsrsrsrs...

Lilly, aaahhh vc viu? Aceita oficialmente no timee!!! rsrsrs O Sírius vai parar de implicar com ela agora, vai ateh passar a respeitá-la :O rsrsrs... Nehhh? Ainda bem q existe o Thiago pra salvar a pele do Remo neh? Pq se dependesse dessa canditada a namorada dele, pfff, coitado, rsrsrsrs Boom, eles ainda vaum tentar pegar o mapa... Mas conseguir msm, soh o Fred e O Jorge, daki a mts anos rsrsrs... hauhauhauauh... entendi o q quer dizer... Tonks naum eh a Izzie, entaum msm ele gostando da Tonks sendo a Izzie, naum eh garantia q ele ia gostar da Tonks sem ser a Izzie... Mas acho q depois dessa nem sendo Izzie nem sendo o Merlin em pessoa neh? Rsrsrs Sériooo? Q ruiiim, cinuzite eh péssssimo!!! Espero q vc esteja melhor agora! Ainda sem comer, terrível! Naum dah ânimo pra fazer nada, neh? Vc gosta de gatorade? Quando eu fico mal assim, sem conseguir comer, eu tomo bastante gatorade, pelo menos comigo sustenta pra caramba... rsrsrs Mas espero q vc esteja melhor msm... Seriooo q foi seu níver?? Que dia foi? Naum sabia!!!! Parabéns atrasado entaum!!!! Rsrsrs... Mts felicidades pra vida toda, naum soh pro dia do níver! rsrsrss. Vc prefere o McDreams? Aaaahh eu prefiro o Sloam... Ou o karev :P rsrsrs... Acho q eu gosto dos caras maus :S Eita... rsrrsrs Se bem q o Sloan com a Addie eh fofo demais, naum eh mau :> rsrsrs Aaahhh se vc puder, lê sim... Eu gosto bastante... AAAAHH!!! Eu AAMMOO Orgulho e Preconceito! Mt fofo romance dakela época, neh? aaahh, Lilly, brigadaaa... Brigada de verdd, eu fico super feliz qndo leio isso... Vlw msm pelo apoio, de verdd ^^ Rsrsrs... E minha resposta tbm, agora ficou quase do tamanho do cap, hehehe... Me fala o q achou desse, tah? Bjsssss

Na2:
Gente, descobri um site super interessante, chamado Skoob. Ele eh tipo um orkut, soh q de livros! Hehe, minha cara!! Eh tipo, pra conhecer livros novos, trocar livros com as pessoas, ver o q as pessoas acham dos livros, essas coisas... Pra qm gostar bastante, eh bem legal, dah uma passada e me procuraaa: Tatianne Francisquetti (eu sei q eu uso tudo qnto eh nome pra escrever, menos esse, mas esse eh meu msm, hehehe) ^^

Na3...
Bom, comenta aí. Soh pra me deixar feliz :D
Bjsss pra tds q lêem!! :D

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