E lá se vai o Mapa



Cap. 10_


            Um longo tempo se passou antes de Thiago perceber que Lílian parara de tremer em seu colo. Ela não se mexia. Seu rosto continuava apoiado em seu ombro e suas mãos ainda apertavam a frente de sua blusa de frio.


             _Lily... _ele chamou em voz bem baixa, não querendo assustá-la. O sol já estava saindo e ele não podia passar o dia inteiro sentado ali.


             Bom, na verdade, ele não se importaria realmente de ficar sentado o dia inteiro com Lílian no colo. E também não se importava com possíveis problemas que ele poderia arrumar se passasse o sábado inteiro fora da escola.


            Mas Lílian estava paralisada em seu colo há horas. Horas mesmo. Se ele não estivesse sentindo sua respiração em seu pescoço, acharia que ela estava morta. E ele nem queria pensar nessa possibilidade, porque era arrepiante demais.


            Ainda estava com as mãos coçando para dar uma surra em Severo Snape.


             Mas ele não podia definitivamente ficar ali, por mais que quisesse. Lílian precisava ir à enfermaria. Estava em estado de choque, ele tinha certeza. O que mais explicaria a reação retardatária e o fato de que ela simplesmente não se mexia?


             _Lily... Precisamos voltar... _ele murmurou, com um leve beijo em sua têmpora.


             _Tem razão. _ela afastou seu rosto subitamente de seus ombros, sentando-se reta em suas pernas e afastando os cabelos do rosto _Preciso voltar e ver o profº Dumbledore.


             _Acho que a única pessoa que você precisa ver por enquanto é madame Pomfrey.


             _De forma alguma. _ela retrucou, resoluta, desvencilhando-se de seus braços e pondo-se de pé _Você estava lá embaixo junto comigo? Viu e ouviu as coisas que eu vi e ouvi? _ela começou a marchar pelo quarto. Ele começou a achar que talvez ela não estivesse tão em estado de choque assim _Eu preciso conversar com ele sobre... _ela caminhava desnorteada pelo quarto. Sobre o que mesmo? Era tanta coisa que ela não sabia por onde começar. Não sabia, aliás, o que ainda estava fazendo parada ali, enquanto devia estar indo atrás do diretor da escola. Tinha alunos! Alunos de Hogwarts andando com os comensais. Então lhe ocorreu que ela estava andando feito um camundongo, em uma casa cheia de pó, simplesmente porque não sabia voltar para a escola _Anda, Potter! _ela exclamou, virando-se para ele com o rosto afogueado _Me ensina a voltar para a escola.


             Claro, essa era a fase seguinte do estado de choque. Excesso de adrenalina. Thiago levantou-se com calma e abriu uma porta que dava para o corredor. Lily caminhou até ele batendo os pés e sacudindo a capa para trás, com uma expressão assustadora. Antes que ela pudesse passar pela porta, Thiago puxou-a pelo braço e virou-a.


             _Antes de eu levar você de volta _ele segurou seu rosto com as duas mãos e encostou sua testa a dela _você vai ter que me prometer que nunca mais vai fazer isso, Lily. Pelo amor de Merlin, nunca mais nem pense em sair desse jeito atrás de Severo Snape.


             Lily respirou fundo, ainda magoada. Comprimiu os lábios em um sorriso forçado e desviou os olhos, antes de fazer um mínimo sim com a cabeça.


             _Ufa, _Thiago fingiu um suspiro aliviado e começou a empurrá-la pelo corredor _Tinha certeza de que estava conversando com uma boa menina.


 ***


             Bella não fazia a mínima idéia do que estava fazendo parada em frente aos portões da escola, com Rodolfo, Severo e Lúcius em um sábado de manhã.


             Rodolfo e Lúcius tinham expressões tão confusas quando a dela e não ajudavam em nada, não sabendo responder nenhuma das perguntas que ela fazia.


             _Como foi que chegamos aqui?! _ela bufava, contrariada, apertando uma capa contra o corpo e com uma expressão furiosa.


             _Vê se pára de gritar e faz alguma coisa mais útil. _Lúcius sibilou, balançando as grades do portão e fazendo bastante barulho.


             _Bella, tenho certeza de que existe uma explicação bem plausível e vamos descobrir no momento certo. _Rodolfo murmurou em seu ouvido e estalou-lhe um beijo na bochecha.


            Bella cruzou os braços, zangada. Por que Severo era o único que não parecia confuso?


            Isso era tão frustrante. A única coisa que ela conseguia decifrar naquela expressão lambida, era uma impassibilidade irritante, que ela simplesmente não conseguia entender.


             Como ele podia acordar em um sábado de manhã do lado de fora do portão de Hogwarts e não ficar curioso em como tinha ido parar lá.


             _Olha, aquele guarda caças imundo vem vindo! _Lúcius anunciou e parou de sacudir os portões.


             Hagrid vinha descendo o gramado, sacudindo um grande guarda chuva florido que nenhum dos quatro sabia para que servia, se o céu estava claro, apesar de estar muito frio.


             _Mas o que é que vocês pensam que estão fazendo aí fora?! _ele perguntou exaltado, sacudindo o guarda chuva.


            _Não sabemos. Acordamos aqui fora. _Rodolfo explicou sendo imensamente sincero.


             _Rá! _Hagrid riu, uma risada que mais parecia uma trovoada _Vocês não esperam que eu acredite nisso, não é mesmo?


             _Não, não esperamos! _Bella respondeu, e agarrou uma grade do portão _Só esperamos que você cumpra sua função de guarda caça e abra esse maldito portão!


             _Olha lá como você fala comigo, sua garotinha mal criada. _ele sibilou, ofendido _Não vou abrir portão nenhum. Vocês podem muito bem ser invasores disfarçados, tentando entrar. _e virou-se _Vou chamar o profº Dumbledore. Vocês esperem aí.


             _Ah, não. _Bella reclamou e deslizou pelo portão, sentando-se no chão _Você só pode estar brincando. _ergueu os olhos e reparou que Snape a encarava com mesma expressão idiota, mas carregada de superioridade _E você, está olhando o quê, morcego ensebado?!


             Ele abriu um minúsculo sorrisinho cínico.


 ***


             Lily e Thiago caminhavam lentamente pelo corredor. Tinha muitas coisas que eles queriam dizer.


             Que a amava.


             Que o agradecia.


             Que ficara preocupado.


             Que estava arrependida.


             Mas, enquanto suas mãos roçavam levemente durante a caminhada, eles não pareciam capazes de proferir nenhuma dessas frases.


             Finalmente, Lily ergueu os olhos, lembrando-se de algo que tinha perguntado quando estavam lá fora, mas que não recebera resposta.


             _Thiago, _ele virou-se para ela. O contato entre as mãos rompeu-se _como você me achou lá fora, se eu estou com o mapa.


             _Eu não achei. _ele sorriu, presunçoso _Eu a segui.


             _Eu não... _ela sacudiu a cabeça, confusa _Não entendo.


             _Eu estive vigiando você, desde que você roubou o mapa. _ela continuava sem entender _Com... _ele prolongou a palavra enquanto tirava algo dobrado do bolso da blusa de frio _Isso.


             _Você esteve me vigiando, Potter? _seus olhos se estreitaram e ela pôs as duas mãos na cintura _Você esteve me rodeando esse tempo todo, esperando só uma oportunidade para roubar o mapa de mim, novamente, não é?


             _Mas é claro que não. _ele retrucou ofendido e guardou a capa de novo _Eu estava preocupado com você, Lílian. Sabia o que você queria com o mapa, e sabia que assim que você visse o seboso do Snape fazendo alguma coisa suspeita, você ia atrás dele. E eu ia atrás de você. Não ia deixar você se machucar.


             _Ah, Thiago... _ela pareceu amolecer _Você esteve dormindo no corredor esse tempo todo, esperando a hora que isso fosse acontecer?


             _Eu não dormi no corredor... _ele retrucou, desviando os olhos e bagunçando a parte de trás dos cabelos.


             _Mas eu saí de madrugada, como você poderia saber que...


             _... Dormi no seu quarto.


             Os olhos de Lílian aumentaram assustadoramente de tamanho e seu rosto ficou púrpura. _SEU DESGRAÇADO! _ela berrou, e deu um tapa em seu braço, que ecoou pelo corredor vazio _EU TROCO DE ROUPA NAQUELE QUARTO! _ele se encolheu contra a parede, enquanto ela acertava mais tapas em seus dois braços e em seu peito.


             _Sei disso. _ele retrucou com um sorriso cretino, segurando seus dois pulsos para o alto _Foi uma ótima compensação pelas noites mal dormidas que eu passei ali. Tem noção que eu precisava dormir todo o dia depois de você e acordar todo dia antes de você? E no chão?


            _PROBLEMA SEU! _ela gritou, se agitando e tentando se desvencilhar dele _EU NÃO PEDI NADA PARA VOCÊ!


             _Como pode ser tão ingrata, Lílian? _ele perguntou, parecendo achar a situação muito divertida _Eu salvei sua vida. Mas não se preocupe, você não me deve nada, acho que já fui bem pago.


            Lílian soltou-se, com um brusco puxão dos braços. _Seu sujo, pervertido. _ela resmungou, cruzando os braços.


            _E você ronca, sabia? _ele também cruzou os braços e encostou-se à parede _Merlin, como ronca, você vai ter que cuidar disso antes de nos casarmos.


             _Eu nunca vou me casar com você. _ela respondeu, descruzando os braços _E se você quer saber... _ela procurou dentro da capa e pegou o mapa, cuidadosamente dobrado _Eu ia devolver isso para você, mas só por causa disso, não vou mais.


             _Mas o que está acontecendo aqui? _uma voz surgiu da ponta do corredor e quando Lílian e Thiago ergueram o rosto viram Argo Filch caminhando até eles, com aquela maldita gata delatora em seus calcanhares _O que estão fazendo fora da cama, a essa hora?


             Antes que ele chegasse perto o suficiente, Thiago puxou, alarmado, o mapa das mãos de Lily e abriu-o. Ele estava certo, ela não tinha limpado o mapa.


             “Malfeito feito” _Thiago murmurou em voz baixa, mas isso foi tudo o que deu tempo de fazer antes de Filch o alcançar. O mapa ficou instantaneamente branco, mas ele não pôde escondê-lo. Filch emparelhou com eles e puxou o mapa de sua mão.


             _Não estamos fazendo nada de errado. _Thiago fez a cara mais inocente que conhecia _Não existe nenhuma regra que nos proíba de acordar cedo e andar pelo castelo, existe? _Lílian quase riu. Ele mentia mesmo muito bem.


             _Estudantes, de pé, tão cedo, em um sábado. _ele murmurava para si mesmo, virando o mapa de um lado para o outro _Só podem estar aprontando alguma coisa...


             _Não estamos, Sr Filch. _Thiago continuou, tranquilamente _Pode me devolver meu pergaminho, por favor?


             _Vou ficar com isso, Potter. _ele respondeu, com uma expressão de satisfação. Seus olhos brilharam quando encaram a mão estendida de Thiago.


             _É só um pedaço velho de pergaminho. _Thiago falou, lentamente, mas sem a mesma leveza de antes. Ele sabia. Thiago tinha certeza que ele o vira fazendo um feitiço no mapa, apesar de não saber o que era.


             _Então você certamente não vai se importar se eu ficar com ele, não é mesmo. _e colocou o mapa no bolso. _E se eu pegar vocês dois se pavoneando pela escola de novo, desse modo suspeito, eu vou levar vocês direto para McGonagal. _e saiu caminhando pelo corredor _E passem bem.


            Thiago e Lílian ficaram estáticos, enquanto ele sumia no final do corredor. Assim que o último pelo do rabo de Madame Nor-r-ra sumiu de seus campos de visão, Thiago encostou-se à parede e deslizou por ela até o chão _Ai. _ele murmurou, fechando os olhos.


             _Sinto muito, Thiago. _Lílian murmurou, pesarosa, ajoelhando-se ao seu lado. _Acho que eu fiz você perder seu maior tesouro.


             Thiago abriu os olhos. Lílian tinha uma expressão péssima. Devia realmente estar se sentindo muito culpada.


             _O segundo maior tesourou. _ele sorriu _O primeiro eu consegui salvar.


             _E eu agradeço você por ter me salvado. _Lílian inclinou o rosto, com um sorriso meigo.


             Thiago arqueou as sobrancelhas. _Falo da capa. Imagina se ele tivesse levado minha capa da invisibilidade no lugar do mapa?


            Lílian fechou a cara, em uma expressão muito emburrada.


             _Cretino! _ela exclamou, levantando-se e batendo os pés pelo corredor.


             _Lily! _ele gritou, levantando-se e correndo atrás dela _Brincadeira, meu amor! É claro que eu estava falando de você, Lilyzinha!


 ***


             Bella já estava com as pernas congelando quando Dumbledore apareceu no portão. Ela preferiria morrer a admitir. Mas, naquele momento, sentiu medo dele. Seu rosto estava sério e pensativo, e seus olhos não tinham o habitual brilho acolhedor. Sem dizer nem uma palavra, ele permitiu que eles entrassem.


             Os quatro passaram pelo portão de ferro e pararam agrupados perto dele. Bella olhou ao redor e viu o medo também estampado nos olhos de Lúcius e Rodolfo. Mas por que, diabos, Severo continuava impassível daquele jeito?


             _ Slughorn vai acompanhar vocês ao meu escritório. _Os quatro giraram no mesmo lugar, e viram o diretor da sonserina esperando-os no final da escadaria do castelo. Puseram-se a caminhar lentamente pelo gramado, com as cabeças baixas.


             _Ah, o que vocês aprontaram dessa vez, meninos? _Slughorn perguntou, secando o suor da testa com um lenço branco _O que vocês aprontaram?


             _O que nós aprontamos? _Rodolfo perguntou preocupado com a expressão martirizada do professor.


             _Vamos. _ele limitou-se a dizer, vendo que Dumbledore também vinha caminhando rapidamente pelo gramado.


             O grupo seguiu em uma procissão silenciosa pelo castelo. Quando alcançaram uma gárgula horrorosa em um dos andares mais altos, Dumbledore abriu-a com uma senha que Bella sequer foi capaz de ouvir.


             Subiram por uma escada circular e passaram por uma porta menor do que as demais do castelo. Atrás dela, Lílian Evans e Thiago Potter aguardavam sentados em cadeiras diante da escrivaninha, com Minerva McGonagal atrás deles.


             _Imagino que vocês saibam por que estão aqui. _Dumbledore comentou calmamente, contornando a escrivaninha e sentando-se. Os quatro sonserinos ficaram parados, na frente da porta.


             _Professor, juro, juro que não sabemos. _Bella correu, desesperada para Slughorn. Sabia como ele era indulgente _Não sei do que eles estão nos acusando, mas eu... Eu juro, não sabemos o que está acontecendo. Eu... Eu não lembro de nada, desde ontem a noite.


             _Alvo... _Horace Slughorn ergueu os olhos para o diretor, depois de ouvir o apelo de uma de suas alunas preferidas _Sejamos razoáveis...


             _Serei, depois de descobrir, exatamente o que está acontecendo aqui. _e virou-se para Lílian e Thiago, sentados a sua frente _Agora, se puderem, por favor, repetir, o que acabaram de me contar.


             Lílian contou a história toda, ocultando apenas o Mapa do Maroto e a capa da invisibilidade, fazendo parecer que ela errara o dia de sua ronda e vira os alunos fora da cama e que Thiago a seguira para avisar que ela estava errada.


             Minerva não parecia ter acreditado nessa parte, especificamente, mas o restante era tão mais preocupante que ela nem ligou.


             Quando Lílian chegou ao final, a atenção de todos estava voltada para os sonserinos. Bella tinha os olhos cheios de lágrimas. Não lembrava! Como podia ter feito tudo isso e não lembrar?!


             _Eu não fiz! _ela berrou, estridente _Não fiz isso! Não posso ter feito!


             _Eu sei o que aconteceu. _Severo Snape pronunciou-se pela primeira vez desde que eles tinham acordado do lado de fora dos portões. Todos se viraram para ele, carregados de expectativa. _Nós realmente fizemos isso.


             _Não! _Bella berrou, contraindo-se.


             _Mas o que está dizendo? _Lúcius avançou para ele, com os punhos fechados e Rodolfo segurou-o.


             _Então admite, Senhor Snape, que vocês estão saindo à noite do castelo, para compactuar com bruxos das trevas? Admite que ia matar Lílian Evans?


             Snape fez um minúsculo sim com a cabeça. Bella começou a chorar. _Mas estávamos sob a maldição Imperius.


             Lílian estreitou os olhos, indignada. Ia protestar, mas Thiago pousou uma mão em sua perna, indicando que esperasse. Bella parou de chorar, surpresa. Os rostos de Rodolfo e Lúcius se iluminaram. Sim, tudo fazia sentido agora.


             Dumbledore encarou Severo por cima dos óculos. _E o que iam fazer fora do castelo.


             _Foi uma idéia idiota, eu admito. Era uma brincadeira. _ele explicou, sem se alterar _Apostamos entre nós, quem conseguiria encontrar uma passagem para fora do castelo. Sabe, Potter e Black fazem isso o tempo... _seus olhos chisparam, desviando do diretor na direção do maroto.


             _Estou esperando você provar, Seboso. _Thiago respondeu, displicente, bagunçando os cabelos.


             _Potter! _Minerva repreendeu, e ele calou-se.


             _Mas o que queriam fora da escola? _Dumbledore voltou a perguntar.


             Snape deu de ombros. _Um meio de chegar a Hogsmeade. Foram besteiras de adolescentes. Queríamos comprar cerveja amanteigada. Artigos da Zonkos, sem ninguém saber como fazíamos isso. Deixaria-nos bem em nossa turma.


             Dumbledore virou-se lentamente para os outros. Rodolfo rapidamente concordou com a cabeça. _Lembro dessa aposta. _e os outros dois começaram a fazer sim, com a cabeça, desesperadamente.


            _Encontramos essa por acaso. Quando chegamos do lado de fora, encontramos os comensais reunidos. E eles nos submeteram à maldição.


             Dumbledore ficou incontáveis minutos encarando-os. Um de cada vez. Quando seu olhar se demorou mais no de Snape, seu rosto se franziu.


             _Sr Potter e Srta Evans, por favor, _ele se dirigiu, repentinamente, aos alunos _voltem para seu salão comunal. _Srta Evans, acredito que você gostaria de visitar a enfermaria depois dessa aventura. Vocês, por favor, sentem-se.


             Thiago e Lílian desocuparam as cadeiras e caminharam até a porta. Os quatro sentaram-se.


            _Agora, escutem bem, sei que vocês quatro sentem uma atração específica pela teoria do puritivismo bruxo, acham que os que nascem trouxas não são dignos de ter magia e que têm aspirações de se juntarem a bruxos das trevas, quando saírem daqui. Mas vocês não vão fazer isso enquanto estiverem em Hogwarts. Vocês não vão machucar meus alunos, consciente ou inconscientemente e vocês não vão mais sair da escola sem permissão, entenderam? Vocês não têm idéia do perigo que oferecem, não somente aos outros alunos, mas a si mesmos. Agora, por favor, voltem para o salão comunal, que eu e o diretor de sua casa vamos decidir o castigo de vocês.


             Os quatro fizeram que sim com a cabeça e abandonaram rapidamente a sala. Quando eles saíram, Minerva curvou-se aflita sobre a mesa.


             _É verdade, Alvo? É verdade que esses alunos querem se juntar aos comensais?


            _Sim, Minerva. _Dumbledore coçou a barba pensativo _Li a mente deles e vi tudo isso dentro delas.


             _Então é verdade a história do Snape? _Slughorn perguntou, avançando alguns passos _Eles realmente não tiveram intenção de machucar a Srta Evans?


             _Bom, eu não posso saber, tinha uma enorme lacuna nas memórias de Lestrange, Malfoy e da Srta Black, o que condiz com os efeitos colaterais de uma Imperius.


             _E do Sr Snape? _Horace perguntou curioso.


             _Não consegui ler toda sua mente. _Alvo respondeu e levantou-se, indo até a janela _Ele conseguiu bloquear uma parte de sua memória para mim.


             As bocas de Minerva e Horace abriram-se, instantaneamente. _Mas... _Minerva começou atordoada _Como ele pode? Isso é magia muito avançada.


            _Bom... Parece que o Senhor tem um aluno muito prodigioso em sua casa, Profº Slughorn. Oclumência é, de fato, muito avançada. Mas, dessa forma, não tenho motivos para desconfiar de sua versão.


            _E o que faremos? _Minerva perguntou _ Os expulsamos? 


            _Ora, Minerva, faça-me o favor. _Slughorn interrompeu _Expulsá-los por estar fora da cama quando não deveriam? Então teríamos que expulsar Potter e Black também.


             _Não é somente por isso, profº. _o rosto da prof ª ficou rubro _Eles estavam fora da escola. Com comensais! O Senhor escutou o que a Srta Evans contou?


             _Mas você ouviu o que eles disseram. Não tinham a intenção de nada. _ele argumentou _Acha que o conselho ia gostar se os expulsássemos? Sabe de que alunos estamos falando? Sabe quem são as famílias deles?


             _Ora, mas quem se importa com a família? _Minerva perguntou indignada _Estamos falando da segurança dos nossos alunos. _e virou-se para Dumbledore _Diga para ele, Alvo. Diga para ele como estou certa.


             _Ele está certo, Minerva. _Dumbledore virou-se, com uma expressão preocupada _Não temos provas de que eles tenham tido algum comportamento de risco. De que tenham ameaçado alguém por vontade própria. Se os expulsarmos, as famílias recorrerão e o conselho ficará do lado deles. Perderemos.


             _Mas então... ? _ela continuou confusa.


             _Todos eles em detenção, Slughorn. _Dumbledore continuou _E você ficará de olho neles para mim, entendeu?


             Horace fez que sim com a cabeça, e saiu atrás de seus alunos.


             _Ele está criando um exército, Minerva. _Dumbledore comentou, desolado _Ele vai incluir essas crianças nessa guerra.


            _E o que o senhor vai fazer, prof º Dumbledore? _ela perguntou apreensiva.


            _O mesmo que ele. _os olhos do diretor brilharam _Meus alunos vão saber se defender quando chegar a hora.


 ***


            Severo andou mais rápido do que os outros e Bella teve que correr para alcançá-lo no corredor.


             _Severo! _ela berrou e ele não se virou _Severo, espere! _ela acelerou o passo e puxou seu braço _Que raio de história é essa de maldição Imperius?


             Severo riu, uma risada fria, enquanto Rodolfo e Lúcius se aproximavam. _É uma longa história. _Severo contou o que realmente tinha acontecido, enquanto eles caminhavam de volta para o salão comunal da sonserina.


             _Certo, e por que é que nós não lembramos de nada? _Bella perguntou, quando estavam entrando no corredor das masmorras.


             _Você é burra, ou o quê, Belatriz? _Lúcius perguntou de maus modos _Não percebeu que eles tiveram que apagar nossas memórias porque sabiam que eles iam nos interrogar? E que, certamente, Dumbledore ia verificar nossas mentes, já que é um dos melhores Legilimentes do mundo? _ele acrescentou o comentário final com um sarcasmo exagerado.


             _Você que não entendeu! _ela retrucou irritada _Eu sei disso, não sou idiota. O que eu quero saber é porque nós não lembramos e Severo lembrou.


             Os três pararam no corredor e viraram-se para ele. Severo riu.


             _Porque eu aprendi a bloquear minha mente. Eles não puderam apagar minha memória e nem Dumbledore pôde lê-la. _e entrou na sala comunal. Os outros três ficaram paralisados com a boca aberta, no meio do corredor.


             _Ele disse que foi capaz de bloquear a mente para comensais? Para Dumbledore? _Rodolfo perguntou sem acreditar _Foi isso que ele disse?


             Nenhum dos outros respondeu. Severo pôs a cabeça para fora da porta. _E aí, vão ficar parados aí o dia todo? _e voltou para dentro. Depois saiu novamente _A propósito, Bella. Você tem que levar sua sobrinha Tonks para o lado das trevas, é sua missão. Estou avisando, sabe, _e deu um sorriso de superioridade _para o caso de eles terem apagado isso também. _e entrou, definitivamente desta vez.


 ***


             Remo estava se sentindo muito mal. Acabara de entrar no salão principal para tomar café da manhã, mas largou Sírius e Pedro na mesa e achou que era melhor ir para a ala hospitalar.


             Aquela noite era noite de lua cheia.


             As dores no corpo já começavam a se manifestar.


             Enquanto saía do salão, no entanto, trombou de frente com uma figura pequena e magra e segurou-a entre os braços para que ela não caísse.


             _Puxa, sinto muito. _ele murmurou, pondo-a de pé _Estava distraído.


             _Tudo bem. _a garota afastou o cabelo do rosto e, quando viu quem era, ruborizou até a raiz dos cabelos _Eu... Meu nome é Izabela Swan. _ela murmurou, estendendo a mão _Mas pode me chamar de Izzie.


             _Muito prazer, Izzie. _ele apertou a mão dela, com delicadeza. Ela tinha uma mão tão pequena _Meu nome é Remo Lupin. Pode me chamar de... _fingiu pensar _Remo mesmo.


             Izzie riu e Remo percebeu como seu sorriso era lindo. Aliás, ela era simplesmente linda. Seus cabelos eram de um tom de loiro muito claro, caindo lisos, até a cintura. Seus olhos eram de um azul brilhante e sua pele parecia seda. Parecia ter mais ou menos sua idade, mas era um palmo mais baixa que ele.


             _Você é de que casa? _ele perguntou, curioso. _Acho que eu nunca vi você por aqui. _ela ruborizou novamente.


             _É que eu sou nova. Estou fazendo um intercâmbio aqui. Eu morava nos EUA. Mas estou no último ano da Corvinal, agora.


             _Ah, sim. _então, ele lembrou-se do que estava fazendo. _Bom, eu preciso ir. Mas espero que você esteja gostando daqui, Izzie. Seja bem vinda.


             Izzie sorriu, enquanto ele murmurava um “a gente se fala” muito apressado e saia pelo saguão de entrada.


             Que pena que ele precisava ir à enfermaria. Por alguns minutos, ao lado de Izzie, esquecera-se de que estava com dores. Esquecera-se de que era um lobisomem. Esquecera-se que era lua cheia.


            Era estranho. Era como se a conhecesse há muito tempo.


             No andar de baixo, Izzie ainda estava parada à porta do salão principal, enquanto as pessoas passavam apressadas por ela.


             Ela tinha certeza de que tinha visto admiração nos olhos dele. Certeza absoluta.


             E então, um espirro a fez sacudir seu lindo cabelo loiro de volta para seu rosto.


             Quando ela o afastou novamente, ele já estava rosa.


             _Mas que droga! _ela exclamou, frustrada _Preciso parar com isso! _e saiu marchando para o banheiro feminino, fazendo o cabelo voltar ao normal no caminho.


 ***


 


 Jack, hauhauhauhauhauhauha, oh vc espantando os meus leitores! rsrsrsrsrs... Serahh? Naum sei o que eu faço com essa fic, ela naum vence hauhauhauhauhauhauha.... Sériooo? Bom, na verdd, eu prefiro pc do q tv... Naum tem mta coisa na tv q valha a pena hj em dia, naum tah perdendo mto rsrsrsrsrsrs.... Mas o Felipe Andreóli eh gato, ai ai... rsrsrsrs... Inscrevii siiiim!!!!!! O resultado sai em setembro (demora neh?) rsrsrsrs... 
Postei rapidinho neh? ^^
Comenta pra falar o q achou ^^ 
Bjsssssssssssss



Genteeee, se tem algm mais aí lendo, por favor, eu to triste :(
faça um autora feliz, eh soh comentar.... Por isso q minha fic naum vence oh, naum tem coment
:(          

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