Você me têm



Capitulo 35 – Você me têm


 


Então, é hoje. O que é hoje mesmo mente? A sim. A detenção. Mente, seja mais objetiva, é hoje, daqui á quarenta minutos... espero que ele seja pontual para que termine logo.


- Acho que você não deve falar com ele hoje Lily – me disse Alice no almoço – acho que é melhor fingir que nada está acontecendo e ver o que acontece.


Seria ótimo não? Fingir. Quem melhor do que eu para fingir?


- Acho que você deve falar com ele hoje Lily – me disse Mari, sabe, as vezes que realmente existem anjos e capetinhas em cima de nossos ombros, mas no caso das meninas, não sei qual a pior opção.


E sabe o que eu decidi? Não fazer nenhum dos dois, isso não é impossível não, se é isso que você esta pensando. É mais fácil, eu vou para lá, fico lendo o meu livro, olho ele de vez em quando, não falo nada, se ele falar eu digo, se não, o silencio é bom para se concentrar, e eu pensei também se nossos olhares por acaso se encontrarem, mas ai eu não terei um plano B, e terei que tocar no assunto, afinal, os olhos deles são o meu ponto fraco.


Mas voltando ao presente e consciente, faltam agora exatos 26 minutos, então é melhor eu começar a caminhar para a sala de troféus, que era muito longe da sala comunal. Passei pelas pessoas que estavam sentadas no sofá, carregando dois livros debaixo do braço, uma prancheta e uma pena, para caso venha anotar qualquer coisa. Passei pelos corredores e não havia tantas pessoas lá, já deveria ser umas 15 pras 10, e eu definitivamente não poderia chegar atrasada.


Dobrei o ultimo corredor, e agora só faltava alguns passos, eu estava com a chave da porta da sala de troféus, mas tinha alguém logo na frente da sala.


- Lily – disse Tiago meio surpreso – Pensei que era o Filch que iria vim


- Eu também – disse olhando pra ele – Chegou cedo – fui abrindo a sala


- Me sinto aliviado, por não ter que agüentar todo aquele fedor dele – entramos na sala, já estava iluminada, e vários troféus já estavam separados – Vejo que ele adiantou o trabalho, melhor assim – ele caminhou ate onde estavam as coisas, sentou-se no chão e começou a limpar bem devagar. Aquilo ia durar...


- Ansiosa para o jogo? – me perguntou ele depois de uns cinco minutos, fazendo com que eu pulasse da cadeira e fechando o livro


- Um pouco, sempre fica – disse rapidamente, tentando me ajeitar


- Será ótimo, derrotar a Sonserina – ele parou de limpar e olhou pra o vácuo – será ótimo


- Sempre é – voltei para o meu livro e ele para a limpeza.


Essas aventuras são tão mentirosas, até mesmo para clássicos da magia! Ta vendo que isso é impossível até mesmo para...


- Lily – me chamou ele de novo, e mais um pulo dessa vez


- Sim? – olhei e ele já estava quase acabando com os troféus, parecia ser bem tarde


- Porque nós estamos assim mesmo? – ele me olhou, e eu tive medo de encará-lo, continuei fixada no livro


- Não sei – era mentira, mas o que eu poderia dizer? “Porque você anda muito junto da Melinda!”, ai ele poderia dizer que não, que eu estou pensando coisas erradas. Por um sim ou por um não, eu fico com a mentira.


- Teve que haver alguma coisa Lily – ele se levantou e foi até mim, meu coração começou a bater mais rápido. Ele me conhecia mais do que eu pudesse imaginar.


- Não é nada Tiago, termine sua detenção, e depois a gente conversa – voltei para o livro, falar de todas as minhas inseguranças doía muito.


- Não vou terminar nada, ate você me dizer o que há de errado – ele continuou em pé, me olhando


- Então vamos ficar a noite toda aqui, ate você terminar – olhei para ele, e fraquejei, o que estava acontecendo afinal? Qual era o meu medo, medo de perdê-lo? Estava tão claro ali que ele é tudo pra mim, assim como sou pra ele, me tornei vulnerável no momento que ele sorriu, aquele sorriso que eu tanto gosto, e que eu senti tanta falta, todas minhas razões tinham desaparecido e só restava ele e eu ali. Somente nós dois, e meus medos foram embora. Porque demorei tanto a perceber o quanto ele me faz falta? Não voltarei a pensar mais que algum dia ele poderia ter me deixado, é ruim demais para mim. (n/y: tava escrevendo essa parte ouvindo Everytime de Britney, combinou tanto *-* ).


- Porque você tem tanto orgulho Lily? – ele me perguntou, olhando nos meus olhos.


- Olha quem fala – abri meu livro, marquei a pagina e fechei – Se tem uma pessoa orgulhosa nesse colégio, é você – sorri, um sorriso sincero.


- Eu gosto tanto de você Lily, só ano entendo porque a gente teve essa distancia – ele parou e pensou um pouco – a não ser por causa dessa detenção, é claro – e sorriu de novo, depois sentou-se ao meu lado.


- Ai Tiago, você me deixa louca – olhei bem pra cara dele – Olha o que você me faz fazer? Te meter em uma detenção, e porque? Porque você ta com uma relação com Melinda.


- Relação? – perguntou ele incrédulo – do que você está falando?


- Ora, eu vi você lá com ela, se risinho, abraçinhos, beijinhos no rosto e coisinhas a mais – estralei meus dedos, eu costumo a fazer isso quando estou nervosa.


- Coisinhas a mais não existiu – ele me disse, rindo


- Então você não nega os risinhos? Nem os abraçinhos? E muito menos os beijinhos? – levantei e olhei pra ele indgnada – Volte a limpar os troféus!


- Eu não nego – disse ele se levantando – Mas também não é da maneira que você esta colocando – ele foi pegando o pano e mais um troféu, ainda devia restar uns quinze.


- Ridículo você – voltei a abrir o meu livro, Tiago sempre seria o mesmo garanhão de sempre. Por mais que eu pensasse que não, ele sempre foi o mesmo, ate hoje, eu que pensei que ele havia mudado.


Ele começou a rir, e não parava. Ele ria com muita vontade que estava ficando vermelho, mas ainda assim colocando os troféus na estante.


- Qual foi à piada mesmo? Eu acho que perdi – olhei pra ele séria, será que aquela detenção ainda ia demorar muito?


- Você fica linda assim sabe – ele me disse, ainda limpando uns troféus e colocando no lugar


- Você nem esta olhando pra minha cara seu cínico – voltei para o livro


- Mas eu sei, que você esta com ciúmes – ele me olhou, ainda com um sorriso no rosto


- Não estou não, - olhei bem pra ele – e se eu estiver, voe também está! – levantei uma sobrancelha e ele pareceu surpreso – porque, se eu me recordo bem, era você que não queria que eu andasse com o Guga não foi? – dei um sorriso, e ele cerrou os olhos


- Aonde você aprende essas coisas? – ele se aproximou de mim


- Convivência com você, não tem ninguém que resista a um sorriso maroto – disse sorrindo ironicamente


Ele me olhou, profundamente, e eu também olhei para ele. Ficamos assim, alguns rápidos segundos, e quando dei por mim já estava nos braços dele, abraçando-o, como eu precisava daquilo, e eu simplesmente não quero me convencer ainda, que eu o amo.


- Desculpa – dissemos de uma única vez, era como se ambos estivéssemos sentindo a mesma coisa, mas muito orgulhosos para admitir.


Nos olhamos mais uma vez, e o mundo, com certeza agora, não existia mais. Beijei-o como eu queria fazer a muito tempo, eu sentia falta dele, eu precisava dele, mas por coisas tão banais me fazia esquecer disso. Me faltava ar, mas eu não queria sair dali, era tudo tão intenso, era como se fossemos um só, um necessitando demasiamente do outro para que houvesse alguma pausa.


Respirei fundo quando nos separamos, senti o cheiro que ele tinha, o cheiro que eu estava quase esquecendo como era. Era perfeito. Com todas essas letras, com toda essa entonação, simplesmente perfeito.


- Me promete que você não vai sumir assim outra vez? – ele me pediu, enquanto estávamos abraçados e nos olhando nos olhos


- Só se você me prometer primeiro, afinal, acho que a mesma coisa nos invadiu não? – sorri para ele, e ele me deu mais um beijo rápido.


- Você não precisa dessas minhas palavras, você me têm á muito tempo – ele sorriu novamente, me dando um selinho, e eu o abracei mais uma vez. Será que eu nunca o escutaria dizendo aquelas palavras que tanto importava para mim?


- Acho que agora você tem que terminar o seu trabalho, ou estará muito cansado pro jogo amanha não acha? – voltei a me sentar olhando ele.


- Claro que sim, Chefa! – ele disse, imitando um soldado, e voltando a sua detenção. Voltei a minha atenção para o livro, mas nada que estava escrito atraia minha atenção. Por um lado eu estava muito feliz, por ter “voltado” com Tiago, mas ele bem que poderia dizer aquelas três palavras... outra parte de mim me fazia pensar que talvez ele não estivesse pronto o suficiente para isso, e talvez, eu não estivesse também.


 


 


- Isso é realmente maravilhoso – me disse Mari, quando estávamos indo para o campo, quando finalmente eu pude lhe informar do que havia acontecido na detenção, sem que alguém o professor Binns, ou o Sirius nos atrapalhasse, para falar a verdade, Sirius andava muito perto de Maria esses tempos, era como se ele aparecesse do nada, e sumisse do nada, como um fantasma. – Até que fim não acha? Mas você não citou a Melina como causa principal dos ciúmes?


- Não muito, e não há nenhum ciúmes... é só uma aflição... um sentimento ruim... só isso, não invente – ela me olhava questionando aquilo – E o Sirius? – mudei de assunto, eu já avistava o campo da onde estávamos


- O que tem o Black? – ela se assustou quando pronunciei o nome dele


- Eu que te pergunto, o que vocês tem?


- Não temos nada, absolutamente nada – ela me respondeu rápido


- Me engana McDonald, me engana vai – eu sorri maliciosamente pra ela


- Não engano ninguém, não estou tendo nada com ele, e não quero, deixa ele com as meninas dele lá


- Eu dizia isso no inicio, e veja só como estou – olhei pra ela, como se tivesse descoberto a mágica da levitação.


- Pare com isso Lilian, eu não tenho nada com o Black, eu nem mesmo gosto dele!


- Ninguém aqui disse nada disso – eu ri e olhei pra ela, estava ficando vermelha – Somos amigas, você pode me contar seus segredos


- Então você deveria me dizer logo que está com ciúmes dele! – ela levantou uma sombracelha, como se quisesse dizer “cheque-mate”


- Não se trata de mim, e sim de você – eu ri alto


- Vamos para com isso, olha teu caso vindo ai – ela disse, me apontando Tiago que, segurava a vassoura, totalmente vestido com a roupa de Quadribol, muito animado, deveria ser por causa do tempo, estava muito ensolarado, raridade, já que estávamos no outono.


- Um artilheiro da Sonserina se machucou gravemente, e ele não tem substituto, hoje é o dia mais feliz da minha vida – ele me disse sorrindo de ponta a ponta


- Eu pensei que o melhor dia da sua vida tinha sido o dia que você conheceu Lilian – refletiu Sirius ao lado de Tiago, e logo depois lançou um olhar para Maria, e sorriu.


- Não me deixe constrangido almofadinhas, ela não sabia disso ainda – Tiago sorriu, eu preciso dizer mesmo isso? Ele sorri o tempo INTEIRO.


- POTTER! – gritou alguém lá no fundo – ESTÁ COM MEDO DE PERDER, E ESTA AI DESISTINDO DE JOGAR?


Nós quatro nos viramos para olhar, era Lucio Malfoy, rindo com seus colegas.


- Desistir não existe no meu vocabulário Malfoy, ao contrario de você que bem, inventa uma dor na perna, uma dor no braço, tudo para não participar – Tiago sorriu vitoriosamente, e Malfoy fez cara feia.


- Esta olhando o que Snape? – perguntou Sirius a ele, era evidente o ódio que tinha com o outro. Agora eu olhei na direção de Snape que olhava para a frente.


- Fico imaginando, onde esta seu amigo Remo Lupin – disse ele, olhando para a arquibancada


- E o que isso te afeta? – perguntou Sirius indo na direção dele


- Digamos que eu meio que sei o que ele esconde, eu sei que ele tem um segredo, e estou bem próximo de descobrir – Snape sorriu, e eu vi o ódio transparecer nos olhos de Tiago e Sirius quando eles se olharam, eu poderia não entender nada sobre tudo aquilo, mas eu sei o segredo de Remo, e ninguém queria ter esse segredo revelado.


 


 

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