call the police .



; Lily Evans narrando.
; Dormitório da escola.


 “Suspeito de ter assassinado seu irmão, John Lupin, depois de uma briga”.

Reli a última linha da folha umas dez vezes antes de pensar em alguma coisa. O Remo tinha matado o irmão? Ai. Meu. Deus. Isso sim era um segredo de verdade! Peguei o papel da mão da Lene pra ter certeza de que era realmente aquilo que estava escrito.

- Se continuar a olhar, o papel vai pegar fogo, Lil – ela riu ao meu lado. Mas dava para perceber o quanto ela estava nervosa. – O que nós vamos fazer agora, Lil?

- A Catherine sabe – sussurrei.

- Como?

- Foi por isso que ela olhou pra ele na aula, que pediu pra conversar com ele quando a aula acabou. Ela sabe! – Exclamei olhando pra Lene.

- A professora de Espanhol? Acho que você viajou um pouco Lil.

- Não, Lene! Ela sabe o que ele fez.

- Lil, aí diz que ele é suspeito, não que ele fez isso.

- Não Lene, se ele colocou isso na pesquisa, foi porque ele realmente fez isso.

- Quem é ele? Já estou perdida.

- Meu detetive – sorri.

- Você tem um detetive?

- É claro, meu bem. Não se pode confiar muito nas pessoas do East Side sem ter visto sua ficha – sorri e ela ficou meio... Nervosa? – Vou pedir pra ele olhar isso mais um pouco – peguei meu celular. Ele atendeu logo. – Quero saber um pouco mais a respeito do Lupin ser suspeito no assassinato do irmão. Quero fotos, documentos da polícia, tudo que você conseguir.

- Isso pode demorar um pouco, senhorita Evans.

- Bom, você é que sabe. Quer triplicar sua conta bancária? – Desliguei o telefone. – Em uma hora mais ou menos vamos ter o que precisamos.

- Isso é loucura, Lil.

- Loucura é deixar a Emme acreditar que o Lupin é uma boa pessoa. Isso é loucura.

- Você acha que devemos contar a ela?

- Não.

- Por que não, Lil? Ela vai ficar pior quando souber que nós sabíamos e não contamos nada!

- A gente não sabe de nada.

- A gente não... Estou confusa. Você acabou de dizer que tem certeza que ele fez isso!

- Lene, se ele realmente fez isso, não vou ser eu que vou contar para a Emme, nem você. Ele vai ter que contar pra ela. Fingir pelo menos que ele é sincero com ela.

- É, você tem razão. E o que nós vamos fazer? – Ela perguntou. Meu notebook fez um barulhinho e um novo email apareceu.

- Tirar essa história a limpo – disse, abrindo o arquivo. Lene estava atrás de mim, olhando tudo.

Li tudo que meu detetive, tinha achado. No final do documento tinha os depoimentos feitos na polícia. Pai, mãe, Remo, algumas pessoas que estavam lá, Catherine...

- OLHA ISSO AQUI! – Gritei assustando a Lene.

- O que foi garota?? Nunca mais faça isso! – Ela exclamou, com a mão no peito. Apontei para o nome na tela.

- Catherine. Era namorada do irmão do Remo.

- Não acredito... – Ela sussurrou, enquanto lia o depoimento da Catherine. Abri o anexo de fotos. Lá estava nossa queridinha Cathy ao lado do corpo do irmão do Remo. – Meu Deus, Lil – senti uma lágrima da Lene caindo no meu ombro.

- Preciso resolver isso – levantei rápido da cadeira.

- E o que você vai fazer se for verdade? – Lene me perguntou, ainda meio tonta com a informação.

- Chamar a polícia, querida – respondi e antes que a Lene fosse falar alguma coisa, a Emme entrou no quarto.

- Oi meninas. O que é isso? – Ela viu o monte de papel espalhado na minha cama. Lene correu e os juntou e eu fechei o notebook. Emme nos olhou confusa. – O que está acontecendo aqui?

- Nada – sorri.

- Como assim nada? Eu entrei e vocês esconderam tudo de mim – ela parecia um pouco magoada e com raiva ao mesmo tempo.

- Não era nada, Emme. Só uns papéis que minha mãe me mandou – sorri e peguei os papéis amassados da mão da Lene. – Vou encontrar com o James.

- Vou com você, preciso ver o Sirius – Lene sorriu também. – Tchau e beijo, Emme – ela deu um beijo estalado na bochecha da Emme e nós saímos.

- Mas que merda – disse quando já tínhamos saído do dormitório. – Por que ela tinha que chegar?

- Ela ficou chateada com a gente.

- Não posso fazer nada, só estou tentando ajudar.

- Eu vou procurar o Sirius.

- Se o James perguntar, diz que eu morri – sorri enquanto entrava no dormitório masculino e deixava a Lene pra trás. Lupin, Lupin, mas que merda você fez, hã? 


; Emmeline Vance narrando.
; Dormitório da escola. 


- Vou com você, preciso ver o Sirius – Lene sorriu. – Tchau e beijo, Emme – ela me deu um beijo estalado na bochecha e saiu com a Lily.

Fiquei parada olhando para a porta. Elas com toda certeza estavam escondendo alguma de mim e isso me magoava muito. Eu confio tanto nelas, por que elas não podem confiar em mim também? Primeiro aquele olhar no refeitório e agora isso. Olhei para o notebook em cima da mesa. Respirei fundo e contei até 10. Eu não podia simplesmente ir invadindo o computador de uma pessoa.

- Foda-se – murmurei e sentei em frente ao computador.

Levantei a tela e, quando fui tentar mexer, a tela ficou toda preta. No centro, apareceu um retângulo que pedia para inserir a senha.

- Merda. Senha. Como não pensei nisso?

Fiquei uns 10 minutos testando diversas senhas. Fui de New York até brigadeiro – sim, brigadeiro é meio sem graça, mas quem sabe, né? Coloquei James, meu nome, Lene... Tudo que veio a minha cabeça. Já estava ficando nervosa e tinha a sensação de que alguém me observava. Peguei a bolsa da Lily e remexi nela toda. Nada. Era meio óbvio que uma pessoa como a Lily não deixaria a senha do computador anotada num papelzinho, mas enfim.

- Meu Deus. Qual será a senha? – Passei a mão pelo cabelo, nervosa. As gavetas da Lily eram todas com chave, assim como as minhas e as da Lene. Decidi escrever a coisa mais ridícula. Password. Digitei e dei enter. Abriu a tela que a Lily provavelmente estava usando.

- Eu. Não. Acredito! A senha é senha?? – Disse enquanto via o que estava aberto.

Vi várias fotos, depoimentos de policias... Mas que merda essas duas estavam fazendo? Enquanto passava por um depoimento, um nome me chamou atenção. Suspeito principal: Remo Lupin. Como assim suspeito principal? Fui até o início do documento.

“Senhorita Evans, aqui está tudo conforme a senhorita me pediu. Tudo a respeito da morte de John Lupin. Sei que não é da minha conta, senhorita, mas devo lhe dizer. Se tiver contato com Remo Lupin, peço que tome um pouco de cuidado. Pela breve leitura que fiz, ele realmente assinou o irmão. E a senhorita vai perceber que existe uma testemunha. Att, Hopkins”.

O Remo matou o irmão dele? Ele tinha um irmão? A tela foi ficando meio escura e só lembro de ter caído da cadeira direto para o chão. 


; Lily Evans narrando.
; Dormitório masculino. 


Caminhei decidida no corredor do dormitório. Uns meninos me olharam assustados e outros meio safados. Vi dois ou três correndo com a toalha de banho firmemente amarrada na cintura e com rosto vermelho. Parei em frente à porta do quarto dos meninos. Não bati na porta. Segurei a maçaneta e fui entrando. Péssimo ato.

Fiquei parada na porta enquanto via uma coisa não muito agradável. Remo Lupin transando com Catherine. É, as coisas estão realmente ficando boas.

- Lily? – Ele me olhou assustado.

- Olá, Remo – sorri. Sorriso falso, como nos velhos tempos. – Olá, professora.

Remo levantou rápido, se enrolando em um lençol. Catou uma calça jeans e uma camisa do chão e correu para o banheiro. Catherine levantou sorrindo, sem se importar pelo fato de estar nua. Pegou uma calça e uma blusa que também estava no chão e vestiu.

- Espero que não conte à Madre, Lily – ela deu um risinho.

- É claro que não, querida – tentei fazer a voz mais falsamente amigável. – Afinal de contas, atrapalharia tudo o que tenho a fazer – sorri enquanto o Remo saía do banheiro.

- O James não ‘tá aqui.

- Eu não quero falar com ele.

- O Sirius também não está.

- Não se faça de idiota, Lupin – disse meio grossa, fechando a porta do quarto. – Vim aqui para te pedir uma coisa. Bom, e pra falar com a Catherine também. Mas isso eu resolvo lá fora.

- O que você quer, Lily? Chantagem só porque estou transando com a professora? – Ele perguntou meio grosso e eu ri.

- Querido, pra mim não faz a mínima diferença se você está ou não com ela. Só vou te pedir que, quando tudo der errado e tudo for descoberto, você conte a verdade a Emme. Não vou fazer seu trabalho sujo. Catherine, eu quero falar com você. Lá fora.

- Como assim trabalho sujo? – Remo perguntou enquanto Catherine saía do quarto.

- Seu irmão vai bem, Remo? – Dei um sorriso cínico e ele ficou pálido, me olhando. Saí do quarto.

- O que quer comigo, Lily? – Catherine cruzou os braços.

- Vem comigo – saí puxando ela pelo corredor. Paramos do lado de fora.

- Ok, pode falar agora.

- Você sabe que foi o Remo – disse logo.

- Desculpa, mas não tô entendendo nada.

- Não se faça de idiota – disse entre os dentes. – Me conta tudo que aconteceu. Eu já sei, meu bem. Só que preciso saber de tudo pra pensar sobre o que farei.

- Estávamos eu e John na boate... – Ela começou a falar.

x.x.x.x


n/a: gente, muuito obrigada pela paciência de vocês. Como disse no aviso, fui viajar e, assim que cheguei em casa, vim logo postar o capítulo dez. Vão se preparando que o próximo capítulo é flashback. Amo vocês, bjs bjs.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.