Filhos



Filhos...


Um grito agudo soou pela cozinha tomada pelos aromas de pratos saborosos. Gina correu à sala com Rony em seu encalço.
– Lílian Luna Potter! Quantas vezes eu preciso repetir: Eu não quero esse tipo de brincadeira! – gritou Gina para uma Lílian que tinha o rosto quase da cor dos cabelos de tanto rir de Hugo. Que se encontrava pendurado no ar pelo tornozelo e também ria. Rony correu para acudir o filho.

– Liberacorpus! – disse ele. Hugo caiu em seu colo. Ele o colocou no chão. O menino correu para perto da prima assim que seus pés tocaram o chão.

– Puxa Lilly! – Disse ele entusiasmado – Como você consegue isso?

– Sei lá. – respondeu Lílian e então percebendo o olhar feroz da mãe, segurou a mão do primo e correu porta afora.

Gina suspirou.

– Tenho certeza de que ela viu Harry fazer isso, afinal não é um feitiço intuitivo. – disse voltando à cozinha.

Rony riu.

– Sim. Ele costuma tira-la da cama assim. – disse ele à irmã que voltava às panelas.

Gina suspirou de novo.

– Desisto. Às vezes tenho a impressão de que nunca serei capaz de educá-los. Com exceção de Alvo talvez. Thiago parece uma perigosa mistura de Fred e Jorge, com talvez um pouco do seu sarcasmo – ela olhou pra Rony, que riu – E Lílian, Lílian é tão...

– Tão você? – interrompeu o ruivo sentando-se – relaxa Gina, você era dez mil vezes pior na idade dela, e olha em que mãe e esposa maravilhosa você se tornou.

Gina sorriu ao elogio do irmão. Ela sempre soube que o casamento com Hermione o amadureceria, só não imaginava que tanto... Às vezes simplesmente sentia falta do cabeça-dura rabugento que ele era anteriormente.

– O que foi? – perguntou ele percebendo o olhar dela.

– Nada. – ela sorriu e acenou a varinha para as batatas que começaram a se descascar. – E Hermione?

– Ah, er... está bem – disse Rony – espero que não chegue muito tarde.

– Provavelmente ela virá com Harry e Ted. – disse Gina agora se ocupando em encher de água uma panela.

– Acho meio difícil... – começou Rony – Ela está saindo cada vez mais tarde daquele Ministério... – ele suspirou. Gina olhou pra ele e ele não gostou da sombra de entendimento que passou nos olhos dela.

– Está tudo bem mesmo Rony? – perguntou ela agora colocando as batatas na panela.

– Ahm, Sim está – disse Rony se amaldiçoando pelo fato de ser tão transparente – Claro que está.
Gina fez uma expressão compreensiva, colocou a panela no fogo e se sentou em frente a ele.

– Rony, Hermione pode ser complicada às vezes, mas ela te ama... – disse Gina – Eu sei que ela anda estranha, mas isso passa. Leve em conta que ela anda trabalhando demais, e também Rose acabou de ir pra Hogwarts. Mione nunca teve um filho em Hogwarts, ela está preocupada. Eu enlouqueci quando Thiago foi...

– Obrigado, Gina – disse Rony agradecido – Eu precisava disso. Às vezes acho que não sou um pai de família muito eficiente. – ele deu um sorriso fraco.

– Rony, seus filhos são lindos, saudáveis, espertos, e te amam. E Mione é feliz! Só está passando por um momento turbulento... – disse a ruiva – Isso passa.
O som de passos correndo foi seguido pela entrada de dois ruivinhos suados e apressados na sala.

– Pai olha isso! – disse Hugo ofegante. Ele colocou uma pedrinha em cima da mesa. E olhando pra ela fez a pedra levitar. Rony sorriu.

– Puxa Hugo! – disse animado – isso foi incrível!

– Obrigado papai – ele abraçou o pai e saiu correndo com Lílian em seu encalço.

– Tem noção de quanto isso é incrível? – disse Gina pasma – Eles nem têm uma varinha! Estão fazendo coisas que só aprendi em Hogwarts!

– Eu sei! – Rony disse orgulhoso – Sabe Gina acho que criamos uma linhagem poderosa demais – disse ele sério – Esse negócio de criar Potter-Weasleys e Weasley-Grangers não foi uma boa idéia.

Gina riu. Rony começou a rir também. Um segundo depois os dois não conseguiam mais parar. Os dois ficaram alguns minutos observando pela janela Lílian e Hugo brincarem no gramado. Depois Gina se levantou pra terminar o jantar.

– Crianças entrem! – gritou ela pela janela – Vão tomar banho! Daqui a pouco eles vão chegar.

Eles entraram correndo e pararam na cozinha.

– Vai lá, Lílian... E Hugo você pode tomar banho no meu banheiro. Suas roupas estão no lugar de sempre. – explicou a mãe. Os dois saíram correndo.

Quando Gina voltava para pôr a mesa. Ouviu um barulho de algo sendo queimado. Reconheceu imediatamente como o som da lareira sendo ativada. Foi em direção a ela. Era Minerva Mcgonagall. O coração de Gina apertou-se.

– Ronald – chamou ela – Venha cá.

– Olá Ginevra – disse Mcgonagall séria – Não se preocupe minha filha, está tudo bem.

Gina não escondeu o alívio. Rony chegou. Ele sentiu-se preocupado assim como Gina.

– Algum problema professora? – disse apressado.

– Não, não Ronald, pelo menos nada sério. – Disse a bruxa. Rony fez uma expressão de compreensão.

– Ok, o que os pestinhas aprontaram? – perguntou ele. Gina continuava olhando tensa. Ele pensou no tal “instinto materno” e sentiu medo de novo.

– Bem... – começou ela. Mas pareceu pensar melhor – O Potter está?

– Não Minerva, mas ele deve estar chegando... – disse Gina incerta – Me diga o que foi Diretora, está me deixando nervosa.

– Não é nada Gina – disse a professora cuidadosa – Alvo e Thiago tiveram uma discussão e descobrimos um fato incomum.

– Fato incomum? – enfatizou Gina. Minerva suspirou. Não adiantava tentar adiar, o temperamento de Gina combinava com seu cabelo.

– Bem... Alvo é um “ofidioglota”... – disse a diretora enfim.

– O quê? – disse Gina, alto. Ela ficou pálida. Rony a amparou por trás. Ela se desvencilhou.

– Como assim? – perguntou Rony – Como descobriram?

– Como eu disse, eles discutiram, Thiago conjurou uma serpente no meio da discussão...

– O quê? – interrompeu Gina furiosa.

– ...E Alvo impediu a cobra de atacá-lo. – terminou a diretora ignorando a interrupção.

– Thiago vai se ver comigo... – murmurou Gina.

– Sugiro que você se acalme, Gina – disse Minerva. Ouviram-se três “cracks” no quintal. Um segundo depois Harry entrou com os cabelos desarrumados, seguido de um Teddy com olheiras, e por fim uma Hermione com uma expressão exausta.

Harry correu os olhos da palidez de Gina ao rosto de Minerva Mcgonagall na lareira.

– O que houve? – perguntou apressado. Hermione se aproximou da lareira.

– É Rose? Como estão as crianças? – perguntou largando a pasta no sofá.

– Alvo é ofidioglota, Harry... – disse Gina com a voz fraca.

– O quê?! – Exclamou o homem caminhando pra perto da lareira. – Mas isso não pode, eu não falo mais, isso não é hereditário, quer dizer não de mim, era Voldemort, e ele morreu e eu não...

– Harry, calma! – disse Gina.

– Bem eu entrei em contato, por que disse aos meninos que chamaria vocês o mais rápido possível em função da briga. E também do uso de um feitiço extremamente perigoso da parte de Thiago. Gostaria que viessem. – disse Minerva.

– Claro, aparataremos agora mesmo – disse Harry.

– Ótimo. Os dois estão na sala de Neville, mandarei trazê-los à minha sala – disse a bruxa – Nos vemos em breve.

– Professora Mcgonagall, como está Rose? – perguntou Hermione.

– Bem Hermione – a diretora sorriu – Ela está na sala com os meninos. Por algum motivo ela não larga o Alvo por nada – Minerva suspirou – E nem pára de falar. Bom...até.

Gina virou-se para Hermione.

– Mione, as crianças estão lá em cima tomando banho, o jantar está pronto. Sirva-o, por favor, comam. Nós tentaremos não demorar. E Teddy querido durma aqui, você está com uma cara péssima de cansaço... – disse ela enquanto Harry admirava a habilidade que ela tinha de organizar as coisas.

– Sim, Gina – disse o rapaz de vestes pretas e cabelos verdes espetados, ele se aproximou e depositou um beijo na testa de Gina – Eu dormirei.

– Ótimo – disse ela – Obrigado Mione, e me desculpem todos. Vamos Harry.

– De nada Ginny, vai lá, eu cuido deles. – disse Hermione sorrindo à amiga.

Depois de caminharem até o quintal Harry e Gina desaparataram. Depois do desconforto da aparatação Harry sentiu o vento bater no rosto. Tinham chego a Hogsmeade. Ele e Gina começaram a andar em direção ao castelo.

– Consegue imaginar alguma explicação pra Alvo ser ofidioglota? – perguntou Gina.
Harry suspirou.

– Nenhuma boa hipótese... – disse Harry dando o braço à esposa.

– Como assim nenhuma boa hipótese? – perguntou Gina intrigada, enfatizando a palavra “boa”.

– Vamos ouvir o que Mcgonagall tem a dizer... – disse ele meneando a cabeça.



Eles viram a enorme (e inconfundível) silueta de Hagrid vindo recebê-los no portão. Harry sentiu o cheiro de Hogwarts, do gramado, viu o salgueiro lutador ao longe, aquele sentimento de nostalgia que sempre lhe assolava se fazia presente. Gina parecia sentir o mesmo. Olhava para o castelo com uma expressão vaga.

– Harry! Gina! – exclamou Hagrid – Não via a hora de vê-los!

– Oi Hagri... – Harry foi abraçado e não pode concluir a frase.

– Que saudades... – continuou o meio-gigante – Gina! Como você está linda!

– Oi Hagrid! – disse ela antes de receber seu abraço-quebra-costelas.

– É tão difícil assim vir me visitar?! Faz duas semanas que não nos vemos! – disse Hagrid indignado.

– Desculpe Hagrid, mas estou tendo realmente muito trabalho... – justificou-se Harry.

– Eu sei, eu sei – disse Hagrid sorrindo bondoso – Eu queria mostrar-lhes algo, posso?

Harry olhou para Gina. Estava ansioso para falar com Mcgonagall. Mas não gostaria de negar nada a Hagrid.

– Claro Hagrid – disse sorrindo.

– Que ótimo! Prometo que não demorará nada, vamos à minha cabana? – ele começou a andar a largos, ou melhor, imensos, passos. Chegaram à cabana de Hagrid. Harry suprimiu todas as novas lembranças que a cabana lhe trazia. Norberto...Rony vomitando na horta por causa de Aragogue...o carro...Bicuço...o Vira-tempo...os explosivins...Dumbledore defendendo Hagrid...Dumbledore...
Seus olhos se viraram na direção do lago. Lá estava o túmulo branco. Lembrou-se que Tom Riddle havia achado o túmulo “uma mancha na paisagem familiar”. Harry pensou bem, e era. Era como se Dumbledore quisesse dizer que Hogwarts havia mudado com ele. E que continuaria assim.
Gina acompanhou o olhar de Harry e viu o túmulo.

– Harry? – murmurou – Está bem?
Ele acenou com a cabeça vendo-a embaçada por causa das lágrimas que começavam a surgir.

– Claro. – disse sorrindo.
Hagrid havia aberto a porta da cabana e de dentro dela saiu um ser pequeno e contente, saltando nas quatro patinhas. Era um cãozinho. Um cão que lembrava muito Canino.

– Ele não é lindo?! – perguntou Hagrid pegando-o no colo.

– Uma gracinha Hagrid... – disse Gina pegando o cãozinho.

– Se chama Rufus – disse Hagrid – Mcgonagall me deu, depois, depois, bem depois daquilo...

Os olhos do meio-gigante ficaram marejados. Harry se lembrava bem do quanto o amigo sofrera com a morte do leal amigo. Harry mesmo achava estranho ver Hagrid em Hogwarts sem Canino ali aos seus pés. Harry se aproximou e fez um carinho na cabeça do animalzinho.

– Tenho certeza de que Canino ficaria feliz, em ver você fazer um novo amigo... – disse sorrindo à Hagrid. Este lhe devolveu um sorriso molhado.

– Bem – disse Hagrid – Acho que vocês têm de encontrar-se com a diretora.




Ao entrarem no saguão Harry se sentiu novamente envolvido com aquela atmosfera maravilhosa que era Hogwarts. Ouvindo o som de vozes animadas no Salão Principal. Mas também não pôde bloquear a imagem da escada destruída, nem pode deixar de lembrar-se dos corpos no... “Não!” Pensou firmemente “Você não precisa disso Potter”.

– Mcgonagall disse que era pra levá-los direto à sala dela. – anunciou Hagrid, interrompendo para alívio de Harry seus pensamentos.

Eles caminharam pelos corredores praticamente desertos pelo fato de ser a hora do jantar. Mas alguns alunos que circulavam lançavam à Harry e Gina olhares curiosos.

– Olha! – Harry ouviu – È o Harry Potter! – Harry sorriu aos dois primeiranistas.

– É a Gina Weasley! A Artilheira do Hollyhead Arpies! – disse o outro com uma voz esganiçada que lembrou a Harry dolorosamente Collin Crevey.

– É Gina Potter, agora... – disse o outro.

Eles chegaram à gárgula que guardava a sala da diretora.

– A senha é...

– Alvo Dumbledore. – Harry interrompeu Hagrid. Aquela era a senha que Snape havia escolhido. Mcgonagall não mudaria. Sem nenhuma surpresa ele viu a gárgula dar passagem à uma escada. Hagrid sorriu.

– Bom vejo vocês em breve – disse ele.

Depois de se despedirem de Hagrid eles pisaram na escada que começou a subir.

Harry estendeu a mão pra abrir a porta. Aquela porta que ele não abria há 19 anos. Por um louco segundo esperou ver os olhos azuis o perfurarem novamente. Mas não foi isso que viu. E sim a diretora sentada à escrivaninha. No sofá ao lado, dois garotos. O mais velho displicentemente olhando para os sapatos, como se não se importasse com o que quer que pudesse acontecer. Mas os olhos do mais novo estavam fixos à porta. E bateram nos de Harry imediatamente.



* * *





Os Weasley, Teddy e Lílian estavam sentados à mesa. O jantar estava delicioso. Não era de se espantar que Rony tivesse dito que Gina estava quase tão boa quanto a mãe.

Hermione comia em silêncio. A lembrança do bilhete à Harry (que ela não havia entregado) pulsava no seu cérebro como uma dor física. Era nisso que estava se tornando? Alguém que Rony não tinha certeza se queria ao lado? Alguém a quem ele achava que fazia mal, mesmo ele sendo um ótimo marido? Hermione não conseguia comer direito. O peso de mais um dos seus erros entalado na garganta.

Quando todos terminaram de jantar, foram se sentar na sala. Esperando Harry e Gina, Rony e Hermione permaneciam sentados lado a lado no sofá. Lílian e Hugo no tapete brincando. Teddy anunciou que iria pra cama. Estava cansado e tinha uma aparência horrível.

– Parece que o treinamento para auror realmente está acabando com ele... – comentou Rony, meio divertido. Hermione tentou sorrir. Mas soou estranho.

– Algum problema, amor? – disse Rony com uma expressão preocupada.

“Amor”. O jeito que ele lhe chamava de “amor”. Há quanto tempo ELA não o chamava assim? Há quanto tempo não dizia isso?

Hugo fez levitar o carrinho com que ele e Lílian brincavam. Hermione soltou uma exclamação de surpresa.

– Merlin! Hugo, você conseguiu! – exclamou ela.

– Eu sei mamãe – disse ele calmamente – Muitas vezes. – Ele olhou pra Lillían – Vamos jogar xadrez?

E os dois saíram correndo escada acima.

Hermione olhou pra Rony.

– Há quanto tempo ele consegue fazer isso? – perguntou sentindo o coração apertado.

– Há duas semanas – disse Rony cauteloso. – O primeiro foi um garfo. No jantar, quando tentei obrigá-lo a comer brócolis.

"No jantar" repetiu Hermione mentalmente "Há quanto tempo não janto com eles?" Seus olhos encheram de lágrimas. Ela tentou contê-las.

– Amor, não fica assim... – disse Rony tocando a mão dela – Você verá muitas vezes...

– O quanto eu venho perdendo Rony? – disse ela abaixando a cabeça, as lágrimas pingando na saia escura – O quanto de você eu venho perdendo? – Ela ergueu os olhos pra ele e foi a vez de Rony abaixar a cabeça.

– Você só quer que seu trabalho corra bem... – disse ele – Isso não é errado.

– Pare de ser perfeito Ronald, pare de ser compreensivo, eu não mereço isso. – disse Hermione ainda chorosa – Eu li o bilhete que você mandou para o Harry. – terminou seca.

Rony obviamente não gostou do tom dela.

– Não sabia que você lia correspondências não enviadas a você – disse emburrado. Hermione percebeu as orelhas dele vermelhas. Ela lhe deu um olhar assassino digno de Mcgonagall.

– Eu não leio. E isso não vem ao caso, e sim o que estava escrito – disse Hermione furiosa – Afinal era a correspondência do meu marido, não é?

– Marido que você há muito tempo não trata como tal. – Rony falou sem pensar. Ele olhou rapidamente nos olhos de Hermione que se enchiam de lágrimas de novo
– Desculpe, Hermione, desculpe eu não queria dizer isso.

– Isso não está sendo como deveria Ronald. – disse Hermione mais calma – Eu admito que esteja falha como esposa – ela fez uma pausa – mas talvez você esperasse demais de mim...



* * *





– Olá diretora – disse Harry adentrando a sala. Thiago levantou o rosto, seus olhos fixaram o do pai, que tinha a expressão impassível, mas foi no da mãe que eles pararam. Gina tinha o olhar confuso.

– Boa noite – respondeu Mcgonagall – sentem-se, por favor.

Harry e Gina sentaram-se nas cadeiras em frente à mesa. Harry se sentou naquela cadeira. A cadeira onde Tom Riddle havia requisitado o cargo de professor de "Defesa contra as artes das trevas". A cadeira onde Severus Snape chorara a morte de sua mãe e jurara protegê-lo. A cadeira onde Harry havia passado boa parte do seu sexto ano. Piscou tentando novamente espantar as lembranças.

– Bom – começou Mcgonagall – eu estava passando hoje em frente ao retrato da mulher gorda quando ouvi vozes exaltadas. Obviamente eu entrei na sala comunal da Grifinória para averiguar. Encontrei os senhores – ela indicou Alvo e Thiago. Alvo sentiu o corpo gelar – Discutindo à altas vozes. O motivo, infelizmente, não posso informar-lhes, por que os dois rapazes se negaram a me dizer. Mas o que vi foi Thiago Potter, lançar, no próprio irmão, um feitiço que considero extremamente perigoso.
Não haveria motivos para chamá-los aqui, porém, se os dois não fossem irmãos. Mas como são, e como fazem parte de uma família que prezo, eu achei melhor chamá-los a fim de resolvermos essa desavença familiar.

Ela não mencionara o fato de Alvo ser ofidioglota. Isso preocupou ainda mais o menino, pois todos os assuntos que os adultos excluíam das broncas, eram sérios.

– Por que vocês estavam discutindo? – perguntou Harry. Thiago tentou encontrar indícios de emoção na voz do pai, mas não havia.

– Alvo está no seu primeiro dia em Hogwarts e já arrumou más companhias – disse Thiago. Harry observou Alvo olhar para Thiago e suas mãos se fecharem sobre o sofá.

– Thiago julga as pessoas por coisas sem importância... – começou Alvo.

– Sem importância? Uma família inteira nas artes das trevas, e, diga-se de passagem, Comensais da Morte, é sem importância? – disse Thiago indignado.

– Posso saber do que os dois estão falando? – perguntou Gina.

– Malfoy...

– Scorpius... – Disseram os dois ao mesmo tempo.

Harry suspirou.

– Bom creio que podem resolver isso sozinhos – disse Mcgonagall – preciso ir ao salão principal.

– Sim professora, não se preocupe. – disse Harry.

Mcgonagall saiu.

Gina e Harry viraram um em direção ao outro.

– Harry será que eu posso falar com Thiago...

– Gina eu posso falar com Alvo...

Eles sorriram.

– Venha Thiago, vamos dar uma volta – disse Gina levantando–se. Thiago levantou e olhou apreensivo para o pai. Definitivamente a mãe não era a melhor escolha.

Eles saíram.Harry olhou para Alvo que baixou os olhos.

– Então... – começou o pai – Malfoy é legal?

Alvo olhou para o pai sorrindo.

– Sim ele é. – disse o menino – As pessoas estão sendo injustas com ele pai! E ele já tem muitos problemas! Precisa de amigos, entende?

– Sim – disse Harry – entendo. Mas de que problemas você fala?

– O pai dele, parece que não gosta muito dele... – disse Alvo tristonho.

– Todos os pais amam os filhos, Al. – disse Harry recostando–se.

– Sim. Mas o pai dele parece não gostar, pelo menos é o que parece. Tinha que ver a carta que ele mandou. – disse o menino.

– Entendo. – disse Harry.

– Pai, por que todo mundo detesta ele? – perguntou Alvo, agora mais à vontade com a atitude do pai – Eu sei que o pai dele foi mal com você, sei que serviram à Voldemort, mas eles não se arrependeram? Não foram perdoados? Malfoy nem mesmo chegou a ser preso em Azkaban...

– Malfoy, Draco Malfoy, Pai do seu amigo, fez coisas ruins Alvo. Você tem razão eles foram perdoados, mas veja bem Al, não se pode impedir que Draco Malfoy sofra as conseqüências dos seus atos. É claro que seu filho não tem culpa, mesmo assim é inevitável, assim como é inevitável as pessoas olharem pra você e seus irmãos e pensarem em mim – começou Harry.

– E você acha que o Scorpius também fará coisas ruins, assim como o pai? – perguntou Alvo.

– E você? O que acha? – devolveu Harry.

– Não sei...Eu quero ser como você. Talvez Malfoy queira ser como o pai. – disse Alvo pensativo.

– Isso é algo a avaliar. – disse Harry orgulhoso da sensatez do filho – Talvez com o tempo você consiga ter certeza.

– Mas você também acha que eu devo me afastar dele? – perguntou Alvo remexendo-se impaciente no sofá.

– Eu confio em você – disse Harry – E sei que se você vir, ou mesmo pensar que viu, algo errado, ou estranho, você falará comigo não é?

– Claro. – confirmou Alvo.

– Agora precisamos falar sobre outra coisa Alvo – começou Harry – Sobre você ter falado com a cobra.

Alvo abaixou a cabeça.

– Alvo... – insistiu Harry.

– Eu não sei como fiz aquilo! – disse Alvo com voz aguda – Eu não sei! Eu fiquei com medo da cobra eu só gritei, e aquilo aconteceu!

– Calma Alvo – disse Harry. Ele levantou-se e sentou ao lado do filho no sofá – Isso havia acontecido antes?

– Não – disse Alvo desanimado.

– Sabe Alvo, se teve uma coisa que eu aprendi nos anos aqui em Hogwarts é que cada segundo que perdemos escondendo coisas que não achamos importantes, pode custar caro – disse Harry lembrando-se de Gina na Câmara Secreta e em como ele poderia ter evitado isso se simplesmente tivesse contado à Dumbledore sobre a voz que ouvia – Tem algo que você acha que deve me contar Al?

– Não, não que eu me lembre – disse o menino.

– Qualquer coisa, você precisa me contar imediatamente, ok? – disse o pai, bagunçando ainda mais os cabelos já desalinhados do filho.

– Claro pai. – confirmou Alvo.

– Ok – continuou Harry – Agora Al, será que você pode me deixar um estante? Eu já desço pra encontrar vocês.

Alvo olhou intrigado.

– Ah...claro pai.

O menino saiu fechando a porta suavemente.

– Então senhor... O que acha? – Perguntou Harry olhando as próprias mãos.

– Ah, Harry são tantas hipóteses...nenhuma delas provável...mas todas possíveis.

Harry levantou os olhos pra fitar o retrato atrás da cadeira da diretora. Os olhos azuis o encaravam tranquilamente intrigados atrás dos óculos de meia-lua.

– Entendo. – disse Harry levantando-se – Você acha que tem alguma chance de...você sabe...voltar?


– Ah, meu menino acho que não – Harry inevitavelmente sorriu ao ser chamado de menino, mas afinal era Dumbledore, e ele seria sim, aos olhos dele, um eterno menino.

– Obrigado, Dumbledore. – o diretor sorriu. Harry levantou e começou a caminhar em direção à porta.

– Harry – ele se virou – Você fez um belo trabalho, tem filhos maravilhosos, você conseguiu menino. Você conseguiu.

Harry sorriu largamente ao retrato antes de abrir a porta e sair por ela.



* * *





Thiago estava andando pelos corredores de Hogwarts com a mãe. Havia um silêncio esquisito e o menino não iria quebrá-lo. Eles saíram pela porta principal. Chegando aos gramados.

– Eu posso saber no que estava pensando em mandar uma cobra atacar seu irmão? – perguntou Gina.

– Eu estava com...raiva.– justificou-se Thiago.

– Eu suponho o motivo da discussão era por que você estava com medo de Malfoy fazer algo contra seu irmão não é? – perguntou a mãe.

– Claro! Imagine o que um Comensal da Morte deve querer fazer com ele? – disse Thiago gesticulando.

– E imagino que mandar uma cobra atacá-lo seja uma ótima maneira de preservar a saúde dele. – disse Gina seca. Thiago abriu e fechou a boca algumas vezes. Parecia um peixe fora d’água.

– Eu estava com raiva... – ele repetiu.

– Acredite, eu entendo. – disse Gina – Mas você não pode fazer as coisas assim. Precisa pensar no que fará.

O garoto suspirou.

– Tem algo te perturbando, não é filho? Algo, além disso? – Gina parou e olhou para o filho. Ela olhou nos olhos do filho. Inevitável sentir orgulho dos olhos dele. Assim como Harry sentia dos olhos de Alvo. Era um pedaço dela...um deles...E levaria seus olhos, os olhos de sua mãe. E ela viveria eternamente, como Lillían vivia nos olhos do filho e do neto. O menino olhava pra ela pensando. Deveria contar sobre Lisa? Não...

– Só coisas que eu penso... – disse ele evasivo.

– Eu poderia saber que coisas são essas? – disse a mãe.

Thiago pensou. Ela talvez entendesse, outro assunto.

– Mãe você acha que eu sou como meu pai? – disse ele.

– Por que a pergunta? – rebateu ela. Ele abaixou a cabeça.

– As pessoas parecem achar que só Alvo é filho dele... – desabafou o menino chutando uma pedrinha.

– Claro que não filho! – disse Gina com um sorriso sincero.

– Parece que pensam que não sou corajoso como ele, ou esperto como ele, só porque não pareço com ele. – Thiago olhou novamente para a mãe.

– É claro que você pode ser como ele! Eu sou sua mãe e, portanto sei que você tem tanta coragem quanto ele. Quanto à esperteza, Thiago, seu pai pode ter
muitas qualidades, mas digamos que esperteza não seja uma delas. – Ela riu e Thiago a acompanhou.
Ele ficou sério novamente.

– Você entende mãe? – Thiago perguntou olhando nos olhos da mãe. Eram idênticos aos dele, era a sensação de olhar no espelho.

– Claro Thiago. Mas por que você precisa ser igual a ele? Por que não pode ser melhor? – disse ela.

– Eu só queria que as pessoas dissessem: “Você age como seu pai” ou “Seu pai faria assim” . Como acontece com Al... – Gina percebeu o quanto aquilo angustiava o filho. – Quero que ele sinta orgulho de mim.

– Ele sente. E você não precisa ser como ele para que isso aconteça. Mas afinal Thiago, eu não sei se você percebeu... Mas você parece comigo, na aparência e na personalidade, e eu tenho orgulho disso. Isso não importa?

Thiago sorriu.

– Isso me deixa feliz. – disse – Espero ter herdado seu talento para quadribol também.

– Ah meu filho – disse ela o abraçando pelos ombros – Isso você pode ter certeza, eu não produzo jogadores de quadribol ruins...

Ela riu. Ele gargalhou.

– Espero que tenha razão senhora Potter, pois vou fazer o teste pra batedor esse ano. – disse Thiago.

Gina o abraçou.

– Ah, Thiago! Eu tenho certeza de que você se sairá bem! – disse feliz.

– Mas não conte à ninguém mãe! – disse o menino – Não quero nenhuma expectativa!

– Tudo bem – disse Gina – Oh, batedor, Jorge vai adorar!



* * *





Alvo estava esperando o pai ao lado da gárgula de pedra. De repente uma mancha amarelada surgiu no fim do corredor. Scorpius chegou arfando até ele. Apoiou uma das mãos na parede. Respirando profundamente.

– Achei que não fosse te achar! – disse ele – Andei Hogwarts inteira! Você está bem? Vai ter detenção?

– Eu ainda não sei. – disse Alvo – Eles chamaram meus pais. Minha mãe está conversando com Thiago. Meu pai falou comigo.

Scorpius abriu a boca em uma exclamação silenciosa.

A gárgula de pedra se afastou. Harry apareceu. Alvo olhou de relance à Scorpius, ele parecia não saber se corria dali ou não.

Harry viu a palidez do menino.

– Ah...Esse é meu pai. – disse Alvo.

Harry sorriu.

– Olá, - disse – Então você é o menino Malfoy...

– Er...Oi, Senhor Potter... – disse Scorpius agora corando.

Harry olhou o nó da gravata do menino. Estava embolado. Ele se lembrou de que havia ensinado Alvo e Thiago a fazerem o nó. E também se lembrou de que o dele costumava ficar assim quando ninguém o havia ensinado.

– Hum...sua gravata... – disse apontando a gravata. Scorpius pareceu confuso. Até que olhou e disse corando mais ainda:

– É, eu não sou muito bom nisso... – ele sorriu incerto.

– Posso ajudar? – disse Harry. Scorpius pareceu entrar em pânico. Apenas acenou afirmativamente com a cabeça.

Harry refez o nó bem devagar, de modo que o menino pudesse acompanhar. Scorpius acompanhava com os olhos e parecia nervoso. Quando terminou Harry sorriu.

– Pronto. Parabéns por entrar na Grifinória, Malfoy. – disse. Scorpius sorriu agora um pouco mais à vontade. – Vamos Alvo, precisamos encontrar sua mãe e ver se Thiago ainda está vivo...

Alvo sorriu.

– Encontro você mais tarde. – disse ele ao loirinho.

– Ok – respondeu Scorpius – Até mais Senhor Potter.

– Até. – disse Harry.

Scorpius ficou parado ao pé da gárgula pensando... Aquele era Potter nojento? O “Cicatriz” de que seu pai debochava em casa? Pois bem, para ele pareceu alguém bem legal...Estava começando a achar que discordar do pai não era tão ruim assim...





– Sabe pai – disse Alvo – Você também falava com cobras, não é? Talvez por isso eu fale.

– Sim falava... – disse Harry pensativo. Como explicar à um menino de 11 anos, que isso se devia ao fato de ele manter dentro de si um pedaço de Voldemort? Sorriu ao pensar que ele exigira explicações igualmente complexas de Dumbledore, nessa mesma idade – Mas eu acho improvável que isso seja hereditário. Quando Voldemort tentou me matar Al, eu ganhei algumas das habilidades dele. E ofidioglosia era uma delas.

Alvo parou. Parecia em pânico.

– Quando ele morreu, eu perdi essa habilidade. Mas fique calmo. – continuou Harry – Eu vou descobrir o que pode ser.

– Mas por que eu teria uma habilidade dele? – perguntou Alvo sua voz saindo nervosamente aguda.

– Eu não sei, realmente. Mas eu prometo que vou tentar descobrir – disse Harry – Olha lá sua mãe e seu irmão.

Eles se aproximaram de Gina e Thiago que esperavam no saguão de entrada.

– Estamos resolvidos? – perguntou Harry.

Alvo e Thiago acenaram com a cabeça.

– Ótimo, Não quero saber de vocês dois brigando, e nem de feitiços questionáveis. – ele olhou para Thiago. Ele se aproximou do menino enquanto Gina tentava inutilmente fazer o cabelo de Alvo ficar arrumado. – Como está sendo o dia?

– Ah, bem pai. – Thiago sorriu.

– Obrigado por se preocupar com seu irmão. Fico tranqüilo ao saber que você faz isso. Mas da próxima vez tente convencê-lo com um feitiço não-letal ok? – disse Harry.

Thiago riu.

– Quanto ao Malfoy. Dê uma chance à ele. Apenas fique de olho. Mas acho que não teremos com o que nos preocupar. – Harry abraçou o filho.
Gina se aproximou com Alvo.

– Vamos ver Mcgonagall? – perguntou Gina – Precisamos ir.

– Ok.



* * *




– Você ainda me ama? – perguntou Rony subitamente. Ele e a esposa haviam permanecido em silêncio nos últimos minutos.

– Eu amo. – disse Hermione – Amo muito.

Rony sorriu.

– Isso é tudo que precisamos para tentar melhorar. Vamos tentar? – disse ele.

– Vamos. Eu tentarei. – disse Hermione.

Ouviu-se um “crack” no jardim.

Gina entrou seguida de Harry. Eles tiraram as capas e sentaram no sofá em frente ao outro casal. Gina suspirou.

– E então? – perguntou Rony.

– Eles brigaram por causa de Malfoy. – disse Harry.

– Thiago acha que Malfoy não é uma boa companhia para Al. – completou Gina.

– E ele tem razão. – disse Rony.

– Não é assim que funciona Rony. – disse Hermione.

– É, não é. – disse Harry – Eu vi o menino. Ele me parece uma boa pessoa. E como eu disse à Gina o chapéu seletor nunca errou.

– Consegue imaginar tudo que Malfoy deve ter dito à essa criança? – disse Rony nervoso – Ele pode ter deixado as artes das trevas, mas gostar de você é algo que ele não faria! Ele pode ter dito coisas horríveis ao menino!

– Rony tem razão. – disse Gina – Não podemos deixar de pensar nisso.

Eles ficaram em silêncio.

– E quanto ao fato de Al ser ofidioglota? – perguntou Hermione.

Harry passou as mãos pelo cabelo.

– Não sei o que pode ser – disse ele olhando suplicante para Hermione, esperava que ela tivesse pistas.

– Pode ser que essa seja uma habilidade dele. – disse a amiga.

– E isso é bom? – perguntou Rony irônico.

Harry suspirou de novo.

O som de batidas inundou a casa. Alguém batia na porta.
Os quatro se entreolharam. Harry olhou no relógio. 22:00 horas. Quem seria?
Harry se levantou e foi abrir a porta. Deparou-se com um jovem pálido de cabelos negros. Ele olhou nos olhos de Harry que prendeu a respiração.

– Você é Harry Potter? – perguntou o rapaz. Harry não conseguiu responder – Eu posso entrar? – O homem insistiu.

Hermione e Gina levantaram a fim de ver quem era visita inesperada.

– Snape! – arfou Hermione com a mão no peito. O rapaz abaixou a cabeça.

– Andrew – disse o rapaz – Andrew Snape.

E Harry teve certeza naquele momento que olhava para o filho do Príncipe mestiço.





_______________________________________________________________

Oi pessoal!!!
Esse capitulo demorou né? Mas além de uma crise de falta de inspiração eu tive pouco tempo.
Mas os próximos eu prometo tentar não demorar!
Espero que tenham gostado!!

Vocês devem estar querendo saber onde está o assunto "Estupro" né? Bem pessoal ficou pros próximos...ou próximo, veremos! De qualquer forma obrigado por opinarem, e podem continuar opinando!
Agradeço a todos os que estão lendo, e gente continuem comentando!!! Isso me deixa tão feliiiz!!! *.*
Também agradeço os comentários!!!

O capitulo ficou legal? Gostaram do filho do nosso Sev? Ah, gente eu tinha que deixar pelo menos um pedacinho do Severus na fic!!
E perguntas que vocês devem estar se fazendo:

* Severus teve um filho? Ahm?

* Quem é a mãe?

* Por ninguém nunca soube?

* E hei! Como Hogwarts e o Ministério não detectaram ele??

Perguntas a serem respondidas, não é?

*risada macabra*

Aguardem...

Beijos Enormes!!

ps: O nome desse capitulo foi difiiiiiicil! Concordam com esse?

*Levanta a varinha, ajeita a capa roxa e...crack..foi-se*




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Comentários (2)

  • Maria Eduarda Vale

    CARAMBA SUA FIC É MUITO MASSA! CADÊ OS OUTROS CÁPITULOS? ESTOU MUITO ANCIOSA. BEIJOOOS !

    2013-01-25
  • Luiza Arce

    Ahhhhhhhhhhh Andrew??? Desde quando o Sev teve filho???? Sou leitora nova, ok? To adorando a fic. Beijos, Lu

    2011-08-28
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