Fuga de Azkaban



Nome da fic: Lojinha da esquina

Autor: Magalud

Par: Severo/Personagem Original

Censura: NC-17 (linguagem, violência, sexo)

Gênero: Ação/Aventura, Humor

Spoilers: Livro 5, mas dá para entender.

Desafios: Essa fic foi uma resposta aos Desafios 33. Severo vai para Azkaban, mas consegue fugir. Porém fica perdido. (claire)

56 - Em uma missão da Ordem, Severo é obrigado a passar uma semana o mundo Trouxa, para perceber o que Voldemort pretendia. Entretanto... Ele se atrapalha um bocado para não chamar a atenção da sua real identidade, já que a única coisa que ele conhece dos trouxas é a tal caixa de fósforos, que menciona no segundo livro, mas que sequer sabe como usar. A fic abordaria um Severo totalmente confuso e trapalhão, apesar do seu jeito ranzinza. (jobis)
62 - Nosso estimado mestre fica perdido em meio a uma cidade grande dos trouxas. (claire)

64 - É obrigado a viver e trabalhar como trouxa por sua própria segurança. Até vai morar um tempo com os Dursley ou com os pais de Hermione. (claire)

Resumo: Snape é obrigado a ir para o mundo trouxa, e lá conhece pessoas que jamais imaginou.

Notas: Uma homenagem a Claire está escondida na fic. Vamos ver quem acha?

Agradecimentos: Thá é minha beta, Elisa a minha companheira, a inspiração é toda do Snape.

Esta fic faz parte do SnapeFest, uma iniciativa do grupo SexySnape, e está arquivada no site http://sexysnape.blig.com.br e no meu site http://www.geocities.com/ludmilasouza.





Lojinha da esquina




Capítulo 1

Fuga de Azkaban



O dia estava provando ser dos mais agitados na prisão de Azkaban, para onde criminosos do mundo bruxo eram levados. Gritos e correria movimentavam o grande castelo que ocupava uma ilha diminuta.


- Ele está fugindo! ]


- Rápido! Não deixem que ele escape!


- Soem o alarme!


Felizmente, não lhe tinham tirado a varinha. Foi graças a isso que a apontou para si mesmo e aplicou um Feitiço Desilusório, que o fez parecer fazer parte do meio ambiente, como um estranho camaleão.


E foi a última visão que tiveram dele. Graças ao feitiço, ele ficou como parte do cenário e pôde sair sorrateiramente. Assim que chegou a uma distância segura, Severo Snape aparatou para longe de seus perseguidores, que queriam trancafiá-lo em Azkaban.


Tudo tinha começado tão simples. Alvo Dumbledore lhe pedira para tentar obter informações de seguidores de Voldemort sobre seu próximo alvo. Para isso, ele teria que visitar alguns de seus antigos colegas comensais na prisão. Mas a coisa começara a ficar perigosa assim que ele pusera o pé em Azkaban. Algum carcereiro imbecil detectara a Marca Negra em sua pele e dera o alarme como se ele estivesse querendo provocar uma fuga em massa de Azkaban. Por alguns breves segundos, ele teve saudades do tempo em que os dementadores eram os guardas da prisão. Eles podiam ser criaturas tenebrosas, mas sabiam o seu lugar.


Snape pensou em voltar para Hogwarts e reclamar da confusão burocrática - contudo, ele viu os novos guardas de Azkaban cercando a escola. Obviamente, eles eram do tipo de prender primeiro e perguntar depois. Era provável que houvesse alertas por todo o mundo bruxo contra ele. Também era provável que Alvo estivesse reclamando para uma administração de poucos ouvidos. Ia durar algum tempo até que ele pudesse voltar em segurança. Maldita burocracia.


Nesse meio tempo, só o que ele precisava fazer era manter-se escondido e seguro. Mas obviamente ele estava sendo caçado. Ele teria que usar toda sua técnica e habilidade de espião para conseguir não ser pego. Sem mencionar a procura de abrigo e recursos. Onde ele poderia ficar e se manter sem que os guardas o encontrassem?


A amarga resposta lhe surgiu naturalmente: no mundo trouxa.


Não seria nada fácil. Em primeiro lugar, porque Severo Snape, mestre de Poções da Escola de Hogwarts, era um bruxo puro-sangue. Seu contato com trouxas era o mínimo possível. O mundo dessas criaturas não-mágicas era terra incognita para ele: um lugar desconhecido e francamente assustador, com todos aqueles mecanismos e aparelhos que os trouxas usavam para compensar a falta de magia.


Por outro lado, uma coisa o animava: ele podia contar com os trouxas para fechar os olhos para a magia ao redor dele. Era preciso um feitiço dançar nu na frente deles para que eles reconhecessem - e ainda assim eles o rotulavam de "fenômeno", "milagre" ou coisa que o valha. Não, ele provavelmente não teria problemas, se pudesse se manter discreto e incógnito, como um bom espião.


Uma base de apoio seria aconselhável. De imediato, ele descartou ficar na Mansão Grimmauld, a sede da Ordem da Fênix. Mesmo após a morte de seu último dono, Sirius Black, aquele seria um lugar muito óbvio para o procurarem. Não, ele precisaria criar outras opções.


Havia trouxas a quem ele podia recorrer: pais de alunos que tinham a ascendência bruxa mestiça. Ele se lembrou de Hermione Granger. Os pais dela eram trouxas legítimos. Talvez ele pudesse entrar em contato com eles. E grande parte de seus problemas acabaria.


Com aliados locais, ele teria mais facilidade em obter recursos. E ele se preocupava também com recursos financeiros. Ele não tinha dinheiro trouxa, e francamente não sabia como a moeda deles funcionava: na sua cabeça, havia uma grande confusão de libras esterlinas, pences e shillings. Os Granger seriam realmente muito úteis.


Trouxas úteis. Era um conceito totalmente alienígena para Snape.



*



Snape tentou mais uma vez, dessa vez mais alto.


- Eu estou procurando pelos pais de Hermione Granger!


De novo, nada.


Ele sabia que aquele era o artefato trouxa para comunicação. Ele até sabia o nome - telefone, e não feletone, como dissera Rony Weasley -, mas a grande cabine vermelha no centro de Londres não lhe deu qualquer resposta.


E o pior: os trouxas que passavam pela rua o encaravam como se ele estivesse fazendo alguma coisa estranha. Muitos deles apontavam para Snape, que começou a ter o terrível pressentimento de que ele estava chamando a atenção.


Era a última coisa que ele queria.


Snape achou melhor misturar-se à multidão e pôs-se a andar, pensando no que faria em seguida. Foi quando viu uma placa numa pequena cabana numa movimentada esquina. Era um i grande e dizia: INFORMAÇÕES.


Era isso que ele queria, informações. Ele se chegou à pequena cabana, que estava cheia de papéis e folderes coloridos.


- Bom dia - disse um rapaz de óculos e um bottom que dizia INFORMAÇÕES. - Posso ajudar?


- Sim, por favor. Eu procuro pelos pais de Hermione Granger. Ela é minha aluna.


- O senhor já tentou o catálogo telefônico?


- Telefone? Sim, eu tentei. Não obtive qualquer resposta.


- E onde eles moram?


Ele começou a se irritar, e o tom dele ficou seco:


- Se eu soubesse, não estaria perguntando a você. Que espécie de informações você dá?


- Informações turísticas - Ele olhou para Snape de cima abaixo, ajeitando os óculos. - O senhor obviamente é estrangeiro.


- Sim, eu... vim do norte.


O rapaz revirou os olhos:


- Ah, um escocês. Isso explica muita coisa.


- Você pode me ajudar ou não?


- Sinceramente, não sei como. Esse quiosque fornece informações turísticas: isso significa as atrações mais interessantes de Londres, os museus, os passeios, os parques, como chegar lá, horários de metrô, qual o preço, a que horas abrem ou fecham. Não informações sobre pessoas.


- E onde posso obter essas informações sobre pessoas?


- Bom, normalmente o catálogo de telefones resolve esse problema. Mas como o senhor aparentemente não conseguiu, eu recomendo ir até a prefeitura e procurar os registros de cidadãos por endereço. O problema é que Londres não é uma cidade normal, com administração central. São vários bairros aglomerados, como Chelsea, East End, West End, Piccadilly, Wimbledon, Whitechapel...


Snape cerrou o cenho. Ser trouxa obviamente era mais complicado do que ele imaginava.


- Mas acredito que pela Internet o senhor terá mais facilidade de encontrar o que procura.


- Internet?


- Sim. Basta teclar numa ferramenta de busca com as palavras-chave e a informação aparece.


Ora, quem diria. Esses trouxas tinham mágica, sim.


- E onde posso encontrar essa Internet?


- Agência do Correio de Sua Majestade. Tem uma ali adiante. Cinco quadras nessa direção. Não tem como errar.


- Agradeço a... informação - ele riu e saiu.


O rapaz no quiosque de informações turísticas ficou por um longo tempo acompanhando o estranho homem de cabelos compridos e sobretudo preto que parecia ainda mais perdido do que um escocês normal.


Snape mais uma vez misturou-se ao burburinho de trouxas que entupiam as ruas. Ele sempre ficava tonto em cidades trouxas por causa do artefato infernal chamado automóvel. Os trouxas também tinham algo semelhante a Nôitibus, com dois andares e tudo, mas esses pareciam ser mais controlados. Ao menos os passageiros dentro deles não pareciam estar esverdeados, como os do Nôitibus.


Para Snape, atravessar uma rua era um exercício que requeria agilidade e muita sorte. Mais de uma vez, ele discretamente apontou a varinha para que o automóvel mais próximo diminuísse a velocidade. E então aconteceu: a polícia trouxa o chamou.


- Com licença, senhor.


Snape encarou o guarda. Ele tinha um estranho chapéu alto e roupa preta com distintivos e insígnias.


- O senhor me chamou?


- Lamento, mas o senhor não pode atravessar neste lugar.


- Não posso?


- Atravessar fora da faixa o deixa sujeito a uma multa de cinco libras.


- Então há lugares determinados para atravessar a rua?


O guarda o encarou:


- O senhor é estrangeiro, não?


- Sim, eu venho de... longe.


- Com certeza. Precisa de alguma informação?


Snape hesitou por um segundo. Por algum motivo, ele não acreditou que o policial trouxa fosse capaz de lhe dizer onde ele poderia encontrar os Granger. Mas achou uma saída rapidamente:


- Procuro uma agência de Correio Real para poder usar a Internet.


Aparentemente era a resposta certa, porque o guarda instantaneamente mudou de postura e explicou-lhe como chegar à tal agência de correio. Também lhe explicou como chegar à banca de informações mais próxima - que era nada menos do que o local de onde ele tinha acabado de sair.


Rapidamente, Snape agradeceu e atravessou a rua (no lugar indicado), misturando-se ao movimento intenso de trouxas. Viu mulheres trouxas em estranhas roupas levando seus filhos trouxinhas pela mão, espantou-se com velhos trouxas mais jovens porém mais alquebrados do que Dumbledore, ouviu artistas trouxas tocando em esquinas, encontrou garotas adolescentes trouxas em bandos que lembravam os alunos de Hogwarts. Foram cinco quadras muito interessantes.


Sem demora, o prédio vermelho chamou-lhe a atenção e ele entrou. Era amplo por dentro, quase como uma estação de trem, e havia um outro balcão de informações. Ele imaginou que trouxas ficassem muito perdidos para precisarem de tanta informação.


- Pois não?


- Internet - achou melhor dizer uma só palavra.


A mulher loura muito maquiada apontou para a esquerda:


- Naquele setor. Duas libras por hora, seis libras por sete horas.


Ops. Dinheiro.


- Ah. Entendo.


Aquela trouxa não era nada boba, porque logo sugeriu:


- O senhor pode conseguir acesso grátis num centro comunitário.


- Centro comunitário?


- Isso. Sabe, onde se concentram serviços públicos gratuitos? - Ela pegou um pedaço de papel e rabiscou algo. - Eis o endereço. Esse fica a oito quadras. Pode pegar o ônibus D15 ou o metrô. Olhe, tem um mapa da cidade na calçada, deve ajudá-lo a se orientar.


Ele pegou o papel, achando que finalmente tinha achado uma trouxa que sabia dar informações:


- Muito obrigado.



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.