O bebê mágico



Rony estava na cozinha de casa preparando o almoço. Já estava quase tudo pronto, só faltava arrumar a mesa.


- Crianças! – gritou chamando os filhos, que estavam sentados na sala – Venham me ajudar com o almoço.


- O que foi? – Rose foi a primeira a aparecer, era bastante prestativa.


- Quero que vocês arrumem a mesa – pediu – Os pratos e os copos estão no armário, os talhares estão na gaveta e podem pegar guardanapos na dispensa.


- Por que não pode fazer tudo isso sozinho – o menino sugeriu – Pode usar magia.


- Sabem que a sua mãe não gosta de magia sem necessidade – lembrou – Moramos em um bairro trouxa e algum vizinho pode ver.


- Mas isso é totalmente necessário – tentou argumentar – É só fechar a cortina que ninguém vai ver.


- Tenho certeza de que a sua mão não vai cair se fizer alguma coisa em casa – a garota arrastou o irmão até o armário – A mamãe está tendo bastante trabalho com a Dominique e precisamos ajudá-la em tudo que for necessário.


- Sua irmã está certa! – o homem respondeu – Nós três temos que ajudá-la.


- Está bem! – suspirou pesadamente – Eu mal posso esperar até ter dezessete anos e poder usar magia na hora que puder.


- Tudo bem! – ele riu, se lembrava de quando tinha a idade do filho e também pensava desse jeito, mas depois percebeu que precisava ter responsabilidades – Enquanto vocês terminam aqui, vou chamar a mãe de vocês.


Entrou no quarto da filha caçula e encontrou a mulher andando de um lado para o outro com a menina no colo.


- Mione! – disse baixinho, mas mesmo assim, ela olhou – Só vim avisar que o almoço está pronto.


- Eu já vou! – avisou – Estou quase conseguindo fazer a Dominique dormir.


- Acho que já conseguiu! – respondeu vendo que o bebê já dormia profundamente.


- É mesmo! – riu levemente enquanto caminhava até o berço.


Desceram as escadas e já estava tudo pronto em cima da mesa.


- Vocês fizeram um ótimo trabalho aqui! – o ruivo disse observando a mesa.


- O Hugo reclamou um pouco – a menina respondeu – Mas ele acabou aceitando ajudar.


- É mentira! – ele avisou parecendo bravo.


- Não tem problema crianças – deu um beijo no topo da cabeça dos dois – Obrigada por me ajudarem em casa.


- Todos sentaram e foram almoçar. Durante a refeição conversaram sobre várias coisas.


- O que acha de chamarmos o Harry e a Gina para virem jantar aqui? – Rony sugeriu – Já fomos jantar tanto lá na casa deles.


- Acho uma boa idéia! – concordou – Com a Dominique ainda muito pequena fica muito difícil para sairmos de casa.


- Também tinha pensado nisso – explicou.


- O que acha de chamarmos a Luna também? – continuou – Ela é nossa amiga e quase não a vemos.


- Verdade! – balançou a cabeça afirmativamente – Vou pedir a Gina falar com ela.


Nesse momento começaram a ouvir um choro de bebê. No começo era bem baixo, mas depois foi ficando cada vez mais alto.


- Vou até lá! – a morena se levantou – Ela passou a noite inteira com cólica.


Subiu as escadas rapidamente. Quando foi chegando perto do local, achou muito estranho ver a porta aberta (tinha certeza de que havia fechado) e se assustou mais ainda quando viu que o objeto tinha desaparecido.


- Rony! – gritou quando entrou no quarto e viu um bicho de pelúcia flutuando acima do berço – Vem aqui! Agora!


Quando o homem chegou presenciou a cena e ficou assustado. Hermione pegou a filha no colo, que parou de chorar no mesmo instante, fazendo com que o urso de brinquedo caísse no chão.


- O que foi isso? – ele perguntou.


- Não tenho idéia! – respondeu – Rose e Hugo não começaram a fazer magia involuntária tão cedo assim. E pelo que eu li sobre bebês bruxos isso não é normal.


- Não acha melhor irmos até o St Mungus? – sugeriu – Pode ser alguma coisa grave.


- Tem razão! – concordou – Vamos logo.


A mulher arrumou todas as coisas da filha e logo chegou ao andar de baixo.


- Podemos ir! – avisou – É melhor eu ir dirigindo.


- Tem razão! – ele concordou.


- Aonde vocês vão? – Rose quis saber – Tem alguma coisa errada com a Dominique?


- Vamos até o médico? – a morena respondeu – Mas não vamos demorar.


- E quanto a mim e o Hugo! – lembrou – Vai nos deixar aqui sozinhos.


- É mesmo! – suspirou pesadamente – Assim que chegarmos ao St Mungus eu ligo para a sua avó e peço para ela vir aqui olhar vocês.


- Está bem! – a menina concordou.


Não demoraram muito para chegar ao hospital bruxo. O local não estava muito cheio, por isso foram atendidos bem rápido.


- Em que posso ajudá-los? – a recepcionista disse.


- É a minha filha! – o ruivo respondeu começando a fica apavorado – Ela precisa de ajuda.


- Vou chamar o curandeiro especializado em crianças bruxas – avisou se levantando.


Em menos de cinco minutos a mulher veio.


- O doutor já vai recebê-los – avisou.


Ele nem esperou a “esposa” saiu correndo em direção a sala onde o médico estava.


- Boa tarde senhor! – o homem o cumprimentou – Pode me contar o que esta acontecendo! – pediu enquanto pegava um pergaminho, um tinteiro e um pergaminho.


- É a minha filha! – voltou a falar – Ela está apresentando magia involuntária.


- Isso é uma coisa muito comum! – explicou calmamente – Logo a magia irá se estabilizar e tudo voltará ao normal.


- Mas o senhor não está entendendo – continuou – Ela tem somente um mês de nascida.


Nesse momento a morena entrou no local com Dominique no colo.


- Por que você não me esperou Rony? – quis saber.


- Desculpe meu amor! – a ajudou a se sentar – É que eu estava muito nervoso.


- Será que eu posso examinar o bebê? – o curandeiro pediu.


- Claro! – ela disse deixando que o médico segurasse a menina.


Demorou algum tempo fazendo algumas observações no bebê e depois se virou para o casal.


- Eu nunca tinha visto um caso desses – concluiu – Existem histórias de magia prematura, mas o máximo que se conhecia era em bebês de seis meses.


- Mas e então doutor! – Hermione estava começando a ficar nervosa – Como isso pode ter acontecido.


- Vou precisar fazer alguns exames – explicou – Só assim saberemos do que se trata.


- Está bem! – concordou – Em quanto tempo vamos saber os resultados?


- Podemos fazer os exames agora – respondeu – E saberemos os resultados daqui a uma semana.


O casal concordou, logo a enfermeira apareceu para levar Dominique a sala de exames.


- Os senhores podem esperar aqui mesmo! – o curandeiro avisou também saindo da sala e fechando a porta atrás de si.


A mulher suspirou pesadamente e apoiou o cotovelo em cima da mesa.


- Não se preocupe Mione! –o ruivo a abraçou – Tenho certeza de que não deve ser nada.


- Sei disso! – balançou a cabeça afirmativamente – Mas eu estava pensando: será que ela vai ter esse problema de magia involuntária até entrar em Hogwarts?


- Provavelmente vai aprender a controlar tudo isso – explicou – Mas tudo isso só prova que ela vai ser uma bruxa muito poderosa.


- Acho que toda mãe sonha uma coisa dessas para os filhos – riu levemente,


- Mas só poderia acontecer com você – sussurrou perto do ouvido dela – Pois você é a bruxa mais incrível que eu já vi na minha vida.


Virou-se para o homem e o beijou levemente. Cerca de meia hora depois eles retornaram já com todos os exames realizados.


- Retornem daqui a uma semana – avisou antes que fossem embora para casa – Assim já poderemos tomar todas as medidas.


- Que tipo de medidas? – a morena se assustou.


- Não se preocupe com isso agora – avisou – Veremos tudo isso com o resultado dos exames na mão.


Logo foram embora para casa. Pareceram mais tranqüilos naquele momento.


No dia seguinte, Harry, Gina e Luna foram jantar.


- Nós podemos ir lá para cima? – Rose pediu quando todos já haviam terminado a refeição.


- É claro que podem! – a mulher respondeu.


Ela e o primo foram rapidamente para o andar de cima.


- Lilian, você quer jogar xadrez bruxo comigo? – o menino mais novo quis saber.


- Eu não? – respondeu no mesmo momento – Esse jogo é muito idiota.


- Eu nunca soube jogar xadrez bruxo direito e provavelmente vou perder todas as partidas – James avisou – Mas eu posso jogar com você.


- Oba! - se levantou rapidamente da cadeira – Vamos até o escritório.


- Claro! – seguiu o primo.


- Por que você e a Danielle não vão brincar lá fora? – a mulher ruiva sugeriu para filha.


- Brincar? – ela fez uma careta – Isso é coisa de criança.


- Por favor, Lilian! – fez uma cara bastante zangada.


- Está bem! – se levantou junto com a outra menina.


- O que acham de irmos conversar no sofá? – Rony sugeriu – Assim ficaremos todos mais a vontade.


Todos os outros concordaram.


- Rony me contou que a Dominique fez uma magia involuntária ontem – Gina comentou de repente – Isso é incrível.


- É incrível mesmo! – a loira completou – A Danielle só fez a primeira magia involuntária dela com quase um ano.


- Com James, Alvo e Lilian foi a mesma coisa! – comentou – Aliais, esse é o normal.


- E com Rose e Hugo foi normal assim – a outra mulher explicou – Por isso ficamos preocupados.


- Tem certeza de que ela não é sua filha Harry? – esse comentário da esposa fez o moreno engasgar.


- Por que você pensa uma coisa dessas? – perguntou ligeiramente nervoso.


- Por nada! – deu de ombros – Mas magia prematura acontece em filhos de pai muito poderosos. Embora tenha sido prematura demais. Bem que ela poderia ser sua filha com a Mione.


- Você está querendo dizer que eu não sou tão poderoso assim? – as orelhas de Rony ficaram vermelhas.


- Não é isso? – tentou corrigir – Mas vamos admitir irmãozinho, você não é tão poderoso quanto o Harry.


-Mas fique sabendo que eu tenho certeza de que a Dominique é minha filha – se levantou parecendo bastante irritado.


Subiu as escadas rapidamente sem falar mais nada.


- Eu sinto muito Mione? – o de olhos verdes se virou para amiga – Vamos embora Gina.


Chamaram os filhos e foram embora rapidamente. Luna também decidiu ir embora.


No caminho até em casa, Harry não disse uma palavra, estava bastante irritada.


- Por que você disse tudo aquilo? – estava na cozinha bebendo água quando a esposa chegou.


- Eu estava só brincando – explicou – Não tinha idéia de que ele iria se irritar.


- Não deveria ter feito uma brincadeira dessas – gritou – Ainda mais insinuando que eu e a Mione temos um caso.


- Desculpe-me por desconfiar – continuou – Afinal, vocês dois são tão amigos que as pessoas podem pensar alguma coisa. Aliais, o próprio Rony já desconfiou disso.


- Isso foi há 19 anos – lembrou – E a situação era completamente diferente.


Ficaram alguns minutos em total silêncio.


- E caso ainda esteja em dúvida: saiba que eu e a Mione nunca tivemos nada – continuou – E mesmo que tivéssemos, não te interessaria, já que não somos marido e mulher a muito tempo.


Saiu da cozinha e se trancou no escritório. Sabia que havia acabado de contar uma mentira (pelo menos em partes), mas mesmo estando irritado, ainda não estava pronto para contar sobre a verdadeira paternidade de Rose.


Enquanto isso, Hermione foi verificar se estava tudo bem pela casa antes de entrar no quarto e ver que o “marido” já estava deitado.


- Rony! – sentou-se ao lado dele e passou a mão sobre o seu rosto – Você ficou chateado com o que a Gina disse?


- Tudo bem! – suspirou pesadamente – Eu sei que ela só estava brincando.


- Que bom que você sabe disso! – deu um rápido beijo nos lábios dele – Mas eu sei que você tem certeza que é pai da Dominique.


- É claro que eu sei disso! – concordou – Nunca tive dúvida disso. Aliais, com todos os nossos filhos.


Concordou, embora tenha se sentindo bastante tensa nesse momento. Foi trocar de roupa antes de dormir.


Uma semana depois, eles foram até o St Mungus saber o resultado dos exames.


- O doutor disse já vai vir vê-los! – a recepcionista avisou.


- Acho que deveríamos ter ido até A Toca saber como estão as crianças! – a morena disse de repente – Será que sua mãe está cuidando deles direitinho.


- Tenho certeza de que eles adoraram ir dormir lá!- observou – Além disso, minha mãe cuidou de sete filhos.


- Mas há quanto tempo faz que vocês foram embora de casa – virou os olhos.


- Cuidar de criança é como voar de vassoura, você nunca esquece – respondeu a fazendo rir – Mas se isso vai te fazer sentir melhor, assim que sairmos daqui vamos até lá.


- Está bem! – concordou – Isso me faz lembrar das nossas férias de verão da época de Hogwarts, nós nos divertíamos tanto.


- É mesmo! – lembrou – então deixa os nossos filhos se divertirem também.


Logo curandeiro apareceu os chamando para ir até a sala dele.


- Já tenho o resultado dos exames – explicou observando a folha de pergaminho na sua mão.


- E então? – a mulher estava bastante apreensiva.


- Não tem nada com o que se preocuparem – respondeu – Na realidade, tem que ter muito orgulho disso.


- Como assim? – foi a vez de Rony perguntar.


- Essa magia extremamente prematura demonstra que ela vai ser uma bruxa excepcional – explicou – Totalmente poderosa.


- Mas poderosa que Alvo Dumbledore? – Hermione parecia espantada.


- Mas poderosa que Merlin! – corrigiu.


Os dois ficaram boquiabertos.


- Ela precisa ter um treinamento especial para aprender a usar a sua magia para o bem – continuou – Ou ela pode acabar virando um novo vocês-sabem-quem.


- Quer dizer que ela vai receber um tratamento especial quando estiver em Hogwarts? – colocou a mão no queixo pensativa – Não vejo problema nenhum nisso.


- Na realidade o treinamento teria que começar o mais rápido possível, pois a magia dela é muito poderosa – respondeu – Mas seria exatamente como na escola de magia e bruxaria de Hogwarts.


- Quer dizer que vocês vão tirar a minha filha de perto de mim e eu só vou poder vê-la durante as férias? – a morena foi aumentando o tom de voz, bastante zangada – Isso é um absurdo, ela é só um bebê.


- Acalme-se senhorita Granger – a fez se sentar novamente – Isso tudo é para o bem do mundo bruxo. Não quer que ela acabe do no caminho do mal.


- Eu criei dois filhos perfeitamente bem – respondeu – Tenho certeza de que conseguirei criá-la da mesma maneira.


Levantou-se e empurrou o carrinho de bebê para fora do local e o ruivo foi atrás dela.


- Espere senhorita Granger! – o curandeiro disse a fazendo parar – Como sabe, no principio a magia pode ficar um pouco descontrolada como em qualquer bruxo normal, mas logo vai se normalizar. Então, toda a vez que alguma coisa “voar” dentro de casa, dê essa poção a ela – entregou um pequeno frasco com um liquido rosa.


- Está bem! – concordou com a cabeça – Mas fique sabendo que eu não vou deixar, de maneira alguma, tirarem o meu bebê de longe de mim.


- Como queira! – balançou a cabeça afirmativamente – São os pais quem decidem o futuro das crianças.


Saíram do local e logo estava do lado de fora do hospital bruxo.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.