Capítulo 8: A Copa mundial de



Capítulo 8: A Copa mundial de Quadribol


 


Assim que chegaram à Toca Gina se deu conta de minúscula e fofinha bola de penas que voava em volta de Rony.


 


- Rony, de quem é essa corujinha?


 


- É minha! – resmungou seu irmão.


 


- Sua! Como você a conseguiu? – Gina observou seu irmão ficar muito vermelho e percebeu que ele ia mentir.


 


- Ganhei uma aposta do Harry e então ele me deu à coruja! – respondeu Rony em um tom de encerrar a conversa.


 


- Sei. – Gina viu o irmão ficando mais vermelho e apesar de gostar de perturbar Rony achou melhor não fazê-lo – Então qual é o nome dela?


 


- Ainda não escolhi! – Respondeu aparentemente aliviado pela mudança de assunto.


 


- Deveria se chamar Pichitinho, é tão fofinho. – a corujinha parecendo satisfeita com a escolha pousou orgulhosa no ombro de Gina.


 


- Que nome ridículo – protestou Rony. – parece coisa de menina! Vai se chamar Cannons!


 


Gina bufou indignada – Rony porque tudo seu ou é laranja ou se chama Chudley Cannons, esse é o pior time de Quadribol que existe. – A corujinha que tinha se assustado com o ataque de Gina sobrevoava observando atentamente os dois.


 


- Vamos Cannons – chamou Rony, já subindo pro seu quarto – deixa essa boba que não sabe nada de Quadribol. – Mas a coruja não se moveu e olhou esperançosa pra Gina.


 


- Vem Pichitinho – disse ela estendendo o braço e a corujinha piou alegre e pousou em sua mão.


 


- Não acredito – exclamou Rony, estendendo o braço – vem Cannons! – Nada – Vem Pichi... – Não precisou nem terminar o resto a alegre corujinha deu um rasante e pousou feliz na mão de seu dono – Não dá pra acreditar ele se chama Pichitinho!! Por esse você me paga Gina!


 


Gina abafou a risada e foi pro seu quarto, pelo menos tinha salvo a pequenina ave de se chamar Cannons,  com certeza o pior time de Quadribol de todos os tempos.


 


Estar em casa era ótimo, mas já essas poucas horas longe de Harry a faziam suspirar de saudade. Se jogando em sua cama Gina começou a pensar, era tão estranho como se sentia em relação a ele, sabia que ainda era uma criança, mas o que sentia por ele era assustadoramente forte e doía dentro de seu coração, mais por ele não notar que ela existia do que por qualquer outro motivo.


 


Três dias depois do início das férias Gina estava no jardim quando observou a linda coruja das neves de aproximando, Edwiges era inconfundível e entrou pela janela da sala. Gina correu pra dentro pra tenta saber notícias de Harry. A coruja não esperou por resposta quando Rony desamarrou o pergaminho que tinha seu nome, sauí de novo pela janela, parecia estar com pressa e tinha mais dois pergaminhos amarrados os seus pés.


 


Gina disfarçadamente leu por cima do ombro de seu irmão:


 


Caro Rony,


 


Como vai? Espero que todos estejam bem!


 


A vida na casa dos meus parentes trouxas nunca foi fácil, mas agora esta realmente insuportável! Imagine, o gordo do meu primo (pra não usar outros adjetivos pra ele) está de dieta e minha tia resolveu que todos também devem ficar!


 


Já posso até ouvir sua mãe falando: Harry querido como você emagreceu!


 


Então peço que salve esse seu amigo faminto e me mande qualquer dessas guloseimas que só a Sra. Weasley sabe preparar!


 


Um abraço do seu amigo quase morto de fome (só comi ¼ de graipefruit no café-da-manhã).


 


Harry Potter


 


- Eu não acredito nisso – berrou Rony.


 


- O que foi Rony? – Gina se fez de desentendida, mas também não podia acreditar que Harry estava passando fome.


 


- Aqueles trouxas estão fazendo o Harry passar fome! Ele escreveu pedindo pra mandar comida!


 


- Então fala com a mamãe, ninguém melhor que ela pra alimentar alguém faminto! – disse Gina lançando um olhar que dizia que o faminto era Rony, que não conseguia parar de comer quando tinha comida ao seu alcance!


 


- Mãe, preciso de comida pra mandar pro Harry – a Sra. Weasley conhecendo seu filho caçula como conhecia não acreditou muito nessa história.


 


- Mandar comida pro Harry, pra que?      


 


Rony então contou do bilhete que tinha recebido e sua mãe indignada pôs se a preparar as comidas. Em alguns minutos um enorme bolo de frutas e tortinhas variadas estavam devidamente amarrados a Errol que levantava vôo em direção a casa de Harry.


 


Gina passou as semanas seguintes sonhando com Harry, era muito estranho, sempre que ele estava longe ela sonhava, com mais freqüência com ele, era como se sua mente a obrigasse a vê-lo todos os dias.


 


No dia do aniversário de Harry, sua mãe enviou um enorme bolo de aniversário, idéia que Gina induziu Rony a pensar que foi dele, mas que tinha sido dela. Era angustiante pensar que ele estava passando fome.


 


Essas férias estavam tendo um atrativo especial: A Copa Mundial de Quadribol, estava acontecendo ali na Grã-Bretanha e estava acompanhando todos os resultados dos jogos. Tinha sua tabela e acompanhava o avanço de cada seleção. Seus irmãos continuavam zombando dela e dizendo que meninas não sabiam nada de Quadribol. Mal sabiam eles que ela sabia tudo de Quadribol e inclusive jogava melhor que eles já que desde pequena treinava escondida nas vassouras deles.


 


Uma semana antes da final, seu pai chegou em casa muito feliz com reluzente papéis nas mãos.


 


- Vejam crianças, vamos assistir a final da Copa Mudial – disse um satisfeitíssimo Arthur Weasley.


 


Gina jurou que ouviu pescoços estalarem quando seus irmãos se viraram para seu pai. Houve muita festa depois disso. Alguns minutos depois das explicações dadas, o Sr. Weasley se voltou pra Rony:


 


- Tenho ingressos pra Harry e Hermione também – o sorriso de Rony foi gigante (e o de Gina também, veria Harry logo) – você deve avisá-los.


 


- Pai, acho melhor, você ou a mamãe falarem com os tios trouxas dele e pedirem autorização.


 


- Tem razão, vou usar o felefone e falar com eles.


 


- Acho melhor falar de outro jeito da vez que Rony tentou falar no felefone foi um desastre – disse Gina lembrando de como Rony tinha gritado com o tio de Harry. – Por que não mandamos uma mensagem – sugeriu a garota!


 


- Harry disse que eles não gostam de corujas – disse Rony desanimado.


 


- Vamos mandar pelo correio trouxa – exclamou o Sr. Weasley com aquele brilho no olhar que só coisas trouxas poderiam provocar.


 


- Esta bem eu mando uma mensagem – disse Molly antes que seu marido se envolvesse com mais coisas trouxas, já bastava os tais de automóveis.


 


Gina observou sua mãe escrever a carta e colocar no envelope, então ela colou um selo, olho pra Gina, olhou pro envelope e murmurou: - acho que vou colar mais alguns desses selos não sei quantos são necessários. – A garota concordou com a cabeça. Alguns minutos depois uma carta com selos em quase toda a extensão de seu envelope era despachada pra casa das Dursley.


 


  Era sábado e nenhuma notícias de Harry, Hermione já tinha respondido e chegaria a qualquer momento. Gina viu Rony andando nervosamente pela sala sabia que ele também queria notícias do amigo. Todos estavam de acordo, inclusive seus pais, que buscariam Harry com ou sem autorização dos tios já que a final de uma Copa Quadribol era imperdível.


 


- Rony, porque você não manda Pichi com um bilhete pro Harry, assim fica sabendo se ele recebeu a carta e se os trouxas o deixaram ir? – Rony parou imediatamente e sorriu pra ela.


 


- Gina, você pode ser insuportável às vezes, mas tem um cérebro ai dentro dessa cabeça-dura! – Gina, olhou irritada pro irmão, mas sabia que isso era só provocação, mostrou a língua pra ele e subiu a escada. Minutos depois viu um alegre Pichi voando em direção ao horizonte.


 


Gina ouviu que alguém havia chegado pela lareira correu desesperada pra baixo, mas quando chegou se deparou com seu pai e Hermione saindo da lareira, sua expressão era de descontentamento.


 


- Muito obrigada, por ter ido me buscar Sr. Weasley – dizia Hermione – foi muita gentileza ligar minha lareira a rede flu.


 


- Não tem de quer querida, você não poderia perder a final da Copa Mundial – disse o Sr. Weasley, já deixando Hermione ser cumprimentada por todos.


 


Gina percebeu o momento de hesitação quando chegou à vez de Rony cumprimentar a garota, revirou os olhos, um dia os dois se dariam conta.


 


- Gina, querida Hermione vai ficar no seu quarto – disse sua mãe.


 


- Sem problemas, vem Mione, vou te mostrar onde é. – Antes que pudessem sair a pequena corujinha de Rony entrou pulando alegremente pela sala.


 


- É do Harry – disse Rony lutando pra desamarrar o bilhete de Pichi. Assim que terminou de ler seu sorriso era largo. – Os trouxas deixaram que o Harry venha. – Todos sorriram, mas o sorriso de Gina era o maior de todos e Hermione lhe lançou um daqueles olhares eu-sei-de-tudo pra garota.


 


Gina saiu da sala seguida pela outra garota, para mostrar seu quarto. Assim que estavam lá dentro Hermione não esperou nem um segundo.


 


- Gina, você gosta do Harry, não é? – Gina corou violentamente e ficou quase da cor de seu cabelo. Hermione sorriu mais ainda.


 


- Eu.. eu.. – Gina soltou um longo suspiro e então falou muito rápido – eugostomuitomuitodele!


 


- Ah! Eu sempre desconfiei, mas depois da cara que você fez quando viu que era eu que tinha chegado e do sorriso que deu quando Rony disse que ele poderia vir, eu tive certeza. – Gina tinha conseguido ficar mais vermelha ainda.


 


- Você não vai falar nada pra ninguém, vai?


 


- Claro que não, eu já mais faria isso! – Hermione parecia indignada.


 


- Desculpe Mione, é que você é amiga deles do Harry e do Rony e então eu pensei que voc... – mas foi interrompida por Hermione.


 


- Ah! Gina eles são garotos e não entendem nada dessas coisas e eu também posso ser sua amiga sabe, eu bem que gostaria muito de ter uma amiga, uma garota. Porque aqueles dois às vezes são completos idiotas.


 


- Oh, Mione! Sabe eu também quero ter uma amiga – Gina tinha lágrimas nos olhos – eu também vivi rodeada por garotos e a maioria das garotas de Hogwarts me acham esquisita, não tenho muitas amigas!


 


E ali nascia uma grande amizade. Gina falou como se sentia, da sua sensação de que Harry não a enxergava, mas que gostava muito dele e Hermione contou como era ruim todos a ficarem chamando sabe-tudo e a perturbando por ela gostar de livros. O dia se passou rapidamente e Gina e Hermione não se desgrudaram por muito tempo.


 


Mas uma coisa que Hermione disse ficou na cabeça de Gina durante muito tempo: - Gina você tem que agir naturalmente quando tiver perto dele, tente falar mais que olá perto dele! E no fundo ela sabia que Hermione tinha razão, como Harry a notaria se ela não fosse ela mesma.


 


No domingo, às cinco horas seu pai, Fred e Jorge (mas algumas de suas experiências que tinham endereço certo, o primo de Harry) e Rony entravam um atrás do outra nas chamas esverdeadas para buscar Harry.


 


Gina e Hermione foram para a cozinha ajudar a Sra. Weasley. Momentos depois ouviram que eles estavam voltando, um momento depois as vozes se exaltaram e a Sra. Saiu da cozinha seguida das duas e só ouviram o fim da conversa.


 


— Espere até eu contar à sua mãe...


 


— Contar o quê? — perguntou já uma nervosa Molly, entrando na sala. — Ah, olá, Harry querido — disse ela, sorrindo, ao vê-lo. Então seus olhos se voltaram para o marido. — Contar o quê, Arthur?


 


O Sr. Weasley hesitou. Fez-se silêncio, enquanto o Sr. Weasley encarava a esposa, nervoso. Então as duas meninas apareceram à porta da cozinha atrás da Sra. Weasley. As duas sorriram para Harry, que retribuiu o sorriso, fazendo Gina ficar escarlate, porque toda vez que ele olhava pra ela aquilo tinha que acontecer?


 


— Contar o quê, Arthur? — repetiu a Sra. Weasley, num tom de voz perigoso.


 


— Não é nada, Molly — resmungou o marido. — Fred e Jorge... Mas eu já tive uma conversa com eles...


 


— Que foi que eles fizeram desta vez? — perguntou a Sra. Weasley. — Se foi alguma coisa relacionada com as "Gemialidades" Weasley...


 


— Por que você não mostra ao Harry aonde ele vai dormir, Rony? — sugeriu Hermione da porta.


 


— Ele já sabe aonde vai dormir — respondeu Rony. — No meu quarto, foi lá que dormiu da última...


 


— Então todos podemos ir — disse Hermione, sublinhando as palavras.


 


— Ah — fez Rony, entendendo. — Certo.


 


— É, nós também vamos — disse Jorge.


 


— Vocês ficam onde estão!— vociferou a Sra. Weasley.


 


Harry e Rony saíram de fininho da cozinha e seguiram com as meninas pelo corredor estreito, subiram a escada desconjuntada e saíram ziguezagueando pela casa até os últimos andares.


 


— Que são "Gemialidades" Weasley? — perguntou Harry quando subiam.


 


Rony e Gina riram, embora Hermione continuasse seria.


 


— Mamãe encontrou uma pilha de formulários de pedidos quando estava limpando o quarto de Fred e Jorge — disse Rony em voz baixa. — Listas enormes de preços de coisas que eles  inventaram. Artigos para logros e brincadeiras, sabe. Varinhas de imitação, doces-surpresa, um monte de coisas.


 


— Genial. Eu não sabia que eles estavam inventando tanta coisa...


 


— Há muito tempo que ouvíamos explosões no quarto deles, mas nunca pensamos que estavam fabricando coisas — explicou Gina —, achamos que era só vontade de fazer barulho.


 


— Só que, a maior parte das coisas, bom, na realidade, tudo... Era meio perigoso — disse Rony — e, sabe, eles estavam planejando vender os artigos em Hogwarts para ganhar dinheiro, e mamãe ficou uma fera. Disse que eles estavam proibidos de fabricar aquelas coisas e queimou todos os formulários... Já estava furiosa mesmo porque eles não conseguiram tantos N.O.M’s quanto ela esperava.


 


— Depois houve uma briga danada — disse Gina —, porque mamãe queria que eles entrassem para o Ministério da Magia como papai, e os dois responderam que o que eles querem é abrir uma loja de logros e brincadeiras.


 


Nessa hora, uma porta se abriu no segundo patamar e um rosto com óculos de aros de tartaruga e expressão mal-humorada espiou pra fora.


 


— Oi, Percy — cumprimentou Harry.


 


— Ah, olá, Harry. Eu estava imaginando quem é que estava fazendo essa barulheira. Estou tentando trabalhar aqui dentro, sabe, tenho um relatório do escritório para terminar, e é difícil me concentrar se as pessoas não param de subir e descer fazendo as escadas reboarem.


 


— Não estamos fazendo as escadas reboarem — retrucou Rony irritado. — Estamos andando. Desculpe se perturbamos o trabalho secreto do Ministério da Magia.


 


— No que é que você está trabalhando? — perguntou Harry.


 


— Sei, sei, tudo bem — interrompeu-o Rony e recomeçou a subir as escadas.


 


— Cala a boca, Píchi — disse Rony, assim que entrou no quarto manobrando para passar entre duas das quatro camas que haviam sido espremidas no quarto.


 


— Fred e Jorge estão aqui conosco, porque Gui e Carlinhos ficaram com o quarto dos dois — disse Rony a Harry. — Percy conseguiu ficar com o quarto só para ele porque tem que trabalhar.


 


— Hum... Por que é que você chama essa coruja de Píchi? — perguntou Harry a Rony. Gina prendeu o riso


 


— Porque Rony está sendo idiota — disse Gina. — O nome todo é Pichitinho.


 


— É, e isso não é um nome nem um pouco idiota — comentou Rony sarcasticamente. — Foi Gina que o batizou — explicou a Harry. — Ela acha que é um nome bonitinho. Tentei mudar, mas já era tarde demais, ele não responde a nenhum outro. Então ficou Píchi. Tenho que trancar ele aqui porque vive chateando o Errol e o Hermes. Pensando bem, chateia a mim também. Pichitinho voava alegremente pela gaiola, piando em tom agudo.


 


— Por onde anda o Bichento? — perguntou Harry a Hermione nessa hora.


 


— No jardim, espero. Ele gosta de caçar gnomos, nunca tinha visto nenhum.


 


— Então o Percy está gostando do trabalho? — perguntou Harry se sentando em uma das camas e se pondo a observar os Chudley Cannons entrando e saindo velozes dos pôsteres no teto.


 


— Gostando? — disse Rony misterioso. — Acho que nem voltaria para casa se papai não obrigasse. Está obcecado. Nem puxe conversa sobre o chefe dele. O Sr. Crouch diz... Como eu ia dizendo ao Sr. Crouch... O Sr. Crouch é de opinião... O Sr. Crouch esteve me dizendo... Qualquer dia desses vão anunciar o noivado dos dois.


 


— Como foi o seu verão, Harry, bom? — perguntou Hermione.— Recebeu os pacotes de comida que mandamos e tudo o mais?


 


— Recebi, muito obrigado. Salvaram minha vida, aqueles bolos.


 


— E você teve notícias de...? — Rony começou, mas a um olhar de Hermione calou a boca. Gina olhou os três e soube que escondiam alguma coisa dela, mas fez a cara mais inocente que conseguiu.


 


— Acho que eles pararam de discutir — disse Hermione, para disfarçar o momento de constrangimento, porque Gina olhava com curiosidade de Rony para Harry. — Vamos descer e ajudar sua mãe com o jantar?


 


— Tudo bem — disse Rony. Os quatro tornaram a descer e encontraram a Sra. Weasley sozinha na cozinha, parecendo extremamente mal-humorada.


 


— Vamos comer no jardim — disse ela quando os garotos entraram. —Não há lugar para onze pessoas aqui dentro. Podem levar os pratos para fora, meninas? Gui e Carlinhos estão armando as mesas. Facas e garfos, por favor,vocês dois — disse ela a Rony e Harry, e apontou a varinha com um pouco mais de força do que pretendera para um monte de batatas na pia, que saíram da casca demasiado depressa e acabaram ricocheteando nas paredes e nos tetos.


 


— Ah, pelo amor de Deus! —, exclamou ela, agora apontando a varinha para uma pá, que saltou de lado e começou a patinar pelo piso, recolhendo as batatas. — Aqueles dois! —, explodiu ela furiosa, agora tirando tachos e panelas de um armário, e Gina sabia que logo, logo a mãe se acalmaria. Era sempre assim quando os gêmeos aprontavam — Não sei o que vai ser deles, realmente não sei. Não têm ambição, a não ser que se leve em conta toda confusão que são capazes de aprontar...


 


Ela bateu com uma grande caçarola de cobre na mesa da cozinha e começou a agitar a mão para os lados. Um molho cremoso foi escorrendo da ponta da varinha à medida que ela mexia.


 


— Não é que não tenham inteligência — continuou ela irritada, levando a caçarola para o fogão e acendendo-o com um toque da varinha —, mas estão desperdiçando a que têm e, a não ser que tomem jeito depressa, vão se meter em apuros. Já recebi mais corujas de Hogwarts a respeito dos dois do que de todos os outros juntos. Se continuarem assim, vão terminar tendo que comparecer a Seção de Controle do Uso Indevido da Magia.


 


A Sra. Weasley apontou a varinha para a gaveta de talheres, que se abriu com violência. Harry e Rony saltaram para o lado ao ver várias facas saírem voando, atravessarem a cozinha e começarem a cortar as batatas que tinham acabado de ser devolvidas à pia pela pá.


 


— Não sei onde foi que erramos com os gêmeos — disse a Sra. Weasley descansando a varinha e recomeçando a tirar mais caçarolas do armário. — Tem sido sempre assim há anos, uma coisa atrás da outra, e eles não dão ouvidos... AH, OUTRA VEZ, NÃO! Ela apanhara a varinha da mesa, e a coisa emitira um guincho alto e se transformara em um enorme  camundongo de borracha.


 


— Mais uma varinha falsa fabricada por eles! — gritou ela. — Quantas vezes já disse aos dois para não deixarem essas coisas largadas por aí? Ela agarrou a própria varinha, e quando se virou descobriu que o molho no fogão estava soltando fumaça.


 


Depois que conseguiram fugir da cozinha as meninas ajudaram a arrumar as mesas. E o jantar não poderia ter corrido mais calmo depois da confusão. Sua mãe implicando com o cabelo e o brinco de Gui, os garotos discutindo Quadribol (claro, a final era no outro dia), o trio cochichando suspeitamente e Percy recitando tudo sobre o Ministério.


 


Gina tinha certeza que ainda era noite, porque sua mãe tava a chamando. Então se lembrou e de um salto se levantou iam a Copa Mundial de Quadribol! Chamou Hermione e as duas se arrumaram em silêncio, não estavam muito acordadas pra conversar.


 


Assim que desceu Gina fez a pergunta que não queria calar: — Por que temos que levantar tão cedo? — perguntou, esfregando os olhos e se sentando a mesa.


 


— Temos que andar um bom pedaço — respondeu o Sr. Weasley. Gina não disse nada ficou absorvendo a informação de que além de acordar cedo ainda teria que andar! Gina ignorou a confusão a sua volta, só queria dormir mais um pouquinho!


 


Despediram-se de sua mãe e seguiram, fazia frio e a lua ainda era vista no céu, mais os primeiros raios do sol já podiam se avistados no horizonte. Gina seguiu todos andando sem prestar atenção ao que diziam, era praticamente um zumbi. Viu quando chegaram os Diggorys e ouviu seu pai explicando que deveriam colocar a mão na chave de portal e esperar.


 


Aconteceu instantaneamente. Gina teve a sensação de que um gancho dentro do seu umbigo fora irresistivelmente puxado para frente. Seus pés deixaram o chão; ele sentiu Fred e Jorge de cada lado, os ombros se tocando; todos avançavam vertiginosamente em meio ao uivo do vento e ao rodopio de cores; seu dedo indicador estava grudado na bota como se esta a atraísse magneticamente para frente, e então...


 


Então com um baque bateu no chão, se desequilibrou e foi ao chão junto com Fred e Jorge. Ao fundo ouviu uma voz que dizia: — O sete e cinco chegando do morro Stoatshead.


 


O acampamento era magnífico, Gina nunca tinha visto tantos bruxos reunidos em um único lugar, os trouxas davam um pouco de trabalho para a organização, mas na visão de Gina tudo estava perfeito, caminharam até a orla da floresta no alto do campo, e ali havia uma área livre com um pequeno letreiro enfiado no chão em que se lia “Weezly”.


 


Todos admiraram como Harry e Hermione sem ajuda nenhuma de magia montaram as duas barracas, e Gina suspirando pensando, como alguém podia ser tão perfeito executando simples tarefas de trouxa, Harry era!


 


Depois de se instalarem nas barracas, o trio, é claro saiu pelo acampamento e Gina ficou pra trás ajudando seu pai a terminar de organizar as coisas. Seu pai parecia uma criança com todas aquelas coisas de trouxas que ele fazia questão de usar, já que não deveriam notar que eram bruxos, embora Gina desconfiasse que se não fosse o feitiço de memória há essa hora todos os trouxas do mundo já saberiam de sua existência.


 


O trio voltou depois de algum tempo, então com a ajuda de Hermione com os tais de fósforos acenderam a fogueira e ficaram conversando enquanto preparavam a almoço, logo Gui, Carlinhos e Percy se juntaram a eles.


 


Ludo Bagman se juntou a eles e todos ficaram ali conversando, alguns ate fizeram apostas, mas Gina disfarçadamente observava Harry. Ele realmente estava feliz e tinha um sorriso lindo no rosto.


 


Sr. Crouch também se juntou a eles e o clima piorou consideravelmente, só foi impagável a cara de Percy quando ele errou se nome e a cara dos gêmeos de que aquilo seria motivo de piadas por vários dias.


 


As horas foram se passando e a ansiedade pela partida aumentando. Enquanto se dirigiam ao estádio Gina ganhou de seu pai uma roseta verde já que torceria pra Irlanda.


 


Como descrever a melhor partida de Quadribol que ela já tinha assistido era impossível (é claro que ver Harry jogando era melhor) e fora um elfo estranho, veelas “horríveis” e os Malfoy (ninguém merece), foi tudo maravilhoso. 


 


Assim que a partida acabou seguiram a multidão de volta ao acampamento. O ar da noite trazia aos seus ouvidos cantorias desafinadas quando retomavam o caminho iluminado por lanternas, os Leprechauns continuavam a sobrevoar a área em alta velocidade, rindo, tagarelando, sacudindo as lanternas. Quando os garotos chegaram finalmente às barracas, ninguém estava com vontade de dormir e, dado o nível da barulheira, o Sr. Weasley concordou que podiam tomar, uma última xícara de chocolate, antes de se deitar.


 


Logo estavam discutindo prazerosamente a partida, o Sr. Weasley se deixou envolver por Carlinhos em uma polêmica sobre jogo bruto, e somente quando Gina caiu no sono em cima da mesinha e derramou chocolate quente pelo chão que o pai deu um basta nas retrospectivas verbais e insistiu que todos fossem se deitar. Hermione e Gina se transferiram para a barraca vizinha.


 


Gina tinha certeza que tinha acabado de dormir, mas ouvia alguém a chamar, era voz de seu pai.


 


- Andem garotas é urgente, se levantem logo!


 


Pra seu pai estar ali era serio de mais levantou de um pulo e vestiram casacos por cima da camisola, saiu junto de Hermione correndo para onde Harry e Rony estavam, logo estavam todos reunidos ali. A cena era grotesca figuras encapuzadas atacavam os trouxas.


 


— Vamos ajudar o pessoal do Ministério — gritou o Sr. Weasley para ser ouvido com aquele barulho, enrolando as próprias mangas. — Vocês... Vão para a floresta e fiquem juntos. Irei apanhá-los quando resolvermos este problema aqui!


 


Gui, Carlinhos e Percy já estavam correndo em direção aos baderneiros que se aproximavam; o Sr. Weasley saiu depressa atrás dos filhos. Bruxos do Ministério convergiam de todas as direções para o foco do problema. A multidão sob a família Roberts se aproximava sempre mais.


 


— Anda — disse Fred, agarrando a mão de Gina e começando a puxá-la para a floresta. Harry, Rony, Hermione e Jorge os acompanharam. Todos olharam para trás ao alcançarem as árvores. Os manifestantes sob a família Roberts eram mais numerosos que nunca, os garotos viram os bruxos do Ministério tentando chegar aos bruxos encapuzados no centro, mas encontravam grande dificuldade.


           


Aparentemente estavam com medo de executar algum feitiço que pudesse fazer a família Roberts despencar. As lanternas coloridas que antes iluminavam o caminho para o                estádio tinham sido apagadas. Vultos escuros andavam perdidos entre as árvores; crianças choravam, ecoavam gritos ansiosos e vozes cheias de pânico por todo o lado no ar frio da noite.


 


Gina só sentia a mão de Fred a puxando e Jorge a suas costas, quando estava perto o suficiente do estádio, eles pararam, mas onde estavam os outros três, porque eles sempre tinham que sumir?


 


- Vamos voltar pro acampamento - disse Jorge – papai falou pra ficarmos juntos, Gina não solte a mão de Fred, vamos.


 


E então seguiram de volta atentos a todos os movimento a sua volta. Então do nada a marca apareceu no céu.


 


- É a marca de você-sabe-quem, vamos logo temos que encontrar eles logo – disse Fred. Toda a cor fugiu do rosto de Gina, você-sabe-quem!


 


Gina já não se concentrava em nada a sua volta, ela não gostava, mas sempre se sentia mal quando acontecia alguma coisa relacionada aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Seus irmãos discutiam e tinham usado a varinha de Harry pra fazer aquilo, porque essas coisas tinham que acontecer?


 


Logo, Gina seguia Hermione e se deitava em sua cama na barraca, foi como se tivesse se desligado, dormiu instantaneamente. Voltaram pra casa após poucas horas de sono e a recepção foi por uma Molly desesperada pra saber se todos estavam bem.


 


O trio não esperou muito tempo e foi se “reunir” no quarto de Rony, Gina se dando por vencida, foi pra seu próprio quarto tentar descansar.


 


Os dias se arrastaram até dia 1° de setembro. A única alegria era a presença de Harry ali, mas os três estavam cada vez mais cheios de segredos. Gina tentava a todo custo ser ela mesma, como tinha aconselhado Hermione e agora já conseguia pelo menos manter uma conversa perto de Harry utilizando palavras com mais de uma sílaba, o que era um grande avanço.


 


Continua...


 


Baseado em Harry Potter e o Cálice de Fogo.


 


n/a: Obrigado pelos comentário, é muito bom saber que estão gostando da fic!! E continuem dando sua opinião!

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