O que vem dos sonhos



Capítulo 64 – O que vem dos Sonhos


 


Harry se sentia exausto depois da entrevista. Tinha horas que ele preferia estar sozinho com o Sr Lovegood. Algumas coisas, ele não tinha contado para ninguém. Mas em alguns momentos ele agradecia por Gina estar ali segurando sua mão, a até mesmo um comentário de Letícia era bem vindo.


O clima para permanecer no vilarejo depois disso não existia mais, e todos retornaram para o castelo.


Harry desabou no primeiro sofá que encontrou vazio no salão comunal. Ninguém falou nada quando se acomodavam por ali. Gina sentou ao seu lado, colocando a cabeça no ombro dele.


- Na próxima vez, Mione, que você fizer algo assim, vai ter troco. – disse Harry massageando a testa.


- Foi uma ideia que eu tive de repente. – disse a monitora encabulada.


- Você podia ter pelo contado antes. – disse o moreno. – Se você tivesse explicado o que queria não teria problema nenhum. Só não gostei de ficar sabendo que só faltava eu para tudo acontecer.


- Seu pai sabia. – disse Rony, tentando tirar a culpa da namorada.


- Ele sabe muita coisa que vai acontecer, mas não conta nada antes. – disse o moreno. – Não é uma desculpa válida. Ele quer que eu viva a minha vida independentemente da dele, mesmo que as coisas tendem a acontecer da mesma forma.


- Desculpe, Harry. – disse a menina.


- Tudo bem, Mione. Só estou exausto.


Gina cochichou algo no ouvido dele, que ele fez ele apenas confirmar com a cabeça.


Pouco depois a ruiva se levanta.


- Vou subir. Você devia fazer o mesmo Harry, foi muito desgastante pra você. – disse ela guardando algo no bolso. – E vocês dois não fiquem namorando até tarde.


Harry seguiu a menina com o olhar, enquanto o casal corou e desviou o olhar.


- Ela tem razão. – disse ele. – Vou apagar a minha vela e subir. Boa Noite. Demorem o quanto quiser.


Harry conseguiu a proeza de deixar os dois mais vermelhos ainda e saiu rindo.


Ele trocou de roupa e deitou na cama fechando as cortinas. Pouco depois elas foram abertas e ninguém entrou.


Assim que elas se fecharam novamente, ele lançou os feitiços para evitar que alguém os perturbasse.


- Eles suspeitam de algo? – perguntou Gina retirando a capa de invisibilidade.


- O Rony não, mas a Mione assim que parar para pensar vai suspeitar. Mas isso não importa.


- Você tem razão. – disse ela se aconchegando contra o corpo dele.


Eles dormiram mais uma vez abraçados.


 


Harry estava sentado de frente a um dos comensais que foram libertados.


 Ele estava ajoelhado.


- Milorde, esse plano é impossível. Eles têm magias que impedem que qualquer um pegue. Eu trabalhei no Departamento de Mistérios, nem mesmo eu poderia pegar.


- Eu fui enganado. – disse Harry, mas a voz não era sua.


- Não, mestre.  – disse o comensal. – Ninguém sabe deste detalhe. Eu posso te ajudar.


- Você salvou uma vida, mas não quer dizer que não pagará pelo erro. – disse Harry rindo. – Tragam o pra mim.


Harry acordou com uma dor intensa na cicatriz.


- Harry. – ele escutou a voz de Gina desesperada.


Abriu os olhos e viu a imagem borrada da menina a sua frente e ficou aliviado.


- Estou melhor. – disse ele. – Sonhei com Voldemort. Ele está perto de conseguir algo que ele quer.


- Seu pai vai impedir. – disse ela, passando a mão na testa dele. – Ele, com certeza, sabe o que ele quer.


- Eu só queria não ter esses sonhos. – disse ele. – Isso estragou nossa noite.


- Podemos repetir sempre. – disse ela deitando ao lado dele. – E ela ainda não acabou.


Eles trocaram um beijo, e Harry achou que era melhor ela se repetir sempre mesmo, a dor logo passou, mesmo ele ainda podendo sentir que Voldemort torturava alguém, com a ruiva em seus braços era suportável.


 


Logo que amanheceu Harry seguiu para o quarto dos pais, enquanto Gina seguia para seu quarto.


Não encontrou Tiago por lá.


- Se você veio aqui por causa do sonho, seu pai falou para você não se preocupar. Mesmo com a ajuda de um inominável, Voldemort não tem condições de conseguir o que quer. – disse Lilian. – Seu pai está doido para pegar esse idiota, e foi fazer algumas perguntas no ministério.


- Ele deve sofrer mais que o comensal que deu uma ideia errada para Voldemort. – disse Harry.


- E como você está? Seu pai sempre tem dor de cabeça quando entra na mente dele.


- Estou bem, a Gina me ajudou. – disse ele e reparando que disse algo que não devia.


- Gina? Como ela fez isso se aconteceu de madrugada? – perguntou Lilian sabendo a resposta.


- Nós dormimos juntos algumas vezes, como fazíamos quando criança. – disse ele. – E depois de ontem, digo do passeio, seria natural.


- Tome cuidado. Algumas pessoas podem não ver isso com bons olhos. – disse a ruiva. – Entre eles os ruivos e a velha sapa.


- Até hoje ninguém descobriu, e os ruivos sabem. Por isso eles fizeram aquele escândalo no Natal. – disse ele saindo.


- Tenho que lembrar um certo ruivo de sua promessa. – disse ela depois que o filho saiu.


 


Harry estava terminando mais uma reunião da AD, desta vez contando com a ajuda de Tonks.


- Agora que todos estão afiados neste feitiço, podemos passar para o próximo estágio.  – disse ele depois que todos prestaram atenção nele. – Na próxima aula iniciaremos o Patrono.


A turma vibrou.


- Não querendo ser uma estraga prazeres, mas esse é um feitiço muito difícil de ser executado. Existem bruxos que não conseguem. – disse Tonks. – Executá-lo em um ambiente controlado, e completamente diferente de fazê-lo em uma batalha. Estou falando isso para que todos se empenhem ao máximo.


A turma se dispersou.


Harry viu o tal do Corner conversando com Gina. Ele se sentiu tão estranho, que nem reparou que a menina estava tentando se livrar do menino e que tinha uma pessoa muito nervosa saindo da sala.


 


Harry estava parado na frente do pai. Ele já tinha avançado bem nos treinos de Oclumência. Tiago estava exigindo cada vez mais.


Já estavam naquela posição há cinco minutos quando Harry perdeu a concentração e teve a mente invadida.


Ele viu cenas de sua infância, brincando com os Weasley quando ainda era chamado de Prewett. Depois se viu jogando quadribol, com o balaço perseguindo ele. O baile de inverno. Até que ele viu ele e Letícia seguindo o pai para o tribunal onde foram jogados passando pelo corredor que leva ao departamento de mistérios.


 - Ele quer algo no Departamento de mistérios, e essa a porta que eu vejo nos sonhos. – disse ele desistindo de tentar resistir.


- Sim. E isso que aquele comensal o tentará ajudar. – disse Tiago o ajudando a se levantar.


Harry nem tinha reparado que estava deitado no chão.


- O que ele pode querer lá dentro? – perguntou o menino.


- Tem muitas coisas, mas no momento só uma o interessa. – disse o inominável. – Tanto que ele sonha com a porta, já que ele não sabia o que tinha lá dentro direito.


Harry pensou um pouco.


- Ele quer a profecia. – afirmou Harry.


- Sim. Como já te disse somente nós três poderíamos pegar a profecia. Eles iam tentar usar um inominável para tentar pegar, mas não daria certo.


- Agora que ele conseguiu as informações ele vai tentar me atrair para lá, certo?


- Sim, como ele pessoalmente não pode entrar no ministério, ainda mais que o ministro ignora a sua volta, o que é bom para os planos dele. Ele tentará usar você para isso.


- Como?


- Com sonhos. Inicialmente ele vai tentar te induzir a ir pegar a profecia aguçando a sua curiosidade. Quando perceber que isso não está adiantando, ele vai usar alguém que você goste para te forçar a ir salvar. No meu caso foi o Sirius, que era a figura mais próxima de uma família que eu tinha.


- Por que está me contando isso? Você nunca conta o futuro.


- Esse é um dos erros que quero mudar. Você de maneira nenhuma deve ir para o ministério, independente de quem supostamente Voldemort estiver aprisionado lá. Você deve ficar sempre com o espelho de duas faces que você deu para Letícia.


- Você sabe disso?


- Sim, Letícia esquecia que podíamos escutar ela falando com você e esquecia de fechar a porta do quarto. Mas isso não importa. Outra coisa, e se você precisar falar com alguém que está longe, use um patrono. E a forma mais segura. Lembre-se de que deve pensar em se não puder enviar a mensagem deve voltar pra você.


 


Harry estava tomando seu café meio desanimado. Os professores estavam exigindo muito, e ele estava muito preocupado com os sonhos que andava tendo. Ou envolviam o departamento de mistérios ou tinha Gina. Ele ainda não conseguia entender o que sentia pela ruiva, e isso o frustrava.


De repente uma coruja pousou na sua frente. Ele achou estranho, não era Edwiges, nem Errol, nem a coruja de Sirius.


- Você deve ter errado. – disse ele para a coruja, que insistia em entregar para ele a carta. Ele pega e vê seu nome escrito nela. 


Estranhando, ele se prepara para abrir, mas logo mais corujas param perto dele. Elas brigavam para entregar a carta.


- Você está bem popular hoje. – disse Gina com raiva, ou assim pareceu para ele.


- Deve ser os leitores do Pasquim. – disse Luna chegando perto deles. – Ele mandou uma cópia da sua entrevista. Ele lembrou que foi você quem me salvou e publicou logo. Ele teve que fazer uma tiragem nova, a primeira acabou no primeiro dia. Foi a primeira vez que ele teve que fazer uma nova tiragem.


Ela pegou um cilindro que estava em uma das corujas e entregou para Harry. Ele abriu e viu uma foto sua com os dizeres.


“Harry Potter conta a verdade. Você-sabe-quem Retornou!”


Ele não teve tempo de olhar direito a reportagem, alguém chegou por trás deles.


- O que está acontecendo aqui? O que essas corujas estão fazendo aqui? – perguntou Umbrigde.


- São apenas cartas de pessoas que leram a entrevista que eu dei. – disse ele mostrando a revista para ela.


- Impossível! Nenhum repórter entrou no castelo.  – disse a assessora do ministro. – Eu nunca teria autorizado.


- Não foi no colégio. Foi em Hogsmeade, na última visita. – disse ele.


- Então é isso o que você faz fora da escola. Mente para todos. – disse ela.


- Eu não disse nenhuma mentira ai. E o que eu faço fora da sala de aula não te diz respeito. – disse ele pegando algumas cartas com ajuda de Rony, Simas e Dino.


- Claro que diz. Você mente para todos. – disse ela. – Você vai ficar de detenção comigo pelo resto da semana e está proibido de ir para Hogsmeade.


- Você não pode fazer isso. – disse uma voz que fez Umbrigde tremer. – Você não tem autorização para dar detenções, Umbrigde. Tenho que te lembrar isso todo dia.


- Seu filho caluniou o ministro, Potter. Eu posso puni-lo.


- Aqui você é somente uma observadora. – disse Tiago. – Pode relatar isso ao ministro. Mas a entrevista foi dada em minha casa, com a minha autorização e presença. Nada de ilegal foi feito.


- Ele mentiu. – insistiu ela.


- Quem disse? Você? – disse Lilian. - Só porque você não acredita, não quer dizer que seja verdade.


- E sim. Eu tenho a mesma opinião do ministro. – disse ela se exaltando.


- Que não é o dono da verdade. – disse Tiago. – Lembre-se do julgamento que você tentou armar contra meus filhos.


- Vocês se arrependerão disso. – disse a velha sapa saindo.


 


Umbrigde conseguiu de alguma forma proibir o Pasquim na escola. Hermione sempre dava um sorriso quando via o aviso da proibição.


- Não entendo como seu pai não impediu isso. – disse Rony.


- É simples, Rony. – disse Mione dando um selinho nele. – A melhor forma de garantir que todos os alunos leiam a entrevista é justamente proibir que isso seja feito. Sem contar que fora do castelo ela não pode mandar. Visto isso pela quantidade de cartas que o Harry vem recebendo.


A monitora tinha razão. Cópias da entrevista circulavam pelo castelo com sua forma modificada para parecer um dever de casa ou um livro qualquer.


Era certo que até mesmo os sonserinos leram, já que os que eram filhos dos comensais citados olhavam feio para o moreno.


Os professores tentavam mostrar que apoiavam Harry de uma forma a não demonstrar isso para a Inquisidora, mesmo ela acompanhando todas as suas aulas.


A Professora Sprout deu dez pontos para ele por ter entregue o regador para ela. Flitwick deu uma caixa de penas açucaradas em uma aula.


Mas Umbrigde já tinha seu plano para desmascarar Harry. Só precisava fazer mais pressão sobre uma pessoa e teria tudo.

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