Copa Mundial



Capítulo 38 – Copa Mundial


 


Este ano, Harry sabia que não teria uma festa de aniversário.  Seus pais estavam muito envolvidos na Copa Mundial. Tiago havia sido convocado para os jogos com as torcidas mais violentas. E Lilian auxiliava o setor de Cooperação Internacional, juntamente com Percy que agora era assistente neste setor.


Haveria apenas um jantar na toca, para a data não passar em branco. Mas ele já recebera os presente de seus pais e Letícia.


Da pequenina ele recebeu uma pequena estátua que representava os dois. Com uma ajudinha de Lilian, a peça se mexia e podia servir para proteger algo do menino. Claro que quem conjurou tudo foi Letícia, a mãe só deu as direções e colocou os feitiços de movimento. O garoto adorou.


Tiago deu para ele um colar, sujo pingente era o dente do dragão que tinha recebido quando visitaram a reserva de dragões na Romênia. Enquanto Lilian arrumou uma veste de gala para ele.


 


Antes mesmo do amanhecer, eles já estavam caminhando em direção ao morro, nas redondezas de Ottery St. Catchpole para pegar a chave de portal que os levaria para o acampamento do estádio onde ocorreria a final da Copa Mundial. Harry e Hermione estavam indo com os Weasley, pois tinham passado alguns dias na Toca.


- Não sei por que temos que acordar cedo, enquanto Percy, Gui e Carlinhos podem ficar dormindo. – disse Fred ainda chateado pela mãe ter brigado com ele e George e tirado seus estoques de travessuras e doces marotos.


- Eles lá dormindo e nós zumbizando para pegar essa maldita chave de portal. – reclamou o gêmeo. – Até mesmo a Letícia vai aparatando com o Tio Tiago.


- Nós temos que pegar a chave de portal, pois vocês ainda não sabem aparatar e temos que pegar nosso lugar no acampamento. – disse Arthur. – Tivemos sorte de que um amigo meu me devia uns favores para conseguir lugares bons para nós. Senão teríamos que chegar antes. Tem gente que está lá a semanas. Agora parem de reclamar, o Harry poderia ter ido com os pais, mas decidiu vir com a gente, e não está nesse chororô todo.


Os dois ruivos olharam para Harry que estava em uma animada conversa com Gina, muito diferente de Hermione e Rony que mais pareciam se escorar um no outro para não caírem.


Alguns minutos depois chegaram ao local indicado e viram duas pessoas subindo o morro com grandes mochilas como eles. Eram Amus e Cedrico Digorry.


- Bom dia, Arthur. – disse Amus.


- Bom dia, Amus. – respondeu ele. – Vejo que também chegou antes.


- Sim, mas acredito que não venha mais ninguém. Já achou a chave?


- Não. Meninos. Vamos procurar. – disse o ruivo.


Em pouco tempo, Harry, Hermione, Rony e Gina encontraram a bota que servia de chave de portal. Tiago havia ensinado a eles como detectar magia.


 - Rápido pessoal. – disse Arthur. – Em pouco tempo ela irá ativar.


Todos se viraram para tocar na bota e não ficar para trás. Em pouco mais de dois minutos a chave ativou. Harry sentiu a sensação de um anzol puxando seu umbigo, e depois tudo começou a rodopiar.


Quando ele sentiu o chão voltar deu um passo para trás para se equilibrar e sentiu Gina fazer o mesmo.


Fred, George, Rony e Hermione estavam embolados no chão. E olhavam feio para os dois que estavam em pé.


- Vamos logo. –Disse Arthur. – Nos vemos por ai, Amus.


- Até mais, Arthur.


O grupo seguiu para o local reservado para eles no acampamento trouxa que ficava perto do estádio. Segundo Arthur foi o único local que encontraram para ‘esconder’ tantos bruxos e que em volta existiam inúmeros feitiços anti-trouxas.


Logo se puseram a montar a barraca que fora emprestado por um amigo de Arthur, depois que Harry e Hermione ajudaram a pagar o administrador do camping.


- Vejo que já montaram tudo. – disse Tiago aparecendo com Letícia no colo e Lilian do lado.


- Sim, mas tem um problema. Como vamos caber todos ai dentro? – perguntou Hermione.


- Mais uma prova de como a magia pode ser bela. – disse Tiago, entrando em uma das barracas, com a morena e Harry.


- Como vamos nos dividir? – Perguntou Carlinhos aparatando e assustando os gêmeos, que juraram vingança.


- Nos vamos ficar nesta barraca com Hermione e Gina, enquanto vocês ficaram com a outra. – disse Lilian entrando com a filha, na barraca que o marido tinha entrado.


- Como assim a Gina vai dormir junto com o Harry? – perguntou Fred.


- Dá mesma forma que dormimos quando ficamos acorrentados. Abraçadinhos, ele deitado na cama dele e eu o usando como travesseiro.  – disse Gina complemente vermelha de raiva.


- Quem disse que vamos permitir isso. – disse Percy.


- Vocês não têm que permitir nada. Eu durmo com ele assim há muitos anos, no sofá lá de casa, quando dormia na casa dele. E quer saber, vou fazer isso em Hogwarts sempre que quiser.


- Proibimos você de fazer isso. - disse Fred.


- Isso mesmo, proibimos você, e o Roniquinho vai ficar de olho em vocês. – disse George.


- Ei? – reclamou Rony.


- O que vocês estão proibindo a Gina de fazer, desta vez? – disse Harry saindo da barraca. – Vocês sabem que isso não dá certo.


- Como assim Harry?  - perguntou Hermione que seguiu o moreno.


- Sempre que eles proíbem a Gina de fazer algo, ela faz, algumas vezes bem melhor que eles. Eu posso dar vários exemplos. – disse o moreno.


- Nem pense nisso, porco espinho. – disse Carlinhos. – Sei que você é o maior cúmplice dela, assim como sua irmã está se tornando a segunda maior.


- Harry, por que você ainda está com a sua mochila? – perguntou Rony.


- Eu vou dormir na barraca de vocês. – disse ele. – Achei que soubessem.


Harry entrou na barraca para guardar suas coisas, e não viu Gina mostrar a língua para os irmãos, que estavam extremamente envergonhados.


Durante o dia todo, várias pessoas passaram e cumprimentaram a Tiago, Lilian e Arthur.


Fred e George tentaram fazer uma aposta com Bagman, mas Tiago impediu. Dizendo que eles não deveriam gastar o dinheiro assim tão facilmente.


 


-Está na hora de irmos. – disse Arthur. – Temos que caminhar um bocado para chegar e nossos lugares são mais ou menos no meio do estádio.


Foram andando pela floresta que ficava entre o acampamento e o estádio.


Quando chegaram nos lugares reservados. Todos ficaram maravilhados.


- Estamos no lugar certo? – perguntou Hermione.


- Estamos, Mione. – disse Tiago. – Conseguimos lugares na tribuna de honra. Trabalhar no ministério tem que ter suas vantagens.


O ministro búlgaro quase caiu ao reconhecer Harry. E Fudge quase estava entrando em parafuso gesticulando para ele.


Barto Crouch ficou em um canto com a esposa.


Rony se segurou para não rir de Malfoy que passou por lá. E viu todos ali, e ele não pode ficar.


 


A abertura do jogo foi espetacular com a presença dos símbolos das equipes. Leprechauns pela equipe da Irlanda e as Veelas pela búlgara.


Vários homens ficaram enfeitiçados pela cantoria das Veelas. Aqueles que já conheciam os efeitos tamparam os ouvidos. Tiago e Harry acabaram não sendo afetados. Letícia se divertiu vendo os gêmeos e Rony fazendo coisas estranhas. Hermione fechou a cara ao ver Rony despetalar o trevo do seu chapéu, enquanto Gina ficou na dúvida entre a diversão e a preocupação do que aconteceu com Harry.


Gui, Carlinhos e Percy, mesmo um pouco relutante, se postaram atrás dos irmãos enfeitiçados após o fim da apresentação e deram um tapa na nuca deles.


O jogo foi eletrizante. A equipe irlandesa tinha um trio de artilheiros muito veloz e entrosado. Abriram rapidamente uma vantagem muito grande. Enquanto os apanhadores travavam uma briga muito boa, o que segurava a atenção de Harry, que jogava essa posição.


O Apanhador irlandês já tinha o nariz quebrado, por ter batido contra a própria vassoura desviando de um balaço que mirava sua cabeça. Vitor Krum, o apanhador búlgaro, conseguiu uma finta que acabou com o adversário no chão.


Mesmo este tendo voltado, estava muito atordoado e não conseguiu seguir Krum que apanhou o pomo, sem, no entanto, garantir a vitória para sua equipe, já que a diferença de pontos era superior a 150 pontos para equipe verde.


 


No acampamento, Fred e George reclamavam por causa da aposta que não fizeram.


- Perdemos muito dinheiro com isso. – disse George.


- Justamente o que apostaríamos, Irlanda venceria, mas quem pegaria o pomo seria o Krum. – disse Fred.


- Não reclamem. Vocês quase apostaram com um viciado em jogos, que não tem dinheiro para pagar vocês. – disse Tiago.


- Ele ia pagar, vimos ele conversando com duendes e acertando o pagamento. – reclamou um deles.


- Sim, ele vai pagar com isso. – disse Tiago tirando uma moeda do bolso. – Ouro de Leprechaun. Vocês ficariam sem nada, mesmo vencendo.


- Melhor irmos dormir. – disse Fred.


- Sim, caro irmão.


 


De repente, durante a noite, sons de explosões foram ouvidos.


- Será que os irlandeses ainda estão comemorando? – perguntou Rony.


- Não, isso não parece comemoração. – disse Fred.


- Meninos se vistam rápido. – disse Arthur colocando a cabeça para dentro.


Percebendo a urgência na voz dele, todos se vestiram e seguiram para fora.


- Harry, tome conta da sua irmã. – disse Tiago passando a menina adormecida para o menino. – Não se preocupe com o que vão pensar. Hermione, Rony, Gina vão com vocês. Não se percam. Fred e George cuidem da retaguarda.


Com um movimento de varinha ele ligou, por uma linha. Harry e Gina. Sabia que era algo bobo, mas queria os dois juntos para cuidar da filha.


-Todos com a varinha na mão. –disse Lilian. – O regulamento que proíbe magia para menores não serve para esses casos. Agora se escondam na floresta.


 Seguiram para lá. E puderam ver o que estava acontecendo. Muitas pessoas correndo, desesperadas, algumas ainda vestidas para dormir, ou sem saber o que acontecia.


Mais a frente, podiam ver um grupo de pessoas encapuzadas atirando feitiços para todos os lados, destruindo as barracas, acertando quem ainda estivesse por perto. Alguns fizeram a família do administrador do camping levitar.


Entraram na floresta, mas decidiram não ficar muito longe da borda, para não se perderem e para poderem voltar mais rápido quando percebessem que tudo terminou.


Encontraram logo Malfoy.


- Olha o que temos aqui... – ele nem terminou a frase todos os que estavam acordados lançaram feitiços nele. E ele acabou careca, coberto por teia de aranha, de cabeça para baixo, pendurado em uma árvore e amordaçado.


- Não temos tempo para você. - disse Harry. – Mas aposto que seu pai é quem está no comando desta festinha racista.


- Vamos, logo. – disse Hermione.


Harry ainda lançou um feitiço final. Para apagar da memória do loiro o que aconteceu.


Encontraram uma clareira, e se posicionaram no meio dela, de forma que pudessem observar todos os pontos da floresta, com Harry no meio com Letícia.


De repente vários feitiços estuporantes foram lançados contra eles.


 


- Não vá fazer nenhuma loucura. – disse Lilian depois que Tiago terminou de instruir os Weasley. – Ainda temos que criar aqueles dois.


- Você não vai me perder tão cedo. – disse ele. - Eu já enfrentei Tom, o que são uns pobres seguidores que não tem um terço do poder dele. Mas você cuida dos Robinson, que eu me viro com os comensais.


Tiago logo chegou perto dos funcionários do ministério que estavam a serviço e tentando resgatar os trouxas e afugentar os comensais. Ele balançou a cabeça para o despreparo e falta de poder deles.


Assim que Lilian garantiu que tinha os reféns sobre seus feitiços, ele agiu. Ele lançou três feitiços estuporante em direção ao grupo de comensais. Mesmo com eles tentando bloquear foram atingidos.


- É o Potter. – gritou um deles antes de aparatar, sendo seguidos pelos que tinham condição.


- Covardes. – reclamou o auror e se virou para os outros aurores presentes. - Prendam eles. Mas onde está o Rufus, ele deveria estar aqui.


- Depois que o resto aparatou, ele seguiu para a floresta, falando que acha que eles foram para lá.


- Idiota. São meus filhos. – disse ele aparatando.


Chegou perto dos meninos a tempo de ver o grupo que continha Rufus, Bartô, Amus e outros vários funcionários graduados do ministério lançando feitiços sobre eles.


Sem nem mesmo pensar no que estava fazendo ou mexer um músculo, ele ergueu uma barreira que refletiu todos os feitiços para as mais diversas direções, inclusive nas dos agressores.


- Quem foi o idiota que ordenou ataque a crianças? – berrou Tiago.


Lilian logo apareceu ao lado dele, segurando para que ele não atacasse os homens.


- Aqueles aparelhos novos, que sentem magia, detectou um grande poder. – disse Rufus.


- Sim, eles. – disse apontando para os meninos. – Você sabe muito bem que eles têm grande poder. Todos. Mas isso não quer dizer que vocês podem lançar feitiços antes de ver em quem. Básico para qualquer auror mediano.


-Calma, amor. – disse Lilian, mas podia-se ver que ela também estava com raiva. – Depois você tortura eles. Temos que pensar nas crianças.


- Certo. – disse ele ignorando os funcionários do ministério. – Vocês estão bem?


- Sim, Pai. A Letícia nem acordou ainda.


- Ela ficou muito elétrica durante o jogo, só vai acordar amanhã, bem tarde. – disse Lilian.


Um dos funcionários do ministério acabou dando uma geral nas redondezas, acabou aparecendo com uma pequena criatura nos braços.


- Encontrei esse elfo desmaiado. Deve ter recebido um dos feitiços rebatidos.


- Essa é meu elfo. Winky. – disse Crouch.


Ela foi reanimada.


- Winky, o que você faz aqui? Você deveria estar na barraca. – disse ele.


- Eu não sei. – disse a elfa.


- Não posso mais confiar em você. Isso significa roupas. – disse Crouch sem emoção.


Hermione ficou indignada com isso.


- Se me permite. – Disse Tiago. – Poderíamos fazer o ritual de troca de dono. Assim, seus segredos serão mantidos e nada sobre sua vida poderá ser revelado.


O chefe do setor de Coordenação Internacional pensou um pouco e viu que essa seria uma boa solução e sua imagem manchada pelo elfo seria limpa.


- Certo. Me encontre na minha casa à noite. – disse ele saindo.


Tiago pegou a filha no colo e desfez a ligação entre Harry e Gina.


- Vamos para Toca. Lá será mais calmo. – disse para Lilian.


Arthur conseguiu uma chave de portal emergencial para levar todos para casa.


Molly estava quase enlouquecendo quando eles chegaram. Beijou o marido e abraçou a todos, principalmente os gêmeos, com os quais ela tinha brigado antes de irem. Antes de exigir explicações.


- Os Comensais acharam que seria uma boa fazer uma festinha comemorativa. Mas como covardes sumiram quando chegamos. – disse Tiago, ele esperaria ela se acalmar um pouco antes de falar o que aconteceu na floresta. – Mas acho que todos estão com fome.

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