Sem varinha.



Capítulo 24 – Sem varinha.


 


Harry estava em mais um treino de quadribol. No fim de semana seria o jogo contra a Lufa-Lufa. Ele se distraiu um pouco olhando para a arquibancada. Não costumava ter muitos torcedores durante a semana, mas hoje tinha duas pessoas ali os vendo treinar, era Gina e Luna.


- Harry, volta sua atenção para o pomo. – Gritou com ele Olívio. – Depois você conversa com elas.


- Certo. – respondeu ele procurando o pequeno ponto dourado.


Depois de meia hora, o capitão dá por encerrado o treino e o apanhador pousa na arquibancada ao lado da ruiva.


- Não esperava ver vocês aqui hoje. – disse Harry. – Mas onde está a Luna, eu a vi aqui com você?


-Ela disse que precisava ir ao banheiro, mas que não demorava para voltar. Ele disse que usaria o vestiário da Corvinal. Olha ela ali.


- Ei Luna, o que você achou do treino?


- Foi muito bom. – disse ela distraída. – Eu nunca conseguiria ver o pomo. Você é muito bom.


- Obrigado – disse Harry.


- Eu também acho. Um dia ainda jogarei com você. – disse Gina para o menino.


-Esperarei ansioso por isso. Mas agora eu tenho que ir, preciso falar com o Olívio. Ele está chamando. – disse o moreno ao ver o capitão o chamando.


- Que aconteceu? – perguntou o apanhador ao entrar no vestiário.


- Alguém arrombou seu armário. – disse Wood. – reviram tudo.


Harry olhou para todo o seu material espalhado pelo chão do vestiário. Ele não sentiu falta de nada seu, mas não encontrou o diário de Riddle.


- Deve ter sido alguém da Sonserina. – disse Fred.


- Temos que nós vingar. – disse George.


- Não levaram nada. Mas acho que devemos falar com a McGonagall. – disse Harry.


 


-Letícia, minha filha, acorda. Você vai se atrasar para o jogo do seu irmão. – disse Lilian para sua filha.


- Mãe. Meu sonho tava tão bom. – disse a menina abraçando a mãe feliz.


- Você pode me contar?


- Eu tava grande. Vestida de branco entrando numa igreja com o papai. Você estava no altar ao lado do Harry e da Gina. Tinha um homem muito bonito no meio do altar. Ele tinha os cabelos castanhos, e olhos castanhos esverdeados como os do vovô. Ele sorriu para mim. Acho que era meu casamento. – disse a ruivinha.


- Que maravilha minha rainha. Eu estarei muito feliz neste dia. – disse Lilian.


- Não conta para o papai, ele é muito ciumento e pode machucar ele. – disse a menina.


- Pode deixar. E quando você começar a namorar eu te ajudo e evito que seu pai machuque ele.


-Eu te amo, mamãe. – disse a menina dando um beijo nela e pulando do colo para se arrumar, ela ia ver o irmão agora.


- Eu também te amo.


 


- Voltei a escutar vozes ontem à noite, quando voltava da sala do meu pai.  – disse Harry quando se dirigia para o campo de quadribol, para o jogo. – Ainda não entendo com somente eu escuto.


- Acho que eu sei. – disse Hermione. – Mas preciso pesquisar.


- Lá vai ela para a biblioteca. – disse Rony. – Será que algum dia ela vai nos contar o que pensa antes de sair correndo para seus preciosos livros?


Porém a morena não foi muito longe. Assim que se virou ela bateu em alguém que ela não esperava estar atrás deles.


- Sr. Potter. - disse ela. – Me desculpe, não vi você por ai.


- Mione, você pode me chamar de Tiago, não precisa me chamar de Tio como o Rony, afinal já peguei vocês três em várias situações bem estranhas e já te livrei de muitas. – disse o auror com um sorriso. – Mas você não quer perder o jogo, procurando em um montão de livros algo que você pode encontrar facilmente no meu escritório. Eu posso até te ajudar, mas amanhã.


- Tudo bem. – disse ela.


- Acho melhor você ir. Senão não vai encontrar um lugar bom para ver o jogo. – disse o moreno.


Hermione voltou correndo para o lado dos amigos, que agora contava com Gina.


- Srta. Clearwater. Você poderia me acompanhar, preciso de sua ajuda em um trem. – disse Tiago, se virando para a monitora da Corvinal.


 


- Nós somos melhores, mais rápidos e mais espertos. Vamos ganhar. – disse Olívio.


- Sem contar que estão com medo de voar perto da gente, para não serem petrificados pelo Harry. – disse um dos gêmeos.


- Isso também. – disse o capitão. – Mesmo isso sendo uma idiotice.


 


A festa no salão comunal estava aminada como sempre, com a comida e as bebidas que os Gêmeos trouxeram.


Letícia, apesar de estar no colo do pai, parecia estar meio incomodada.


Em um pulo a pequena menina saiu do colo do pai, que ficou apenas olhando com um leve sorriso no rosto.


Letícia usou de todo o seu treinamento com o seu pai para andar sem ser percebida, e se aproximou de Gina.


- Oi, Gi. – disse a menina com a maior cara de inocente, que não enganou a menina, que viveu a vida toda com os gêmeos.


- Oi, Let. Gostou do jogo? – perguntou Gina ignorando completamente os amigos com quem ela conversava antes.


- Claro, o Harry ganhou. – disse a menina empolgada. – Me faz um favor?


- Sim, claro. – disse a grifinória entusiasmada de estar conversando com a irmã do amigo como uma amiga.


- Vem aqui. – disse ela puxando Gina, que só teve tempo de acenar para os amigos.


Elas pararam ao lado de Harry.


- Fica aqui. – disse a ruivinha.


Harry não entendeu nada, mas colocou a amiga na conversa que estava tendo com Rony e Mione, a puxando pela cintura para ficar perto dele. Olhando em volta percebeu que as meninas do terceiro ano que estavam olhando para ele, antes pareciam estar olhando de forma intensa para ele. Agora olhavam bravas para a Gina, ou para Letícia.


A menina tinha voltado mais feliz para junto dos pais, indo agora para o colo da mãe.


 


- Hoje nós vamos tentar magia sem varinha. – disse Tiago. – Não espero que vocês saiam daqui fazendo magia assim. Não é esse o objetivo hoje. É somente para vocês sentirem como é essa magia e como ela age sobre vocês.


Gina absorvia todas as palavras dele, Harry tentava entender o que ele dizia, Lilian estava ansiosa, era o começo de seus planos de provar para ela mesma que era uma maga. Já Letícia queria logo partir para a parte divertida da aula.


- Pegarei as varinhas de vocês. – disse ele movendo a mão e pegando as varinhas deles. – assim ninguém fica tentado a me trapacear. E poderem ter absoluta certeza que vocês mesmo foram quem realizaram os feitiços. Será apenas um feitiço fácil, levitação.


Tiago continuou com a explicação sobre como fazer magia sem varinhas e o que deveriam fazer.


Depois pediu para que eles tentassem levitar uma caixa que ele conjurou para cada um. A primeira a conseguir mover o objeto foi Letícia, que ficou extremamente feliz de poder ser igual ao pai. Harry relaxou um pouco e também conseguiu. E os dois irmãos ficaram brincando de bater a caixa contra a caixa do outro.


Lilian e Gina conseguiram levitar a caixa ao mesmo tempo. Conseguiram sustentar a caixa no ar por alguns segundos, e depois as caixas caíram. Elas arfaram com o esforço.


A ruiva mais velha ficou feliz com o resultado, ela sabia que para ela era mais difícil que para os dois meninos, porém Gina estava frustrada, ela mal conseguia levantar a caixa e os dois meninos estavam brincando com as suas.


- Minha princesa não fique com essa cara. – disse o inominável para Gina. – você só esta vendo o fato de que você não conseguiu segurar a caixa no ar, mas você conseguiu tirar ela do chão. O que por si só já é um fato extraordinário. Nenhum dos seus irmãos conseguiu isso.


- Mas eles ficaram brincando com a caixa. – disse ela emburrada.


- Gina, você tem que entender que as pessoas têm níveis diferentes de poder. O fato de que o Harry pode fazer magia se deve a seus pais, que eram poderosos bruxos que combinados, mais os poderes recebidos de Voldemort, o fizeram um mago de primeira. Já a Let, é minha filha com a Lilian, geralmente filhos de dois magos são magos. Os dois cresceram me vendo fazer esse tipo de magia, logo não acham que ela é natural. – disse Tiago sentado no chão olhando diretamente para os olhos dela. – Você, assim como a Lilian, cresceu em um ambiente em que sempre foi necessária uma varinha para realizar magia. Mesmo sabendo que essa magia existe e difícil acreditar que somos capazes disso, eu demorei um ano para controlar e fazer o que você fez, mas fiz isso sozinho. Você tem ajuda, e olha o que você fez. Igualou a Lilian. Fez o mesmo que ela.


- Fiz? Eu fiz. – disse ela mais feliz.


-Vocês estão muito cansadas, iremos parar por hoje, é só pra vocês se acostumarem com essa magia e ela ficará mais fácil que a outra.


- Certo. Obrigada por isso Tio. – disse ela dando um beijo no Tiago e depois na Lilian.


- Ei, e o meu? – perguntou Letícia com biquinho, no que foi atendida pela ruiva.


- Harry leve-a para torre, tenho que levar a sua mãe e a Let para casa.


 


Harry estava sentado no jantar, fazia dois dias que ele tinha ajudado a Grifinória a ganhar o torneio de quadribol e deixando a casa na liderança da Copa das Casas. Todos olhavam para ele de forma intensa. Alguns o admirando, outros o odiando. Uma pessoa o olhava de forma mais intensa. Era a apanhadora da Corvinal, Cho Chang.


Tal olhar fez Gina se levantar e sair da mesa com Luna. E deixou Harry constrangido, ele olhou para mesa dos professores para buscar apoio dos pais, mas não encontrou nenhum dos dois na mesa. Ai se lembrou que eles tinham uma reunião no ministério, parecia que Fudge estava precisando dele para outros projetos alem de Hogwarts. Estava com ele, sua mãe, que provavelmente assumiria mais algumas funções no colégio, Tonks, que teria seu aprendizado alterado e assumiria as aulas do Aluado, quando este estivesse impossibilitado. E é claro Dumbledore.


- Mi. O que foi mesmo que descobriu antes do jogo contra a Lufa-Lufa? – perguntou o moreno se levantando sendo seguido pelos amigos.


- Ah! – exclamou a menina. – Parece que o monstro da Câmara Secreta é um basilisco.


Ela buscou na mochila as informações que tinha conseguido com o pai do amigo.


- Só não entendo como uma criatura deste tamanho pode andar pelo castelo e ninguém o vê. – disse Rony.


- Ora, Rony se o Harry sempre o escuta a voz por trás da parede. Ele anda pelos canos. Eu só não entendo como não houve outros ataques neste tempo todo.


- Meu pai evitou. – disse Harry sem pensar, mas parou de dizer quando percebeu o que falara e que provavelmente seu pai tinha passado por isso.


- Nem vou perguntar como. – disse Rony.


- Mas eu estive pensando, uma aluna foi morta há cinqüenta anos. E se ela não saiu do castelo, está assombrando o local de sua morte.


- Você não está sugerindo que seja Murta. – disse Mione.


- Sim, provavelmente a entrada para a Câmara Secreta é no banheiro da Murta. – disse o moreno.


- Temos que contar isso para alguém. – disse Rony.


- Não acho que de tempo de falar com o meu pai, devemos ir procurar algum professor e avisar.


Os três correram para a sala dos professores para contar para alguém. Infelizmente não havia ninguém.


De repente uma voz ecoou pelo castelo. Era Minerva McGonagall que assumia a diretoria quando o diretor não estava.


- TODOS OS ALUNOS DEVEM SE DIRIGIR PARA SUAS SALAS COMUNAIS. PROFESSORES, FAVOR SE REUNIREM NA SALA DOS PROFESSORES.


- Temos que nos esconder. – disse rapidamente Rony e os três entraram rapidamente em um armário.


Aos poucos foram chegando os professores. E por último a vice-diretora.


- O que aconteceu, Minerva? – perguntou Sprout.


- Mais um ataque, e mais um recado. “OS CORPOS DELAS JAZERAM ETERNAMENTE NAS PROFUNDEZAS DA CÂMARA”.


- Quem? – perguntou Flitwich.


- Luna Lovegood e Gina Weasley. – disse Minerva.


 


 

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