Decisões



Cap. 3 - Decisões

Ele podia estar mais magro e com as vestes um pouco sujas, assim como a mãe, que estava ao seu lado, mas não havia como negar, era ele. Malfoy estava ali, o jovem comensal que tinha como missão matar Dumbledore.
- O que faz aqui? – Harry perguntou, friamente.
- Ei, quem é você? Não lembro de ter te visto com a rolha-de-poço e nem com ninguém da sua laia – disse tio Valter.
- A srª. Weasley não é rolha-de-poço e ele não é meu amigo – respondeu Harry, e repetiu – o que faz aqui?
Antes que Malfoy pudesse responder sua mãe falou:
- Precisamos de ajuda.
Diante do olhar suplicante da mulher, Harry não teve como negar. Disse:
- Vamos para a sala, daí me conte o que aconteceu.
- Espere aí, minha família não aceita isso. Vocês vão sair e...
Harry parou de ouvir, se lembrou do sonho, Malfoy havia fugido, Voldemort poderia pega-lo e, além de torturar, mata-los. Com certeza precisavam de ajuda. Mas e se seu inimigo tivesse apenas implantado a imagem na sua mente, como fizera quando Sirius morreu? Alguma coisa dizia a Harry que não, eles não estavam mentindo.
- Vamos - falou, ignorando os olhares dos Dursleys.
- Preferíamos que ninguém ouvisse – falou Narcisa, ela estava muito nervosa, estava tremendo.
- Eles não iriam contar nada, mas já que preferem, basta apontar a varinha para eles e dizer: Abaffiato, eles não conseguirão nos ouvir, por enquanto. Como ainda sou menor de idade, não posso fazer isso – não sabia o porquê, mas sentia que podia confiar neles.
Narcisa fez isso, depois os três se sentaram, e deu pra ouvir tio Valter reclamando, no hall:
- Estou com um zumbido no ouvido, aposto que é coisa deles.
- Então... – começou Harry, sem dar atenção ao tio – vocês queriam...
- Potter – disse Narcisa -, como já disse, precisamos de ajuda. Depois que Draco e Snape deixaram Hogwarts, o Lorde das Trevas os castigou, por não matar Dumbledore, tivemos que ficar trancados em casa, pois ele mandou fazermos isto, ficamos com medo que nos matasse. Os dias se passaram, sem que houvesse mudanças, até que, ontem, Severo foi até minha casa, me mandou praticar oclumência, talvez para impedir que o lorde soubesse dessa conversa, ele disse que o Lorde havia mandado retirar Lúcio de Azkaban, não sei o que aconteceu com ele – ela estava com os olhos marejados, Draco não ficava atrás, as lágrimas já rolavam pelo rosto de ambos – disse para virmos para cá, disse que você nos ajudaria, que poderíamos nos esconder na Ordem da Fênix e... – a partir daí, a mulher não conseguiu continuar, chorava muito, Harry, realmente, ficou com pena dos Malfoy.
- Minha mãe disse que Snape contou que você presenciou a morte de Dumbledore, isso quer dizer que era sua a outra vassoura que estava na torre? – Malfoy finalmente falou. Harry apenas confirmou com a cabeça – então se lembra de quando Dumbledore ofereceu ajuda para nos esconder?
- Claro e, mesmo sabendo que Rony me daria um soco se ouvisse, acredito em vocês. Tiveram sorte, Voldemort ia matá-los. Quanto ao seu pai, não se preocupe, ele foi torturado um pouco, mas não foi morto, está em Azkaban novamente.
Malfoy o olhou surpreso, inclusive sua mãe, então esta engoliu o choro e falou:
- Vai nos ajudar?
Harry pensou, Snape não era confiável, mas se fosse uma armadilha, por que Volde-
mort não saberia? Além disso, Snape gostava de Malfoy, e havia feito um Voto Perpé-
tuo e se o voto fosse para ajudar Malfoy? Ele já não havia ajudado matando o diretor, já que draco não queria e não conseguia?
- Está bem, mas temos um problema. Não sou o fiel do segredo, não posso revelar onde é a sede da Ordem.
- Snape nos deu este papel, disse que Dumbledore havia escrito, mas disse que só podíamos ler quando fossemos para lá – explicou Narcisa. Isso foi definitivo, por que Snape entregaria o endereço para Narcisa e não para Voldemort?
- Podemos ir pra lá agora, vocês não trouxeram malas?
- Trouxemos, só deixamos pequenas, estão no meu bolso.
- O. K., vai ser melhor voarmos até lá, trouxe vassoura?
- Está na mala – respondeu Malfoy.
- Vou pegar a minha, se preparem. Ah! Acho que agora já pra tirar o feitiço dos Dursleys.
Narcisa concordou, murmurou “finite” e logo o feitiço foi desfeito. Harry subiu e um minuto depois voltou. Olhou para os tios e falou:
- Vou sair, volto daqui a algumas horas, NÃO tranquem a porta ou escreverei para alguém.
Harry não gostava de ameaçar, mas se não fizesse, teria que dormir na rua.
- Acho que agora já podem ler o pergaminho – disse, se dirigindo aos Malfoy.
Draco estava com ele, leu e passou para a mãe, Harry percebeu o que estava escrito:

“A sede da Ordem da Fênix encontra-se no largo Grimmauld, número doze, Londres”

- Largo Grimmauld? Não é lá que...?
- Fica a casa dos Black? Sim. Podemos ir?
Confirmaram com um aceno de cabeça, saíram para o jardim que ficava atrás da casa dos Dursley, estes só ficaram observando, os três subiram nas vassouras (Narcisa foi com Malfoy), deram impulso no chão e, dentro de segundos, estavam sobrevoando a cidade. Os Malfoy seguindo Harry.
Voaram durante uma hora, até chegar ao largo Grimmauld, desmontaram das vas- souras então Harry falou:
- Destruam o pergaminho, mas pensem no que leram.
Assim fizeram e levaram um susto, Harry entendeu o porquê, uma casa havia se materializado, mais precisamente o número 12, a sede da Ordem da Fênix.

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