O Falanstério



CAPÍTULO UM
- O Falanstério -




A Intensa força dos raios do sol sobrevoava sobre as modestíssimas casas, daquele pequeno lugar, que acima de tudo, era simples, porém, intensamente misterioso.

Era uma pequena vila, que tinha como principal característica: a modicidade, e que também demonstrara aspectos da zona oeste dos Estados Unidos, só aspectos, pois não era possível identificar em que região aquilo ficava, nem mesmo sabia-se, se era uma região que fora localizada no mapa.

Era, porém de intenso mistério. Tanto é que os prazeres principais do povo, não eram Quadribol, vôos, e outras coisas que são ótimas de serem praticadas. Eles gostavam mesmo, era de ir para um bar, e então beber até não agüentarem mais com os pés no chão.

A vila era quadriculada, obviamente através de quatro ruas de areia alaranjada, que mais parece à areia de um enorme deserto, rodeado por pessoas de diversos instintos raciais e políticos.

Ao meio das ruas, havia um gramado calvo, que era tão queimado, por isto, amarelado. Sendo assim pela intensa força dos raios de sol que rondavam a vila.

Havia fixado no gramado calvo e queimado, brinquedos de pracinha, tais que normalmente são utilizadas por criancinhas birrentas trouxas para se divertir no dia – a – dia.

O costume, que se seguia naquela vila, era na primeira hora da manhã a mesma coisa:

Os homens, todo santo dia, a primeira coisa que faziam, era dirigir-se a o bar mais próximo, para conversar com velhos amigos, bebendo um saboroso copo de chope.

Já as mulheres, têm o costume de serem tratadas como escravas indiretamente, elas passavam a manhã trabalhando em casa, fazendo o café da manhã, e cuidando das crianças, como se fossem mal tratadas, porém, por já ser um costume, as mulheres calavam-se baixavam a cabeça e trabalhavam sem reclamar de nada.

Numa casa, uma das mais modestas da vila, porém, uma das mais cuidadas, havia uma mulher estruturando um café da manhã, onde continha pães de diversas cores, uns mais queimados, e outros um tanto esbranquiçados.

Um homem apareceu do nada na cozinha da casa, tal cozinha, onde a mulher estava preparando o café da manhã. A mulher tirara a chaleira do fogão à lenha que chiava como se fosse uma bufada de dragão por cima dela. O homem chegou por trás dela (depois que tal já havia soltado a chaleira na mesa), e a tacou beijo inquietante.

Depois de um breve e delicioso beijo na boca, que teve uma duração de mais ou menos, uns cinqüenta segundos o homem deu uma risadinha:

- O café já está pronto, querida? – perguntou.

- Ah, sim – disse ela, e voltou-se para rua destinando o olhar pela janela, chegando junto a ela na pracinha, que se colocava ao meio das quatro ruas da vila – Crianças, o café já está pronto, venham comer, agora! – foi um berro tão grande que quando as crianças ouviram envergaram a cara à vista dos amiguinhos.

As crianças correram até a casa, e entraram pela porta de madeira velha e podre. Sentaram-se à mesa juntamente com o homem e a mulher.

A mulher era mulata, e tinha uns cabelos castanhos que realçava o mesmo estilo de uma índia, ela era extremamente bonita, e também tinha olhos azuis como o mar.

O homem era gordo, porém não obeso, para se dizer que pode morrer por ter uma grande quantidade de gordura no sangue. Ele era pálido, sendo assim, extremante branco. Chegava a ser quase albino, e se não é. Tinha uns cabelos ruivos e muito bonitos, porém, crespos e quase calvos.

As crianças tinham uma cara de inocentes, e tinham uma pele (falando não preconceituosamente) que parecia um carvão, porém, tinham umas carinhas tão mimosas quanto à da mãe.

Eles apreciaram atenciosamente o café da manhã que parecia reluzir uma fumaçinha que já demonstrara à vista o seu gosto saboroso. E comerão alguns pães com geléia. Até que de relance, ouviram o suave barulho de uma carta raspando no chão e passando por debaixo da porta de madeira podre.

O homem levantou-se, e foi até a porta de madeira. Abaixou-se para pegar a carta, e sentiu o vasto sol forte reluzir em seus olhos da fonte que vinha pela janela. Este se voltou para mesa, e sentou novamente à mesa com a sua família. Abriu o envelope e retirou a carta que estava por dentro deste. Leu para si mesmo:


Não acredite nela, naquela gostosa, naquela deliciosa. Não acredite seu idiota!
A sua mulher ela é uma grande vigarista ainda não viu pelos seus enfeites, ainda não percebeu. Esses que você chama de filhos, não são seus, são meus, idiota!
Você devia cuidar melhor da sua vida pessoal, ao invés de ficar indo para o barzinho com seus amigos, idiota. Enquanto eu escrevo esta carta, rio tanto que você não pode imaginar. Ah, idiota. Tem que ser muito burro para não perceber que ela é uma safada, e tem que ser idiota para não ver o quanto ela te trai, você não sabia que quando você viaja para a cidade para fazer entregas ela vai para o bar e fica rodando pelos homens. Você é um grande idiota mesmo. Os seus dois filhos são meus e não seus, acho que precisa podar melhor a sua vida com sua mulher, idiota!

Um abraço, do cara que fez um filho, em sua mulher safada!



O homem levantou-se, e dirigiu-se ao quarto do casal:

- Andy, venha aqui, por favor – chamou-a ele, para falar com ela no quarto para as crianças não ficarem sabendo do que ele acabara de descobrir.

A mulher chegou ao quarto. Foi como se de repente uma pedra a acertasse bem no meio do rosto, mas logo percebeu que a agressão que sofrera fora feita por uma mão, pois ao cair no chão e olhar-se no espelho indiretamente, viu a marca dos dedos em sua face.

- Acalme-se Martin, o que houve, pare de me bater – berrou Andy de olhos fechados, com medo que o marido já se voltasse para acertá-la de novo. Pois foi o que fez, o homem acertara a mulher novamente com a mão fechada, ou seja, dera um soco no rosto dela. – Martin, por favor, explique-me por que está fazendo isso. – ela continuava de olhos fechados com medo de mais uma agressão de Martin.

-Não se faça de sonsa, Andy – bradou ele, olhando diretamente a mulher que desviou o olhar, percebendo por qual motivo o homem a agredira tão diretamente. – Não desvie o meu olhar, sua vagabunda, sabe muito bem por que eu perdi a cabeça contigo.

- Acalme-se, por favor, me desculpe, mas não sei do que se trata sua raiva – a mulher gaguejou para ele, mas se via que sua voz era vagarosamente falsa. – Não entendo sua raiva, Martin, acalme-se! – continuou a balbuciar a mulher. E foi como se caísse uma morro em seu crânio, pois a pesada e gorda mão do homem, a atingiu com um soco na face novamente. Mas depois de ouvir as últimas palavras da mulher o homem endireitou-se, e saiu pela cortina do quarto, e seguiu para a cozinha.

A mulher não mexeu um músculo do corpo depois que o homem saiu. Apenas ficou ouvindo o grave som de prateleiras a se abrirem rapidamente, e logo após se fecharem fortemente.

Martin então se voltou a abrir a cortina que dava entrada ao pequeno quarto onde Andy estava. Ele encontrava-se descabelado, e parecia ter ficado louco completamente. E permanecia com uma faca de mesa na mão e a engatilhava com o dedão direito, obviamente segurando esta com a mão direita.

- Não faça isso, Martin – arfou Andy incompreensivelmente para Martin. – Pare, pare agora com esta faca, Martin – continuou envergando o rosto mulato que tinha! – Não perca a cabeça, pare!

A mulher não se mexeu mais, e olhava fixamente o além, depois do homem cravar a faca de mesa no peito, apenas urrou de dor, pela faca que cravara diretamente em seu intestino.

- Desgraçado... – falou com dificuldade ela. – Desgraçado – cacarejava continuativamente.
Em poucos segundos a mulher foi fechando os grandes olhos azuis, e fazendo um gesto de extrema dor, sentindo o seu intestino delgado partir-se ao meio.

O povo da vila escutou o grande urro de dor que a mulher expressara naquele momento, mas não dera mais interesse ao que poderia estar acontecendo dentro da casa modesta.

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