Capitulo XII



-- Dorothy espero que cuide bem de nossa hospede, agora mesmo ela deve precisar de toalhas para um bom banho quente e algo para comer, e fique atenta a qualquer ruído vindo dela, não sei o que essa menina é capaz de fazer. Dizia Snape a sua elfa- doméstica.

-- Sim Sr Dreyer, pode deixar que cuidarei de tudo Senhor. Com licença. Disse a elfa logo depois sumindo com um “plop”.

Hermione ouviu passos se aproximando, provavelmente Snape indo em direção aos seus aposentos, mas como não poderia ter certeza achou melhor afastar-se da porta, ele iria incomodá-la muito se a visse escutando conversas atrás de portas. Só então foi que a garota olhou o quarto em que estava: o quarto era pintado de branco, onde quadros adornavam as paredes, a cama de casal possuía um lindo dossel onde cortinas verde musgo caiam até o chão formando um lindo efeito, os lençóis eram brancos com detalhes prateados os travesseiros eram verdes assim como as cortinas, não tinha janelas apenas uma porta enorme que era caminho até uma grande sacada da onde podia avistar um longo campo de trigo dourado, e algumas casas mais simples nas encostas das montanhas que os rodeavam, a lua lançava sobre ela sua beleza prateada, ficara ali fora um bom tempo observando tudo ao seu redor, nem se dera conta da pequena criatura a seu lado segurando toalhas tão brancas que faziam a camisola que ela já vestia parecer bege.

-- Srta Granger vim lhe trazer toalhas para seu banho e também lhe trouxe um lanche que esta sobre sua cama, e desculpe por assustá-la Srta. Disse Dorothy em resposta ao grito que a garota soltara ao ouvir sua voz.

-- Ah sim obrigada Dorothy, mas não precisava se incomodar eu poderia conjurar as toalhas...

-- Não, não poderia Srta, meu amo bloqueia todas as formas de magia aqui Srta, ou seja, nada nem ninguém, exceto eu e meu amo, podem fazer qualquer coisa aqui que não seja manualmente. Explicou-lhe Dorothy.

-- Sei, mas isso foi sempre assim? Perguntou Hermione olhando inquiridora para a elfa.

-- Desculpe Srta, mas não posso dar detalhes da rotina desta casa. E com isso desapareceu em um “plop”.

-- Claro que não é sempre assim, ele deve pensar que vou fazer o que hein? Colocar fogo na casa? Tentar fugir? Gritava Hermione olhando feio para a porta.

Depois de um bom banho relaxante de banheira, Hermione comeu seu sanduíche com suco de laranja que a elfa deixara ali há algum tempo, enquanto olhava pela porta, agora fechada, da sacada, a lua cheia. Depois de lanchar deixou na escrivaninha ao lado da cama a bandeja e deitou-se em meio aquelas cobertas tão macias e colchão aconchegantes, sabia que não demoraria a pegar no sono, pois estava cansada.

-- Dorothy como esta a menina? Questionou Snape, pois ouvira os gritos da garota sobre colocar fogo na casa ou tentar fugi.

-- Ficou irritada ao saber que não podera fazer magia meu Amo, mas já esta alimentada e muito bem aconchegada na cama meu Senhor.

-- Obrigada Dorothy, e esteja atenta não sei do que essa menina é capaz, ela não ficou muito feliz de ter de passar a noite aqui, talvez queira cometer alguma loucura para se vingar, agora pode ir. Assim que ouviu o “plop” da elfa sumindo dali, Snape fora tomar seu banho para depois dormir.

Hermione estava tendo um pesadelo em que corria para Casa dos Gritos e encontrava Snape deitado em uma cama, havia muito sangue ao seu redor e ele a estuporara e assim ela saiu correndo e fora presa por alguns homens, possíveis Comensais que a raptaram e ela começara a gritar muito na esperança de que alguém ouvisse seus pedidos de socorro.

No quarto no fim do corredor, Snape acordara assustado pois sonhara que Hermione gritava pedindo socorro, foi quando a menina gritou seu nome que ele se deu conta deque não fora sonho, a garota realmente estava gritando por sua ajuda. Levantou da cama agarrando a varinha que descansava sobre o criado-mudo e saiu correndo para o quarto de hospedes, ao abrir a porta estava preparado para enfrentar qualquer um que ousava machucar sua menina, mas não viu ninguém apenas Hermione toda enrolada nos lençóis, suando muito e ainda gritando por ajuda.

Snape se ajoelhou ao lado pegando as mãos de Hermione:

-- Acorde querida, eu estou aqui ninguém lhe fará mal, vamos acorde. Pedia com delicadeza ainda segurando com firmeza as mãos da menina.
-- Severo é você? Questionou Hermione acordando de seu pesadelo.

-- Sim Hermione sou eu. Respondeu Snape registrando o uso de seu primeiro nome.

-- Eu tive um pesadelo, mas parecia muito real. Choramingou a garota puxando Snape para que sentasse a seu lado na cama.

-- Agora já passou minha querida eu estou aqui e nada nem ninguém vai perturbá-la. Assegurava para a garota que, agora, estava abraçada nele como uma criança frágil.

-- Você jura que não vai deixar eles me pegarem de novo? Perguntou Hermione começando a chorar.

Snape a fez olhá-lo nos olhos e disse enquanto limpava as lagrimas da garota:

-- Mione você pode ter absoluta certeza que não deixarei que eles a peguem de novo, assim como não deixarei nada de ruim acontecer a você nunca mais.

-- É você mesmo Snape? Aquele homem que sempre me menosprezou, me humilhou e magoou, esta aqui dizendo que vai cuidar para que ninguém me machuque? Questionou Hermione olhando dentro daqueles olhos na procura de conforto.

-- Eu já lhe expliquei os motivos de tratá-la daquela forma desumana, esperava que você tivesse entendido. Respondeu Snape desviando o olhar da garota, sentindo-se triste e decepcionado.

-- Sim Snape...

-- Por favor me chame de Severo. Interrompeu Snape.

-- Como quiser. Severo eu entendi todos os motivos que levaram você a me tratar daquela forma, apenas perguntei se é você mesmo, porque se você não fosse ao menos um pouco frio, ignorante e injusto você jamais faria aquele papel tão bem, ou seja, você era ao menos simpatizante daquele jeito de ser ou não teria levado jeito para a coisa. Sentenciou a garota olhando com compreensão para Snape.

-- Acho que você imagina que eu sempre fui aquele homem frio, ignorante e injusto não é minha menina? Mas ousa Hermione, aquele homem ruim que você conheceu é meu passado ele era apenas uma mascara para que eu pudesse trabalhar como espião, concordo que talvez eu tivesse em minha personalidade todos esses defeitos, mas quem não os tem?

-- Bom quando vamos até a escola Severo? Questionou Hermione se desvencilhando do abraço do homem e olhando pela porta da sacada que já era de manhã.

-- Assim que tomarmos café da manhã Hermione. Snape respondeu ficando em pé e saindo em direção a porta para que a garota pudesse se trocar.

Os dois estavam felizes com o tratamento intimo que estavam tendo, afinal não era comum que pessoas sem intimidade se chamassem pelo primeiro nome.
Dorothy já tinha deixado o café da manhã pronto para os dois sobre uma linda mesa da cozinha.

-- Hermione você já estava pronta? Perguntou Snape parando a porta do quarto em que a garota passara a noite.

-- Espere só um minuto, tenho que dar um jeito nesse cabelo rebelde. Riu-se Hermione, sem entender o motivo da alegria que sentia.

-- Um minuto não é querida? Riu-se Snape escorando-se ao lado da porta para esperar mais que o “minuto” que ela lhe dissera. Também não entendia o que o deixava tão feliz.

“Meu Deus ele esta sendo um cavalheiro, um homem de verdade, não esta me tratando com arrogância, pelo contrário, esta me tratando como uma mulher, quase como se fossemos um casal”. Pensava a garota enquanto, realmente, tentava dar um jeito em seu cabelo.

“A Hermione esta me aceitando mais fácil do que imaginei, espero que não seja teatro da parte dela, apenas para conseguir a poção, tomara que ela tenha notado a minha verdadeira face”. Pensava Snape ainda escorado ao lado da porta.

-- Pronto querido, vamos tomar café. Brincou Hermione, chamando o homem como tanto ele a chamava.

-- Sim minha querida vamos. Disse Snape oferecendo o braço para ela, pois tinham de descer uma pequena escada até a cozinha.

Tomaram café conversando sobre Poções, e outros assuntos sem muita importância, quem os visse assim diria que formavam um belo casal.
Hermione estava tratando Snape como se fossem velhos amigos, pois queria dar uma oportunidade ao homem de mostrar quem verdadeiramente ele era, mas também porque decidira tomar suas decisões somente depois de reaver suas verdadeiras lembranças.
Snape tratava Hermione com muito carinho e cavalheirismo, mostrando assim quem ele realmente era, esperando que com isso, mesmo depois de ver as lembranças verdadeiras Hermione o aceitasse como mais que um amigo.

-- Vamos então Hermione? Questionou Snape levantando-se e indo de encontro a garota para aparatarem juntos.

-- Claro que sim Severo. Disse ela deixando-se abraçar por ele. E assim aparecer novamente as portas de uma bela escola brasileira.

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