Kristie Doile



Cap 9 – Kristie Doile

Ela vinha em passos leves e agradáveis até Hermione, loira e olhos angelicais, com certeza um esboço irritantemente perfeito. Uma pequena olhada para Harry e ele a olhava como que maravilhado. “Qual é a graça de algo perfeito afinal?” perguntava-se Hermione com a testa franzida. “Ta, ela é bem bonita. Mas só!”
- Hermione! – disse a loira com a voz escandalosa. – Finalmente conheci a melhor amiga de Harry! É sempre Hermione pra cá, Hermione pra lá... sabe, eu nunca tive uma irmã!. – Ela dizia tudo tão rápido e alto que Hermione ficara transtornada, sem achar uma resposta contentou-se em apenas sorrir. Começaram a ir em direção ao carro da loira. – Eu não sei se Harry lhe disse, com certeza sim, mas meu nome é Kristie Doile, estudei com uma amiga de vocês Gabrielle. – ela dizia em seu sotaque forte enquanto dirigia com extrema velocidade.
- Na verdade... – dizia Hermione nervosa em seu acento. – Ela é a irmã de Fleur, eu nunca cheguei a conhecer muito bem Gabrielle. – “Nem a própria Fleur” pensara a castanha com um certo nojo.
- Ah é mesmo, a diferença de idades entre vocês devia mesmo ser absurda. – “ela ta me chamando de velha?” pensou Hermione.
- Cinco anos.
- Ahh é por aqui! – disse Kristie virando loucamente numa esquina. – Sabe Hermione, depois de amanhã é meu casamento, e minha prima quebrou a clavícula e não vai poder ser minha madrinha então...
- Então o que? – perguntou Hermione assustada.
- Eu pensei, você é a melhor amiga do noivo, merece ser a madrinha... ainda falta uma neh.
- Como pode pedir pra uma pessoa que acabou de conhecer pra ser sua madrinha?
- Eu confio em você! E é a sua nova chance de se tornar umas das minhas melhores amigas!– Hermione olhou pra Harry no banco de trás ameaçadoramente que lhe retribuiu com um largo sorriso debochado.
O carro rosa-choque parara de supetão em cima da calçada, Hermione ao contrário de Kristie e Harry saíra do carro ainda um pouco transtornada da corrida.
- Bem eu deixo vocês aqui. – disse Harry.
- O que? Onde você vai? – perguntara Hermione, a idéia de ficar sozinha com aquela loira louca era assustadora.
- Isso é coisa pra mulher. Tchau. – disse dando-lhe um beijo no rosto, que estremecera Hermione completamente. O beijo parecera ter durado um século, quando as pupilas verdes ainda a encararam, lógico... parecia de fato uma despedida, uma terrível despedida, que não devia ocorrer... por Merlin não devia. “Tenho tanta coisa pra te dizer ainda”. Logo tal momento fora interrompido, Harry logo estava sendo sugado por um aspirador de pó pela boca. Hermione assistia com ódio e nojo.
- Bay bay querido. – despediu-se a loira. - Então Hermione, eu mandei fazer esse vestido pra você. – disse Kristie já dentro do apartamento com um vestido azul nas mãos.
- Você não disse que as damas usariam rosa? – disse Hermione aliviada.
- Não você. Você não se sentiria bem se não estivesse diferente. – disse Kristie com ar esperto. Hermione sentira-se tensa e com raiva.
- O que mais ele te contou?
- Que você odeia casamentos, nunca vai a um. – disse alegremente. – que você nunca foi muito romântica. Bem ele me descreveu todo aquele “romance” de vocês...
- É, eu e Harry sempre fomos incompatíveis um para o outro.
- Ele me disse isso também. – Disse ela indiferente enquanto entravam no elevador interno da mansão, Hermione engolira em seco, odiando-a cada vez mais.
- Sabe, um casamento deve ser uma decisão muito bem tomada, quero dizer... você conhece as manias de Harry... – disse Hermione em deboche.
- Ah sim, como conheço... ele é muito orgulho, é viciado por Quadribol, adora debater, ler sobre os meus ombros, e quando toma sopa faz aquele barulho..
- Não mecha nisso! É a marca registrada dele...
- Mas como beija... – disse ela do nado se tornando sonhadora, Hermione engolira em seco.
- Sabe, faz muito tempo... então vou acreditar em você. – disse Hermione sem graça.
- Mas sabe Hermione, com tudo o que ele me disse sobre você, eu percebi que devia tomar uma séria decisão. – Kristie apertara o botão que parara o elevador fazendo com que Hermione começasse a se desesperar. – Harry sempre me viu como uma perfeitinha, como um vaso de porcelana, eu achava que era o ser mais importante da vida dele.
- Você fica nervosa em lugares fechados?
- Mas eu estava enganada, eu não sou a mais importante da vida dele, eu não fiz parte da vida dele...
- Você não fica extremamente nervosa em lugares fechados?
- Sempre haveria alguém assombrando nosso casamento, alguém a quem eu precisasse me igualar... você. – Hermione percebera que ela a encarava se esquecendo por um minuto seu nervosismo.
- O que?
- Você sempre será a mais importante da vida dele, que viveu com ele, como eu poderia me igualar a isso...
- Talvez não seja necessário. – disse Hermione andando de um lado para o outro sentindo as laterais do elevador se fechando em seu redor.
- Ele sempre fala de vocÊ, você é o exemplo de mulher perfeita pra ele.
- Perfeição pode ser irritante...
- É a alma gêmea dele, com quem ele conviveu desde criança... foi então que eu percebi.
- Ahh eu já devia imaginar...
- Você ganha. – Hermione a encarara sem entender.
- Perdi uma parte.
- Ele te coloca num pedestal, e a mim nos braços. – ela dissera docemente, depois de longos segundos se encarando Hermione apertara novamente o botão do elevador saindo de dentro dele com desespero tombando com um garçom que passara em sua frente. – Hermione! Você está bem?
- Sim – disse a castanha se levantando. – Mas eu preciso ir pro meu hotel.

No hotel Hermione se jogara eu sua cama, seus cachos espalhados pela cama e contando até dez mentalmente para se acalmar. A idéia de ter de assistir Harry se casando com aquela loira irritante absorvia todo seu oxigênio. Vendo que a contagem não dera certo optou por levantar e começar a escrever apressada em um pergaminho qualquer, quebrando pelo menos três penas na tentativa.
“Dan! Eu não acredito! Eu não consigo absorver a idéia de o amor da minha vida se casar com aquela vadia! Ela é irritante! Uma patricinha francesa! Parece um pombo Galês! Eu a odeio! Odeio! Me joga na cara a cada cinco minutos o quanto eu perdi Harry, me conta detalhes da vida deles, me descreve-o COMO SE EU NÃO CONVIVESSE COM ELE DESDE OS 11 ANOS! Dan eu não sei o que vou fazer! PELO AMOR DE DEUS MEXE ESSE TRASEIRO E FAÇA ALGUMA COISA!!!!”
Dobrando o pergaminho com agressividade despachou-o junto com uma coruja, enquanto ainda bufava na janela a campainha tocara. “O que foi agora???”. A castanha abrira a porta com agressividade quase tendo um infarto de surpresa.
- Harry?
- Tudo bem? – disse o moreno. – Kristie disse que você veio pro hotel, não tava bem.
- Disse é? – ela respondera sem consegui controlar ainda por completo sua agressividade. Ele levantara uma sobrancelha desconfiado. – Por que está nervosa?
- Nervosa? Eu não estou nervosa. Quem disse que estou nervosa? Eu pareço nervosa? Acho que você já se esqueceu de como eu sou quando nervosa!
- Você começa a tagarelar como agora, fica cutucando os dedos em alguma coisa como está fazendo na porta e dá esse sorrisinho debochado quase escondido. – disse ele descrevendo cada uma de suas ações, Hermione sentira seu coração dando um salto mortal e desviara o olhar ainda tensa. – Bem se eu estou errado, por que ainda não me convidou para entrar?
- Ah eu.. esqueci, entre. – Hermione fora até sua bolsa e acendera um cigarro tentando se conter. – Então... casando né?
- Odeio quando faz isso. – ele disse tirando-lhe o cigarro e apagando num cinzeiro qualquer. – Vai acabar te matando. Então... – ele a encarava. – Por que está tão nervosa?
- Não foi nada.
- Não pode mentir pra mim depois de 12 anos de convivÊncia Hermione. – ele a censurara. Ela bufara.
- É só que... ainda não me acostumei com a idéia, acho.
- É verdade. – ele disse desviando o olhar. – É estranho não é?
- E como.
- O que você achou dela?
- Ela é legal.
- Legal? – ele disse se servindo de Wiski. – Quanto entusiasmo. – Ela rira.
- Não, ela é ótima.
- “Não, ela é ótima” – ele a imitara debochado. Ela rira mais.
- Quero dizer, ela deve te amar muito, pra fazer todo esse sacrifício.
- Sacrifício?
- Largar a faculdade, todos os seus sonhos a família... pra te acompanhar nesse emprego tão...
- Tão...
- Não é um emprego muito bem visto Harry.
- Você nunca se importou com meu emprego antes.
- E continuo não me importando, mas é que eu não sou a Kristie. Quero dizer, ela nunca vai saber o que você faz, não é?
- Se me ama, terá de confiar em mim.
- Amor e confiança nem sempre andam juntos Harry.
- Você pensa que eu não sei? Nossa história é a marca viva disso. – Hermione engolira em seco. – Mas ela parece afim de arriscar, não parece ter medo. – disse ele distraído olhando pela janela. Hermione engolira em seco mirando o nada. Ao perceber o silêncio ele se virara pra ela novamente.
- O que foi?
- Nada... – ela disse tentando sorrir.
- Ahhh, é mesmo, eu esqueci... você não tivera coragem de arriscar, foi medrosa. Você e suas teorias Anti-Amor. – ela engolira em seco, mas tentara disfarçar.
- Bem, as pessoas mudam. – ele a encara descrente. – A parada não é ser romântico ou não romântico... é apenas... senti-se avontade, com as baboseiras românticas. E eu me sinto.
- É mesmo? É por isso que não conseguiu ficar dez minutos com Kristie falando dos preparativos do casamento?
- Foi isso que ela disso que estávamos falando?
- E não era? – Hermione respira pesadamente, sentia seus olhos arderem, não podia deixa-lo ir, não podia...
- Harry... – mas fora interrompida, uma coruja marrom com uma fita rosa no pescoço atravessara a sala e pousara no ombro do moreno. Só de olhar tal fita fez Hermione estremecer de raiva da loira novamente.
- É da Kristie, preciso ir... amanhã vai ter um almoço de família, quero que venha. – e dando um beijo no rosto da amiga, saíra porta afora.
“Nunca pensei que Harry Potter sairia correndo aos chamados de alguém que não fosse o falecido Dumbledore.”
Deitada na cama Hermione tentara pensar no que fazer nos dois dias que se seguiriam... Uma lágrima descera de seus olhos quando a campainha tocara novamente. Levantara sentando surpresa na cama e mirara a porta por um bom tempo sem conseguir imaginar quem seria quando a campainha tocara novamente.
Ela levantara e abrira a porta sem acreditar no que seus olhos viam, ele... com seu sorriso debochado e canalha, seu cabelo bagunçado e seu porte galanteador e superior completado por sua bela altura, achou que nunca mais teria de ver aquele rosto na vida.
- Então desesperada, o que faremos para melhorar essa cara? Douk não pode vir. – ele disse na sua voz animada e arrastada, como se estivesse sendo convocado para uma nova missão.
- Malfoy?

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