Pôr-do-Sol Na Ponte De Londres

Pôr-do-Sol Na Ponte De Londres



Cap 8 – Pôr-do-Sol na Ponte de Londres

O coque castanho estava como uma perfeição em sua nuca, mas mesmo assim uma mecha castanha tentava rebeldemente escapar-lhe até os olhos. Ela batia os dedos delicadamente na mesa, quando ouviu um risinho abafado a sua frente.
- Pare com isso, não tem com o que se preocupar. Venceu o caso. – disse Daniel Douk com seu sorriso meigo e olhar claro confortavelmente castanho. Hermione rira de volta um pouco tímida.
- Eu sei, mas é que... é um defeito meu. – disse rindo distraída. – Enquanto estou batalhando por algo me sinto tão bem, viva. Mas quando consigo...
- Sente como se não houvesse mais nada pra fazer. – completou ele se servindo de um pedaço de rosbife. – Tente relaxar Hermione, você lutou muito, merece isso. Antes você era uma estudante qualquer cheia de sonhos na faculdade de advocacia em Bruxels e agora acaba de por em Azkaban o último comensal que conseguiu sobreviver após os tempos de Voldemort. Veja, até te pagam pra usar o hotel deles. Você é famosa. – Hermione rira.
- Mas quando fico sem nada pra fazer, me dá tempo demais pra... – ela brincara com o bife a sua frente. – lembrar de outras coisas. O que eu vou fazer da vida Dan?
- Merlin Hermione, você tem 23 anos, se dê um tempo. Depois vai parecer outro caso.
- Então é isso? Vou pôr gente em Azkaban pelo resto da vida?
- Vai livrar o mundo mágico e gente inocente destes filhos da puta sim. Afinal, é o que você sempre quis, não é? – Dan continuou encarar a castanha por um tempo ainda.
- É sim... ignore-me Dan, foi só uma crise existencial. – disse ela rindo. – olha isso, até me pagam pra usar o hotel deles! – e o moreno rira com ela.
- Mis. Granger – disse um garçom ao seu lado, atrapalhando a crise de riso dos dois. – acaba de chegar uma coruja para a senhorita, deixou-lhe essa carta.
- Obrigada. – despediu-se Hermione. O pergaminho continha as letras da sua infância. E permitiu-se sorrir antes mesmo de começar a ler.
- De quem é? – perguntou Daniel enquanto a castanha lia baixo.
- Harry, Harry Potter. – respondeu ela guardando a carta, ainda sorrindo.
- O menino que sobreviveu? Não sabia que o conhecia.
- É o meu melhor amigo, desde a infância.
- Hum, fale sobre ele. – ela rira e se servira de um pouco de vinho antes de começar.
- Bem, nos conhecemos aos 11. Eu, ele e Ron Weasley éramos inseparáveis.
- Já ouvi falar desse Weasley também, joga pela Inglaterra, não é? Goleiro.
- É. – respondera a castanha num sorriso triste. – Bem, naquela época as coisas estavam dificies, Voldemort perseguia Harry... você conhece a história. – O moreno fez que sim com a cabeça. – Enfrentamos tudo ao lado de Harry. Éramos mesmo melhores amigos. – Ela fizera uma pausa encarando a taça de vinho.
- O que aconteceu? – perguntou Daniel numa voz preocupada.
- Bem, você sabe. A adolescência chega, a verdade é que eu amava Harry, mais a que a um amigo. Então um dia ele descobriu, e descobriu também que também me amava. Parecia que tudo estava perfeito.
- E não estava?
- Você me conhece. – ele fez que sim novamente, mas desta vez ligeiramente perturbado. – Eu tive medo, medo de me decepcionar, de sofrer... tive medo de toda aquela perfeição.
- Então você disse: Sinto muito Harry, mas não podemos ficar juntos. – disse o moreno rindo nervosamente. – Você e suas teorias anti-amor.
- Eu tentei fazer tudo voltar a ser como era antes, tentar esquecer os últimos dias. Mas não tava dando muito certo.
- Ele ficou furioso. – disse ele se servindo de mais carne, ela o acompanhara.
- É, então no aniversário dele, eu havia decidido contar toda a verdade pra ele. E passar por cima desse medo idiota. – O moreno se assustara.
- Não... Hermione Granger enfrentando o amor e o orgulho próprio?
- Você nunca saberá o que é orgulho enquanto não conhecer Harry Potter, vai por mim. – O moreno rira.
- Então, o que ele disse depois disso?
- Nada, eu nunca cheguei a dizer-lhe. Antes disso ele pedira Gina Weasley, irmã do Ron, em namoro.
- O que? – a castanha comia indiferente.
- É... ele parecia decidido a me esquecer. Depois eu lhe disse o que ia fazer, claro. Mas não foi pedindo para que ele reconsiderasse e sim dizendo que agora sim tudo havia acabado. Tivemos a discussão final e... acabou.
- Merlin... – o moreno parecia abobado.
- Depois disso, voltamos pra Hogwarts. E era como se nada houvesse acontecido. Depois de uma semana ele terminou com Gina, alegando que os perigos não o deixariam livre para se relacionar com ninguém. O que era verdade. Nos envolvemos com outras pessoas, nos apoiamos quanto a isso, nos ouvimos quando havia uma briga ou alguém terminava.
- Não acredito que nunca mais tocaram no assunto. Como puderam ficar indiferentes?
- Não ficamos, nunca ficamos indiferentes. Tudo fora muito real pra ficarmos indiferentes. – ela dizia pensativa. – quando nos olhávamos, era como se uma onda de palavras viesse a tona, mas não sabíamos o que ocorreria se tocássemos no assunto de novo. Era doloroso demais, era muito mais complicado.
- Então voltaram a ser... “amiguinhos”?
- Voltamos a ser o que nunca devíamos ter deixado de ser. Fora pra isso que havíamos nascido para estarmos ao lado um do outro. E foi isso que fizemos. Conversávamos, riamos, estávamos juntos nos momentos mais felizes e mais terríveis. Não tocar no assunto fora a decisão mais inteligente que tomamos. Era necessário. Passamos por tanta coisa depois disso, a guerra... tantas mortes... Harry sofrera tanto, ele precisava de uma amiga, não de problemas amorosos.
- Mas a guerra acabou! – ele disse atônito. – Hellooo! – a castanha rira.
- Nãããoo, passou tempo demais. Os anos em Hogwarts acabaram, Ron não passou em muitos NORMS, mas é um dos goleiros de Quadribol mais famosos do mundo. Harry, lógico... virara auror. Pra falar a verdade é um Inominável. O melhor de todos. Sabe, faz serviços mais secretos. Muitos dos que eu mando pra Azkaban ele captura. Eu virei advogada...
- A melhor! – ela respirara fundo.
- Ainda nos encontramos, sempre... pode cada um estar numa parte do mundo, sempre nos vemos. Marcamos um encontro, e vamos os três viver como antes. Nos momentos tristes e felizes. Melhores Amigos, ainda inseparáveis. Mas ainda da tanta saudade... de quando acordávamos e víamos a cara um do outro. De quando corríamos pelos corredores de Hogwarts tentando desvendar algum mistério. De quando íamos até a cabana do Hagrid em baixo da capa de invisibilidade. De quando a Grifinória ganhava um jogo. Dos passeios a Hogsmead. Até dos rostos deles aos 13 anos, sem o olhar maduro, o rosto largo. Mas sim ainda aquele olhar inocente. Sinto falta de tudo.
- O que diz a carta? – perguntou o moreno atrapalhando o transe da castanha.
- Está vindo pra Londres, quer me ver. Amanhã na ponte de Londres, faz tempo que não o vejo, diz que é urgente. – O moreno parecera pensativo. – O que foi?
- Vai ver que pensa como eu.
- O que?
- A guerra acabou, vocês são adultos. Não precisam mais temer o que sentem. Não precisam mais se acostumar com a amizade de vocês.
- Você acha...?
- Desesperado, pra te ver! – Hermione sentiu seu rosto corar e seu coração bater desesperadamente. Tudo estava gelado, e seu pulmão não continha ar.
- Não... – ela disse descrente. Mas pouco segura. O moreno rira e levantara a própria taça em brinde.
- Coragem!

Ele andava em passos receosos e rápidos, os cabelos negros dançavam entre si ao vento, como os cabelos bagunçados de um menino de 14 anos. Mas seu rosto era firme e maduro. Os olhos verdes destacavam-se entre os demais que passavam. Ainda sentia a falta dos óculos, mas não podia negar que ficava muito melhor assim.
Suas mãos estavam encolhidas dentro dos bolsos da capa negra, e seu rosto corava de leve ao vento gelado. Apesar do ar de inverno, a rua se ocupava de uma luminosidade alaranjada, era um pôr-do-sol exuberante, muitos paravam seu caminho para apreciá-lo, mas Harry só parara quando chegara em seu destino.
Sentia seu coração se apertar enquanto ficava debruçado no muro apreciando agora dolorosamente o pôr-do-sol. Deixava seus olhos verdes agora meio amarelados, esquentava seu coração, mas não ajudava o tempo gelado.
- Eu o vi assim, apreciando o pôr-do-sol naquela tarde após ganhar a taça de quadribol. Todos estavam na Grifinória, mas você preferiu ficar sozinho na torre mais alta de Hogwarts, como se fosse seu último pôr-do-sol em Hogwarts.
- E foi. – Ele respondera se virando pra a voz que tanto ansiava ouvir. Seu cabelos estavam presos num rabo de cavalo curto, com algumas mechas rebeldes caindo-lhe a face. Os lábios avermelhados pelo frio. Tinha as mãos dentro de sua capa marrom e um cachecol rosa jogado de qualquer jeito ao pescoço. A castanha o cumprimentou com um sorriso ainda mais caloroso que o sol que mirava a pouco. E desejou que aquela cena se prolongasse pela vida inteira. – No dia seguinte nos formamos, no nosso último ano em Hogwarts. Não lembra?
- É doloroso lembrar, dá muita saudade. – Eles continuaram a se olhar por um longo tempo. Até que Hermione respirara fundo. – Harry... – mas ela não conseguira terminar, pois ele vira até ela a enlaçando num abraço firme e sofrido.
- Senti muito a sua falta Hermione. – Ele disse de modo sofrido, ela o abraçara novamente.
- Não vejo porquê, estive com você todo esse tempo. – ele rira ao seu comentário. Ele se separa um pouco para encara-la com seu sorriso largo e tão bonito.
- É verdade, estiveste comigo a todos os lugares que fora.
- É pra isso que me chamaste? – ela disse com seu sorriso brincalhão e ansioso. – Para me contar sobre suas viagens? Me conte tudo Harry! Ele era muito procurado? Assassino? Já está em Azkaban? - Ele rira da animação dela.
- Pareces uma criança, Hermione. – Ela fizera cara de zangada. – Não, eu a chamei porque... tenho algo muito sério pra lhe contar. Pra lhe pedir. – O sorriso da castanha desaparecera de modo sombrio. O medo e ansiedade a lhe contaminar. Harry respirara fundo. – Hermione, eu conheci alguém.
Então toda a rua ficara muda, o Sol ficara cinza, deixando tudo sombrio. Ficara 15 vezes mais frio ali. A única coisa que parecia ter cor a sua frente era o verde dos olhos de Harry. Seu peito subia e descia violentamente. Seus olhos ardiam e seus ouvidos doíam como se estivesse subindo em uma serra.
- É mesmo? – ela disse voltando ao mundo real. – Que bom, você não saía com ninguém desde a Amanda Trizin, eu achei que ela havia te traumatizado.
- Cala a boca! – ele disse brincalhão, e ela fingira diverti-se. – Não, mas com ela é diferente. Acho que nunca senti isso por ninguém. – Ele dizia enquanto andavam pelas ruas de Londres, e Hermione desejava que seus passos soassem altos o bastante para que ele não pudesse sentir seu coração gritar. – Ela tem 18 anos, é engraçada. Deixou de ir para Bruxels pra ficar comigo, e ela é totalmente meu oposto. Detesta Quadribol, as vezes penso que seu mundo se resumi em moda. Estudava com a irmã de Fleur Delacour, eu não sei. Quando a conheci via o tipo de pessoa com quem teria problemas. Brigamos por tudo. É até muito chata...
- Vocês parecem serem feitos um pro outro. – ela debochara.
- Até agora não consigo entender, do nada, tudo o que eu mais detestava nela contribuiu para que eu me apaixonasse.
- Apaixonasse? Faz tempo que não vejo falando assim... – disse ela tentando sorrir. Ele parara na sua frente;
- Hermione, nós vamos no casar. – e novamente toda a rua ficara muda, o Sol ficara cinza, deixando tudo sombrio. Ficara 15 vezes mais frio ali. A única coisa que parecia ter cor a sua frente era o verde dos olhos de Harry. Seu peito subia e descia violentamente. Seus olhos ardiam e seus ouvidos doíam como se estivesse subindo em uma serra. – no domingo.
- No domingo? Harry, hoje é quinta-feira! Como pode se casar no Domingo?
- Bem, na verdade começa amanhã, é uma daquelas festas que duram 3 dias.
- E o seu trabalho? Você é um Inominável! Precisa estar em disposição todos os dias. E se te chamarem? Você não tem responsabilidade? – Hermione falava rápido e desesperadamente.
- O meu chefe já arrumou alguém pra cobrir enquanto eu estiver em lua de mel. E, peraí, o que é irresponsabilidade? Eu me casar no domingo? – Ele terminara divertido. – Hermione... – ele continuara respirando fundo. – Eu to com medo. Não vou conseguir fazer isso se você não estiver lá comigo pra segurar a minha mão. Não vou conseguir fazer isso sozinho. Vem pra Paris amanhã comigo? – pediu ele com os olhos verdes lhe implorando.
Como negar? Ela era a melhor amiga dele, não podia simplesmente cair fora quando ele mais precisasse dela. Era doloroso reconhecer novamente que a história deles havia acabando. Ainda mais depois de ter aquela conversa com Daniel! Ela respirara fundo em resposta.
- Ahh não vejo a hora de vocês se conhecerem. Você vai amá-la Hermione. – Disse ele divertido. Hermione nunca discordara tanto do amigo como naquela hora.

- Hermione, acalme-se. – Pediu Daniel.
- Me acalmar? Eu tenho 3 dias para parar um casamento, roubar o noivo, e eu não faço a mínima idéia de como vou fazer isso. – Disse ela nervosamente com um cigarro tremendo entre os dedos.
- Hermione...
- Eu não acredito que isso esteja acontecendo! Não acredito! – Disse nervosa enquanto Daniel dirigia o carro a caminho do hotel Loisin de Londres.
- Percebe-se.
- Ele não a conhece! Não conhece! Muito menos ela a ele. Como pode estar apaixonado? “Acho que nunca senti isso por ninguém” aquele pôr-do-sol subiu a cabeça dele.
- É, deve ser. – respondia o amigo, sem coragem para contradizê-la.
- Ela é totalmente o oposto dele, como pode fazê-lo feliz? E ainda estudava com a irmã daquela sonsa da Delacour. Deve ser uma pirralha patricinha sem graça.
- Realmente.
- Ele me amou por sete anos! Sete anos! Quanto tempo ele a conhece? Cinco minutos? Não posso deixar ele casar com ela Daniel! Não posso!
- Estou vendo. – disse ele estacionando o carro, em frente ao hotel. – Hermione, tem certeza que quer fazer isso? – disse ele antes da castanha ir ao encontro de Harry.
- Nós temos uma história Daniel! Ele não tem nenhuma com ela ainda. Nós nascemos um para o outro. Não posso deixar ele escapar de mim assim... eu vou recuperá-lo Daniel, não sei como, mas vou. Custe o que custar. – E dando um estalinho no amigo saiu do carro, indo ao encontro do melhor amigo.
N/a: éééé, acho que todos conhecem esse filme, e é o meu favorito. O Casamento do meu Melhor amigo! Não vai ser idêntico ao filme, mas é baseado. Eu planejava isso desde o começo da fic, mas antes tinhas de contar como tudo começou né? Foi mal gente, pelos 3 meses sem postar. Foi mal mesmo haoiHAOIh. Não tenho tido muito tempo, então fica impossível responder todos os coments um por um, mas eu leio a todos eles e gosto muito... muito obrigada gente, e continuem dando força. O que acharam da nova capa? Eu que fiz, com a carinha dele atualmente. HaoIHAOIh
Vlw gente... ;***

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