Um Fim, e Um Começo



A ruiva aparatou no apartamento dele.
O lugar era empestado com o cheiro de Draco. Continuava exatamente como ela se lembrava.
Gina entrou no quarto dele, o coração batendo muito rápido, ansiosa para vê-lo. Mas, Malfoy não estava ali.
A mulher, já com seus 23 anos, sentou-se na cama de casal dentro do quarto dele, por cima do edredom verde que remetia a sonserina. Por um segundo passou por sua cabeça tudo o que eles já haviam feito por baixo daquele edredom verde, Gina resolveu afastar esse tipo de pensamentos apressadamente.
- Vejo que veio me visitar.
Gina assustou-se com a voz que interrompera suas lembranças. Levantou rápido sua cabeça em direção a porta e seu olhar cruzou-se com o do sonserino sorridente que estava parado ali, com uma pose desleixada.

Draco estava lindo como nunca. Os cabelos louros platinados foram esquecidos de serem cortados propositalmente, o sorriso branco e perfeito, seu corpo magro e definido. Draco parecia não ter mudado muito, talvez tivesse amadurecido um pouco.
- Draco, eu... – Gina sentiu-se estupidamente sem palavras. Nem ao menos conseguia explicar o motivo de estar ali. Nem ao menos sabia.
- Voltou para mim finalmente, Ginevra? – Ela sorriu tristemente enquanto ele adentrava seu próprio quarto e sentava-se ao lado da ruiva.

Draco tentou transparecer o mínimo possível de seu nervosismo. Ela estava ali, depois de seis anos tentando esquecê-la, depois de seis anos de manhãs vazias sem ela ao seu lado. Seis anos em que ele tentou sem sucesso alcançar um objetivo impossível de ser alcançado.
- Como foi a volta ao mundo, Draco? – Questionou Gina, logo que conseguiu recuperar sua voz. Ela resolveu ignorar a pergunta dele.
- Boa. – Mentiu o louro. – Como foram seus seis anos sem Draco? – Ele sorriu.
- Não tão bons, acho. – ela baixou a cabeça – Eu me casei, Draco.
O louro arregalou seus olhos, e imediatamente parou de se importar se Gina perceberia ou não seu nervosismo, angustia e saudade.
- Não é possível! – Ele disse, quase gritando, e se levantando da cama – Como você pôde?
Ela riu tristemente, sem levantar sua cabeça.
- Achei que não voltaria. – Draco começou a andar de um lado para o outro, impaciente – Alias você sabe que eu prometi a Harry...
- VOCÊ NÃO CUMPRE SUAS PROMESSAS! – Ele berrou, interrompendo a ruiva e fazendo com que Gina se levantasse rápido. Seus olhos se encheram de lágrimas.
- O que eu prometo, eu cumpro! – Respondeu Ginevra, sua voz era firme, mas ela não chegou a berrar alterada como Draco estava fazendo.
- Uma vez você prometeu que me amaria para sempre! – Ele abaixou o tom de voz, algumas lágrimas escapando involuntariamente de seus olhos. Draco andou em passos firmes, se aproximando de Gina o máximo possível, abaixando sua cabeça para encarar os olhos castanhos e chorosos.
Gina esticou sua cabeça para cima, retribuindo o olhar do louro.
- E eu vou amar-te para sempre, Draco! – Ela o abraçou forte – Não duvide disso, não duvide nunca, por favor...
Draco afagou seus cabelos ruivos e retribuiu o abraço dela. Tantas vezes já havia imaginado esse momento, tantas vezes ansiado sua chegada, que mesmo com Gina casada com Harry Potter, mesmo que talvez ela nunca voltasse a ser completamente dele, uma onda de alegria se alastrou por todo o seu corpo, só por tê-la perto de si.

Ginevra rompeu o abraço e colocou as mãos na nuca de Draco, puxando o rosto dele para si e selando seus lábios finalmente.

Mais uma noite de amor e mais uma vez aquela urgência estava presente em cada movimento, em cada beijo.
Draco acordou e o corpo quente e nu de Gina ainda estava sobre si. Aquela fora uma das melhores noites de sua vida, e ele não tinha que pensar muito para chegar nessa conclusão. Acariciou toda a extensão das costas da ruiva como costumava fazer nos tempos de Hogwarts, quando eles namoravam. Desde aquela época é sempre Draco quem desperta antes.
Malfoy observou os cabelos ruivos dela caindo graciosamente sobre seus ombros, e no rosto dela uma expressão de paz, tranqüilidade, como se ela estivesse tendo um sonho bom.
Há tempos Draco não sentia aquela sensação. De tudo o que ele precisava estava ali, ao seu lado, e era ela. Apenas ela. Ele não suportava a idéia de pensar em perdê-la de novo. Parecia absurdo.
Gina abriu lentamente os olhos, deparando-se com o loiro que olhava para si.
Ela também estava com aquela sensação, não se preocupava com nada. Harry estava longe, em mais uma de suas viagens de auror. E Gina não desejaria estar em nenhum outro lugar agora.
- Oi. – A ruiva sorriu, graciosa.
- Oi. – Disse Draco, também com um sorriso. – Dormiste bem? – Perguntou o loiro, afagando os cabelos de Gina.
- Como nunca – Ela respondeu, arrastando-se por cima dele até alcançar uma distancia menor, em que conseguisse juntar seus lábios. Draco fechou os olhos enquanto Gina mordia levemente seu beiço inferior, fazendo-o sorrir.
- Não quero que vá embora. – Ele a abraçou forte, fazendo-a retribuir seu abraço.
- Também não quero ir, Draco. – Ela arranhava as costas dele de leve, de uma maneira delicada, fazendo-o ter arrepios.
- Então não vá! – Ele pediu, apertando mais o abraço, mostrando a necessidade dele em tê-la perto. Gina riu.
- Não é uma opção, você sabe.
- Não, Gin, eu não sei. – Gina soltou-se do abraço e olhou fundo nos olhos acinzentados e brilhantes dele, esperando explicações – Vamos embora juntos!
- Fugir? – Gina tinha feições de reprovação, enquanto Draco sorria, animado com a idéia.
- Sim, Gina! Vamos embora. Eu sei que você ainda me ama, sei que deseja ficar comigo!
Gina levantou-se da cama, procurando suas vestes, e Draco sentou-se imediatamente.
- Eu te amo, Draco. Mas não posso. – Respondeu, vestindo-se rapidamente.
- Sim, Gina! Você pode! – Ele continuou sentado, olhando-a se vestir.
- Draco... Me Perdoe. De verdade, me desculpe. Não há nada que eu queira menos, mas eu não posso.
A expressão de felicidade sumiu do rosto do louro.
- Não pode? Não pode por quê? – Perguntou Draco. Sua voz lembrava a de uma criança perguntando a mãe porque não pode comprar uma vassoura nova.
- Draco... – Gina respirou fundo por um segundo. – Eu estou grávida.
Draco arregalou os olhos, sem conseguir se mover.
- Me desculpe! – Ela continuou, sentando-se ao lado dele na cama – Descobri ontem de amanhã, pouco antes de saber que você tinha voltado.
Draco pousou cada uma de suas mãos de um lado da face rosada de Gina. Eles trocaram olhares profundos, cheios de tristeza. Draco podia ver que aquele era o fim, e seus olhos encheram-se de água ao constatar o inevitável. Dessa vez, não teria volta. Dessa vez ele perdera sua pequena Weasley.
O louro fechou seus olhos e uma lágrima acabou escapando sem querer. De olhos fechados ele pôde escutar o choro fino de Gina. Draco puxou o rosto dela para junto do seu, beijando-a mais uma vez. Ao se separarem, o louro se levantou e se vestiu, depois os dois se sentaram no sofá da sala.
- Draco, eu preciso voltar para casa. – A ruiva segurou na mão dele, sem conseguir olhar no seu rosto.
- Eu entendo. – O louro colocou seus dedos finos no queixo de Ginny, levantando seu olhar em direção a ele. – Não se esqueça de mim, pequena Weasley. – Ele sorriu tristemente, e ela o acompanhou.
- Nem se eu quisesse. – As lágrimas novamente estavam voltando aos seus olhos – Eu vou te amar para sempre. – Ela completou, sua voz já chorosa, evitando as lágrimas a escorrerem pelo seu rosto.
- Eu também. – Respondeu Draco, que continuava com o mesmo sorriso triste.

Então o louro e a ruiva se beijaram mais uma vez, mas essa seria a última. Foi um beijo lento e breve em que cada um tentara guardar qualquer tipo de vestígio ou lembrança do outro. Quando eles finalmente se separaram, Gina murmurou um rápido e triste ‘adeus’ antes de aparatar.
Draco continuava estupefato, olhando para o lugar onde antes estava a sua ruiva.
- Adeus, Ginevra. – Murmurou baixinho, enquanto encarava perplexo o vazio a sua frente.

Assim, terminou-se.
Gina Weasley, nove meses depois, deu a luz a um lindo menino, que Harry decidiu chamar de Tiago, em homenagem ao pai dele.
Um ano depois, Gina descobriu-se grávida novamente. Seus filhos eram sua alegria, eram o que a mantinha feliz. Dessa vez, Ginevra deu a luz a Alvo Severo.
Dois anos depois, chegou uma linda menina, Lílian Potter.
Gina se identificava muito com Lily. Ela era a mais nova da casa e se parecia tremendamente com ela, assim como Al se parecia com Harry. Lily era a única que herdara as madeixas ruivas da mãe, a única coisa que ela tinha caracteristicamente de Harry Potter eram os profundos e grandes olhos verdes.
Tiago era o mais implicante, nunca perdia a chance de aborrecer seus irmãos mais novos, e ele lembrava Gina de seu querido e falecido irmão, Fred. Ele tinha aquele talento em implicar, fazer graças, construir besteiras. Talvez fosse por isso que Gina sabia que Tiago era o preferido de Jorge.
Ginevra também sabia que Alvo era o favorito de Harry. Alvo era simplesmente Harry o próprio. Os olhos verdes penetrantes, os cabelos pretos e sempre desarrumados, o mesmo corpo magro e a mesma personalidade corajosa e perseverante.
Seus três filhos sempre foram muito unidos, muito amigos. Tiago fazia brincadeiras e truques para aborrecer seus irmãos mais novos, mas sempre tomava conta deles quando preciso. Alvo sempre queria proteger quando fosse preciso, estando sempre a frente de qualquer coisa.
Mas, Lílian? Gina sabia que Lílian sentia-se um pouco excluída da família, mas ela nem de longe tinha menos qualidades que os outros. Lily aprendia as coisas com tremenda facilidade e herdara a graciosidade de sua mãe. Assim como Gina, Lily sempre tinha resposta para tudo, sempre tinha um desaforo na ponta da língua.

Harry sempre contava a seus filhos histórias sobre os tempos de Hogwarts e isso deixava com que as crianças ficassem impacientes esperando suas cartas. Mas Lilian era a que mais ansiava sua ida para Hogwarts.
Lily queria se destacar. Ser a caçula dos Potter era pouco para ela. Lilian queria bem mais.
Cada um em seu tempo, todos receberam suas respectivas cartas.
No dia em que Gina e Harry foram levar Alvo para embarcar na estação e em seu primeiro ano de Hogwarts, Ginevra teve a oportunidade de ver Draco mais uma vez. Já fazia treze anos que os dois não se viam e Gina pôde dar uma boa olhada na cena.
Draco também trazia seu filho a estação, provavelmente o menino loiro, com traços idênticos aos do pai, também embarcava para seu primeiro ano em Hogwarts. Sem perceber, Gina apertou mais firme a mão da pequena Lily, enquanto observava o louro sorrir e se abaixar para abraçar, com um grande e sincero sorriso, o jovem menino, que fazia uma cara de desprezo. O garoto provavelmente não estava achando a situação agradável, Gina pode perceber o sangue correndo nas veias do pequeno louro que logo ela descobriu chamar-se Scorpius. Draco Malfoy e o pequeno Scorpius estavam sob o olhar de uma bela moça com longos cabelos negros, provavelmente esposa de Draco. Ela sorria sinceramente, enquanto segurava a bagagem de mão do estudante.
Ginevra precisou desviar seu olhar daquela cena quando seus dois pequenos começaram a entrar no vagão. Gina deu uma boa abraçada em Tiago, que insistia em colocar medo em seus irmãos, já que ele estava indo para o segundo ano.
- Pare de assustar seus irmãos! – Ralhou Gina, uma última vez, antes de perder Tiago de vista no meio dos outros estudantes dentro do trem.
Gina dirigiu-se a Alvo. Ele sorria verdadeiramente, e o olhar brilhante de Harry estava sobre ele. Sua mãe o abraçou e ele sussurrou fracamente em seu ouvido:
- Não vou para a sonserina, mamãe! – Gina sorriu.
- Não ligaria caso você fosse, conheci muitas pessoas boas da sonserina.
Alvo deu um forte beijo na bochecha da mãe, e afastou-se, correndo para entrar no trem a tempo. Alvo colocou o rosto para fora de uma janela.
- Eu amo vocês! – Berrou o pequeno, irradiando felicidade. O trem já começando a andar.
Depois que o expresso partiu, Gina não pôde evitar o impulso de voltar seu olhar para onde Draco e o filho se encontravam. Lá, já não havia mais ninguém.
Harry, sua esposa e sua filha voltaram para casa.

Lilian não se acostumava em estar dentro de casa como a única filha. Às vezes era bom ter toda atenção só para si, mas sentia imensa falta de seus dois irmãos. Ela apenas esperava ansiosamente chegar aos seus onze anos. Ela esperava ver a coruja pousar na janela de seu quarto e, finalmente, poder ir para Hogwarts.
E assim se passaram dois anos.
Até, que um dia, enquanto Lily arrumava qualquer coisa em seu quarto, uma bela coruja completamente branca pousou em sua janela, com uma carta presa ao bico.
Lily viu, brilhando na parte de fora da carta, o brasão de Hogwarts.

NA: essa capitulo ficou menos, não ficou ?? :P ah;
gente, pacieeencia (relembrando) fiquei muito tempo sem escrever portanto essa fic NÃO FOI BETADA! miil desculpas, mas é que eu fiquei tanto tempo sem postar ela porque tava sem beta, que já tava até dando teia de aranha, aí eu resolvi postar assim mesmo. Lembrando: é só o começo, ainda!! Comentem! Beijos, annie;

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