Epílogo.

Epílogo.

 

  Já havia se passado uma semana desde que a garota adormecida havia acordado de seus sonhos e se deparado com a realidade. Ela estava parte feliz e parte triste. Afinal, ela tinha o seu Amado irmão de volta, mas não tinha o seu Amor ao seu lado.

  Estava na sua cama, no seu quarto do hospital, esperando por algum tipo de notícia do estilo “Você já pode ir para casa.”, seja lá onde fosse a casa dela. Seu olhar parecia perdido, olhava para algum ponto desconhecido da parede alva do quarto.

  - Pensando no quê?! – Uma voz quebrou o silêncio fúnebre do quarto.

  - Ah Edu... – Murmurou Liu cabisbaixa. – Às vezes eu queria que parte daquilo tudo que não me aconteceu, mas que eu vivi, fosse real... – Disse sonhadora.

  - Sei, incluindo a parte que seu querido e Amado irmão morre, não é?! – Brincou Edu sorrindo.

  - Se você falar isso de novo eu juro que te mato com minhas próprias mãos! –Pontuou Liu com um olhar sério.

  - Tenho ótimas notícias! – Disse alguém que havia acabado de chegar ao local.

  - Desembucha logo, Douglas! – Exclamaram Liu e Edu ao mesmo tempo.

  - Eu ouvi o médico falando com um carinha aí que você já vai ser liberada, Liu! – Douglas falou de uma maneira rápida.

  - Aleluia Merlin! – Exclamou Liu sorrindo. Douglas e Edu se entreolharam. – Eu quis dizer “Senhor”... – Pontuou enquanto abaixava a cabeça.

  - Viva esse tal de Merlin então! – Disse Edu sorrindo.

  - Merlin, você é o cara! – Pontuou Douglas. Liu riu dos dois.

  - Senhorita Weiss?! – Perguntou um homem alto de cabelos levemente grisalhos e olhos azuis. – Se eu te dissesse que você, embora tenha quase morrido várias vezes durante esses mais de dois anos, quase, e após uma recuperação loucamente louca, está liberada para ir embora desse local que chega a ser chato de tão branco que é. O que você me diria?! – Perguntou com uma cara aparentemente séria.

  - Que eu não vejo a hora de sair daqui, Doutor... – Respondeu Liu sorrindo.

  - Vá logo embora antes que eu mude de idéia... – Disse o médico enquanto preenchia uma espécie de ficha.

  - Obrigada por tudo, Doutor... – Agradeceu Liu enquanto com a ajuda de Edu se levantava da cama.

  - É para isso que os médicos existem, não é?! – Disse o médico. – Ajudar aqueles chatos que aparecem todos os dias nos hospitais dizendo ter alguma coisa... – Murmurou com uma cara engraçada.

  - Sem dúvidas... – Concordou Liu entre risos, indo se arrumar para sair do hospital.

  - O Silver deve estar louco para te rever... – Disse Edu enquanto vagavam pelo hospital.

  - Eu estou louca para rever ele... – Pontuou Liu, parando de andar ao avistar o médico. – Que Merlin te abençoe Doutor! – Gritou no meio do hospital.

  - Liu, não é por nada não... – Começou Douglas. – Mas o pessoal vai pensar que tanto tempo em coma te deixou com algumas seqüelas permanentes no cérebro... – Adicionou num murmúrio.

  - Até parece... – Murmurou Liu. – Oh só... – Disse em seguida com uma cara de quem aprontaria algo. – Eu tenho algo muito importante para dizer... Merlin, eu te Amo! – Gritou com um sorriso.

  - Chega... – Murmurou Edu. – Você definitivamente pirou de vez... – Disse enquanto se esforçava para não rir.

  - Vai Edu, ria, eu sei que você quer rir... – Provocou Liu.

  - Vá falar com Merlin, lerdinha... – Retrucou Edu em meio a risos, enquanto os três iam para a recepção ajeitar os últimos detalhes para saírem.

  Do lado de fora do hospital quatro rapazes conversavam.

  - Não, eu não vou deixar você entrar aí nesse seu estado de loucura... – Disse um rapaz de cabelos rebeldes e castanhos, óculos, e um físico invejável.

  - Você não tem noção do que é sonhar com a mesma garota durante uns dois anos, e de repente não conseguir mais! – Pontuou o outro rapaz de cabelos negros e lisos, olhos azuis – acinzentados e um físico também invejável.

  - E porque um hospital?! – Perguntou um terceiro rapaz. Ele tinha cabelos claros e olhos cor – de – mel, e também tinha porte de atleta.

  - Porque da última vez que eu sonhei com ela, ela estava em um hospital... – Respondeu o de cabelos negros.

  - Ótimo! – Exclamou o de óculos. – O meu melhor amigo se apaixonou por um sonho doente... – Disse num tom irônico.

  - Vamos entrar ou não?! – Perguntou o quarto rapaz, que era gordinho, tinha cabelos claros, e não chamava tanta atenção quanto os outros três.

  - Eu vou... – Respondeu o rapaz de cabelos negros. – Se vocês vão ou não... Vocês decidem... – Adicionou entrando no hospital.

  - E então?! – O rapaz mais gordinho perguntou para os outros dois.

  - Eu que não vou perder aquela criatura que eu chamo de amigo pagando o maior mico num hospital... – Pontuou o rapaz de óculos entrando no hospital junto com os outros dois.

  - Edu, a gente já pode ir?! – Perguntou Liu com vontade de sair de lá o mais rápido possível. – Eu não gosto de hospitais... – Acrescentou.

  - Espera só um pouco! – Pediu Edu. – Vá passear por aí enquanto eu acerto tudo aqui... – Disse em seguida.

  - Não me trate como uma criança! – Exclamou Liu. – Mas eu vou dar uma volta sim... – Disse em seguida. – Mas é só porque eu quero! – Completou sorrindo.

  - Claro... – Murmuraram Douglas e Edu juntos, ambos estavam sorrindo.

 

[i][blue]“Every night in my dreams

I see you, I feel you

That is how I know you go on

Far across the distance

And spaces between us

You have come to show you go on

( Todas as noites nos meus sonhos

Eu vejo você eu sinto você

Isso é como eu sei que você continua

Longe atravessando a distância

E espaços entre nós

Você veio mostrar que você continua (existindo) )”[/i][/blue]

 

  Vários sonhos, durante várias noites, durante vários meses, durante dois anos ou um pouco mais. Sempre ele sonhava com ela. Mal sabia que ela sonhava com ele também.

  Como explicar algo que não tem explicação?!

  Não dá... Como explicar que ao mesmo tempo em que ela sonhava com ele, ele sonhava com ela?! Ela estava em coma, ele não, mas seus sonhos estavam interligados por algo maior, algo indefinível.

  Ambos vagavam pelo hospital. Liu de braços cruzados e num passo bem devagar enquanto tentava se lembrar daquele garoto, dono do mais belo sorriso de todos, que pertencia a ela em sonhos, e que se chamava “Sirius Black”. O rapaz de cabelos negros por sua vez, corria em câmera lenta pelos corredores do hospital à procura de alguém que havia visto em seus sonhos, o nome dessa pessoa?! Se o sonho não fosse apenas sonho, Elisa Weiss seria o nome dela.

 

[i][blue]“Near, far, wherever you are

I believe that the heart does go on

Once more you open the door

And you're here in my heart

And my heart will go on and on

( Perto, longe, aonde você estiver

Eu acredito que o coração continua

Mais uma vez você abre a porta

E você está aqui no meu coração

E o meu coração vai continuar e continuar )”[/i][/blue]

 

  Liu não sabia mais se sentia triste ou feliz. De seu rosto lágrimas finas escapavam. No entanto seu coração gritava por algo, sabia que aquele garoto, de seus sonhos mais reais, estaria sempre com ela, mesmo que fosse apenas em seu coração.

  O rapaz de cabelos negros se encontrava num estado de euforia incrível, como se soubesse que algo grande estivesse escrito para aquele momento, olhava para todos os rostos procurando um rosto em especial. Onde estaria ela?! Será que ela realmente existia?! Oh... Se não existisse acho que ele preferiria viver sonhando pelo resto de seus dias.

 

[i][blue]“Love can touch us one time

And last for a lifetime

And never let go till we're gone

Love was when I loved you

One true time I hold to

In my life we'll always go on

( O amor pode tocar-nos uma vez

E durar para o resto da vida

E nunca nos deixar até morrermos.

Amor foi quando eu amei você

Uma hora verdadeira que eu guardo

Na minha vida nós sempre continuaremos )”[/i][/blue]

 

  Oh sim... Ela já poderia dizer que havia Amado alguém, Amado de todo o coração, aquilo seria para sempre, nunca terminaria para ela, afinal, sempre que quisesse poderia sonhar com ele, não é?!... Não na última semana...

  - Onde você está garota dona de meus sonhos?! – Se perguntava o rapaz de cabelos negros. – Eu te Amo sem nunca ao menos ter te visto de verdade... – Continuou. – Aparece para mim... – Pediu por fim.

  Se aquilo não era Amor... Desculpem – me, mas então que mudem a definição de Amor que existe no dicionário. Aquilo era o Amor em sua essência... O verdadeiro sentimento, o mais puro, aquele que não tem nem explicação, não têm sentido.

  Afinal, como se pode explicar um Amor platônico por alguém desconhecido?! Alguém que apesar de tudo invade os sonhos e pensamentos sem nem ao menos pedir permissão, alguém cuja ausência dói no peito mais do que mil facadas.

 

[i][blue]“Near, far, wherever you are

I believe that the heart does go on

Once more you open the door

And you're here in my heart

And my heart will go on and on

( Perto, longe, aonde você estiver

Eu acredito que o coração continua

Mais uma vez você abre a porta

E você esta aqui no meu coração

E o meu coração irá continuar e continuar )”[/i][/blue]

 

  - Eu não sei se você existe... – Começou Liu em murmúrios. – Não sei onde você está... – Continuou. – Mas uma coisa eu sei, do meu coração você nunca sairá... – Adicionou falando com si mesma de cabeça baixa.

  - Como viverei eu, se você não existir nem mais em meus sonhos?! – Se perguntou o rapaz de cabelos negros que agora caminhava lentamente de cabeça baixa no mesmo corredor que certa garota.

  Quando dizem que o Amor é capaz de coisas que até Deus duvida... Não, o Amor é capaz de coisas que até Merlin duvida!

  O Amor é o mais sábio dos sentimentos. O mais tolo também. Torna os humanos cegos. Incapazes de querer até olhar para frente por um simples segundo.

  - “Ahh... Ninguém sabe o quanto eu te queria ao meu lado...” – Pensaram Liu e o rapaz de cabelos negros ao mesmo tempo.

  O Amor tem seus planos maléficos também. Por puro “destino” ou “coincidência”, chame como quiser... Dois corpos se esbarraram num corredor vazio de um hospital.

  - Me desculpa! – Exclamou Liu imediatamente ao sentir que havia esbarrado em alguém.

  - Não, a culpa foi... – Começou o rapaz de cabelos negros. Mas as palavras lhe fugiram da mente ao encarar aquele par de olhos castanhos.

 

[i][blue]“You're here, there's nothing I fear

And I know that my heart will go on

We'll stay forever this way

You are safe in my heart

And my heart will go on and on

( Você está aqui, não tem nada que eu tema

E eu sei que meu coração vai continuar

Nós vamos ficar para sempre desse modo

Você está a salvo no meu coração

E o meu coração irá continuar e continuar )”[/i][/blue]

 

  Nada como um olhar. Há tanta coisa que as pessoas dizem apenas com um simples olhar. Ambos não acreditavam em seus olhos.

  - Si...?! – Murmurou Liu com o coração eufórico. Era ele?! Ou era apenas uma miragem?!

  - Liu...?! – Murmurou o rapaz de cabelos negros. Ele não sabia explicar o que estava sentindo. Então ela existia mesmo?! Aquilo não era apenas mais um de seus sonhos dos quais ele nunca quis acordar?!

  Sem dizer mais nada ambos sorriram. Não precisavam das atrapalhadas palavras naquele momento, não precisavam de nada na verdade, só um do outro. Liu pulou nos braços daquele garoto “desconhecido”... Não, ele não era desconhecido, não para ela. Ela sabia que era ele, seu coração não seria capaz de enganar ela de tal modo.

  Poderiam ter dito algo como “Eu te Amo”, mas não precisavam o que são palavras perto de atos?! Palavras mentem o olhar não.

  Pararam de se abraçar um pouco, olharam novamente um nos olhos do outro. Quem disse que na vida real não existem “Finais felizes” estava completamente enganado.

  Num ato que demonstrava saudades, o rapaz de cabelos negros puxou a garota de seus sonhos para um beijo apaixonado. Finalmente seria capaz de sentir como realmente era beijar aqueles lábios, se sua mente havia sido fiel em sua descrição, ou se era melhor do que em sonhos.

  Liu pareceu não se importar com a atitude do garoto, muito pelo ao contrário, se ele não tivesse feito isso provavelmente ela faria.

  Com um simples beijo, nem tão simples assim, eles disseram tudo que tinham para dizer para o outro, choraram de emoção e de saudades, disseram um “Eu te Amo” sem precisar falar uma palavra sequer. Separaram-se do beijo, olharam um para o outro, ambos sorriam.

  - Chocolates?! – O rapaz de cabelos negros perguntou repentinamente com um sorriso maroto nos lábios.

  - Chocolates! – Concordou Liu. – Mas... – Parou para pensar durante um segundo. – Me diz que você é quem eu estou pensando antes... – Pediu.

  - Sirius Black ao seu dispor... – O garoto de cabelos negros se apresentou com um sorriso ainda maior.

  - Pois bem Sirius Black... – Começou Liu. – Acontece que eu tenho um irmão muito ciumento, sabe?! – Disse com uma cara aparentemente séria. – E um outro irmão, que é meio irmão, que também é muito ciumento... – Adicionou sorrindo.

  - E eu tenho três amigos que não regulam muito bem... – Pontuou Sirius. – Mas eu acho que a gente consegue superar isso... – Disse piscando para a garota.

  - Oh Merlin, como eu Amo você Si... – Murmurou Liu hipnotizada pelos olhos do rapaz.

  - Deus sabe o quanto eu rezei para que você existisse... – Pontuou Sirius. – Se isso não é Amar, me ensina que com você eu aprendo rapidinho o que o Amor é... – Disse sorrindo.

  - O Amor não precisa ser ensinado, tem que ser sentido... – Disse Liu.

  - O Amor está em sua melhor definição quando definido não é... – Murmurou Sirius abraçado com Liu.

  - Se não fosse por você, acho que nunca chegaria a Amar de verdade... – Pontuou Liu.

  - Se você não tivesse entrado de penetra nos meus sonhos, acho que nunca seria capaz de sentir algo nem sequer parecido com o Amor... – Falou Sirius.

  - Me belisca para eu ter certeza de que isso não passa de um sonho?! – Perguntou Liu com uma cara preocupada.

  - Se for um sonho, que eu não acorde nunca mais! – Respondeu Sirius sorrindo.

  Afinal... Qual a diferença de um sonho para a realidade?!

  A realidade não passa de sonhos que as pessoas se esforçaram para se tornarem reais. Os sonhos, bom, os sonhos são de graça.

  - Posso te perguntar algo, além disso?! – Perguntou Sirius com algo em mente.

  - O que você quiser... – Respondeu Liu. Sirius se ajoelhou. Liu automaticamente corou.

  - Elisa Weiss... – Começou Sirius ajoelhado no meio do corredor não mais vazio do hospital.

  - Si... Levanta, tem gente no corredor... – Liu murmurou olhando para os lados.

  - Eu não quero perder nem mais um segundo longe de você... – Confessou Sirius. – Não quero demorar a fazer uma escolha que na verdade já está feita desde muito antes... – Continuou. – Não quer perder tempo que talvez não possa ser perdido... – Disse sorrindo marotamente.

  - De pé Sirius... – Murmurou Liu novamente.

  - Você aceita, esse rapaz que sonhou com você por mais de dois anos sem nem sequer lhe conhecer, como seu marido?! – Perguntou Sirius sorrindo.

  - É o quê?! – Liu perguntou confusa.

  - Você aceita se casar comigo?! – Sirius perguntou devagar. Liu ficou sem reação. – Isso é um não?! – Questionou enquanto se levantava.

  - Não... – Respondeu Liu.                          

  - Não para qual pergunta?! – Sirius perguntou confuso.

  - Não para a pergunta “Isso é um não?!”... – Respondeu Liu.

  - Então é um sim?! – Questionou Sirius sorrindo marotamente.

  - Talvez... – Respondeu Liu.

  - Sim ou talvez?! – Sirius perguntou confuso com a confusão da garota.

  - Me deixa pensar... – Murmurou Liu fazendo uma cara pensativa.

  - Eu estou ficando agoniado... – Pontuou Sirius sorrindo de nervosismo.

  - Eu não te conheço, você não me conhece... – Começou Liu. – Mas eu te Amo mais do que qualquer coisa... – Continuou. – Então eu acho que eu não posso dizer não... – Disse sorrindo. Sirius também sorriu.

  - Então é um sim... – Murmurou Sirius se levantando ainda sorrindo.

  - Eu acho que sim. – Pontuou Liu sorrindo o sorriso mais verdadeiro de todos.

  - Amanhã mesmo a gente marca a data! – Exclamou Sirius enquanto abraçava Liu pela cintura.

  - Não acha que está indo rápido demais?! – Liu questionou com um sorriso maroto.

  - Rápido?! – Indagou Sirius. – Por mim eu casava com você agora... – Adicionou.

  - Eu já estava começando a achar que você havia sido apenas invenção da minha mente. – Pontuou a garota olhando nos olhos de Sirius.

  - Eu disse que eu iria te procurar se te tirassem de mim, não disse? – Retrucou Sirius sorrindo.

  - Sorte a minha você ser um rapaz que cumpre promessas. – Murmurou Liu sorrindo.

  - Eu te dou dez segundos para se afastar da minha irmã, seu pervertido. – Reclamou uma voz vinda da multidão.

  - Edu, esse é o Sirius. – Liu começou a dizer com um sorriso. – Lembra que eu te falei de um Sirius? Que eu disse que tinha quase certeza de que ele existia?

  - Vou chamar o doutor, você obviamente está delirado. – Retrucou Douglas olhando confuso para sua meia - irmã.

  - Delirando ou não, ela me parece feliz. – Murmurou Eduardo com uma cara séria. – Prazer em te conhecer Sirius.

  - O prazer é todo meu, Edu. – Falou Sirius sorridente.

  - Assim... – Começou Liu olhando para o teto. – Osiriusmepediuemcasamentoeeuaceitei... – Falou rapidamente.

  - É o quê? – Douglas questionou assustado.

  - Eu a pedi em casamento, e ela aceitou. – Disse Sirius bem devagar, saboreando cada uma das palavras.

  - Como você tem sorte, e eu estou de bom humor. Eu vou fingir que vocês dois já se conhecem há muito tempo e vou desejar felicidades. – Pontuou Edu com um largo sorriso. – Felicidades!

  - Sobrou para mim o cargo de adulto responsável. – Resmungou Douglas. – Vocês não acham melhor vocês irem um pouco mais devagar? Tipo, esperar uns dois anos antes de resolverem se casarem?

  - Larga de ser estraga prazeres. Deixa os dois em paz. Dá para ver nos olhos dos dois o quanto eles se Amam. – Interrompeu uma voz conhecida por Liu.

  - E você é...? – Perguntou Douglas confuso enquanto olhava para a loira que havia dito tal coisa.

  - Apenas alguém que estava de passagem pelo corredor e que viu a multidão e parou para olhar. – Respondeu a loira sorrindo.

  - Ela parece com a Bel... – Sirius murmurou para Liu.

  - Já estou até vendo o que vai acontecer. – Liu falou em meio a risos.

  Não demorou muito para que mais rostos conhecidos se destacassem no meio da multidão.

  Um garoto de cabelos rebeldes usando óculos, que tentava conversar com uma garota ruiva de olhos verdes que trajava um jaleco branco com o brasão da faculdade de Medicina.

  Um garoto pálido consolando uma garota de cabelos castanhos, que chorava, pois sua avó estava internada em estado grave.

  Um garoto um pouco gordinho dando em cima de uma das recepcionistas do hospital.

  Foi então que a garota que havia despertado de um estado de coma recentemente se deu conta que o fio que separa a realidade dos sonhos é quase inexistente. E que nem sempre as coisas ocorrem da maneira que nós esperamos. O que não significa que elas não vão acontecer.

  Ela então parou um pouco de pensar e olhou para o rapaz de olhos azuis – acinzentados ao seu lado e resolveu que a partir daquele dia viveria sua vida com mais intensidade, construiria as suas futuras lembranças a partir das pequenas, e grandes, coisas que acontecem todos os dias.

  E o mais importante... Nunca esqueceria de dizer sequer um “Eu te Amo”. Afinal, ela havia ganhado uma segunda chance de recomeçar a sua vida a partir de certo ponto, e não estava disposta a jogar aquela chance de ser feliz fora. Estava começando a se acostumar com a idéia que agora poderia ser completamente feliz, se para sempre ou não, isso ela não sabia.

  Para dizer a verdade, pouco se importava até quando seria o “felizes para sempre” dela. Só queria aproveitar aquele momento de felicidade “para sempre”.

 

Fim do Epílogo.

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Humm... Espero que tenham gostado. Desculpem - me pela demora... Mas, antes tarde do que nunca, né? :D

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