capítulo um



 James Potter, Londres, 6:45, Terça Feira


OH, essa é uma ótima hora para o despertador, não ?Bem no meio de um daqueles sonhos. Daqueles sonhos.


Não me tenha como um tarado, longe disso. Mas esperar Lily 'estar pronta' está se tornando maçante. Não é essencial, claro. Mas é importante. E é ainda mais importante pra ela esperar a 'hora certa'. E o que diabos é essa hora, afinal ? Quando é ?


É o que você ganha quando se apaixona por alguém como Lily Evans. Não que ela seja uma puritana. Claro que não é. Quem sabe se fosse, seria mais fácil esperar. Se ela não me deixasse cada vez mais louco a cada vez que nos encontramos. Por exemplo, ontem. Me pergunte a que horas eu saí da casa dos Evans. Não tive tempo livre pro relógio, mas não dormi mais de quatro horas.


Entenda, o que é difícil para Lily não é exatamente dois corpos se unindo freneticamente. O que é difícil pra ela é se libertar. É poder mostrar pra alguém o que está sentindo. E, bom, sexo com alguém sussurando mentalmente 'oh, sim, oh, mais forte, oh agora' não é o que tem de mais divertido.


Lily tentou suicídio no ano passado. Três vezes.


Sirius Black, Londres, 11:37, Terça Feira


Oh Deus, se tu existes e és bom, faça com que apareça nessa cama um maço de cigarros, sem que eu tenha que me levantar para comprá-los !


Sabia que essa história de Deus era uma farsa.


Mas, bom, quando pensei 'OH DIABOS, por que não posso estar trepando agora ao invés de estar assistindo aulas de química ?!' ontem de manhã, aquela loira gostosa sorriu pra mim. Fica a dúvida.


He looks as if he hasnt slept, his hair is purposely unkept, and then he knew his people wept, when you crafted your plan...


Oh-oh, Lobinho ligando.


- SIRIUS ! Combinamos todo mundo antes do almoço, esqueceu ?!


- OH, PORRA. Todo mundo já chegou ?


- Andy nunca está na hora. Lily e Marlene acabaram de chegar, e vim com James.


- Tua menina também vai ?


- Tem escola.


- Pff. E nós não temos ?


- Sirius. Sabe que ela não é assim.


- Bah, mas quer ser.


- Vai vir ou não ?


- Chego em 20 minutos. Tem cigarros ?


- Só os de menta da Marlene.


- Então chego em 30 minutos.


Ah, Remus... Eu sinceramente não entendo o que ele conseguiu ver na Ann. Além de peitos grandes demais pra uma menina de 13 anos. Mas ela é... uma menina.


Camiseta preta, xadrez pro frio. Cadê as chaves da moto ?


Marlene McKinnon, Londres, 12:19, Terça Feira


Eu ainda não entendi porque sempre marcamos de nos encontrarmos pro almoço, se nunca almoçamos. Na verdade, deveríamos não ter que nos encontrar, porque tínhamos que estar na escola, todos nós.


Só que, bom, Sirius não frequenta metade das aulas. Nem Andy. Remus está em classes avançadas, como Lily. James sempre tem compromissos e eu, bom, eu me divirto. Então vamos para o pub que estiver aberto, nós, as meninas, beliscamos doces, e eles bebem cervejas. Remus traz Ann algumas vezes, Andy normalmente nós vamos buscar. Lily implica com os cigarros de Sirius, e James a cala com beijos. Eu fico esperando a hora de ir, para ele me buscar.


É claro que nos divertimos. Esqueci de mencionar a muita conversa suja e toda a parte engraçada da coisa.


Lily me pegou em casa hoje, e fomos à escola. Ele sorriu pra mim no intervalo, enquanto explicava a alguém uma dúvida. Depois me mandou uma mensagem.


Estou livre durante a tarde, querida. Te ligo. E te amo.


Todo dia pergunto a Lily se ela está bem. E ela me pergunta. Quando encontramos Andy, ela também diz. Não o fazemos como todo mundo, mas sinceramente. Porque não somos muito boas em perceber, mas em ajudar. Hoje estávamos bem, Andy, como ainda não tinha aparecido, não sabíamos.


Mas é só dizer, que ela chega.


- HEY GUYS ! Tudo bem ?


- Sempre, Andy.


Ela pediu um café grande, forte, pro garçom que a olhou... bom, a secou. Ela largou a bolsa em uma cadeira, e tirou os óculos quadrados gigantes.


Quando era expansiva, não estava bem.


E muito menos quando tinha olhos de quem não dormiu.


Então meu celular toca


- Lene, consegui me livrar mais cedo. Onde você tá ?


- Com muita gente. Te encontro no mesmo lugar.


- Tá certo. Não demora, amor.


Ele apareceu. Ah, quanto antes melhor.


- Amores, troco cigarros por camisinhas. Quem topa ?


Sirius se manifestou.


- Tem dos normais ?


- Claro. Quantas ?


- Deixa eu ver... - e vasculhou os bolsos - Cinco, dá ?


- Ótimo. Sempre um prazer fazer negócios, Sirius.


Então ele riu, e deu uma piscada marota.


- Sei que tu só vai fazer essa troca porque vai estar com a boca ocupada, Srta McKinnon.


- Te amo mesmo assim.


Lily teria que lidar com Andy sozinha dessa vez. Ou Remus. Ele costuma ser melhor pra ela, que não admite, mas a faz se sentir melhor.


Andrômeda Black, Londres, 14:37, Terça Feira


Hm, Marlene deveria trabalhar melhor as saídas estratégicas. Trocar cigarros por camisinhas assim ? Pelo amor de, hm, Deus? Não é como se ele fosse deixar ela ficar grávida. Já seria escândalo o suficiente uma aluna grávida, imagine só, ainda grávida do professor? Do professor que tem uma família? HA, nem ele é tão estúpido assim.
 
Bom, depois dessa coisa da Marlene nós decidimos que seria muito mais útil vir para a casa de Remus, que, dessa vez, está sozinho, e é o que tem a melhor empregada. Sirius que o diga.

Eu acendi um cigarro, esperando alguém se manifestar. James e Lily estão se beijando no sofá, Sirius está 'aprendendo a cozinhar' e Remus foi atender o telefone, acho. Bom, entre interromper casais que estão ao vivo, ou o que estão ao telefone, eu fico com a segunda opção ;D O quarto de Remus é o segundo à esquerda, até onde eu sei.


Ele tinha acabado de desligar o telefone, quando eu empurrei a porta. 


- Hey Andy. 


Eu sorri. Algum dia Remus deixaria de ser doce ?
 - Conversando com Ann ?


- É, acho que ela vai aparecer mais tarde - ele disse, um pouco mais sério porque, claro, não é tapado. E qualquer um sabe que Andrômeda Black só se refere à namoradinha de Remus Lupin com ironia. Então eu peguei um CD qualquer na cômoda e, enquanto o 'analisava' me sentei na cama de Remus.

- Hey, não precisa ficar assim. Juro que tento me controlar - e dei uma piscada de um olho só. Ele riu fraco, de lado.

- Tentar você até tenta né Andy. O problema é que nunca consegue.

- Bom Remmie, você é esperto o suficiente pra saber que eu a acho apenas um... brinquedinho, talvez. Não entendo como você diz que vê nela qualquer coisa maior do que um objeto. Com peitos grandes.

Não era a primeira vez que tínhamos essa conversa. Por mais estranho que pareça, o tópico 'Andy acha Ann uma vadia intrometida' sempre estava ali, invisível. Como eu e Lupin nunca tínhamos tido nada, não é como se eu fosse ter uma crise de ciúmes. Pelo amor de Deus(?), eu nem queria! Eu aprecio, e muito, a liberdade que consigo sem nenhum namorado por perto. Como amigos, eles já me enchem a paciência até um pouco demais. Imagine então como seria com alguém mais... fixo. Fora que, se você me entende, eu não planejo muito as minhas noites. Ou dias.

- Acontece Andy, que eu não acho. Ela é minha namorada porque nós queremos estar juntos, gostamos um do outro.

- Ah sim. - eu ri, com um pouco de desprezo, confesso - E você faz o que ?
Transa com ela? Com uma menina de 13 anos? - e ri, de novo, ao que Lupin... corou.

- Andy, não é da sua conta.

Eu continuei, divertida.

- Oh, tadinho do Lobinho. Então vocês NÃO transam?- e meneei a cabeça. - Então acho que é só questão de tempo até você não aguentar mais. Na minha época, você não durava mais que dois dias. - eu fingi uma dúvida - Será que ela é tão ruim assim ?

- É, muito engraçado Andy. Podemos ir agora ? - ele estava começando a ficar irritado de verdade. Hm, não é que assim é mais divertido?

- Pra que a pressa, Remmie? Sabe, ficar aqui não é tão ruim... Ou a falta de uso te deixou mais sensível ? - Parece que, com o que eu dizia, e meu sorriso debochado, eu consegui tirar a calma do maroto. Hm, será possível uma explosão de raiva ?

- Andy, PÁRA. Não é da sua conta, já disse.

- Cara, eu só acho que você realmente precisa transar. - eu disse, displicente.

E então Remus Lupin se impacientou de vez. Agarrou meu braço, me puxando até mais perto dele. Com o rosto raivoso, disse:

- Andy, o que eu faço ou deixo de fazer com Ann não é da sua conta. Se não consegue achar nada mais interessante na sua vida além de me encher a paciência, seu traficante está perdendo o jeito. E é você quem deveria estar transando por aí. Agora, por favor, dá pra parar ?

- Remmie, eu só paro quando você parar. - eu retruquei, o desafiando. Porque quem diabos ele pensa que é? Tentando me humilhar com o velho papo de 'bla bla bla você é uma drogada que devia sair dessa'? - Vai precisa de algo mais potente do que piadas com o meu traficante. Achei que você soubesse Remmie, mas vou repetir. Eu
sei que sou viciada, e não tenho problemas em admitir isso. Eu só não quero me curar. Tem algo melhor pra dizer ?

- Pra dizer ? Não.- ele disse, um pouco assustado, talvez. Pequeno Lupin, sempre vendo o melhor nas pessoas. Bom, vamos provar pra ele que a Andy aqui não se importa em ser uma menina má ?

E bom, a próxima coisa de que me lembro é da porta sendo fechada e um Lupin sem camisa me puxando pra cima da cama.



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