Os Sequestros

Capítulo 10 - Os Seqüestros



Amy saiu correndo direto até a gárgula que levava à sala do diretor. Tocou nela, tentou dizer vários feitiços para abrir as portas, mas não conseguiu. Poucos minutos depois, Sirius chegou com Tiago, Pedro e Lupin. Amy já estava chorando muito quando desistiu e foi consolada por Lupin.


 - Você não sabe a senha, Remo? - ela abraçou-se com ele. - Ele vai morrer, meu tio vai morrer! Eu tenho que contar ao Dumbledore!


 - Mas Amy... - Lupin parecia atordoado. - Pelo que o Sirius me contou, você apenas sonhou, não foi? Foi só um pesadelo...!


 - Não, foi real, muito real! Eu sei o que vi!


 - Mas não sabemos como entrar aí, e o professor Dumbledore...


 - Desejam falar comigo? - Pedro fora interrompido pelo diretor. - Quero que se acalme, garota! Vamos, vamos tomar um chá na minha sala! Depois quero que você me conte o que te desespera tanto!


Ele disse a senha à gárgula e ela girou, mostrando uma escada helicoidal. Eles subiram e sentaram-se em umas poltronas, enquanto Dumbledore oferecia chá a todos. Amy o contou sobre seu sonho.


 - Eu sei que parece que foi só um sonho, mas eu sei definir um sonho de uma visão, eu sei! - ela terminou.


 - Sim, Amy, seu tio me disse que você é uma bruxa de muito poder! - Dumbledore se levantou. - Vou tomar as providencias necessárias para encontrar o seu tio!


 - Então você acredita em mim? - ela perguntou.


 - Claro que sim! - ele riu pra ela. - mas vá, vá para o seu dormitório! - ele apontou para a sua fênix. - Fawkes irá mandar a mensagem ao ministério e os aurores o procurarão!


Quando Amy saiu da sala de Dumbledore, já estava mais calma, pois confiava nele, mas se manteve preocupada e mal conseguiu dormir.


No outro dia, no café da manhã, Amy foi chamada por Dumbledore. Ela voltou com uma expressão mais nervosa ainda.


 - Amy? - Sirius a chamou. - Amy, o que aconteceu?


 - O meu tio, Sirius! - ela o abraçou e chorou.


 - Ele...


 - Não, ele não está morto! Mas é só uma questão de tempo! Ele está sendo torturado pelos comensais porque Voldemort está querendo... está querendo me matar!


Sirius a abraçou mais forte e sussurrou um “eu nunca deixaria isso acontecer!” no ouvido dela. Ela o beijou nos lábios e encostou a cabeça no peito dele, chorando.


Após as aulas daquela sexta-feira, Amy parecia nervosa por não poder falar com sua mãe sobre o acontecido. Não sabia sequer se ela fora informada sobre o seqüestro do irmão! Ela pegou seu livro azul e saiu para a orla da Floresta Proibida. Ela gostava de sentar-se ali para lembrar-se da mãe, além de ver as plantas exóticas, ela tinha verdadeiro fascínio por elas! Ela sentou-se próxima a uma pedra, pegou a pena e, iluminada apenas com a luz que saía da sua varinha, ela começou a escrever. Estava concentrada demais para notar a figura de Snape se aproximar até onde ela estava.


 - Acho... - ele a atrapalhou. - Que esse lugar se chama ‘Floresta Proibida’ porque ela é proibida!


 - Severo! - ela se levantou.


 - Não sabia que você e o grupo de arruaceiros com quem você andam sabiam meu primeiro nome!


 - O que faz aqui? - ela o olhou nos olhos negros. Esforçou-se para ver além deles.


Visualizou um Snape mais jovem, recém-chegado em Hogwarts. Ele estava sendo afundado no lago por um Tiago mais jovem. O Snape diante dela ficou branco.


 - Pare! - ele gritou. - Pare de invadir meus pensamentos, eu a proíbo de fazer isso!


 - Como? - ela se alterou também. - Como você fecha a sua mente para mim? E como você sabia sobre mim? E como você sabia sobre o Remo?


 - Simples... - ele ria. - Eu pratico oclumência, e se você soubesse mais um pouquinho o que é, começaria a praticá-la também! Quanto ao seu amigo... você não devia andar com ele! Um lobisomem! - ele fez cara de desprezo.


 - Como você soube? - ela perguntou, ignorando o comentário preconceituoso que ele disse sobre seu amigo.


 - Pergunte ao seu namorado, ele e seus amigos já tentaram me matar... - ele parou. - Não devo contar-lhe, pergunte ao seu namorado e descubra você mesma o quão arrogante ele e seus amigos são!


 - Eu não entendo, Severo, o que você faz aqui! - ela se irritou. - Se era pra me dizer que eu não devo andar com eles, perdeu seu tempo! Se tiver algo mais interessante a dizer... vá em frente!


 - Bem... - ele disse, num tom sem emoção alguma. - Na verdade, eu queria avisá-la que seu amigo Pedro também está em perigo! Você e ele não valem a pena, mas estou fazendo a minha parte! Pedro foi seqüestrado, como o seu tio!


 - É mentira! - ela gritou, mas sabia que Snape estava falando a verdade. - É mentira! O que te leva a pensar assim?


 - Estão todos falando sobre isso lá no castelo! Aliás, estão todos procurando por você também... - ele foi saindo. - Achei que você devia saber!


Amy passou correndo por ele em direção ao Salão Principal, onde avistou Sirius, Dumbledore, Tiago e Remo. Sirius correu para abraçá-la.


 - Que susto você me deu! - ele a beijou de leve nos lábios.


 - O que aconteceu com Pedro? - ela perguntou a Dumbledore.


 - Ele foi seqüestrado, mas ainda não sabemos como! Eu achei que você responderia isso para nós!


 - Eu? - Amy ficou surpresa. - Eu não estava com o Pedro, nem o vi hoje!


 - Amy... - Dumbledore riu pra ela. - Você tem poderes que você mesma desconhece! Seu tio me falou de você, falou muito!


 - Mas... mas o que isso tem a ver com o Pedro! - Tiago começou a se irritar com a calma do diretor.


 - Tudo ao seu tempo, meu jovem! - ele riu para Tiago. - Agora, Amy... - ele indicou uma cadeira e ela se sentou. - Seu amigo, no momento do seqüestro, deixou cair isso...


Ele lhe mostrou um objeto redondo, do tamanho de uma laranja, perolado e com um brilho prateado fraco.


 - É um rouba-pesadelos! - ela disse. - Na Nova Zelândia, todas as crianças bruxas dormem com um para evitarem os sonhos ruins! É meu... o que o Pedro fazia com ele?


 - Isso você o perguntará depois, querida! - Dumbledore estendeu o rouba-pesadelos para Amy. - Quero que você toque nele, mas concentre-se!


Amy o olhou. Então seu tio lhe contara mesmo sobre ela. Ela entendera que ele queria que ela o tocasse para ter alguma visão.


 - O que devo procurar? - perguntou.


 - Concentre-se em quem tocou nele por último. Procure saber como, ou por que, Pedro o soltou.


 - Ok! - ela disse, segurando a bola e fechando os olhos.


Viu Pedro saindo pelo buraco protegido pelo quadro da Mulher Gorda, segurando o seu rouba-pesadelos. Ele sorria até que viu dois homens encapuzados a sua espera. Os dois homens correram até ele. “Ele tem o objeto”, um deles gritou. “Então o agarre!” o outro correu em direção a Pedro. Ele tentou, em vão, fugir, mas ao ser agarrado e amarrado, derrubou o rouba-pesadelos, que rolou para longe. Amy não via mais nada. Abriu os olhos e contou a Dumbledore.


 - Você não viu quem eram? - Tiago perguntou.


 - Eles usavam capuzes e máscaras, e eu não reconheci as vozes! - ela respondeu.


Dumbledore pediu que eles fossem à Sala Comunal, pois ele se encarregaria de agora em diante. Antes de ele sumir na esquina do corredor, Amy gritou:


 - Diretor... como? Como esses comensais entram e saem de Hogwarts?


 - Ah, minha querida...! - ele se virou pra ela, com um sorriso triste no rosto. - Eu não deveria contar-lhes, mas vocês já estão envolvidos demais... Suspeitamos que alguns alunos, infelizmente, estão ajudando, com os planos de se tornarem comensais no futuro!


Todos pareceram surpresos, menos Amy. Alguns garotos tinham a mente aberta demais e ela lera sem querer esses planos na mente de Crabble pouco antes de chegar àquela sala.


 - Sim! - ela confirmou. - Alguns!


Dumbledore apenas riu e continuou seu caminho.


Enquanto eles se encaminhavam para a Sala Comunal, avistaram Lucy, a namorada de Pedro, chorando. Sirius e Lupin ficaram para explicar-lhe os fatos, e os outros seguiram para a Sala Comunal.


Antes de subir o lance de escadas que levava até o quadro da Mulher Gorda, Amy olhou para o lado. “Foi ali que Pedro se encostou antes de derrubar meu rouba-pesadelos!”, pensou. Ela andou até lá e Tiago, Lily e Dylan pararam para ver aonde ela iria.


 - O que tem aí? - Tiago perguntou.


 - Foi aqui que seqüestraram o Pedro!


Eles viram-na fechar os olhos e tocar o local. Dessa vez foi diferente porque ela sabia o que queria ver. Queria saber onde Pedro e seu tio estavam e foi pensando nisso que ela começou a ver as imagens na sua mente.

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