Cão, Cervo, Rato e Lobo

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Capítulo 9 - Cão, Cervo, Rato e Lobo



Novembro chegou ainda mais gelado que outubro, e às vezes caía até neve. Sirius achou ainda mais fácil ficar sozinho com Amy após a formação dos casais, já que até Pedro estava namorando a Lucy, mas nunca tinha acontecido algo mais que conversas animadas, abraços e apertos de mãos entre os dois.


 - Isso está demorando muito, Almofadinhas! - Tiago ria do amigo.


 - Só o tempo que eu passo com ela já é maravilhosos, Pontas! Deixa as coisas rolarem! - ele riu.


As aulas estavam ficando puxadas. Era divertido porque eles estavam finalmente aprendendo a aparatar, mas estavam todos pedindo descanso e férias antecipadas. Amy e Sirius estudavam juntos sempre e eram sempre vistos passeando pelo castelo, ou fazendo qualquer outra coisa.


Na segunda semana de novembro, véspera de lua cheia, todos conversavam alegremente na Sala Comunal e os marotos estavam constantemente aos cochichos.


 - Gostaria de saber o que os senhores tanto fofocam!


 - Ora, Dy, nós só estamos...


 - Combinando sumir de novo amanhã, certo? - Amy interrompeu Lupin com uma expressão sonhadora.


 - Como você sabe? - ele a olhou, intrigado.


 - Não sei, eu só... - ela riu. - Eu ouvi... quer dizer... é que as vezes eu posso ouvir o pensamento das pessoas! - ela completou, mais baixo.


 - Como assim? - Lily se interessou.


 - Bom, eu tenho algumas visões... às vezes eu só ouço... mas definitivamente posso saber o pensamento das pessoas de vez em quando. - ela corou. - Não costumo dizer isso, fico... envergonhada!


 - Mas isso é muito raro, Amy! - Lily parecia feliz com a descoberta. - Não é motivo para vergonha, é um dom raro e...


 - Assustador! - Amy completou, tristonha. - Sinto muito, Remo... eu não invado os pensamentos das pessoas, mas às vezes eu escuto sem querer, como agora! Garanto que nunca invadi a mente de ninguém aqui, nem sei fazer isso!


 - E se você se esforçar, você consegue? - Pedro ficou curioso.


 - Não sei, eu nunca tentei... nem sei se devo! Me parece um tipo de invasão de privacidade!


 - Tente! - Sirius ficou em pé e a levantou. Eles ficaram de frente um para o outro.


 - Mas Sirius, eu nunca...


 - Não tenha medo, tente! - ele a interrompeu, decidido. Ele sempre a encorajava quando ela parecia temerosa.


Ela o olhou nos olhos, se concentrando. Parecia estar se esforçando para ver além deles.


 - Nada! - ela disse, olhando para a turma que estava em pé ao redor deles.


 - Talvez você deva fechar os olhos! - Tiago insistia. - Ou tocar nele, sei lá!


 - Ok... - ela riu. - Concentre-se, Sirius!


Eles ficaram a menos de um palmo de distância um do outro e fecharam os olhos. Ela se concentrou, tocou nas mãos dele e nada. Então ela abriu os olhos e viu Sirius parado diante dela, parecendo bem concentrado. Ela achou a cena cômica e riu, beijando-o nos lábios depois que ele abriu os olhos pra saber porque ela estava rindo. Quando Sirius estava correspondendo o beijo e a turma ria baixinho, ela o viu se transformar em um cachorro preto e Lupin, ao lado dele, virara um lobo enorme. Ela abriu os olhos, assustada e se afastou dele.


 - Oh meu Deus! - ela exclamou.


 - Que foi? - Sirius se assustou. Durante o beijo, lembrara-se de Lupin se transformando em lobisomem. Amy o olhava assustada e ele entendeu. - Você também viu? Você viu, não viu?


 - Sim! - ela respondeu, sentando-se na poltrona. - Sim, eu vi!


 - Mas viu o quê? - Dylan estava curiosa.


Amy olhou para Sirius que a olhava apreensivo. Ele olhou ao redor: só tinha os marotos, Amy, Dylan e Lily na Sala.


 - Ela sabe, Remo! - ele disse, por fim. - Sobre nós... precisamos contar pra elas!


Lupin mudou de cor para branco-neve e sentou-se na poltrona de onde tinha se levantado.


 - Conte pra elas! - ele pediu a Sirius.


 - Conte pra elas, Amy! - Sirius se virou pra ela. - Conte o que você viu e nós explicaremos!


 - Eu vi você, Sirius, virar um cachorro preto e... vi o Remo virar um lobo... um lobisomem! - ela olhou para Lupin, que lhe olhava amedrontado. - Não estou assustada a respeito disso, Remo! - ela sorriu pra ele. - Desde quando você é lobisomem?


Lupin a olhou. Depois olhou Dylan e Lily. Nenhuma delas parecia sentir medo ou desprezo.


 - Fui transformado ainda criança, quando fui mordiro. Eu não queria entrar para Hogwarts, mas Dumbledore me arrumou um esquema de esconderijo nas noites de lua cheia: eu pego uma passagem secreta para uma casa em Hogsmead, conhecida como “A Casa dos Gritos”. Vocês já devem ter ouvido falar dela, dizem que é o local mais mal-assombrado da Inglaterra. - as três balançaram a cabeça positivamente.


 - Pois bem... não há nada lá a não ser um lobisomem e seus três amigos loucos que viraram animagos ilegais para acompanhá-lo nas noites de lua cheia: eu, o cachorro Almofadinhas; Tiago, o cervo Pontas e Pedro, o rato Rabicho! - Sirius continuou a história de Lupin.


 - Desculpe, Dylan, não ter contado! - Lupin se virou para a namorada, temendo o fim. - Também não acho que você esteja errada se você quiser terminar... eu entendo o que dizem por aí sobre os lobisomens... Nós somos perigosos às vezes e...


 - Não! - Dylan o abraçou. - Não terminaria com você, não por isso! - ela o beijou.


Lily e Amy foram abraçá-lo e ele se sentiu melhor ao não sofrer preconceito das amigas e da namorada.


 - Eu temia muito contá-las, pois achava que não seria uma boa reação! - ele disse.


 - Com todo o preconceito que há por aí, todos nós achamos. - Tiago continuou.


 - Mas vocês não são como eles! - Sirius abraçou Amy.


Ela gostara muito daquele abraço. Ela acarinhou o cabelo de Sirius por um tempo e o beijou, saindo logo depois para dormir. As outras fizeram o mesmo com os namorados e acompanharam Amy. Na Sala Comunal só sobrou um grupo de amigos, que olhavam rindo um para o outro.


 - Então, Sirius... agora joga no time dos namorados? - Tiago perguntou.


 - Espero que sim! - ele riu. - Vamos, temos aulas amanhã!


Amy estava deitada na cama sem dormir. Pegou seu livro azul no malão. “Severo sabe”, ela escreveu. “Quando o olhei nos olhos ouvi a palavra ‘lobisomem’ o tempo todo! Ele sabe sobre o Remo e sabe sobre mim!”. Ela fechou sei livro azul e foi dormir.


Ela acordou ouvindo um chamado, mas não o escutou depois que se levantou da cama. Talvez fosse um sonho, mas o que ela ouvira, ela não saberia dizer. Não conseguira dormir depois, então pegou seu livro de capa azul e uma pena e desceu as escadas, em direção à Sala Comunal, pra escrever aquecida pela lareira. Uma figura de cabelos negros e despenteados estava lá, só de pijama: era Sirius. Ele a viu descer do dormitório vestindo um robe por cima da camisola e riu pra ela.


 - Então foi você quem me chamou? - ela disse, aproximando-se dele.


 - Sim, mas não esperava que você ouvisse! - ele riu. Puxou uma poltrona para bem próxima da dele e Amy se sentou lá. - Na verdade eu só pensei “Amy, preciso de você”.


Ela riu e pegou nas mãos dele. Depois o beijou suavemente nos lábios.


 - Não consegue dormir?


 - Tive um sonho ruim! - ele riu. - Algo sobre uma prisão e dias sombrios... acordei e vi que precisava de você!


 - Está tudo bem agora? - ela o abraçou.


 - Muito bem! - ele a olhou fundo nos olhos azuis dela e sorriu. Amy sempre notava que o sorriso dele era o mais lindo que ela já vira.


Ela não resistiu e o beijou. Depois eles ficaram abraçados e adormeceram lá mesmo, na Sala Comunal. Amy se viu num quarto escuro e úmido e viu seu tio Dippet amarrado nos pés e nos braços. Depois viu dois encapuzados com caveiras no braço. Eles batiam em Dippet e ele dizia que nunca iria revelá-los. Mas Amy não sabia o que devia ser revelado para que parassem de torturar o seu tio.


Ela acordou num salto que acordou Sirius. Já tinha os olhos marejados de lágrimas.


 - O que foi? - Sirius a perguntou, estranhando.


 - Dois Comensais seqüestraram meu tio! - ela disse, correndo em direção ao quadro da Mulher Gorda. - Preciso avisar a Dumbledore!





Notas: Olá pessoal. Eu nunca escrevi nenhuma nota nos meus capítulos, por isso acho que preciso explicar algumas coisas. Bem, Dippet, o tio da Amy, não é parente do ex-diretor Dippet. Na verdade u estava num momento de falta de criatividade e esse foi o primeiro nome que me veio. Outra coisa, eu coloquei os Longbotton para serem ‘quase’ da turminha (marotos) porque eu morro de pena do Neville e acho que os pais dele seriam maravilhosos se ainda estivessem bem. Ele seria um pouco mais seguro de si, não acham?

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