A caminho de Chicago



Capítulo 25: A caminho de Chicago



Gina trancou a porta do banheiro e usou mágica para tirar as marcas vermelhas do pescoço e para rearrumar os cabelos. Guardou novamente a varinha após destrancar a porta. Saiu do banheiro sentindo-se de certa forma a pior das criaturas por ter agido daquela forma enquanto estava bêbada (irracional), mas não teve muito tempo pra pensar nisso.

A ruiva estava andando pelo corredor quando ouviu vozes. Teria passado direto, mas o que ouviu a fez se esconder atrás de uns pilares para continuar ouvindo.

-A última coisa que Rabicho nos informou é que eles viriam pros EUA. Aí nós encontramos o corpo do Rabicho na Ilha dos Portais, eu já disse pra você Marcus que o único portal para esse país sai aqui em Nova Iorque.

-Mas por que Rabicho estava morto, Pansy?

-A Weasley ou o Draco o mataram. Aquela traidora desgraçada! Eu tenho quase certeza que o Draco a está ajudando e é por isso que o Lord quer que os eliminemos. Como é que o Draco preferiu aquela Weasley sem graça à mim? Isso é uma vergonha, ele era um dos comensais preferidos do Mestre.

-Como nós dois vamos achá-los nessa cidade gigante?

-O Lord disse que logo mandaria mais comensais.

A garganta de Gina ficou seca. Então já havia comensais atrás dela e de Draco? Ao que tudo indicava, sim.

A ruiva escondeu os cabelos e a face com o chalé do vestido e passou andando apressadamente pelos dois comensais, o que lhe foi facilitado pela pouca luz que havia naquele corredor. Sabia que ela e Draco tinham que cair fora dali o mais breve possível. Logo não seriam apenas Pansy Parkinson e Marcus Flint atrás deles.



***



Draco sentou-se na mesma mesa que Harry e Hermione:

-E a Gina? –os dois perguntaram.

-Já voltou ao normal. Está se arrumando no banheiro. –ele respondeu zangado.

-Por que está com essa cara? –Hermione perguntou ao loiro.

-Gina está brava comigo. –ele respondeu sem pensar.

Harry deu um muxoxo e Hermione resistiu ao impulso de dizer que a ruiva tinha toda razão:

-Eu tive uma idéia, Malfoy. –como Draco apenas ergueu as sobrancelhas, Mione continuou –Sei como você pode fazer as pazes com a Gina e até acabar com essa abstinência que ela impôs.

-Você sempre foi metida a sabe-tudo mesmo. –o Malfoy disse dando de ombros.

Hermione ignorou o comentário e continuou:

-A Gina tem um fraco por presentes meigos, mas tem que ser algo que ela queira faz tempo. Faça isso que estou dizendo e amanhã eu perguntarei pra ela o que achou de “sua” idéia. Já tem algo em mente?

-Por que está fazendo isso por mim Granger? –ele perguntou curioso.

-Não é por você. Eu quero a Gina feliz e percebi que pra isso ela tem que estar bem com você. E então?

-Quem garante que vai funcionar? –Draco perguntou cético.

-Eu garanto, Malfoy! Sou amiga dela e por isso a conheço bem. E então, tem alguma idéia?

O Malfoy pensou por alguns momentos e lembrou-se de algo que ela queria muito.

“Droga! Por causa da Granger vou ter que presentear a Weasley. Aquela traidora não merece!” pensou e fez que sim com a cabeça para responder a pergunta de Hermione.

-O que é então? –Harry perguntou duvidando que Draco pudesse dar a Gina um presente que ela gostasse.

O loiro abriu a boca para responder, mas foi interrompido por Gina que chegou abalada:

-TEMOS QUE IR AGORA, DRACO! –ela gritou com urgência.

-O quê?!? –Draco, Harry e Hermione perguntaram ao mesmo tempo.

-Não tenho tempo pra explicar. –disse puxando o loiro pela mão –Harry vá até o banheiro, garanto que no caminho vai encontrar algo interessante.

-O que, Gina? –Harry perguntou.

-Apenas vá!!! Tchau pros dois. –e saiu deixando o casal com cara de interrogação.

Gina foi arrastando Draco pelo caminho:

-Mas e o meu terno e a sua bolsa? Vão ficar aí? Por acaso enlouqueceu?

-Temos que sair daqui AGORA!!! Depois eu explico tudo.

Draco bufou inconformado:

-É bom que tenha uma boa explicação.

Ao saírem da danceteria, Draco parou de andar.

-Fale o que tem pra falar. –disse secamente de braços cruzados.

-Ainda não estamos seguros. –disse o puxando consigo.

-Que mistério todo é esse, Weasley? Como assim não estamos seguros?

-No hotel eu te conto, agora não discuta comigo e pegue aquele táxi.

O loiro acenou para um táxi que estava vindo e então entraram nele. As mãos de Gina estavam frias e ela tremia, mas mesmo que não estivesse com frio ainda assim estaria tremendo. A ruiva tinha o exemplo dos Potter. Quando Voldemort queria morte, ele conseguia morte!

Ao chegarem no hotel, Draco falou que tinha que resolver uma coisa na recepção e não se deixou abalar pelos protestos da ruiva que subiu para o quarto batendo os pés com raiva.

-Será que o Malfoy não compreende que é importante o que tenho pra dizer? –perguntou inconformada batendo a porta do quarto com força.

Gina fez uma busca pelo quarto e pelo banheiro, recolhendo todas as suas coisas e atirando-as de qualquer jeito dentro da mala:

-Eu acho que estou esquecendo alguma coisa. –disse pensativa enquanto cruzava o quarto de um lado a outro.

Knock, knock, knock. Ela ouviu baterem e foi correndo abrir:

-ATÉ QUE ENFIM, MALFOY! VOCÊ É SURDO OU O QUÊ? EU DISSE QUE PRECISAVA CONVER... –gritou ao abrir a porta, mas parou ao olhá-lo mais atentamente –O que é tudo isso? –perguntou espantada se referindo ao que ele carregava nos braços.

-É pra você, agradeça a Granger. Aquela Sangue-ruim praticamente me obrigou a te presentear. –Draco falou entregando a cesta embrulhada de celofane azul para Gina.

-Feche a porta. –ela disse enquanto se sentava na cama e desembrulhava –EU A-D-O-R-E-I!!! –exclamou com um sorriso sincero.

Draco se desconcertou um pouco ao ver expressão de alegria no rosto dela e passou a mão pelos próprios cabelos louro-prateados:

-A sua amiguinha me disse pra te presentear se eu quisesse que você acabasse com aquela história de abstinência e fizesse as pazes comigo, então eu fui obrigado a comprar.

-Você lembrou? Lembrou que eu adoraria ter um tigre branco de pelúcia, não é? –perguntou radiante.

-Bem, eu lembrei sim.

-Ai que amor. –disse se levantando –Você é tão fofo, Draco! –falou e o abraçou.

Draco não retribuiu o abraço, só se deixou ser abraçado:

-Eu não sou fofo!!! –ele protestou –Apenas sou um bom observador, ta bom? NÃO DIGA QUE EU SOU FOFO! ISSO OFENDE A MINHA DIGNIDADE! Eu sou um Comensal da Morte, um cara mau. Muito mau. E se você não abrir os olhos ele vai te apunhalar pelas costas.

Gina o soltou:

-Ok. Sr. Comensal da Morte maléfico, você realmente é o ser mais maligno que já existiu. –falou ironicamente –Assim está bom ou quer que eu te chame de Lord das Trevas?

-Não me provoque, Weasley... –ele avisou com um olhar misterioso –Não vai olhar o resto?

-Ainda tem mais? Eu fiquei tão fascinada pelo tigre branco que nem percebi. –disse voltando-se novamente para a cesta.

Havia também bombons de licor em forma de coração, uma almofada de pelúcia vermelha também com formato de coração em que estava escrito “I love you so much...” [N/A: Significa “Eu te amo tanto...” e exatamente o perfume que ela usava.

Gina olhou para Draco com um meio sorriso.

“E tudo isso não é fofo?”

-Como sabia que era esse perfume o que eu uso? –ela perguntou curiosa.

-Você pensou que eu não falava sério na França quando disse que queria descobrir a essência do seu perfume? E acabei descobrindo, não foi?

-Também...chegando tão perto daquele jeito... –ela falou e sentiu o rosto esquentar e o coração bater mais rápido ao se lembrar daquele momento em que ela estava de toalha depois do banho e ele todo suado... (“Não! Chega de pensar nisso!!!” ela pensou envergonhada) [N/A: Perdoemos a Gina por pensar naquela cena dessa forma...É realmente tentador, não?] –Hum... E quanto ao chocolate? Não me lembro de ter dito pra você que eu gostava. Foi a Hermione ou o Harry que contou?

-Não, eu não sabia. Apenas fiz uma suposição. Se eu que não sou lá muito normal gosto, por que você não gostaria?

-Presente de grego? –ela perguntou ressabiada.

Draco ponderou e com um sorriso irônico respondeu:

-De certa forma. Mas não era você que estava louca pra me dizer algo importante? Por que não começa logo?

-É mesmo! Como pude esquecer? É muito sério, Draco...

-Fale de uma vez, Weasley ou eu vou realmente me irritar.

Gina respirou fundo e então soltou a bomba:

-Estão atrás de nós.

-Quem? E por quê?

-Os Comensais da Morte.

-Mas eu sou um e até onde sei você ainda é também.

-Não somos mais. Bem, pelo menos não somos mais bem-vindos entre o rebanho de Voldemort. Ao que parece ele colocou nossas cabeças à prêmio.

-Como assim “nossas”?!? Você é a traidora!!! Eu não tenho nada a ver!

-Eles acham que também é um traidor e está me ajudando.

-Eles quem exatamente? Como pode afirmar tudo isso, Weasley?

-Seus coleguinhas da Sonserina, mais precisamente a Parkinson e o Flint, estavam na danceteria. Eu os ouvi comentar que Voldemort colocou-os atrás de nós e colocaria mais comensais. O seu querido mestre nos quer a 7 palmos debaixo da terra. Eles falaram também que acharam o corpo de Rabicho e que ele tinha fornecido várias informações, antes de morrer, é claro. Inclusive que viríamos para os EUA.

-Droga! Tudo isso por sua culpa! Agora sou considerado um traidor também e estou sendo caçado. O que faremos agora?

“Agora você usa a 1ª pessoa do plural, não é?” ela pensou antes de responder.

-Não é óbvio? Caímos fora daqui antes que essa cidade esteja pululando de comensais.

-Quando? Amanhã?

-Não! Nesse instante!!! Não podemos nos arriscar, faltou pouco pra que aqueles dois nos pegassem.

-E os seus coleguinhas grifinórios? Não se importa com o que dirão?

-Me importo mais com a minha vida. Arrume logo as suas coisas e vamos zarpar logo daqui. –a ruiva disse empurrando o loiro pra fora do quarto.

-Não esqueça do mapa, Weasley.

-Ah, então era isso que eu estava esquecendo. Valeu por me lembrar. –falou e fechou a porta na cara dele sem nenhuma cerimônia.

Gina deu mais uma olhada pra ver se tinha deixado algum pertence pra trás, então abriu a porta e saiu com o mapa numa mão e a mala na outra.

-Draco! –chamou batendo à porta do quarto dele.

O loiro abriu:

-Ainda falta eu pegar algumas coisas. –o loiro disse –Tome. –e entregou pra Gina o cartão bancário –Encerre a nossa estadia. Pode deixar que eu levo a sua mala e reze pra não encontrar seus amiguinhos ou terá muito o que explicar.

Gina concordou e desceu o mais rápido que pôde pelas escadas (trauma de elevador).

Logo terminou de resolver o pagamento, Draco apareceu e eles foram pra fora do hotel:

-A pé é arriscado. Vamos pegar um táxi novamente. –a ruiva disse.

-Já pensou se não houvesse sempre um táxi na frente dos grandes hotéis pra resolver nossos problemas?

-Prefiro não pensar sobre isso. –disse e os dois entraram no carro –Para a rodoviária. –acrescentou para o motorista.

-ônibus, Weasley? Que coisa mais deselegante! –Draco reclamou.

-Oh, desculpe se Vossa Alteza acha que ônibus não é um meio de transporte digno de sua majestade. –disse sarcástica –Que frescura! Além disso, existem ônibus que são bem confortáveis.

Draco não falou nada em resposta e Gina fez uma cara de “Bom mesmo!”

Ficaram em silêncio. A Weasley olhava pela janela a princípio interessada, mas depois de um tempo ficou incomodada com o silêncio sepulcral. Que mania esses taxistas tinham de serem tão calados? Draco tamborilava os dedos no próprio joelho e parecia pensativo:

-No que está pensando? –Gina perguntou.

-Em como você mudou a minha vida. –falou pesando as palavras –Pra piro, -acrescentou com um sorriso maldoso – já pensou no que me meteu?

Gina fez uma cara culpada e desviou o olhar, fazendo Draco sorrir com mais satisfação:

-Você me ferrou, Weasley e sabe que eu também posso ferrar você...Lembra do contrato?

-C-contrato? –perguntou engolindo em seco.

-É, o contrato. Tenho razões de sobra pra te fazer comer o pão que Voldemort amassou e pisou com essa história de contrato.

-Ok. Eu sei que não adianta te pedir pra anulá-lo. Então não posso fazer outra coisa senão cumprir.

-Nem que isso custe o limite da sua honra e dignidade, não é Weasley? –perguntou com uma expressão de cruel satisfação.

A ruiva respirou fundo e engoliu em seco novamente.

“Se a sua intenção era me assustar, Malfoy. Já conseguiu...”

-Pode dizer o que decidiu então. –disse resignada, forçando-se a encarar aqueles olhos cinzentos que tinham um brilho de prazer por saber que ela estava em suas mãos.

-Como assim pode dizer? Eu ainda não decidi. Preciso de tempo e calam pra escolher o que seria mais torturante pra você.

Gina cerrou os punhos e os dentes:

-Você-não-presta-Malfoy!

-Há! Agora que descobriu isso? –perguntou debochado.

-Chegamos. –o motorista anunciou –São 30 dólares a corrida.

Draco desembolsou o dinheiro e os dois saíram do carro. Foram comprar as passagens:

-Qual é o ônibus que sai em menos tempo? –Gina perguntou para o funcionário que vendia as passagens.

-Um 5 estrelas que vai pra Chicago daqui a 20 minutos, mas... –o telefone tocou –Com licença. –o funcionário disse e atendeu ao telefone –Sim. Cancelar? Assim de última hora...Mas por quê? Sei, essas coisas acontecem. De nada.

Ele desligou o telefone e Draco perguntou:

-O que tem o ônibus que vai pra Chicago?

-Ah, sim! Eu ia dizer que todas as passagens estão vendidas, mas tiveram sorte. Um casal ia viajar, aí a mulher acabou de ligar pra avisar que não iriam porque o marido está doente.

-Quanto é? –a ruiva perguntou sem demora.

-U$75 cada uma.

-Aceita cartão? –o loiro perguntou e o funcionário fez que sim –Ótimo, queremos as duas. –falou entregando o cartão.

-Poderiam me passar seus documentos por um instante?

Draco tirou o RG do bolso e Gina da mala. Então os passaram.

Ele digitou o nome de Draco e Gina no computador e em poucos segundos a tela mostrava as fichas sobre os dois (sem mencionar que erma bruxos e coisas relacionadas a magia) com um okay em cada.

-Tudo certo. É o ônibus azul marinho no terminal 4A. Boa viagem. –falou devolvendo o cartão e os documentos.

Draco e Gina se dirigiram para o ônibus e entraram nele. Tinha dois andares, banheiro, salão de jogos, ar condicionado, 3 tvs e poltronas leitos.

As poltronas correspondentes aos dois eram as penúltimas do lado esquerdo:

-Pelo menos aqui não temos que fingir nada. –Gina disse.

-É, que bom. Não agüentava mais ter que bancar seu namorado. Agora só temos que bancar os trouxas. –o loiro comentou.

-Muito menos eu!

-Hum, bem que você gosta dos meus beijos. Você não consegue resistir, não é Weasley?

-Resisto sim! –a ruiva teimou decidida.

-Duvido...

-Duvida por quê? Vá tomar banho, Malfoy! Você é muito convencido, se vangloria demais. –ela falou aborrecida, olhando pela janela.

Draco riu baixinho da irritação dela. Tinha a deixado irritada por dois motivos. Por que ele gostava de vê-la assim e porque aumentaria o orgulho dela em se aproximar dele. Era isso que Draco queria (ou pelo menos achava que queria), manter uma relação o mais fria possível com Gina. Esse era o melhor jeito para afastar a “tentação” de si.

Quando fez uns 15 minutos que o ônibus havia saído, o loiro perguntou:

-Vai ficar emburrada aí a viagem inteira?

-E se eu quiser ficar? O que você tem a ver com isso?

-Absolutamente nada. Vou pro salão de jogos ver o que os caras estão fazendo.

-Vou com você. –Gina disse de repente.

-E por acaso eu te convidei ou perguntei se queria ir?

A ruiva ficou vermelha, mas como as luzes estavam apagadas, Draco não podia ver:

-Seu grosso! Depois ainda pergunta sobre eu estar emburrada. Como não estar se você é tão chato?

-Calma, era brincadeira. –disse rolando os olhos –Sabia que fica uma graça quando está com raiva e corada?

A ruiva levantou-se seguida de Draco e os dois rumaram para o salão de jogos, que era no andar inferior:

-eu não estou vermelha. –disse mesmo sabendo que tinha ficado mais vermelha ainda depois do último comentário dele.

-Sim, você está. –Draco insistiu.

-As luzes estão apagadas, não tem como afirmar nada.

-Te conheço o suficiente pra saber que está fervendo de raiva mesmo que as luzes estejam apagadas e você esteja controlando a voz.

O fato de Draco ter razão fazia Gina ferver ainda mais de raiva.

“Droga! Como ele pode saber disso? Eu sou tão transparente assim?!?”

Chegaram ao salão de jogos que tinha uma forte iluminação. O loiro olhou para a Weasley:

-Eu disse. –falou com um sorriso satisfeito que só aumentou a raiva de Gina.

Lá havia 5 homens e 2 mulheres jogando truco. Draco e Gina ficaram observando e depois entraram no jogo. Após 3 rodadas a ruiva foi vencida pelo sono e resolveu voltar para sua poltrona e dormir.

Já era 2 e ½ da manhã quando Draco deixou o salão de jogos para ir dormir também. Gina tremia de frio mesmo com o chalé e era observada por Draco.

“Problema dela se não se cobriu antes de dormir.” Ele pensou enquanto deitava sua poltrona e acomodava-se nela.

-Draco... –Gina sussurrou.

O loiro abriu os olhos:

-Ainda acordada, Weasley? Por que não se cobre? Está tremendo de frio.

-Oh Draco! Draco...convencido.

ele olhou pra Gina e viu que ela estava sonhando...com ele!

“Eu não acredito que a Weasley está sonhando comigo! Que tipo de sonho será? Amanhã irei aborrecê-la por isso.” Pensou e então a cobriu com um cobertor que estava nas costas da poltrona dianteira, apesar de achar que ela não merecia nenhum favor vindo dele.

O céu já estava claro quando Gina acordou. Primeiro a ruiva sentiu um estranho peso no ombro direto, então abriu os olhos e ao constatar o motivo do peso, ela quase deu um pulo de susto. Era a cabeça de Draco que estava apoiada em seu ombro.

O loiro tinha umas mechas de cabelo caídas no rosto e parecia dormir tranqüilamente.

“Ele parece tão calmo e lindo, mas quando está acordado é tão frio, insensível e calculista...Droga! Preciso parar de pensar nisso!” ela pensava enquanto afagava distraidamente os cabelos do Malfoy.

-Hum...isso é bom. –Draco disse sorrindo com os olhos fechados e Gina parou abruptamente.

-Me desculpe, eu estava tão distraída com meus pensamentos que nem prestei atenção no que estava fazendo.

-Não pare, estava bom. –ele falou manhoso ainda sem abrir os olhos.

-Largue de ser folgado! Já disse que estava distraída, não sabia que estava tão carente assim.

Draco finalmente abriu os olhos e fitou-a interrogativamente:

-Distraída com o quê? Pensando no sonho que teve comigo?

“Como é que o Malfoy sabe que sonhei com ele?” ela perguntou-se surpresa.

-Como sabe que sonhei com você.

-Falou meu nome enquanto dormia. Conte-me o conteúdo do seu sonho. –ele pediu.

Gina enrubesceu e desviou o olhar, fazendo Draco dar um sorriso vitorioso:

-E então?

-Não é importante. –disse pra ver se conseguia dissuadi-lo da idéia, mas não funcionou.

Hehehe, Weasley. A sua reação diz tudo. Andou tendo sonhos quentes comigo, não foi?

-E-eu n-não! Você ficou louco? –a ruiva disse tentando parecer indignada.

-Tudo bem. Negue até a morte se quiser. Eu não me importo, de qualquer jeito sei qual é a verdade. –disse dando de ombros –É mais do que normal as mulheres terem sonhos desse tipo comigo. Eu sei que você me deseja.

-Eu sou assim tão transparente?!? Eu quero você. Eu preciso de você. Oh baby, oh baby. –falou irônica rolando os olhos [N/A: Fala tirada do filme “10 coisas que eu odeio em você”] –Pare de se achar o “Dom Juan”! Porque você não é!

-Não sou, é? –ele perguntou soando divertido.

-Não! –ela respondeu com convicção.

Draco deu uma olhada pelo ônibus:

-Façamos assim: Vá até o salão de jogos daqui no máximo 10 minutos.

-O que você está pra fazer?

-A pergunta não é essa. “O que você está pra provar?” é bem mais apropriado pra perguntar.

-O que você quer provar?

-Vou provar que estou certo e você errada. Apenas vá lá no tempo em que te disse. –falou se levantando e rumando para o salão de jogos.

Passaram-se cerca de 10 minutos e Gina não agüentava mais esperar. Então dirigiu-se apressadamente para o salão de jogos a fim de ver o que Draco estava aprontando.

A porta estava entreaberta e ela empurrou. Ao ver o que Draco queria que ela visse, ela levou a mão à boca em surpresa...Mas principalmente para não xingá-lo.

“MALDITO! Como esse desgraçado consegue ser tão canalha? O Malfoy é mesmo um cretino até o último fio de cabelo!” a ruiva pensou e respirou fundo para dissimular a raiva.

-Ok. Malfoy, você já conseguiu provar o que queria.

Ao ouvir a voz de Gina, Draco parou de beijar a morena que ele havia encontrado pelo caminho.

-Se importa de nos deixar a sós, Jennifer? –perguntou para a morena.

Jennifer lançou um olhar que dizia claramente “Você me usou, nunca mais sequer olhe pra mim” e saiu de lá sem nada dizer.

-Viu como eu tinha razão, Weasley. Sou um conquistador nato.

-Aquela tal de Jennifer não parecia estar feliz quando saiu.

-Mas posso garantir que antes de você chegar, ela estava.

-Você não pode usar as mulheres do jeito que bem entender, seu estúpido! –Gina falou com raiva, o empurrando e saindo tempestivamente.

Ao chegar em sua poltrona, virou-se e olhou a paisagem da janela, mas sem realmente ver. Gina tinha uma expressão em que se mesclavam raiva e indignação. Logo depois Draco sentou-se ao seu lado, mas ela o ignorou:

-Por que você ficou com tanta raiva, Weasley?

A ruiva nem se moveu, continuava a fixar seu ponto cego:

-Me responda, Virgínia. –ele insistiu.

-Eu odeio o que acabou de fazer. –ela respondeu ainda sem encará-lo.

-O quê? Odeia me ver beijando alguém que não seja você ou odeia saber que estou certo em dizer que sou um Dom Juan?

Gina bufou e finalmente voltou-se para Draco:

-Odeio o seu jeito convencido! Será que nunca ouviu falar de modéstia?!?

-Desculpe-me, mas essa palavra não consta no meu vocabulário. –falou suspirando como se o fato fosse uma lástima –Hum... –começou fazendo-se de pensativo –Lembro-me que você falou durante seu sono que eu era convencido. Por que disse isso?

-Porque você é!!!

-Estava me referindo ao sonho.

Gina ficou rubra e piscou várias vezes:

-Ainda com essa história? Isso é que é falta de assunto. Por que você não me deixa em paz?

-Por que eu não quero. É divertido te deixar irritada e envergonhada. –disse com um sorriso debochado.

A ruiva respirou fundo e disse seriamente:

-Você vive se gabando do seu poder de sedução, Malfoy. Já pensou quantos filhos você pode ter por aí?

Draco não pareceu nem um pouco abalado:

-Está me achando com cara de idiota? Eu sou precavido. Ou você acha que não sei que uma mulher pode querer ter um filho meu só pra ganhar do meu dinheiro? Eu sou esperto, ninguém nunca me enganou...A não ser você. –terminou de dizer com uma expressão colérica.

Gina suspirou:

-Já cansei de explicar porque te enganei, você não entende mesmo.

-Eu já entendi. –respondeu entediado.

-entendeu?!? –perguntou esperançosa.

-Hum-hum. Entendi, mas não significa que te perdoei. Você me enganou para salvar a própria pele. Um típico ato sonserino, por isso eu entendo. Mas não perdôo, estou de olho em você, Weasley.

“De olho em mim?” Gina pensou erguendo as sobrancelhas.

-Quero dizer de olhos bem abertos com você. –ele corrigiu-se rapidamente.

-Eu não sou perigosa, a não ser que me provoquem ou para me defender e defender as pessoas que amo.

-Amor? Amor é um sentimento sórdido camuflado por babaquices sentimentalistas. O que você idealiza como amor não existe, Virgínia. Na verdade, o que existe é uma atração sexual+jogo de interesses em comum ou não, que te amarram e faz com que as pessoas protejam quem elas transam por um certo tempo...Ou no seu vocabulário, quem elas amam.

-Você não sabe o que está dizendo, Draco. O amor verdadeiro é a coisa mais sublime do mundo. Além disso, existe o amor que sentimos por amigos e familiares, animais de estimação e objetos de grande valor sentimental.

-Está enganada, Virgínia e se pensar bem verá que estou certo. A sociedade e a moral te impulsionam a ter “sentimentos” por pessoas, objetos e animais, mas no fundo tudo não passa de pura conveniência também...Não só o amor entre um homem e uma mulher, mas também qualquer tipo de amor. O amor representa a pior das fraquezas humanas. Deixe o inimigo saber o que ama e ele irá usar isso contra você na 1ª oportunidade que tiver. Amor deixa as pessoas cegas e só atrapalha.

Gina o encarou profundamente e ficou vermelha:

-Um dia você vai se apaixonar, Draco e se for correspondido verá o mundo com outros olhos.

O loiro desviou o olhar, suas bochechas pálidas ficaram levemente coradas e suas mãos começaram a esquentar.

“Droga! O que está acontecendo comigo? Vou ignorar tudo o que estou sentindo, isso é o melhor que faço.”

Gina percebeu que Draco tinha um olhar vidrado, então chegou mais perto para examiná-lo melhor:

-Draco. –chamou calmamente –Está se sentindo bem?

O loiro levou um susto e posicionou-se o mais longe possível da ruiva que sua poltrona permitia. Seu coração batia acelerado.

“Ela quer me matar de susto? Meu coração está quase saindo pela boca!” pensou indignado.

Ele lançou um olhar raivoso pra Gina:

Me chame de Malfoy e eu estou muito bem, Weasley.

Gina deu de ombros não entendendo a súbita onda de raiva dele, mas havia compreendido o suficiente pra saber que era por sua causa que o Malfoy estava assim e era melhor deixar baixar a poeira.

N/A: Espero que tenham gostado do cap. E comentem, plz!!!! Agora eu vou demorar um pouco mais pra postar o prox. Cap, mas não mto tempo tb. O nome será “I’m lost Without you” que significa “Eu estou perdido(a) sem você”.

Trechos:

“O malfoy não disse nada e desviou os olhos relutante de Gina (do corpo dela) e a ruiva voltou para o banheiro.

‘Santo Merlin! Como é que só por causa disso ela consegue me deixar excitado? Que ódio da Weasley...Ela ta me deixando louco!!! Eu não sei mais o que fazer pra parar de pensar naquela sonsa idiota. Tenho que me manter longe da Weasley ou não me responsabilizo pelos meus atos” pensou passando as mãos pelos cabelos sem parar como um gesto de desespero.”

“-Fale pra mim. O que é que você sente quando a gente se beija? O seu coração acelera? Você se sente perdida? É como se o seu corpo virasse uma gelatina?

-É. Como você sabe de tudo isso?

-Porque é assim que eu me sinto. –Draco respondeu e viu Gina sorrir antes de beijá-lo.

‘Ótimo,Gina. Você definitivamente ficou louca. Droga! O beijo dele é uma droga pior que cocaína. Me tira da realidade e é altamente viciante.’ Pensou, passando seus braços por trás do pescoço dele.”

“-Quando é que vai parar de fingir que estar me beijando e me beijar de verdade, Draco? –Gina perguntou se fazendo de indignada.

-A enfermeira manda e o paciente obedece.”

“-Tudo. Eu tenho uma regra e você não entende o que isso quer dizer, apenas fica tentado quebrá-la incessantemente. Não é assim que funciona comigo. Se você quer me levar pra cama, terá que se adaptar as regras...”

“A ruiva olhou mais atentamente pra ele e reparou que o sobretudo estava ficando molhado em dois pontos. Draco havia sido atingido entre o peito e o ombro do lado esquerdo e na altura das costelas do lado direito. Sangue não parava de escorrer dos dois ferimentos e o loiro estava mais pálido que o normal. Gina ficou desesperada.”

“-Não, Draco! Você vai viver! Você tem que viver!!! ALGUÉM!!! ALGUÉM ME AJUDE!!!!! –ela gritou com tudo que podia, mas não havia ninguém por perto.

-Não adianta, Virgínia. –ele falou e ela ficou com os olhos marejados de lágrimas –Gosta tanto assim de mim?

Gina esfregou os olhos para conter as lágrimas e pegou uma das mãos de Draco. Estavam frias como o gelo, mas dessa vez o contato de sua pele com a dele não pôde esquentar a mão dele. Draco respirou fundo, tossiu mais um pouco e fez um esforço pra falar.

-Você me faz...ficar perdido, mas...eu fico mais perdido sem você. Já que vou morrer...

-Não fale assim, por favor.

-É inevitável...Tenho que te dizer antes...Eu gosto de você...Virgínia.

As lágrimas rolaram pelo rosto dela:

-Eu sei disso, apesar das nossas brigas, você fez algumas coisas que só um amigo que se importa faria.

-Não...falo de paixão...acho que estou...apaixonado por você... –Gina chorou mais ainda ao ver o crescente esforço que ele fazia pra falar, mas não pôde deixar de sorrir ao ouvir o que ele tinha acabado de dizer –O que...acha disso?”

N/A: Esse é um dos meus cap. Preferidos e eu acabei colocando trechos demais!!!!! Bem, as aparências enganam...Não quer dizer que nesse cap a Gina e o Draco vão tirar o atraso, mas tb não quer dizer que não. Não quer dizer q o Draco vai morrer, mas tb não quer dizer q não. Não entendeu? So sorry, mas então vc vai ter que ler “I’m lost without you”.

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