Leticce Varwe



      Ao entrarem no Salão Principal Gina foi para um lado e Hermione para junto de Harry e Rony, a castanha ainda estava com a mochila o que levou os meninos a deduzirem que as duas estavam até agora conversando.


      - Voltaram a se falar? – perguntou Rony. Hermione só acenou que sim com a cabeça, Mione havia voltado a se lembrar do sonho de Gina ela começou a imaginar “É se tiver uma ligação entre os sonhos deles?”, Hermione tinha medo de que Voldemort tentasse algo contra Harry, as notícias do Profeta Diário a cada dia ficavam mais absurdas, eles não publicavam nada de real importância, só relatos de um ministério divulgando o que seria uma época de paz, mas alguns pais não deixavam seus filhos fora da realidade e alguns escreviam sobre o que realmente se passava lá fora e o ministério apenas dava as costas, haviam ocorrido quinze fugas de Azkaban no último mês, e os ataques de dementadores a trouxas estavam ocorrendo em números alarmantes, mas tudo era empurrado para debaixo do tapete cor-de-rosa do ministério, a garota não estava realmente concentrada no seu jantar, e enquanto os garotos discutiam táticas de quadribol ela olhava fixamente para o nada com a mente cheia de possibilidades uma mais absurda que a outra.


      “Mas Voldemort não poderia manifestar nada na mente de Gina”


     “Ta e ainda tem Lillyth, ela é uma vampira, é no que isso influência?”


     “Muito bem vamos juntar os fatos Hermione:


Fato 1- Harry e Lillyth sonharam com uma sala grande com uma grande janela tapete e almofadas


Minha opinião- Nunca vi nenhuma sala desse aspecto em Hogwarts. Certo que a dezenas senão centenas de salas que eu nunca entrei em Hogwarts, mas sei que existe um monte de salas abandonadas. Próximo fato.


Fato 2- Harry e Gina sonharam com uma clareira mais precisamente na floresta proibida.


Minha opinião- existem dezenas de clareiras na floresta.


Fato 3 – Gina sonhou estar feliz em ver Harry e Lillyth juntos


Minha Opinião- O povo desse castelo está ficando doido e eu estou doida também!”


      - HERMIONE! – Rony a cutucava com força.


      - Aiii, que foi?


      - Você está ai parada olhando pro nada a tempos, e só ta brincando com a comida.- A garota se deu conta de que estava enrolando o macarrão no garfo sem perceber.


      - Cadê o Harry? – Perguntou ela vendo que o garoto não estava mais ali, e olhando bem o Salão estava visivelmente mais vazio. Gina estava na mesa na Corvinal conversando com Luna e Draco não estava ali (detalhe).


     - Foi ao escritório do Dumbledore fazer alguma coisa, mas eu não entendi direito ele falou tão rápido.


      - Ah ok, bem eu vou comer é depois vou para a biblioteca.


      - Eu to preocupado com você.


     Hermione encarou o ruivo.


       - Por que


       - Não sei, mas sei que alguma coisa está errada.


       - “Ele nem sabe o quanto”- pensou Mione com ironia. – Besteira. Pensei que você tinha uma atividade extra de Adivinhação para terminar.


      - Obrigado por lembrar, mas já que você vai para a biblioteca eu vou com você.


      - Não, quer dizer, nenhum livro vai te ajudar naquela atividade, e é melhor você está no Salão Comunal quando o Harry chegar, além do mais eu nem vou demorar.


     Rony olhou desconfiado para a castanha.


      - Confie em mim, eu não demoro – disse Hermione dando um selinho em Rony e começando a comer seu jantar realmente.


     - Eu devo estar maluco, mas tudo bem – Rony se levantou e saiu do Salão. Hermione não demorou cinco minutos comendo, logo ela estava seguindo para a biblioteca, ali era o lugar onde ela realmente encontraria as respostas que procurava, ela se sentou na mesma mesa da noite passada, afastada dos olhares curiosos, mas estrategicamente bem posicionada. Ela aproveitou que ainda estava de mochila e puxou uma folha de pergaminho, nada a ajudava mais a pensar do que colocar todas suas idéias no papel, tirou também um tinteiro e uma pena, e começou, criou primeiramente três tópicos em letras de forma: HARRY, LILLYTH, GINA. Depois foi escrevendo palavras chaves abaixo de cada nome.


HARRY  – Clareira – Veneno – Grande sala – Comensais – Malfoy  – XXX


LILLYTH – XXX     – Veneno – Grande sala – XXX       – XXX      – Rony


GINA   – Clareira – XXX    – XXX         – Comensais – Malfoy   – Rony


      A medida que escrevia Hermione notava que cada tópico se repetia apenas para duas pessoas, e uma ficava sem um par, logo faltava alguma coisa.


      - Droga, falta alguma coisa! Alguma informação!- murmurou ela impaciente.


      Somente ali a garota se deu conta da sua companhia, ela cobriu o que estava escrevendo com os braços e perguntou.


      - Que você acha que esta fazendo Malfoy?


      - Calma – disse ele levantando os braços como se desse por rendido- Só vim conversar.


      - Sinto muito, mas eu não tenho tempo para conversas- O garoto não queria saber ele segurou a mão da castanha que tava em cima da mesa.


     - Você deve ter cinco minutos para me ouvir Hermione, o que eu tenho a te dizer É do teu interesse. - A garota nem notou a menção do seu primeiro nome


     - Olha se você veio falar da Gina, perdeu seu tempo, ela já me contou, já conversamos, eu posso até aceitar, mas nunca vou apoiar. Agora me solta.


     - Não que isso não estivesse nós meu planos para a nossa conversa, mas acho que agora não a mais nada a se acrescentar. Odeio admitir, mas eu preciso saber sua opinião sobre uma coisa, eu sei que você entende bastante sobre sonhos Granger – Aquilo fez Mione gelar, sabia que a informação que faltava era um quarto sonho, a pergunta era por que Malfoy o teria sonhado? A garota não soube o que fazer. Draco não a soltou, ela teria de ouvi-lo- Perfeito, a primeira parte do meu sonho já está se realizando, eu sonhei com este momento, sonhei que teria de falar com você, e por isso sabia que teria de fazer isso, eu sei o que você estava copiando, eu não preciso ver, no meu sonho e vi perfeitamente, mas confesso que se não tivesse visto em sonho, nunca me interessaria em te procurar, então saiba e tão complicado para mim quanto deve estar sendo para você. A segunda coisa foi uma porta de madeira de aspecto antigo, eu nunca vi essa porta – o garoto sabia que devia contar o que havia sonhado a ela, mas contar que sabia da existência da porta em Hogwarts É sua localização não estava em seus planos. – Agora você pode se perguntar por que eu estou com Gina, bem eu também vi, vi nós dois juntos, e estávamos felizes, certo que no sonho ninguém aceitava e na realidade não é nenhum pouco diferente, mas foi isso, isso que eu vi.


     - Quando você sonhou com isso? – A garota, sabia que aquilo não era normal, e agora estava realmente preocupada.


     - Ante ontem – os dois se encaravam sérios.


     - Que horas você acordou ontem?- o garoto riu, por aquelas perguntas ele não esperava.


     - Oito horas. Por quê?- A garota balançou a cabeça.


     - Nada


     - Sabe o que eu acho? – A garota ergueu as sobrancelhas- Que o destino de nós seis já está escrito, pelo menos até o natal. – Ali Draco soltou Hermione, deixou o livro que havia pegado a pouco em cima da mesa e deixou a castanha sozinha – Sua parte acabava ali, o feitiço estava lançado, Hermione era uma espécie de fiel do segredo, ela não teria coragem de comentar aquilo com ninguém, ela iria ler o livro e iria entender do que se tratava, agora não havia mais volta, tudo deveria acontecer, como eles próprios escolheram, não haveria poder maior para quebrar o encanto.


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     Hermione estava pasma com a conversa com Malfoy, assim que ele se retirou ela pegou o livro e o abriu, na primeira página, escrito a mão havia um poema:


No mundo da magia
Descobrimos que não se precisa de uma varinha
Para a verdadeira mágica acontecer
Mas fique atento
Assim como uma moeda
Ela também tem suas duas faces
E geralmente nós encaramos com a pior dela
Como um dado viciado
Para cair do lado errado
Só é preciso ouvir quatro relatos
Quando o destino decide brincar
E preciso saber controlá-lo
Amor, Medo, Raiva e Inocência
Por que andam sempre juntas?
Como saber reconhecê-las
Aconselho a descobrir rápido
A chave para a saída é olhar para dentro de si e ver que
Por mais que raiva nós domine
Por mais que o medo fale mais alto
Por mais que a inocência pareça ser a resposta para nossos atos
É o amor que...


› « š « š « › « š « ›


     O final do texto estava em branco como se a pessoa não tivesse tido tempo para terminá-la, Hermione ficou desapontada havia achado o texto de grande qualidade, ela ia virando a página com o poema quando um barulho atrás dela fez ela se assustar e fechar o livro de repente, ela sabia que atrás dela só havia uma parede de pedra, ela virou-se devagar e viu que a parede havia dado seu lugar a uma porta de ferro, ela achou que estava pirando, decidiu deixar a porta de lado e voltou atenção a seu livro fechado, mas ela não conseguiu o abrir, ela tentou de tudo até jogá-lo no chão, ela achou que era tudo culpa da maldita porta.


      - Qual é você não quer que eu entre lá, quer?


     Ela pode ouvir um clique vindo detrás dela, a porta estava aberta, sim ela tinha de entrar ali, a garota encarou o livro, ela queria saber o que tudo aquilo significava, por um momento ela pensou que talvez nunca voltasse então ela deixou a mochila debaixo da sua mesa, os meninos haveriam de procurar por ela, ela pegou o livro e olhou para dentro da sala que a porta leva-la, estava muito escuro para se ver algo, ela entrou assim mesmo. Com o livro colado no corpo ela deu alguns passos tentando enxergar qualquer vestígio de luz, ela tinha medo de olhar para trás, um baque surto a fez perceber que a porta havia se fechado e trancado sozinha, ela ficou parada, não arriscaria mais nenhum passo, ela puxou a varinha e murmurou lumos, nada, nada da varinha, por que quatro postos de luz foram crescendo delimitando um quadrado, ela reparou que as luzes eram fogo, e viam crescendo em archotes no canto da sala onde ela estava, a sala não era tão grande, mas era aconchegante, suas paredes eram de pedras, o chão de mármore branco, continha também alguns vasinhos com plantas perto da paredes, e na parede do fundo um pequeno armário com uns livros, no centro da sala apenas uma mesa baixa de leitura, a garota não pensou duas vezes, ela se sentou no chão e apoiou o livro na mesa, tentou abri-lo, e este não mostrou nenhuma resistência. A garota abriu o livro e viu que o poema ainda estava ali, incompleto, e se dirigiu ao índice, depois percebeu que não havia índice, ela folheou o livro e percebeu que tinha alguns tópicos: Testamentos Mágicos – Você não vai querer que sua tia morra. Ampulheta do tempo - Quando um vira-tempo se torna letal. Abortos Prodígios - Quando a magia está nas palavras. A garota notou que o livro se tratava de histórias reais e no final de cada tópico ele mostrava a magia envolvida. Alguns tópicos a frente ela encontrou um que deveria ser o que Malfoy esperava que ela lê-se:


O Quarto relato – Quando quatro destinos decidem se unir. 


Para: Wallace Yverce, Regina Fhomtles, Thomas Hudson, Alice Kimberly.


     Eu. Leticce Varwe queria revelar a você a história de quatro pessoas, uma história, em que eu fui mediadora, e só eu poderia contar, por que nenhum deles viveu para enxugar minhas lágrimas e dizer que a culpa não foi minha. Agora vejo todos os dedos voltados a mim, que fui burra o suficiente para me meter onde não devia; meus hematomas não valem o sofrimento deles, e o empenho de alguns para me salvar.


      Tudo começou com o que poderia ser o inicio de uma nova amizade, Alice era de um todo especial, feliz, companheira, fiel, minha mais nova amiga. Já Regina, Thomas e eu, éramos um trio inseparável, até Wallace entrar na jogada, fico um pouco receosa em dizer que a culpa do ocorrido e de todo dele, mas o cálculo e a preparação o do terreno era arte manha sua, e para mais delongas, pois falar sobre isso me corrói queria revelar que semanas antes, exatamente na mesma noite XWZXWZ como pode prestar atenção, foi escrito uma história, pelos quatro, subconscientemente, um sonho, um sonho real.


      Quando me intitulo medidora e apenas pelo fato de eu ser a única conhecedora dos fatos, lembro-me de quando Alice pediu meio sem jeito para me contar um segredo, de Regina me contando um sonho sem importância, de Thomas uma loucura da noite passada e Wallace seu déjá-vú, eu nunca poderia imaginar a ligação entre aquilo, nunca havia presenciado a união sólida de quatro destinos, a brincadeira de quatro destinos traiçoeiros, e uma magia conjunta, uma poção é uma maldição, um sacrifício é uma paixão, um objeto é vários feitiços. Tudo que não passavam de coincidência sem importância, agora se tornaram chaves indispensáveis de um mistério que acorrenta minha paz.


       Sou aconselhada a não relatar em detalhes os momentos tristemente inesquecíveis vividos na clareira. A traição e o arrependimento de Regina tornaram-se nossa salvação imediata, Wallace mostrou-se arrependido e agora realmente apaixonado, Thomas percebeu que amizade e amor são facilmente confundidos, mas uma hora o amor não grita, ele berra, sobe a mais alta torre para revelar aos descrentes que ele é o amor, único, soberano e nunca substituível, Alice agora tem mais uma cúmplice. Todos eles entenderam-se no final, mas por que não pode ter sido um final feliz a eles? Não sei lhes responder apenas sei que a chave esteve com Regina. A magia do feitiço só poderia ter sido quebrada por ela, e ela não o soube fazer, aceitar e perdoar nem sempre é fácil, mas a maioria das vezes é certa, teria a raiva falado mais alto? Não consigo entender, talvez por tanto conhecer Regina esperei de mais por parte dela, errei a não mantê-la á meu lado, ao prejulgá-la por ter feito algo que de imediato não percebi ser uma atitude de aliviar a dor, de por um fim na raiva e esquecer seu verdadeiro amor.


 


Em 19 de Janeiro de 1863
Por Leticce Jane Varwe


 


Comentários e Discursão


O texto acima pode não se passar de uma mera história inventada por uma adolescente para encobrir um ritual de magia negra, ou o simples plágio de uma lenda antiga de um povo que até hoje habita entre nós.


Diz-se uma lenda pouco conhecida, que os seres criaturas mágicas, como lobisomens, vampiros, elfos, duendes, fadas, unicórnios, dragões etc e tal, unidos a uma posição astral rara, pode desencadear o que chamados de magia involuntária, ou rituais místicos de sacrifícios, a lenda afirma, que certo dia o destino de um jovem vampiro teve o grande azar de se cruzar com mais outros três destinos, bom já podemos imaginar o que acontece quando quatros jovens destinos se unem, como dia A LENDA, uma jovem aldeã, por mera curiosidade acaba sendo mediadora de toda a magia, pelo simples fato de manter contados com os bruxos envolvidos, detalhes sobre como a tragédia se abateu são desconhecidos, apenas relatos de trouxas que afirmam ter visto a noite mais sombria de suas vidas, e quatro corpos desconhecidos na praça na manhã seguinte, daquele dia em diante, a jovem aldeã que havia perdido quatro ‘amigos’ em uma tragédia, começou a apresentar traços de magia.


A conclusão tomada daquele dia em diante era de que os quatros adolescentes mortos naquela noite haviam sido cobaias para um ritual onde sua magia fora transferida para a aldeã, a garota foi julgada e condenada a fogueira. Como vem a carta acima não passa de um plagio muito mal feito de pessoas querendo atenção.


      A primeira coisa a dar um grande choque em Hermione a autora do livro tinha seu mesmo sobre nome, é era bruxa tinha certeza, logo ela era sua ancestral. Segundo: o texto tinha mais de cem anos! Mione havia tido uma tia, avó ou seja que diabos Leticce era para ela, mas a mais de cem anos ela viveu aquela historia, a cabeça de Hermione doía ela não estava mais fazendo ligações do texto com a realidade, a garota fechou o livro e colocou a mão na cabeça, estava tonta.


      - Espero que entenda minha querida.- Hermione velou um susto muito grande com aquelas palavras, virou-se lentamente desejando por tudo que o que imaginara fosse simplesmente coisa de sua cabeça, mas a sua cabeça não imaginara uma mulher sentada ao seu lado. A mulher era pouco menos morena que Hermione, seus cabelos pendiam até o pescoço em ondas belamente desenhadas e tinham a cor de mel, trajava um vestido de cetim branco com uma grossa fita amarrada em um majestoso laço perfeito, ela estava descalça, e sorria. Um enorme sorriso.


      - Eu sempre soube que um este dia chegaria.


      - Quem é você? De onde você veio? – Hermione apesar de admirar a aparência da bela mulher sempre foi a favor do ditado: As aparências enganam. Então fechou o livro apressadamente e se levantou tentando manter certa distância, de breve relance ela viu que a porta continuava fechada e ela não tinha ouvido esta abrir.


      - Tudo relevante minha pequena. Você não chegou aqui para falar sobre mim, e acredito que temos pouco tempo, pois nossa conversa desgasta suas energias, energias que você vai precisar. Agora, o que você achou da leitura?


      - O que você sabe sobre por que eu vim? Como eu posso desgastar energias falando com você? E porque o livro te interessa?


      - Para uma adolescente você faz muitas perguntas, mas estou aqui para responder a elas.


      Sem pensar Hermione fez que sim com a cabeça.


      - Primeiro: você está aqui por que precisa de respostas, respostas que eu sempre soube que você viria buscar e que eu esperava que não precisasse responder e segundo: eu sou a única que posso te fazer o livro da maneira correta. Próxima.


      - Porque estou perdendo energia?


      - Isso é mais complexo, pode ser por dois motivos: Por causa do feitiço, ou por minha causa.


      - Você?


      - É um preço a pagar por eu estar aqui, mas agora, por favor, faça as perguntas certas, você talvez não me encontre aqui novamente.


      A garota tentava processar todas as palavras da mulher, mas tudo parecia tão enrolado, por que ela não explicava tudo de uma vez, ela começou a ficar sem fôlego “Vamos lá Hermione faça as perguntas mais urgentes”, pensou consigo.


      - O que está acontecendo? – disparou de uma só vez.


      - As perguntas certas, por favor!- respondeu a mulher em um tom que Hermione não entendeu.


      - Mas é o que preciso saber! – Disse a castanha seca, se arrependendo das palavras.


      - Mas eu não posso responder, eu não tenho a resposta, você as tem, mas não consegue ver! Logo irá entender, tente de novo.


      A cabeça dela girou tentando pensar, ela olhava para a mulher e ficava tonta, era terrível, agora ela sentia suas forças se esvaírem, ela deixou o livro escorregar por entre seus dedos e ai veio uma pergunta.


      - Por que o livro só se abre aqui dentro?


      - Por que o livro e eu temos uma ligação, e eu não posso sair daqui, não poderia dar respostas a quem procura do lado de lá. – Ela inclinou a cabeça em direção a porta.


      - Malfoy já esteve aqui?


      - Um menino loiro? Sim, ele também teve de entrar aqui para ler o livro.


      - O que ele te perguntou?


      - Nada.


      - Por quê nada?


      - Por que eu só sou visível a escolhidos, como você foi.


      - Por que fui escolhida?


      - Três más respostas: Alguém quer que você morra ou você está no caminho de pessoas erradas ou os dois juntos.


      Hermione respirou fundo, mas foi uma péssima ideia, parecia mesmo que alguém queria que ela morresse mais ia acontecer se ela não conseguisse respirar direito, ela fechou os olhos e apoiou sua mão na parede.


      - Seja forte, por favor. - As palavras de incentivo da mulher estavam cheias de suplica, ela se levantou e aproximou-se de Hermione- Não posso tocar em você, se sair, não sei se poderá me ver novamente, eu queria que você saísse para melhorar, sei que deve estar doendo ficar aqui, mas precisa entender antes de sair, ou pelo menos ter algumas respostas, pessoas dependem de você.


      - Fale-me sobre o texto, o que e real e o que significa?- A mulher abriu um leve sorriso


      - Apenas o texto é real, mas ele é apenas um relato, um relato real.


      - O que significa?- Hermione ficou impaciente, era difícil pensar, agora sua cabeça doía, ela apertou seus dedos na parede. A mulher suspirou.


      - Não “significa” nada, o texto é um relato sobre as conseqüências de uma maldição, maldição que está sobre o castelo e leva um pouco mais além dele, mas calma, as conseqüências variam, de como se trata, o destino de cada ser humano é uma criança. É fácil mudar, é fácil seguir, é fácil reescrevê-lo, mas às vezes é difícil de controlá-lo ele não costuma interferir no nosso livre arbítrio, apenas se necessário, e como crianças ele brinca! Cria peças! Articula para conseguir um doce, e procura amigos, um destino quando se encontra com outro é bom, se a alma, o adulto que cria o destino, sabe lidar com a outra alma, é algo parecido com o que você entende por “afinidade” a outra pessoa, agora, existem casos em que destinos podem querer brincar com os adultos, ou as almas das pessoas, e acho que é isso que acontece, é isso que o feitiço faz...


      - Feitiço? Isso é resultado de um feitiço?


      - Sim e não. Há uma série de fatores que desencadeiam o feitiço, é diferente de erguer a varinha e murmurar palavras, não é nada fácil mexer na sintonia celestial, como explicar... Imagine se as crianças decidem da um bolo de presente aos adultos, e que para isso precisem mexer na cozinha da vovó, pegar os ingredientes corretos, na ordem correta e na medida correta, e em um tempo determinado pela vovó, e isso que deve acontecer. Para os destinos conseguirem passar a perna na alma e necessário, o tempo certo, com os “ingredientes” certos, no tempo certo, mas depois de colocado no forno, o bolo vai se formar, ele vai crescer, e depois ficar pronto, e agora não há mais volta de separar a farinha do ovo. Depois de por o bolo no forno e como entrar em um caminho sem volta.


      - E se eu apagar o fogo do forno? – perguntou Hermione de olhos fechados, precisava entender aquelas palavras!


      - Digamos que o fogo está a 300°C, não precisaria muito mais que poucos segundos para o bolo queimar, isso só seria reversível se não colocássemos o bolo ali, como disse: um caminho sem volta.


      - Mais?


      - Precisa ser específica! Não posso dizer anda sem ser perguntada ou sem permissão.


      - Tem a minha permissão para falar o que for preciso, o que puder falar, e o que eu tiver de saber. – Hermione sentiu uma pontada de dor na cabeça, e agora está começou a latejar, ela escorregou lentamente para o chão ficando ao lado do livro, apertou os olhos. Agora até a luz lhe machucava.


      - Agora você entendeu.


      - Sim, rápido!


      - O feitiço foi ativado, não sei como, nem por que, nem por quem, como disse não há volta, somente conseqüências, e é ai que você pode mexer! Tudo depende do ritual. Das últimas vezes que desencadearam o feitiço, sempre foi visando à morte de alguém, não sei te dizer quem está visado a morrer, mas talvez não seja você. –Hermione ia falar algo, mas a mulher falou mais rápida- Você foi a escolhida sim, mas você é a mediadora do ritual, isso não está em nosso controle, você deve conhecer os outros envolvidos nisto, mais quatro pessoas, exatamente quatro e algo que ligue um a outro, algo une seus destinos a um caminho especifico. – Hermione teve um ataque de tosse, que fez mulher parar de falar, a castanha perdeu o ar por um momento.


      - Me tira daqui.


      - Eu não posso.


      Hermione conseguiu fazer a tosse para um minuto, e foi a primeira vez em tempos que ela olhou para a mulher, e de relance ela viu a si mesma no vestido branco, ajoelhada perto de seu corpo, a garota piscou e a imagem da mulher se formou novamente.


      - Eu me vi.


      - Desculpe por fazer isso com você, eu não controlo isso, mas foi delírio, fique calma, vai acabar.


      - Estou morrendo?


      - Não – respondeu ela sorrindo.


      Hermione riu da própria pergunta, mas ao fazer isso tossiu de novo. A mulher continuou calada.


      - Isso aconteceu com Malfoy?


      - Não ele não falou comigo.


      - Quanto tempo ele ficou aqui?


      - Só o tempo de ler o texto, uma mulher estava apressada do lado de fora, e quase derrubou a porta com feitiços e muros, quanta tolice.


      - Uma mulher? Quem?


      - Não sei, estava do lado de fora, não pude ver.


      - Por que não me tira daqui? Estou passando mal.


      - Não posso tocar em você, você só pode sair daqui andando.


      - E se eu não conseguir?


      - A sala vai te expulsar, quando você dormir, ela considera um insulto quando dormem aqui dentro – respondeu a mulher como se fosse a coisa mais normal do mundo salas expulsando pessoas.


      - Mas por que eu to tão mal?


      - Existe uma teoria que diz que pela minha maldade.


      - Maldade?


      - Eu matei quatro pessoas, e nunca fui perdoada, se você conseguir acabar com isso talvez elas me perdoe, enquanto isso uma praga que esta sobre mim, suga toda energia vital de quem está perto de mim, por isso não posso sair da sala, para não afetar ninguém, mas quem entra pode sentir se passar tanto tempo, conversando comigo e me vendo. Assim como você.


      - Então você está me matando?


      - Não! Já chega você precisa sair. - Hermione só deslumbrou um vulto branco se levantar rapidamente e ir em direção da porta, ela apenas apontou para a posta que se abriu com extrema facilidade. e disse com uma voz firme, forte e grossa que assustou a castanha.


      - Saia!


      - Espere. – A garota ainda passava muito mal, não podia se levantar dali e sair andando calmamente, e nem precisou, ela sentiu como duas imensas mãos a empurra se para fora sem nenhuma delicadeza, a mulher se afastou da porta indo para um canto no fundo da sala dando as costas para Hermione, que tentou falar algo antes de sair.


      - Só mais uma palavra qual seu nome? – a garota disse se segurando no portal da porta enquanto a força ainda a empurrava para fora, ela viu a mulher se virar lentamente para ela, e a encarou, o que assustou Hermione, pois agora os olhos castanhos amendoados parecidos com os seus olhos que a mulher tinha haviam sumido agora seu olho era completamente branco. A garota lutava para continuar ali dentro, “Um nome é só o que preciso”. A garota viu sua mochila ser arremessada em sua direção e sentiu quase que como uma gigantesca pedra caísse sobre seu estomago, seus dedos largaram o apoio e ela foi fora da sala a fazendo bater com uma força imensa na parede oposta, a garota caiu junto a mochila na parede oposta, ela sentiu o atrito entre sua cabeça e braços na parede dura e depois um calor nas regiões atingidas, um baque surdo mas alto a fez parecer uma imensa boneca de pano, ela ouviu a porta bater com um estrondo maior ainda, e depois a viu sumir dando lugar a uma parede de aspecto antigo. 


      “Talvez não me encontre aqui novamente...”, foram as palavras que vieram na mente da garota ao ver a parede de pedra, sabia que de algum modo havia ofendido a mulher, que tanto havia tentado esclarecer as coisas, segundos depois ela ouviu passos apressados, e assim que Madame Pince virou o último corredor e viu o corpo da garota jogado ali no chão a garota perdeu os sentidos.

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