SUCESSÃO E REVELAÇÃO



CAPÍTULO 37


 


SUCESSÃO E REVELAÇÃO


 


 


 


 


 


 


 


 


Os Masai, também chamados de Massai, são pastores nômades que vieram da região do vale do Nilo, no norte da África, e se estabeleceram no leste do continente na metade do século XVII. Com suas grandes lanças e vestimentas de cor vermelha, eram reconhecidos como grandes guerreiros e temidos pelas outras tribos. Espalharam-se rapidamente pelo Vale do Rift (região dividida por Tanzânia e Quênia), uma área com pastagens férteis, ideais para a criação de gado.


Porém, em 1830, guerras entre vários clãs – motivadas pela posse do gado e por melhores pastagens – desintegraram a unidade dos Masai e levaram a perda de território para as tribos rivais. No início do século 20 eles estavam confinados a reservas distantes na Tanzânia e no Quênia.


Os Masai seguem uma estrutura patriarcal, com os homens mais velhos na tomada das decisões mais importantes de cada clã. A riqueza é medida pela quantidade de cabeças de gado de cada família. Apesar disso, eles acreditam que os animais são sagrados e que os bois são presentes de Deus e podem ser utilizados pelo homem.


Para se tornarem homens, os meninos Masai enfrentam alguns ritos de passagem. Eles precisam passar por uma circuncisão sem anestesia. Mesmo sendo um processo doloroso os jovens não podem demonstrar qualquer desconforto. Também é necessário matar um leão para se tornarem guerreiros (embora essa prática seja cada vez mais incomum).


Assim como gnus, zebras e gazelas, os pastores Masai são forçados a seguir as chuvas para achar pasto e alimentar o gado. Por isso eles não têm residência fixa e mudam constantemente de lugar. Suas casas são rápidas de construir e fáceis de manter. Feitas em formato circular, são estruturadas com materiais achados nas redondezas (lama, grama, galhos de árvores e esterco de vaca) e protegidas por uma cerca feita de galhos e espinhos que fornecem proteção contra animais selvagens. Todo esse conjunto, erguido pelas mulheres, forma a vila Masai conhecida como Boma.


Em 1959, os pastores foram forçados a sair do Parque Nacional do Serengeti e acabaram deslocados para a Área de Conservação Ngorongoro que acabara de ser criada. Na época, segundo a UNESCO, a população Masai na reserva era de 10 mil. Hoje eles chegam a 60 mil e são presença constante pelas estradas e nas proximidades da área da reserva.


 


E é em uma dessas Boma, situada nas proximidades do Tsavo West National Park, mais precisamente em uma área bastante fértil perto de Mzima Springs que vamos encontrar o jovem Inkimis, que há poucos dias havia realizado seu ritual de passagem para a idade adulta, ainda com alguma sensibilidade em suas partes íntimas mas pronto para cumprir seus deveres para com a tribo. Cumprimentou o Laibon (líder espiritual) de forma respeitosa e seguiu para o cercado, a fim de levar o gado para os pastos.


Enquanto aspirava o ainda fresco ar matinal, pensando em como logo o dia ficaria mais quente (“Graças a Enkai, aqui fica perto de um bom rio. Por isso não esquenta demais”, pensou ele), sentiu um vento diferente do normal e ouviu um assobio, seguido de um estampido surdo. Mas nada poderia prepará-lo para o que aconteceu a seguir.


 


Teve a sensação de que um insuportável calor se apoderava do seu corpo, enquanto via grandes e dolorosas bolhas se transformarem em pústulas, que iam se rompendo e deixando escorrer sua fétida e espessa secreção que, em contato com a pele, causava uma ardência que tornava cada vez pior o calor abrasador que o consumia, até que a pele se ressecava e se destacava da carne, que por sua vez ia se destacando dos ossos. Os pulmões iam se enchendo de líquido e tornando a respiração cada vez mais difícil, até que não mais conseguia inalar o ar e sentia a vida se esvaindo de seu corpo.


 


Olhando ao redor ele ainda conseguiu ver, antes que tudo ficasse escuro, que cada homem, mulher e criança da Boma apresentava o mesmo quadro.


 


Então, seus olhos se fecharam e Inkimis foi ao encontro de seus ancestrais.


 


Cerca de trinta segundos depois daquilo, um grupo aparatou na Boma. Todos eles estavam protegidos, vestindo trajes de proteção QBN do tipo mais eficiente e carregavam instrumentos que mediam a concentração do gás no ar. Quando o mostrador do aparelho indicou que as partículas haviam se dispersado e que já não havia concentração letal da substância no ar, a equipe removeu as máscaras, revelando seus rostos: era uma equipe de cientistas bruxos e trouxas do Círculo Sombrio, liderada por Mariana Lugoma e Draco Malfoy.


 


_Incrível. _ disse Draco _ Da detonação até o óbito, não se passaram mais do que vinte segundos. O gás é mesmo poderoso.


_E note o detalhe, “Viper”. _ disse Mariana _ Eu só queria que houvesse um meio de gravar as imagens da mente deles, assim saberíamos o que eles imaginaram estar vendo, ora pois.


 


Nenhum dos mortos apresentava uma lesão de pele sequer. Os efeitos haviam ocorrido apenas em suas mentes e haviam criado nelas a ilusão de estarem sofrendo os efeitos de um gás venenoso. Era a última invenção dos químicos do Círculo Sombrio, morte por indução neurossensorial.


 


_Acredito que tenham tido a sensação de terem sido expostos a um gás misto de VX e Mostarda, com os efeitos neurotóxicos do primeiro e vesicantes do último. E, como o gás se dissipa rapidamente, bem mais rápido do que o Sarin e o Tabun, logo o ambiente fica limpo. _ disse Draco.


_Oh, sim. _ disse Mariana _ O VX é oleoso, portanto demora muito para se dispersar e ainda oferece um grande risco de acidente, se houver contato, ora pois.


_O “Leviathan” é muito eficiente. _ disse Draco _ E seus mísseis de cruzeiro têm um alcance extra-longo. Mas mesmo assim o míssil poderia ser detectado no momento em que saísse do mar e denunciar a posição do submarino.


_Bem, Draco, isso aí é com “Escuridão”. Nem mesmo a mim ele disse como consegue ocultar o “Leviathan”. _ disse Mariana _ Basta que saibamos que a coisa funciona, ó pá.


_É, creio que você está certa, Mariana (“Pode crer que eu ainda vou descobrir esse segredo de ‘Escuridão’. Esconder um submarino classe ‘Typhoon’ não deve ser fácil, ele vai acabar deixando escapar alguma pista”, pensou Draco). Mas por que é que “Escuridão” não está aqui? Estou certo de que ele gostaria de ver o resultado do teste.


_Sim, creio que ele gostaria, eu mesma estou estranhando, mas ele deve ter tido algum outro compromisso bem importante.


 


Realmente, “Escuridão” tinha outro compromisso. Nada agradável mas, ainda assim, importantíssimo.


 


_O senhor está tendo que aumentar a concentração do meu antianginoso, Dr. Vesalius? _ perguntou “Escuridão”.


_Sim, Sr. Koslov. _ disse o Medi-Bruxo _ Seu problema cardíaco está apresentando uma má evolução e isso nos obrigou a modificar seu medicamento, tornando-o mais forte. O senhor percebeu se seus episódios de dor têm ficado mais frequentes?


_Agora que o senhor falou, Dr. Vesalius, a frequência tem aumentado. E alguns têm sido um pouco mais intensos.


_O senhor deve evitar emoções muito fortes e reduzir esforços físicos, Sr. Koslov. Além disso, precisaremos realizar mais alguns testes, pois temo que seja pior do que imaginamos. Vamos à sala de exames?


_Fazer o quê, não é? _ concordou “Escuridão” _ Afinal, sou o maior interessado.


 


Na sala de exames, “Escuridão” foi submetido a diversos exames bruxos e trouxas. Ao final, o Dr. Vesalius veio com os resultados.


 


_Realmente, é mais grave do que eu pensava. _ disse o Dr. Vesalius, com os laudos nas mãos _ Não é mais somente uma malformação, está evoluindo com algum tipo de degeneração miocárdica ou seja, seu coração está se deteriorando aos poucos, somente os medicamentos que eu lhe prescrevi é que estão estabilizando o seu quadro.


_Então estou com os meus dias contados? _ perguntou “Escuridão”.


_Não é como se fosse assim, Sr. Koslov. Mas o senhor não poderá jamais deixar de tomar os medicamentos, agora nesta nova versão que preserva a integridade do seu coração. Se o senhor deixar de tomá-los, qualquer crise anginosa poderá ser fatal. Aqui está um estoque para mais um mês.


 


Após ser liberado do consultório, “Escuridão” foi a um Pub, onde pediu um chá e ficou a saboreá-lo, enquanto ponderava sobre sua atual situação (“Por mais que o Dr. Vesalius tenha tentado me animar, eu não consigo parar de sentir o hálito frio da ‘Dama da Foice’ a bafejar o meu pescoço. Então, quer dizer que o meu problema tornou-se uma doença degenerativa, meu coração está se destruindo. Isso significa que eu preciso concluir logo os meus planos, o Grande Atentado e o Levante de Hogwarts. Devo dar logo o sinal ao ‘Avatar das Trevas’ e à Srta. Daphne Cornwall, para que fiquem de prontidão. Aliás...” e o bruxo pegou um celular tecnomagizado criptografado).


 


_Alô... “Viper”? Como foi o teste na África?


_Sucesso total, “Escuridão”. _ respondeu Draco, do outro lado da ligação _ Tudo correu conforme o planejado e os habitantes da Boma morreram todos cerca de vinte segundos após a detonação. Esse gás é mesmo terrível.


_Bom. Com isso, creio que não será necessário realizar novos testes. Somando-se aos dois anteriores, na Mongólia e naquela aldeia esquimó, já temos bases para levar a cabo nossos planos. Vejo-os em casa. Até mais.


_Até mais (“Esta é mais uma para a sua conta, ‘Escuridão’. Preciso entrar em contato com Harry e avisá-lo de que o grupo de alunos partidários das Trevas logo atacará. Bem, agora tenho outras coisas para me preocupar, tipo descobrir como é que o ‘Leviathan’ se esconde e também tentar driblar mais uma vez os avanços daquela ninfômana alucinada. Mas está ficando cada vez mais difícil. Me desculpe, Jan, mas creio que terei de fingir ceder àquela doida, até mesmo para que ‘Escuridão’ não venha a desconfiar. Aliás, lá vem ela”, pensou Draco, enquanto guardava o telefone).


 


Com efeito, lá vinha, de novo, Svetlana Dolohov. A jovem, sobrinha do antigo Death Eater Antonin Dolohov, havia desenvolvido uma atração por Draco e não perdia a oportunidade de assediá-lo. O loiro antes pensava que ela queria subir na hierarquia do Círculo, mas depois descobrira que ela já ocupava uma posição relevante na organização. Aquilo era atração mesmo.


 


_Oi, Draco. Com quem estava falando?


_Com “Escuridão”. Estava passando para ele o relatório da operação na África. E você, por que parece estar tão contente?


_Nem tanto, Draco. Fui designada para uma nova função, bem importante, mas isso significa que ficarei muito tempo sem te ver.


_Como assim? _ perguntou o loiro.


_Não vou te dizer agora. Tem de ser algo especial, afinal de contas, será uma despedida por um tempo bem prolongado. _ e a garota sussurrou, de maneira sensual e insinuante ao ouvido de Draco _ Hoje à noite, nos meus aposentos. Você não me escapa.


 


Svetlana surpreendeu Draco, roubando-lhe um beijo e seguindo em frente (“Não tem jeito. Parece que vou ter de ‘abraçar o demônio, até mesmo para ficar em paz. Quem sabe ela tem alguma informação importante, que possa ser repassada a Harry e aos outros? Acho que terei de arriscar”, pensou ele).


 


Escuridão” estava terminando seu chá e pensando no que fazer. Ele já não era jovem, apesar dos bruxos serem mais longevos do que os trouxas, a exemplo de Dumbledore, Dedalus Diggle, Eliphas Doge e outros mais. Mas ele tinha de planejar o futuro (“Sei que não sou eterno, afinal de contas, ninguém é. Preciso estabelecer as bases para a continuidade do Círculo Sombrio. Sei que ‘Viper’, ‘Sombra’ e Mariana formam um formidável triunvirato, mas é preciso pensar em todas as possibilidades. E, por mais que o Saiminjutsu e o Kobudera de Nitobe-san tenham sido poderosos e Draco esteja sob o seu domínio, nada me garante que ele não possa escapar. Eu precisaria de alguém para dirigir o Círculo depois, alguém que tivesse, desde cedo, o compromisso com a Ordem das Trevas... mas claro. Como foi que não pensei nisso antes? Nada melhor do que um descendente que pudesse ser, desde a infância, orientado e treinado para ser o sucessor. Aposto que Mariana irá adorar e, além disso, estou com novas ideias sobre o atentado QBN e também sobre a invasão de Hogwarts. É, acho que vamos adiar um pouco, mas é por uma causa importante”, pensou o bruxo). Satisfeito, pagou sua conta, saiu do Pub e procurou um local discreto, de onde desaparatou, rumo à “Cidadela de Bóreas”. A proximidade de novamente estar com Mariana o animava bastante. Tanto quanto o fato de ter um novo espião no Ministério.


 


Falando em sucessões...


 


No Ministério da Magia, diante de um anfiteatro lotado, Arthur Weasley presidia a solenidade que marcava o início do processo sucessório. O candidato por ele indicado era Kingsley Shacklebolt, embora houvesse a possibilidade de, até o final daquela sessão, surgir algum outro candidato ao cargo.


 


_Senhoras e senhores, foram muitos anos bastante produtivos à frente do Ministério da Magia, nos quais fizemos importantes avanços em direção ao restabelecimento da harmonia com os trouxas. A Tecnomagia é uma realidade presente na vida da grande maioria dos bruxos e a troca de conhecimentos entre os dois mundos é cada vez maior. Creio que, em um futuro bem próximo, bruxos e trouxas voltarão a conviver juntos, como um dia já foi a realidade. Mas é chegado o momento do comando do Ministério mudar de mãos, pois ocupo este cargo desde que fui indicado por Cornelius Fudge para sua sucessão, como todos devem se lembrar, no ano em que Lord Voldemort e os Death Eaters aliaram-se a Osama Bin Laden e à Al-Qaeda. Naquele mesmo ano, ocorreu a derrota final de Voldemort e a descoberta da identidade de Venom, o envenenador da Ordem das Trevas, que era a jovem Valérie Malfoy, que morreu juntamente com Lucius, cerca de três anos depois, naquela rebelião em Azkaban, na qual também morreu Rufus Scrimgeour. _ Arthur Weasley tomou um gole de água e continuou _ E agora posso olhar para todos vocês e dizer “missão cumprida”, passando o cargo para alguém que o mereça.


 


Aplausos seguiram-se às palavras de Arthur, que aguardou o silêncio da assistência para continuar.


 


_Foi um consenso de que o candidato indicado seria Kingsley Shacklebolt, bruxo leal à causa da Luz e que já perdeu entes queridos por maquinações do Círculo Sombrio. _ disse Arthur e todos se lembraram de Dara Mahoney _ Porém, de acordo com a Constituição do Ministério da Magia do Reino Unido e Commonwealth, que engloba a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales, o Eire, a Austrália, a Nova Zelândia e demais membros ultramarinos, é necessário que haja a consulta em plenário,


 


 


Deixemos, temporariamente, o Anfiteatro Principal do Ministério da Magia e nos desloquemos até a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, mais precisamente ao Gabinete do Diretor, onde outra importante reunião estava sendo realizada. Essa reunião contava com a presença de Sirius, Ayesha, Harry, Soraya, Albert, Mariel e Mirela, além dos fantasmas de Murta e Cedric. Para entendermos o porquê desse grupo, teremos de recuar um pouco no tempo, mais precisamente até a noite em que Ayesha Zaidan-Black presenciou uma cena que muitos jurariam ser impossível.


 


 


Sentindo que seu tempo estava chegando ao limite e que sua Henshin (“Transformação”) estava prestes a sofrer a reversão automática, o “Avatar” apressou-se em alcançar a câmara, dando mais importância a chegar lá a tempo do que à segurança de sua identidade (“Afinal, quem estaria circulando pelos corredores a esta hora? Só se houvesse um motivo específico para isso”, pensou ele, enquanto chegava ao local).


Só que não era assim. Alguém o seguia, com o Ki rebaixado e sob Feitiço de Desilusão.


Chegando à pequena câmara secreta onde guardava seu disfarce, o “Avatar das Trevas” desabotoou o manto e removeu a máscara que cobria o seu rosto, deixando ver um rosto masculino, com os traços de um Tom Riddle no início da idade adulta, porém com os cílios longos e o nariz bem cinzelado de Bellatrix Lestrange. Os olhos negros tinham uma expressão sofrida e o rosto estava contraído em um esgar de dor, o que tinha razão de ser.


No instante seguinte, entre gemidos de agonia e contraturas musculares, o corpo do “Avatar das Trevas” começou a se contorcer, como se algo quisesse sair de dentro dele, embora o que aconteceu a seguir tenha sido diferente.


Como fosse um pedaço de massa, o corpo adulto começou a se separar, a se dividir em dois até que, no lugar do adulto, estavam ali no corredor dois jovens de doze anos, suando, com o olhar vago e uma expressão aluada em seus rostos.


 


_Eu imaginava qual dos dois seria, mas jamais pensaria que fossem os dois ao mesmo tempo. Ainda bem que eu dei importância ao pequeno flash premonitório que senti.


_Professora Black? O que a senhora está fazendo aqui? Aliás, o que NÓS DOIS estamos fazendo aqui?


 


Mariel e Mirela Dort Moldov Nero não entendiam coisa alguma do que se passava.


 


_Vocês dois têm alguma ideia do que acabou de acontecer?


_Não, professora. _ respondeu Mirela, com a expressão de quem acabava de despertar de um transe.


_Deveríamos estar na Sala Comunal da Sonserina. _ disse Mariel, consultando seu relógio _ Estamos bastante fora do horário permitido.


_Então vocês não sabem de nada? Não perceberam nada de diferente?


_Não, Profª Black, eles não fazem a menor ideia do que acontece com eles, em algumas noites. _ disse Albert Pettigrew, saindo de trás de uma coluna. O jovem sonserino havia retornado, achando que algo estava meio estranho e não havia se enganado nem um pouco _ Eles normalmente ficam em uma espécie de transe, até chegarem à Sala Comunal da Sonserina e só depois é que voltam ao normal, mas sem a menor lembrança do que aconteceu.


_Como é que o senhor sabe disso? _ perguntou Ayesha.


_Sei da verdade, já há algum tempo. Já contei ao Prof. Potter, pois o momento já era chegado. E sua filha também sabe, mas eu pedi para que ela também guardasse segredo até o momento certo, que eu acredito já ter chegado.


_Que verdade, Albert? _ perguntou Mariel _ Do que é que vocês estão falando?


Mariel, há coisas que estão acontecendo, coisas importantes, que envolvem você e Mirela, mas agora não é a hora e este corredor não é o local mais adequado. Só posso dizer que tem a ver com aquela reunião que tivemos na Sala Precisa.


_O melhor é que nos encontremos na próxima noite, no Gabinete do Diretor. Todos de acordo? _ perguntou Ayesha.


_Certo. _ todos concordaram.


_Perfeito. Então, agora eu vou acompanhar vocês até a Sala Comunal da Sonserina e tornaremos a conversar depois.


 


E Ayesha acompanhou os três jovens sonserinos até a Sala Comunal, dois deles cheios de dúvidas.


 


 


De volta ao presente...


 


 


_Estamos aqui para esclarecer alguns fatos, os quais têm relação com um possível levante das Trevas. Todos nesta sala sabem que uma pessoa, que auto-intitula-se “Avatar das Trevas”, está formando um grupo para tomar Hogwarts, a comando do Círculo Sombrio. _ disse Harry.


_O Círculo Sombrio? _ perguntou Mirela _ Mas como eles pretendem fazer isso?


_Mirela, não precisa disfarçar. _ disse Albert _ Nós sabemos que isso está acontecendo e que envolve colegas nossos. Aquela reunião que os Novos Marotos tiveram, lá na Sala Precisa, foi o início. Primeiro pensei que poderíamos esperar mais mas, com essas pichações e com o que a Profª Black viu, não dá mais para esperar.


_Acho que vocês se lembram do que conversamos sobre Transmigração, não lembram? _ perguntou Soraya.


_Sim, lembramos. _ disse Mariel (Ler o Capítulo 28 desta Fic, intituladoVIPER”).


Acho que o Sr. Pettigrew é quem deveria começar. _ disse Harry.


_Certo, Prof. Potter. _ disse Albert _ Bem, naquela reunião, foi revelado que havia um grupo de alunos que praticavam Artes das Trevas, sob a supervisão do próprio Lord Voldemort, mais precisamente seu espírito transmigrado, o “Avatar das Trevas”.


_Sim. E você disse saber quem era ele, mas que ainda não era o momento de revelar. _ disse Mirela.


_Exato. Tomei conhecimento do tal grupo no ano passado, quando cumpria uma detenção, como o Prof. Potter deve se lembrar. Eles se reuniam e se reúnem na Câmara Secreta de Slytherin, com entrada pelo banheiro feminino do segundo andar.


_O banheiro da Murta que Geme. _ comentou Sirius _ Então a entrada foi reaberta.


_Você descobriu isso naquela noite em que trabalhou na reforma do meu banheiro, Pettigrew? _ perguntou Murta _ Interessante, pois em algumas noites eu simplesmente sentia uma irresistível vontade de sair de lá por algumas horas.


_Era um feitiço para manter afastado qualquer um que o “Avatar” não quisesse que estivesse lá. _ disse Albert.


_E então você acabou descobrindo a identidade do “Avatar das Trevas”? _ perguntou Cedric.


_Descobri, Cedric. E revelei ao Prof. Potter, quando chegou o momento certo. Adianto que tudo o que fiz foi para ajudá-lo a ficar livre.


_Livre? _ perguntou Mirela.


_O “Avatar das Trevas” está sendo forçado, como vocês já sabem. E quem o está forçando é o líder do Círculo Sombrio, “Escuridão”. Mas ele está conseguindo, aos poucos, escapar ao controle do Círculo e fazer o contrário do que “Escuridão” quer. Parte desse grupo recebe treinamento para, na verdade, repelir uma provável tentativa de invasão.


_Mas há uma coisa que não entendo. _ disse Mariel _ Você sabe quem é o “Avatar” e que ele é o resultado de uma transmigração compartilhada forçada, não é?


_Sim. E eu já sei aonde você quer chegar. Eu vou dizer, então, quem é o “Avatar das Trevas”. _ disse Albert _ É você, Mariel.


 


Um silêncio sepulcral seguiu-se às palavras de Albert.


 


_Eu? Mas como é possível? _ perguntou Mariel.


_Meu irmão? _ perguntou Mirela _ Mas como é possível?


_E isso ainda não é tudo. _ disse Albert _ VOCÊ também é o “Avatar”, Mirela.


_???


_Vou explicar. _ disse Ayesha _ Vocês dois formam o “Avatar das Trevas”, fundindo-se e assumindo uma forma adulta. E, quanto a você, Soraya, Albert me disse que você também sabia.


_Sim, mamãe. _ disse Soraya _ Certa vez descobrimos a câmara na qual o “Avatar das Trevas” guardava seu disfarce, que está aqui.


 


A filha de Ayesha e Sirius Black colocou sobre a mesa a capa preta com capuz e a máscara de prata, esculpida com os traços viperinos do rosto de Lord Voldemort.


 


_Mas essa é aquela máscara que vimos quando a varinha de Lílian cantou, aquela com a cara de Lord Voldemort! _ exclamou Mariel.


_Exato. _ disse Soraya _ Naquela ocasião eu toquei a máscara e, graças às minhas habilidades de Psicometria, descobri a identidade do “Avatar”. Albert, que já sabia, me pediu para guardar segredo até a hora certa, que é agora. Mariel, Mirela, me deem suas mãos, por favor.


 


Os dois bruxinhos gêmeos deram as mãos a Soraya Black. Os olhos dela assumiram um brilho dourado e ela começou a captar ecos do passado deles.


 


_ “Moldávia. Vejo duas crianças brincando, sob o olhar de pessoas que elas pensam ser seus parentes. Eles aprenderam a amá-las e cuidam delas, mas não se esquecem de sua missão. As crianças estão com dez, quase onze anos. É noite e seus responsáveis as levam a uma mansão, nos arredores de Chisinau. Todos entram e...


_E o quê, filha? _ perguntou Ayesha.


_Tudo borrado, imagens e sons desconexos, mamãe. _ disse Soraya Black, soltando as mãos dos gêmeos Nero e interrompendo o contato psicométrico com os dois _ Um hiato desde o momento em que Mariel e Mirela entram na mansão até o momento em que saem. Mariel, Mirela, vocês não conseguem se lembrar de nada?


_Não, Soraya. _ disse Mirela _ Esse período é um enorme branco em nossas memórias.


_Quando éramos menores, nossos responsáveis sempre nos diziam que teríamos de participar de um evento importantíssimo. _ disse Mariel _ Mas jamais nos disseram de que se tratava e eu não me recordo de coisa alguma.


_Será que se usassem a Penseira não ajudaria? _ sugeriu Cedric.


_Poderíamos tentar. _ concordou Sirius.


 


O Diretor de Hogwarts apertou um botão em sua escrivaninha e um nicho se abriu na parede, expondo a Penseira. Todos se aproximaram do recipiente e ele empunhou a varinha.


 


_E agora, Diretor? _ perguntou Mirela.


_Relaxem e pensem naquela noite. Vamos ver o que conseguimos.


 


Sirius tocou com a varinha a têmpora de Mirela e Harry a de Mariel, extraindo de cada um deles um brilhante filamento de memórias, depositado em um frasco. Em seguida, o de Mirela foi depositado na Penseira e todos tocaram a superfície etérea branco-perolada. Depois foi a vez do de Mariel.


 


_Nada. _ disse Albert _ É um emaranhado de remendos e despistamentos.


_De onde podemos concluir que vocês dois só podem ter sido submetidos a um fortíssimo Feitiço de Memória. _ disse Harry _ E isso reforça as minhas suspeitas de que vocês participaram de um ritual antiquíssimo e proibido, chamado “Contrato de Seth e Anúbis”.


_O quê? _ admiraram-se os gêmeos _ Aquele no qual uma alma é subtraída da tutela de Osíris e trazida de volta?


_Exatamente. _ disse Harry, cerrando os dentes ao lembrar-se de que o cérebro de sua filha não-nascida havia sido utilizado naquela abominação, praticada pelo líder do Círculo. _ E o espírito de Lord Voldemort foi arrebatado e forçado a transmigrar. Mas como seria demais para somente um de vocês, o ritual previa que vocês se fundissem, formando um ser adulto.


_Então o espírito de Lord Voldemort partilha, com os nossos próprios, do corpo que formamos. Mas sabemos que essa transmigração é forçada e que irá nos prejudicar, mais cedo ou mais tarde. _ disse Mirela.


_Sim. _ disse Harry _ Vocês andaram estudando, hein?


_Desde que tivemos uma reunião na Sala Precisa. _ disse Mariel, com ar pensativo _ Albert disse que queria ajudar o “Avatar” e nós concordamos. Na ocasião, sequer imaginávamos que éramos nós.


_E agora sabem. _ disse Harry.


_E com isso também chegamos aoutra conclusão. _ disse Mirela, estremecendo com um involuntário calafrio _ O “Contrato de Seth e Anúbis” exige que haja algo especial entre o espírito transmigrado e o hospedeiro.


_É mesmo. _ disse Mariel _ Um laço de sangue. Então, isso quer dizer que eu e Mirela somos...


_... Descendentes de Voldemort. _ confirmou Harry _ Filhos dele, para ser mais exato. Façam um anagrama com as letras dos seus nomes e chegarão a “Tom Marvolo Riddle”, o verdadeiro nome de Voldemort. “Dort” e “Moldov” foram sobrenomes fictícios, criados por sua mãe e pelos seus responsáveis, na Moldávia.


_Mas e quanto à nossa mãe? _ perguntou Mirela _ Merlin! Será que ela poderia ser...


_... Qual é o equivalente em Inglês para a palavra em Italiano “Nero”? Vocês podem dizer? _ perguntou Sirius.


_O equivalente é... “Black”! _ exclamou Mirela _ Então somos filhos de Lord Voldemort e de...


_Minha prima, Bellatrix. _ disse Sirius, sorrindo e abraçando o surpreso casal de gêmeos _ Significa que, além de Draco e seus filhos, Andrômeda, Dora e Randolph, vocês são meus parentes de sangue que estão vivos.


_Prof. Potter, acho que devo lhe dizer algo. _ disse Mariel, com uma expressão triste no rosto _ Após essa revelação, creio que terei de me afastar de Lílian.


_Mas por quê? _ perguntou Harry.


_Sou filho de Voldemort, que em vida foi oseu maior inimigo. Não seria direito continuar a namorar sua filha.


_Não diga bobagens, Mariel. _ disse Harry, olhando firme para o garoto, feliz pelos princípios dele. Lílian não se enganara _ Lílian gosta de você e você gosta dela. Além disso, você é você e não seu pai. E mesmo Voldemort já não é mais aquele fanático de quando estava vivo.


_???


_Quando o espírito de Voldemort não está no “Avatar das Trevas”, fica vagando no Limbo, onde já o encontrei várias vezes e tivemos longas conversas. Foi lá que ele me revelou que era pai e, depois daquilo, procedi a uma investigação que me forneceu importantes informações. Descobri, por exemplo, que uma mulher com sotaque italiano, chamada “Beatrice Nero” deu à luz a um casal de gêmeos no St. Mary’s Hospital, na mesma hora em que Lílian, Tiago, Narcisa e Julius nasciam, no St. Mungus. Conversando com a Obstetra, Dra. Pilkington, descobri o nome do casal, Mariel e Mirela, o que confirmava uma conversa que eu tive com Sirius, há alguns anos (Ler a Fic “HARRY POTTER E O CÍRCULO SOMBRIO”, intitulado “O COLAR MUDA DE MÃOS), na qual surgia o nome de vocês.


_Mas Lord Voldemort morreu anos antes do nosso nascimento e, até onde eu sei, bruxos sequer têm conhecimento de inseminação artificial. Como é que isso foi possível? _ perguntou Mirela.


_Existe um feitiço capaz de retardar magicamente uma gravidez, tem a ver com colocar em estase o óvulo fecundado, somente liberando-o para retomar seu desenvolvimento quando ordenado. _ disse Ayesha _ Mas ele consome muita energia mágica da gestante e algum tempo depois, por fim, começa a consumir a própria energia vital dela.


_Foi assim que nossa mãe acabou morrendo, então? _ perguntou Mariel, triste _ Retardando magicamente nosso nascimento, para que se desse no mesmo dia e praticamente na mesma hora do de seus filhos, Prof. Potter? E será que não foi também planejado pelos nossos parentes da Moldávia o fato de eu e Lílian nos aproximarmos e começarmos a namorar?


_Não, Mariel. Isso foi totalmente natural, não há como planejar. O que vocês sentem um pelo outro é verdadeiro.


_Se o senhor tem certeza, então tudo bem. _ disse Mariel, mais aliviado. O garoto realmente gostava de Lílian e não desistiria dela por nada _ O senhor disse que Voldemort já não é mais aquele fanático de antes. E quanto ao espírito de minha mãe? Será que ela também desistiudas Trevas?


_Segundo o que Voldemort me disse, sim. Mas o principal problema é que teremos de descobrir um meio para libertar vocês dois do “Contrato de Seth e Anúbis”, pois a Transmigração Compartilhada Forçada poderá, com o tempo, matá-los ou danificar suas mentes. E aqueles que vocês sempre pensaram ser seus parentes, na verdade eram membros da Ordem das Trevas que jamais tiveram os sobrenomes “Dort”, Moldov” ou “Nero”. Eu reconheci um deles, é Death Eater das antigas e hoje faz parte do Círculo Sombrio. Chama-se Greb Strakhov.


_Isso significa que vocês já eram o ponto central de uma trama que os envolvia mesmo antes de nascerem. _ disse Albert _ Vocês são meus amigos desde que nos conhecemos e ainda mais agora, que eu descobri a verdade e rompi com aqueles fanáticos. O mínimo que eu posso fazer é dar o máximo de mim para ajudar a libertar vocês do domínio de “Escuridão”.


_É importantíssimo que ninguém mais saiba de nada, ao menos por enquanto, gente. _ disse Soraya _ No tempo certo, diremos ao restante dos Novos Marotos e ajudaremos a deter o levante dos alunos trevosos.


_Correto, filha. _ disse Sirius _ Efiquem de olho neles, principalmente naquela garota da Lufa-Lufa, Daphne Cornwall e naqueles “apêndices” dela, Waverly e...


_... Portman. _ disse Albert _ Pode deixar conosco, Diretor.


 


A reunião foi encerrada e todos tomaram seus destinos. Retornemos ao Ministério da Magia e à solenidade de início do processo sucessório.


 


_Repetindo, de acordo com nossa Constituição, devo perguntar se há alguém que queira compor uma chapa de oposição à indicação de Kingsley Shacklebolt como novo Ministro. Pergunto, pela primeira vez, se há outro candidato à sucessão do Ministério da Magia da Inglaterra, Grã-Bretanha e Commonwealth. _ disse Arthur Weasley.


 


Após um minuto de silêncio, o soar do gongo confirmou que a primeira pergunta não havia obtido resposta.


 


_Torno a perguntar, pela segunda vez, se há outro candidato à sucessão do Ministério da Magia da Inglaterra, Grã-Bretanha e Commonwealth.


 


O gongo soou pela segunda vez, confirmando uma nova ausência de resposta.


 


_Pergunto ainda, pela terceira vez, se há outro candidato à sucessão do Ministério da Magia da Inglaterra, Grã-Bretanha e Commonwealth. _ disse Arthur, enquanto o responsável por tocar o gongo consultava seu cronômetro, para garantir a pontualidade de um minuto, nem mais nem menos.


 


O ponteiro do cronômetro aproximava-se da marca de um minuto e o bruxo responsável pelo gongo empunhou o avantajado maço e posicionou-se para tocar, a fim de dar por encerrado o tempo para apresentação de outras candidaturas à sucessão, quando um braço se levantou e uma voz firme anunciou.


 


_Apresento-me e submeto o meu nome, como cabeça de chapa para candidatura à sucessão do Ministério da Magia da Inglaterra, Grã-Bretanha e Commonwealth, em concorrência com o candidato Kingsley Shacklebolt.


 


Primeiro, um silêncio sepulcral. Em seguida, os murmúrios, cada vez mais altos, até que, com um golpe de malhete, o Ministro pediu ordem e fez uso da palavra.


 


_Fique, então, registrado que duas chapas concorrerão ao processo sucessório para o Ministério da Magia da Inglaterra, Grã-Bretanha e Commonwealth. Uma delas encabeçada por Kingsley Shacklebolt e a outra por Percival Ignatius Weasley.


 


A assistência mal conseguia conter seu espanto.


 


Na “Cidadela de Bóreas”, Svetlana Dolohov cumprira sua promessa e Draco não havia escapado. Os dois estavam nos aposentos dela, deitados, ela com a cabeça aninhada no peito dele, depois de haverem desfrutado de horas de paixão ardente. Ele tivera de ceder aos encantos da russa, que não eram poucos, como acabara de constatar, conseguindo relaxar e aparentar corresponder o suficiente para que ela não desconfiasse e pensasse que ele havia aderido ao Círculo e que não restara o menor resquício de sentimentos em relação a Janine. E era aí que Svetlana se enganara, pois pensar em Janine havia sido o que lhe dera forças para seguir em frente (“Me senti como o personagem Xander Cage, em ‘Triplo-X’, quando ele diz ‘As coisas que tenho de fazer pelo meu país’, na hora em que ele está no quarto da mansão”, pensou Draco).


Svetlana era bonita, ardente e muito talentosa. Além disso, Draco percebera que ela realmente gostava dele. Mas ele estava era bastante curioso com o que ela iria dizer e por que ela iria se afastar por um tempo prolongado.


 


_Draco... _ disse Svetlana, com voz dengosa.


_Sim, Svetlana. O que houve?


_Nada, nada de mais. Só mera curiosidade, se você chegou a pensar em Janine Sandoval, enquanto nos amávamos.


_Aí está uma pergunta meio difícil de responder, Svetlana (“Só o tempo todo”, pensou o loiro). Se por um lado eu chego a ter curiosidade sobre como foram os anos em que fiquei casado com ela, os dois filhos que tivemos e como era o nosso dia-a-dia, por outro eu não sei o que pensar. Pode parecer uma frase totalmente redundante, mas eu não me lembro de ter lembrança alguma dela ou dos filhos, que só conheci pelas fotos que “Escuridão” mostrou. Talvez tenha sido um efeito colateral do choque causado pelo término da Maldição Imperius de Dumbledore e pelo coma, mas tudo se apagou, diferente da suspensão usual da Maldição Imperius, na qual as lembranças persistem. Talvez pela suspensão ter sido meio abrupta.


_Então não foi bom para você? _ disse Svetlana, fazendo um beicinho de magoada.


_Não foi o que eu quis dizer. _ disse Draco, abraçando Svetlana, que pareceu ficar mais tranquila _ Foi muito bom e eu gostei bastante de estar com você.


_Que bom. Olha, Draco, sempre gostei de você, desde que éramos crianças e Tio Antonin me levava à Mansão Malfoy, quando os Death Eaters se reuniam. Eu tinha tanto ciúme e inveja da Pansy, pela proximidade que ela tinha com você e pela promessa que Lucius Malfoy e Whitmore Parkinson haviam feito.


_E agora ela rompeu com as Trevas e está casada com Fabian Sheldrake. Eu o conheci. _ disse Draco _ Cara legal, mas não tinha muita afinidade com as Trevas, era um tipo bem neutro. Mas eu me lembro de você me dizer que iria se afastar daqui. Por quê?


_Bem, você sabe que eu tenho formação de Oficial da Marinha Mercante, como fachada para os trouxas. E o Círculo possui uma frota de navios, entre cargueiros e petroleiros.


_Sei disso. “Escuridão” me contou sobre alguns, tipo o “Vultura”.


`Pois  é. Acabou de ser construído e vai partir em viagem inaugural o novo petroleiro da frota, o “Galactic”. E adivinhe, eu fui nomeada para o posto de Primeiro-Imediato.


_Que bom, Svetlana. _ disse Draco, sinceramente contente pelo sucesso da garota, mesmo sendo em uma organização como o Círculo Sombrio (“Svetlana é muito inteligente e foi uma das melhores alunas em Durmstrang. Se ao menos esses talentos tivessem sido usados para o bem...”, pensou ele) _ E quando você vai?


_Daqui a três dias. E quero aproveitá-los bem. _ disse Svetlana, beijando Draco. Ele tentou corresponder da forma mais convincente possível, enquanto ela novamente partia para o ataque.


 


No dia seguinte, Draco estava em frente a um computador, verificando os registros do recém-construído petroleiro, o “Galactic”. O bruxo fazia aquilo para esclarecer uma cisma. Para ter aquele nome, o navio devia ser grande, bem grande. E se, de repente...


... As reflexões de Draco Malfoy foram interrompidas quando a ficha do “Galactic” foi acessada e ele viu as dimensões do navio. Havia um link protegido por uma senha, a qual ele logo hackeou, utilizando o que aprendera com Fred e Jorge, dois experts em Tecnomagia. Ao ver o conteúdo daquelas pastas, logo descobriu a razão de haver uma senha e o porquê do tamanho do “Galactic”.


 


Aquilo era algo que Harry precisaria saber, o mais breve possível.

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Comentários (2)

  • Anderson potter

    oies, gostei do cap! tudo ta se encaminhando para o fim! e tudo se entrelaçando! quem seria o novo espião? pra que o tal návio? bem, tou curioso e ancioso pelos caps! e tomara que não demorem! rsrs draco lutando pelo seu país... duvido que a jane irá gostar disso quando ficar sabendo... rsrsrs

    2015-10-20
  • Luiza Snape

    Que cap, fantástico, meu a Fic está simplesmente demais!!!!Adoro! 

    2015-10-18
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