Para Pegar um Pássaro...



CAPÍTULO 15


 PARA PEGAR UM PÁSSARO...


 


 


 


 


 


 


 


 


Ao mesmo tempo em que Harry desaparatava para Londres com sua FX50, o Expresso de Hogwarts chegava à estação de Hogsmeade e dele desembarcava um homem alto e loiro, com aparência meio cansada. Draco Malfoy desceu e aspirou com gosto o puro e limpo ar noturno das montanhas (“Nessas horas é que a gente vê o quanto o ar de Londres anda poluído”, pensou ele). Dirigiu-se ao centro de Hogsmeade, entrando no Três Vassouras e cumprimentando Madame Rosmerta.


_Draco! Mas há quanto tempo!


_Resolvi fazer uma visita-surpresa, Madame Rosmerta. _ disse Draco, tomando um gole da água de gilly que pedira.


_Vai tomar um coche para o castelo? Posso pedir para que Stangerson prepare um para você.


_Não, obrigado, Madame Rosmerta. Vou caminhando. Conheço bem o caminho e andar me fará bem.


_Ah, vocês Bruxos-Ninjas, capazes de correr cem quilômetros em um dia... Quer que eu avise alguém no castelo?


_Não, Madame Rosmerta. Quero fazer surpresa a todos. Inclusive, não avisei nem mesmo Janine de que eu viria. Bem, vou indo, pois estou morrendo de saudades dela. Até.


_Até, Draco. Amanhã haverá visita dos alunos. Aguardo vocês aqui.


 


Draco pôs-se a caminho, pela estrada banhada pelo luar. Sabia desde criança que haviam Lobisomens na floresta, mas eles procuravam evitar contato com humanos, limitando-se às partes mais profundas. A varinha iluminava o caminho e seus sentidos aguçados guiavam-no. Enquanto caminhava, vendo as luzes do castelo ao longe, lembrava-se da consulta no St. Mungus, com o Medi-Bruxo Psiquiatra, Dr. Kemmer.


 


“_Não, Sr. Malfoy. O senhor não tem nenhum distúrbio mental intrínseco. O que pude descobrir foi que alguém manipulou sua mente, o que confirma suas suspeitas.


“_Então eu estava certo e aquele maldito ‘Escuridão’ me pôs sob algum tipo de feitiço. Até onde o senhor conseguiu ir, Dr. Kemmer?


“_Bem, o senhor possui uma mente poderosíssima, resultado dos conhecimentos de Oclumência que possui desde a infância e do seu treinamento Ninja com Derek Mason, outro bruxo bastante poderoso. Foi preciso que o senhor baixasse voluntariamente suas defesas mentais, para que eu pudesse utilizar a Legilimência Diagnóstica. Pude ver que, quando o senhor e a Sra. Malfoy foram raptados no Orient Express, foram levados depois para diversos lugares do mundo, não foi?


“_Exatamente, Dr. Kemmer. Entre muitos, Odessa, Rio de Janeiro, Xangai e, por fim, para as ruínas de Teotihuacan, onde lutamos contra os bandidos do Círculo Sombrio.


“_Sim, foi o que consegui ver. E foi justamente em Teotihuacan que encontrei uma evidência de manipulação mental, como o senhor mesmo já desconfiava. Houve um instante no qual ocorreu um momentâneo lapso nas imagens de suas lembranças, algo muito bem feito, coisa de profissional, mas que alguém como eu, modéstia à parte uma das maiores autoridades em Legilimência Diagnóstica na Bruxidade, pode perceber, se prestar bastante atenção. Seria como se alguém ocultasse parte de uma imagem ou de um texto, que seriam suas memórias, colando sobre ele uma memória falsa, de modo que ela parecesse com suas verdadeiras lembranças.


“_Mas, por mais que a memória sobreposta tenha ficado bem colada, um especialista como o senhor foi capaz de reconhecer a ‘ponta’ da colagem.


“_Sim, Sr. Malfoy. E vi que é aí que mora o perigo. Qualquer erro na tentativa de recuperar a verdadeira memória poderá fazer com que ela se perca ou pior...


“_... Danificar a minha mente, é o que o senhor iria dizer, não é, Dr. Kemmer?


“_Exatamente, Sr. Malfoy. E isso nós não queremos, por dois motivos: o primeiro, obviamente, é preservar sua saúde física e mental. O segundo deles é evitar que seja perdida qualquer informação que possa servir para derrotar o Círculo. Isso é algo para o que todo bruxo de bem deve dar sua contribuição.


“_Eu acho que sei o que ele fez, pois ele me disse que iria vingar-se de mim de uma forma extremamente cruel e insidiosa. O mais provável é que ele tenha feito alguma revelação e ocultado a memória, do modo que o senhor descreveu.


“_Muito provavelmente, Sr. Malfoy. E também acredito que ele tenha encontrado um meio de penetrar nos seus sonhos para isso, o que é algo bastante difícil, mesmo para bruxos poderosos.


“_E o que o senhor me recomenda por enquanto, Dr. Kemmer?


“_Aquilo que o senhor já está fazendo deverá bastar por enquanto, Sr. Malfoy. Tente não se estressar, deixe a administração das empresas com Derek e Marilise e continue tomando, de vez em quando, a Poção Para Dormir Sem Sonhos. Se bem que ela pode deixá-lo meio irritado, se o senhor ficar muito tempo sem sonhar. Nesse caso, gaste sua adrenalina em treinamentos físicos.


“_E quanto à minha idéia de passar algum tempo em um Spa de terapias alternativas? Acha que pode ajudar?


“_O senhor já me falou disso, é um lugar no Sul do Brasil, dirigido pelos tios da Sra. Longbottom. Creio que não fará mal. Lembre-se de, ao despertar, anotar detalhes dos tais pesadelos, caso os tenha. Talvez seja possível encontrarmos uma espécie de denominador comum entre eles, algo que poderá nos ajudar.


“_OK, Dr. Kemmer. Bem, eu já vou indo. Devo embarcar no Expresso de Hogwarts às 11:00 h e preciso desaparatar logo para King’s Cross. Muito obrigado.


“_Não há de quê, Sr. Malfoy. Entre em contato, sempre que precisar. Meu celular está sempre ligado. Bendita invenção trouxa.


“_Exceto quando toca em horas impróprias, mas é um pequeno inconveniente que enfrentamos para mantermo-nos em contato com aqueles que nos são importantes, Dr. Kemmer. Bom dia.


“_Bom dia, Sr. Malfoy.”


 


 


Ainda lembrando-se daquela conversa, Draco seguia, rumo ao castelo (“Isso significa que ‘π’ estava certa. Preciso resolver isso logo e creio que o Prof. Dumbledore será de grande ajuda. Eu não podia falar disso para o Dr. Kemmer, mas eu creio que ‘Escuridão’ está utilizando algo do Necronomicon para acessar meus sonhos e quem pode garantir que essa sobreposição de memórias também não possa fazer parte daquele maldito livro? Aliás, como descobrimos que o Necronomicon é real e não uma invenção de H. P. Lovecraft, temo que outras coisas descritas por ele também o sejam e temo que aquele maldito bruxo mau possa, para aumentar seus poderes na tentativa de reerguer a Ordem das Trevas, fazer contato ou invocar entidades perigosíssimas, com os conhecimentos contidos nos livros, tipo os Mitos de Cth...” e Draco interrompeu seus pensamentos, ao ver uma luminosidade no caminho, produzida pela ponta de uma varinha).


Tentou sondar o Ki de quem vinha ao seu encontro e ficou aliviado ao perceber que era amigo e que pertencia ao...


_Prof. Dumbledore! O que faz a esta hora da noite, caminhando na estrada de Hogwarts?


_Boa noite, Draco. Na verdade, eu vinha ao seu encontro. Sei que você pediu para que Madame Rosmerta não contasse a ninguém, para fazer surpresa. Mas ela lembrou-se de que Severo havia dito a ela que Remus estaria pela Floresta Proibida, hoje à noite.


_Ele está testando a nova fórmula da Poção Mata-Cão, Prof. Dumbledore? E tem conseguido manter o controle? _ perguntou Draco, sentindo um pequeno arrepio. Por mais que Remus Lupin fosse amigo e a nova Poção Mata-Cão estivesse sendo eficiente, Lobisomem era Lobisomem.


_Sim, Draco. E ele já está bem mais calmo, conseguindo manter o controle. Hoje ele deu uma saída, acompanhado de Sirius, em forma canina. Logo ele será capaz de manter a mente humana no domínio, mesmo transformado em Lobisomem. Sirius está com ele, para qualquer eventualidade. E eu saí para encontrar você e subirmos juntos, por prevenção. Não se preocupe, Rosmerta só contou para mim. Janine vai gostar bastante de vê-lo, após essas semanas.


_Estava com muitas saudades dela e das crianças. Tenho ficado muito em Londres e não tenho vindo muito para cá. Não quero, de forma alguma, negligenciar minha família e é por isso que deixei a administração das empresas com o Prof. Mason e com Marilise, para poder passar mais tempo com eles. Sem contar que preciso me afastar um pouco do movimento, tenho andado meio tenso.


_Contiunua tendo pesadelos, Draco? _ perguntou Dumbledore.


_Sim, Prof. Dumbledore. E passei hoje de manhã por uma consulta com um Medi-Bruxo Psiquiatra do St. Mungus, especialista em Legilimência Diagnóstica.


_Herbert Kemmer? Já ouvi falar dele, é muito competente. E a que conclusão chegaram?


_As suspeitas que eu e “π” tínhamos confirmaram-se. De algum modo, “Escuridão” manipulou minha mente, quando estivemos prisioneiros do Círculo em Teotihuacan, tendo acesso aos meus sonhos. E há uma grande possibilidade de ele ter feito aquilo com conhecimentos do Necronomicon.


_É bem possível, Draco. Aqueles livros contêm conhecimentos que me assustam.


_E isso nos leva a uma outra possibilidade bastante assustadora, Prof. Dumbledore. A de que, com o Necronomicon, ele possa executar um plano desesperado e diabólico, invocar os Mitos de Cthulhu, os Grandes Antigos.


_Isso chegou a me passar pela cabeça, Draco. Mas, graças a Deus e a Merlin, ele não poderá fazê-lo. Os conhecimentos para a invocação dos Grandes Antigos dos Mitos de Cthulhu fazem parte de um dos volumes que estão conosco. E, mesmo que estivessem com ele, a possibilidade das criaturas rebelarem-se seria muito grande e ele não iria arriscar-se a perder o controle da situação. Ora, já chegamos, veja. _ disse Dumbledore, assim que os dois viram-se em frente aos portões guarnecidos por javalis alados.


_Quando estamos em boa companhia, nem sentimos a passagem do tempo. Para mim foram como que apenas instantes, Prof. Dumbledore.


_Obrigado. Bem, vamos entrar e você encontrará Janine. Com fome?


_Não, Prof. Dumbledore. Comi no trem. Creio que só amanhã.


_Então, boa noite. _ disse Dumbledore, enquanto entravam e Draco olhou para as estátuas dos Quatro Grandes: Gryffindor, Slytherin, Hufflepuff e Ravenclaw. Por mais tempo que se passasse, ele sempre ficava admirado com elas _ Creio que você não se esqueceu de onde são os aposentos de sua esposa, não é?


_Não, Prof. Dumbledore. Lembro-me perfeitamente do caminho. Boa noite e até amanhã.


 


 


Draco Malfoy subiu a escadaria, dirigindo-se aos corredores que levavam à ala residencial da escola. Parou à frente de uma porta e bateu.


_Quem é? _ perguntou Janine, lá de dentro.


_Uma visita de Londres, para a professora de Feitiços. _ respondeu Draco.


Ouvindo a voz que respondera, Janine rapidamente correu e abriu a porta, abraçando e beijando o esposo. Depois de ter preparado as aulas da semana seguinte, preparava-se para dormir mais cedo, vestindo uma camisola de seda preta e um robe verde. Seus cabelos castanhos mechados, que estavam presos soltaram-se, enquanto ela abraçava e beijava o esposo, apaixonadamente.


_Draco! Veio de Londres sem avisar! Por que? _ perguntou Janine.


_Queria fazer uma surpresa, meu amor. Desculpe se demorei tanto para vir, mas eu queria deixar tudo bem ajeitado em Londres, antes de me afastar.


_Afastar? Do que está falando?


_Estou, temporariamente, licenciando-me da administração das Empresas Malfoy. Deixei tudo a cargo do Prof. Mason e Marilise, para poder dedicar-me, em tempo integral, a resolver os problemas relacionados aos pesadelos. Mas poderemos falar disso mais tarde. Tudo o que eu quero agora é estar com você.


_E é exatamente o que eu mais quero. _ disse Janine, abraçando e beijando Draco, uma quente onda de energia envolvendo os corpos do casal, ambos ansiosos um pelo outro. Em um instante, estavam levitando pelo quarto.


 


 


Deitados entre os lençóis e edredons, experimentando aquela doce sensação de relaxamento que só os realmente apaixonados eram capazes de ter, depois de terem se amado com a mesma ternura e intensidade da primeira vez, quando a emissão mágica involuntária de Draco havia feito com que o Big Ben tivesse dado treze badaladas à meia-noite, Janine e Draco estavam conversando, desta vez sobre assuntos mais sérios e menos agradáveis: os pesadelos do loiro.


 


_Então os pesadelos não cessaram? _ perguntou Janine.


_Não, Jan. Eles continuam e, inclusive, minhas reações estão piores. Desta última vez, por exemplo, abri um buraco na parede, com um soco. E isso me preocupa muito.


_Em que sentido?


_Jamais pensei que um Malfoy diria isso, mas estou com medo, Jan. Muito medo de, involuntariamente, acabar ferindo você durante o sono, se eu novamente reagir a um pesadelo daquela maneira.


_A possibilidade existe e também não me agrada, nem um pouco, Draco. E não é aconselhável ficar fazendo uso contínuo da Poção Para Dormir Sem Sonhar, por causa da irritabilidade. Parece que aquela sua idéia de passar um tempo no Spa dos tios de Luna, em Gramado, não é tão má assim. Quem sabe conseguem ajudar a desencavar a memória de que precisamos para resolver o mistério.


_E o Dr. Kemmer me aconselhou a anotar detalhes dos pesadelos, para tentarmos estabelecer um denominador comum. Se bem que o único que temos até agora é o fato de que, sempre que estou prestes a ver a verdadeira face de “Escuridão”, o pesadelo termina e eu acordo, sem conseguir lembrar-me de como ela é.


_E isso não é normal, Draco. _ disse Janine, preocupada.


_Não, Jan. Não mesmo. “p” e eu suspeitávamos que “Escuridão” pudesse ter manipulado minha mente, no México e agora tivemos a confirmação, depois que o Dr. Kemmer utilizou Legilimência Diagnóstica em mim.


_Então, de alguma forma, “Escuridão” alterou suas memórias, sobrepondo a elas uma lembrança falsa?


_É o mais provável, Jan. Inclusive, revelei essa suspeita ao Prof. Dumbledore e ele concordou comigo.


_Deve ter sido um Feitiço de Memória extremamente poderoso, para não ser reversível pelos métodos conhecidos.


_Sim, acreditamos que deve ser algo tirado do Necronomicon. Bem, pensaremos nisso amanhã. Madame Rosmerta disse que será dia de visita a Hogsmeade e temos de dar uma presencinha no Três Vassouras, pelos velhos tempos. Aliás, Harry está aqui?


_Não, teve de ir a Londres, para um jantar com uma loira. _ brincou Janine.


_E a Gina permitiu que ele saísse de Hogwarts vivo ou, pelo menos, com tudo no lugar, para isso? _ perguntou Draco, meio que brincando.


_Somente os envolvidos na luta contra o Círculo sabem, Draco. Ela é alguém que vai ajudar bastante.


_Deve ser bem especial, a tal loira. _ comentou Draco, servindo-se de um copo de água e tomando um gole.


_Só uma chefona da Krasnaya Mafiya. _ disse Janine.


Draco quase engasgou com o gole de água que havia tomado, ficando vermelho e tossindo, enquanto Janine lhe dava alguns tapas nas costas, rindo. Quando o loiro recobrou a respiração, perguntou à esposa, em um fio de voz:


_Máfia Russa? Como é que Harry conhece esse tipo de gente?


_Amanhã ele te conta, pessoalmente. Termine sua água e vamos dormir, se bem que eu acho que isso vai demorar.


_Concordo com você, meu amor. _ disse Draco, beijando a esposa e deitando-se, abraçado a ela. A noite seria longa.


 


 


Londres, Inglaterra. Mesma noite.


 


 


Harry Potter checou seu equipamento: Varinha de azevinho e cerne de pena de Fênix. Varinha-reserva de acácia, com cerne de três pêlos de cauda de unicórnio, trançados e revestida de Mirtheil. Anel de ouro da Grifinória, capaz de canalizar magia através do seu cerne de pêlo de cauda de unicórnio, criação de Jasper Olivaras. Pistola Mini-Glock, calibre .380, com munição mágica sedativa. Armas-Ninja, ocultas em compartimentos secretos do terno Armani. Embora nada daquilo fosse necessário, já que seus poderes de Magid suplantavam qualquer outra arma, sem contar suas habilidades de Mestre Ninja. Satisfeito, estacionou a Infiniti FX50 em frente ao Hotel Ritz, logo sendo atendido por um manobrista uniformizado, que entregou a ele uma das vias de um cartão plástico. A outra via ficaria presa à chave da utilitária. O bruxo de forma alguma preocupava-se com a possibilidade de tentarem roubar seu carro, por duas razões. A primeira era que ele confiava na segurança do Ritz. A segunda razão era que, se alguém fosse suficientemente louco para tentar, a própria utilitária cuidaria do infeliz, com seus Feitiços de Segurança e Defesa.


Entrou no imponente hotel, localizado no Nº 150 de Piccadilly, dirigindo-se ao restaurante, onde já havia feito a reserva.


_Boa noite. Tenho uma reserva para o jantar, meu nome é Potter. Harry Potter.


_Perfeitamente, Sr. Potter. Vejo que virão mais pessoas, mas ainda não chegaram. Se o senhor assim o preferir, poderá aguardá-los no bar, enquanto a mesa está sendo preparada. Ela fica em uma área mais reservada, como o senhor pediu.


_Muito obrigado, Ogilvy. Aguardarei no bar, então. _ disse Harry, dirigindo-se ao bar. Sentando-se em um dos bancos altos do balcão, pediu um Dry-Martini e ficou a saboreá-lo, enquanto aguardava seus convidados. Pelo que soubera, os ex-integrantes da Companhia da Czarina também tomavam, regularmente, pequenas doses do Elixir vitae, envelhecendo mais lentamente, assim como sua líder. Parecia algo meio Nonsense o fato de Harry Potter, Auror e agente da InterSec (embora licenciado), ter um contato social com a líder de um dos tentáculos da terrível Máfia Russa, mas as circunstâncias assim o exigiam, além do fato de que ela também era conhecida por ser uma grande dama em situações sociais, brilhando em qualquer evento, tanto ela quanto seus comandados. Porém, na hora de entrarem em ação, eram uma bem ajustada máquina de combate, apta a lutar em qualquer terreno, desde os desertos do Afeganistão até as ruas de Roanapur.


_Com licença, Sr. Potter, creio que seus convidados chegaram, a Srta. Vladilena Romanoff e seu grupo. _ disse Ogilvy _ permita-me conduzi-los à sua mesa.


Após sentarem-se, cumprimentaram-se e Harry lançou um Feitiço de Privacidade na área da mesa. Quem passasse por ali, somente ouviria uma conversa inocente.


_Boa noite, Sargento Boris. _ disse Harry _ Já faz um tempo, hein?


_Sim, Sr. Potter. Desde Odessa, no clube de Karkaroff. _ respondeu Boris.


_E quanto a você, Czarina, tiro meu chapéu para seu senso de humor.


_Por que, Sr. Potter?


_Pode me chamar de “Harry”. Obviamente que “Vladilena” é um nome falso, bem elaborado. “VLADI”, de “VLADIMIR”, “LENA”, de “LENIN” e o sobrenome “ROMANOFF”. Uma brincadeira, unindo um ícone do Bolchevismo ao sobrenome da Família Imperial Russa.


_Muito inteligente, Harry. Outros não prestariam atenção a esse detalhe e apenas achariam que é mais um nome russo. _ disse ela, falando o Inglês com sotaque russo e sorrindo, suavemente. As cicatrizes das queimaduras, adquiridas em operações de combate de seu grupo não a tornavam feia, muito pelo contrário, emprestavam à loira um charme todo próprio e um ar de mistério. Ela vestia um elegante Azzedine Alaia vermelho, que destacava seus cabelos loiros, que estavam soltos, parcialmente escondendo as cicatrizes das queimaduras no lado direito do seu rosto. As outras, no busto e braços, eram menos visíveis _ Então, resolveu cobrar aquele favor?


_Não, na verdade não é uma cobrança. _ disse Harry, tomando um gole do seu Dry-Martini _ É uma coisa que vai ajudar a ambos os lados. Bem, eu sei que, desde aquela ocasião na qual detonei o clube de Karkaroff, a “Hotel Moscow” já estava rompendo com o Círculo Sombrio.


_É verdade. Eles nos queriam somente como peões, então levamos o assunto às lideranças, que decidiram pela independência. Pode ver nos arquivos da InterSec que não há ações do Círculo em Roanapur.


_Sim, mas eu creio que nem todos os que estão subordinados ao Acordo de Roanapur pensam assim. Confirmamos que tem gente que, fingindo operar dentro das regras, na verdade está cedendo a ofertas bastante vantajosas, vindas da parte de “Sombra & Escuridão”.


_Quem teria coragem de romper os acordos a não ser ele? Bem, eu já tinha uma idéia de quem poderia ser e que ele logo mostraria as garras. É o mesmo que estamos querendo pegar há tempos e que jurou não ser ele a romper os acordos. O mesmo cuja heroína ia, “por acaso”, parar no “Crepúsculo Escarlate”, aos cuidados de Sergei Karkaroff.


_Ele mesmo. Choo-Pak.


_Дерьмо. _ sussurrou ela, em Russo _ Estamos querendo pegá-lo há algum tempo, mas ele sempre consegue criar algum álibi que o inocenta junto às lideranças de Roanapur. Se conseguirmos ligá-lo ao Círculo, poderemos cair com tudo nos campos dele e queimá-los. Os líderes já não estão querendo mais campos de papoulas tão perto de Roanapur.


_E eu tenho essas provas, Czarina. Depois do jantar eu as mostrarei a você. Aliás, já podemos pedir, não é?


_De acordo. _ respondeu ela, terminando seu Scotch _ Vamos ver o cardápio.


 



 


"Uma companhia encantadora e bastante perigosa."


Como entrada, “Vladilena” decidiu-se pelos escalopes de salmão defumado, enquanto Harry escolheu os canelones de caranguejo. Tudo acompanhado por um excelente Chardonnay Clos du Val, da Califórnia. Como prato principal, o grupo foi unânime na escolha do robalo com acompanhamento de caranguejo, flor de abobrinha e sopa de lagostim, mantendo o mesmo vinho, já que vinho branco era o que melhor acompanhava peixes e frutos do mar.


_Pena este Chardonnay não ser um Georges Aubert, do Brasil. Sua qualidade é parelha com a de alguns dos melhores vinhos do mundo. _ comentou Boris.


_Tem razão, Boris. _ disse Harry _ conheço bem esses vinhos, pois uma grande amiga minha é brasileira. Desviando um pouco do nosso assunto principal, onde vocês adquiriram conhecimentos sobre magia?


_Bem, eu passei minha infância em um Sovkhoz, uma fazenda coletiva, na região do Lago Baikal, no Sul da Sibéria. Quando crianças, sempre ouvíamos histórias sobre seres fantásticos, principalmente a bruxa Baba Yaga, que alguns diziam ser maligna e outros benévola e justiceira, até que um dia eu me perdi na floresta. A tarde já ia avançada e logo anoiteceria, então comecei a ficar assustada. Foi aí que uma velha camponesa cruzou meu caminho e me perguntou:


“_O que houve, pequenina? Perdeu-se na floresta?


“_Sim, senhora. É estranho, conheço bem estas matas, mas não consigo encontrar o caminho de volta.


“_Venha comigo, princesinha. Eu a ajudarei, pois vi que é uma pessoa bastante boa e que será importante, no futuro. Eu te acompanharei até a orla da floresta mas, antes, tome um chá comigo, em minha casa. É logo ali.


_Ela me ofereceu chá e biscoitos, pois viu que eu estava com fome. Depois me levou até a orla da floresta, de onde foi fácil chegar à minha casa. Nunca mais a vi, mas lembro-me de que sua casa era montada sobre pilares que lembravam pés de...


_... De galinha. _ disse Harry _ E você não notou nada mais de especial na casa?


_Sim, notei a existência de um enorme almofariz, grande o suficiente para que uma pessoa pudesse entrar dentro dele, com uma grande mão de pilão e uma vassoura do lado.


_E como era a velha? _ perguntou Harry.


_Magra, com um nariz arrebitado e avermelhado, olhos faiscantes como carvões em brasa e cardos permeando seus cabelos. O mais interessante foi que, mesmo com aquela aparência assustadora, eu sabia que nada tinha a temer da parte dela.


_Porque eu acredito que você fosse uma criança sem maldade e, mesmo agora, chefiando um braço da Máfia Russa, age de forma honrada e não como um bandido vulgar. Por isso ela ajudou você a encontrar o seu caminho. Se você fosse uma criança má, ela a teria engordado e devorado, Czarina. E, depois daquilo, seus ossos passariam a fazer parte da estrutura da casa dela, como os de muitos outros. _ disse Harry, tomando um gole do seu vinho _ A velha que você encontrou era Baba Yaga, em pessoa.


_Foi o que pensei, Harry. Não dei muita importância ao fato, por vários anos, embora minha mãe tenha ficado assustada quando contei, dizendo o mesmo que você. Quando me alistei no Exército, logo fui fazer o curso para as Forças Especiais Soviéticas, os Spetsnaz, tendo recebido minhas promoções precocemente, tanto que aos vinte anos tinha o posto de Capitão, tendo sido designada para liderar uma Companhia no Afeganistão. Durante o conflito, presenciei muitas situações que a lógica não conseguia explicar, geralmente envolvendo os insurgentes Mudjahedin. Se não me engano isso foi no final de 1987, pouco antes do incidente onde ganhei estas queimaduras e...


_... Hospitalizou o animal que queria obrigá-la a exterminar uma aldeia neutra e deixar companheiros para trás. Até aí é de conhecimento público. Também sei que, depois da sua transferência forçada para a reserva, você permaneceu por algum tempo no Afeganistão, até que acabou sendo contactada por um Mudjahedin daquela aldeia, que lhe contou sobre o Container de Grindelwald, cheio de Elixir vitae...


_... Os Containers, para ser mais exata. Havia mais de um deles, por isso dispomos ainda de um grande suprimento de Elixir vitae, Harry. E aí, estou bem, para uma cinqüentona? _ brincou ela.


_Se você não dissesse, ninguém acreditaria, Czarina. E como você tirou os Containers do Afeganistão? _ perguntou Harry.


Minha antiga Companhia licenciou-se junto comigo como você sabe, Harry. Passamos alguns meses vivendo com a população da aldeia que salvamos, planejando como retiraríamos tudo do país, até que, em abril de 1998, depois de uma trégua estabelecida entre Mikhail Gorbatchev e Ahmed Chah Massoud, as tropas russas começaram a retirar-se, deixando muito material para trás. Bem, para uma tropa experimentada, não seria difícil “Abduzir” algumas peças do material, tipo caminhões, jipes, algum armamento e helicópteros de carga Mil Mi-26 “Halo”, transporte de pessoal, principalmente Mil Mi-8 “Hip” e alguns de combate, principalmente Mil Mi-24 “Hind”. O que tiramos de lá era tão pouco em relação ao total, que quase não foi percebido. E, quem percebeu, simplesmente ignorou. Tiramos tudo dali, mas não retornamos para a Rússia.


_Deixe-me adivinhar, foram para um aprazível balneário da Tailândia, chamado Roanapur, não foi? _ perguntou Harry, de forma brincalhona.


_Ora, como foi que adivinhou, Harry? _ respondeu ela _ Considerando que Roanapur é um lugar que acolhe não só bandidos, mas também pessoas que sujaram as mãos de sangue por seus países e que, depois, aqueles mesmos países lhes viraram as costas, era o melhor lugar para nos estabelecermos, então foi exatamente para lá que fomos. E com aquele equipamento, botamos para correr o pessoal da Máfia Russa que estava lá e assumimos os seus negócios, modificando algumas diretrizes. Passamos a não trabalhar diretamente com o tráfico, somente protegendo as rotas. Conferenciei com a família que administrava os assuntos de Roanapur, argumentando que seria melhor assim, pois haveria menos concorrência e menos conflitos, o que diminuiria a atenção da CIA, NSA, Interpol, InterSec e outros órgãos de segurança para a área. Eles julgaram meus argumentos convincentes e submeteram o assunto à apreciação da cúpula da Organiszacja, que decidiu por manter-nos em Roanapur, tendo como principal atividade os assuntos relacionados a espionagem industrial, e tráfico de informações, continuando a proteger as rotas de tráfico das outras facções, mediante uma generosa comissão. Aliás, eles já estavam meio descontentes com os antigos representantes da Bratva em Roanapur.


_Interessante. Há pontos de sua história dos quais nem mesmo a InterSec tem conhecimento. Bem, vamos pedir a sobremesa? _ sugeriu Harry.


_Ótima idéia, Harry. Depois, durante o café, falaremos sobre como pegaremos Choo-Pak. Você disse que tem uma prova decisiva da associação dele com o Círculo Sombrio?


_Tenho. Todos vocês verão do que se trata, assim que chamarmos o Mâitre. Ele nos ajudará.


_???


_Depois eu explico.


_OK, vamos pedir a sobremesa. Pelo que eu me lembro, as sobremesas do Ritz ainda são deliciosas.


 


Harry escolheu o “Bergamot Lemon Parfait”, enquanto ela decidiu-se pelo “Baked Cheesecake”. Boris e os outros resolveram pedir todos o mesmo prato, os “Crepes Suzette” com sorvete de baunilha. Para acompanhar a sobremesa, nada melhor do que água mineral, tendo todos eles decidido-se pela São Lourenço, importada da cidade brasileira do mesmo nome, cujo gás era natural da própria fonte.


 


Após a sobremesa, vieram os cafés, o de Harry um “Espresso” forte, bem ao seu gosto. A Czarina esteve a ponto de acender uma de suas famosas cigarrilhas, até que lembrou-se de que estavam em uma ala de não-fumantes. Então, Harry chamou o Mâitre.


 


_Sr. Larner, preciso de um favor seu. _ disse Harry.


_Perfeitamente, Sr. Potter. O que seria?


_Preciso mostrar aos meus amigos aqui algo que o Sr. Shacklebolt me deu.


_Compreendo. _ disse Larner _ Devo supor que todos eles têm algum tipo de conhecimento sobre nosso mundo.


_Não muito, Sr. Larner. _ disse a Czarina _ Mas o bastante para sabermos que, assim como entre nós, trouxas, vocês também têm gente boa e gente má, tipo o Círculo.


_Se vocês são contra o Círculo, estou com vocês. Todo bruxo de bem deve fazer algo contra eles. Se Kingsley lhe deu algo para mostrar aos seus convidados, certamente irão necessitar de algo que eu tenho lá atrás. Vamos, venham comigo.


 


Levantaram-se e seguiram Larner até uma sala atrás do salão principal do restaurante, protegida por uma barreira mágica. Dentro da sala, uma Penseira.


_Que bela obra de arte. _ disse ela, admirando a peça, embora não soubesse direito do que se tratava.


_Creio que é disso que vocês precisam, _ disse Larner _ Sr. Potter, agora vou deixá-los, para que façam o que vieram fazer.


 


Harry pegou de dentro de um bolso do seu terno o frasco com a memória de Shacklebolt e despejou na Penseira o fio prateado. Imediatamente, a superfície ficou lisa e refletiu a cena que Kingsley queria que eles vissem.


_O que é isso, Harry? _ perguntou ela.


_É um fragmento de memória de Kingsley Shacklebolt, um amigo que permaneceu como refém do Círculo Sombrio. Ele testemunhou uma conversa bem interessante entre “Escuridão” e Choo-Pak.


_E como poderemos assisti-la? _ perguntou o Sargento Boris.


_Melhor do que assisti-la, Boris, poderemos entrar nela. Basta que toquemos a superfície. Vamos lá? _ convidou Harry. Todos tocaram a superfície do conteúdo da Penseira e foram sugados pela memória, indo parar no meio das cenas do almoço nas Ilhas Phi Phi, na Tailândia, com a presença de Choo-Pak.


 


“_Então estamos acertados, ‘Escuridão’?”


“_Sim, Choo-Pak.. Então, você que era nosso concorrente, passará a ser nosso associado?


“_Com certeza. Isso ficou bem claro, desde o dia em que comecei a fornecer para Karkaroff, no seu clube. E só não lhe ajudei daquela vez em que Harry Potter queimou seus campos em Mandalay para não dar na vista. As lideranças de Roanapur não queriam associação com o Círculo Sombrio.


“_Em breve isso deixará de ter importância, meu caro Choo-Pak. O Círculo Sombrio dominará Roanapur.


“_Como é? ‘Dominar Roanapur’?


“_Exatamente. Roanapur é uma cidade bastante peculiar, uma verdadeira Tortuga contemporânea, na qual representantes de várias facções criminosas trouxas de diversas partes do mundo interagem, mantendo um admirável equilíbrio de poder. E, coincidentemente, facções que recusaram-se a trabalhar em associação com o Círculo. Vejamos, Leon Arriaga, dos cartéis mexicanos, Armando Montalbán, representando os cartéis sul-americanos da Bolívia, Colômbia e Venezuela, Mr. Chang, da Tríade, Furukawa-san, o ‘Oyabun’ poderoso de um dos mais fortes e influentes clãs da Yakuza, Schilacci, de uma das mais fortes famílias de Palermo, além da ‘Bratva’ e de outros não muito evidentes, que trabalham com tráfico de armas e os próprios plantadores de papoulas tailandeses, entre os quais você está incluído.


“_Eu sei que você é bruxo e que a sua intenção principal é reerguer a Ordem das Trevas, ‘Escuridão’. Mas eu não compreendo totalmente como Roanapur encaixa-se nos seus planos.


“_Bem, acontece que pretendo dominar todas essas facções, unificando-as sob a égide do Círculo Sombrio e para isso preciso infiltrar nosso pessoal, o que seria uma tarefa mais difícil se elas estivessem espalhadas. Então, o que seria melhor do que iniciar a infiltração das facções no local onde elas estão todas reunidas?


 


Então, Shacklebolt comentou, com voz pastosa:


 


“_Você é um demônio, ‘Escuridão’. Um demônio, mas não passa de um bandido vulgar.


“_Ora, Sr. Shacklebolt, o senhor ainda está por aí? Pode levá-lo para um lugar mais tranqüilo, Adams. Um lugar onde você possa trabalhar nele com mais calma.”


 


E, antes que Shacklebolt fosse levado por Yevgeny Emilianovitch Adams, ainda foi possível pegar o final do diálogo entre “Escuridão” e Choo-Pak.


 


“_E qual será a minha vantagem nisso, ‘Escuridão’?


“_Você ficará com TODOS os campos de papoulas do Sudeste da Ásia para você mesmo e será o coordenador dos outros que passarem a ser do Círculo, ao redor do mundo. Inundaremos as nações com nossos produtos, encheremos nossos cofres e criaremos o clima para a nova ascenção da Ordem das Trevas, sobre uma população submissa. Quem não estiver do nosso lado, estará abaixo de nós ou estará morto.


“_E quanto a Harry Potter?


“_Realmente, não podemos subestimá-lo. Eu cometi esse erro uma vez e aquilo me custou a posição do Círculo Sombrio no circuito internacional do tráfico de drogas, com a queima dos campos de papoulas de Mandalay e da Anatólia, das plantações de coca da Bolívia e das de ‘Cannabis’ do Brasil. Um erro que não pretendo repetir.


“_OK, ‘Escuridão’, eu estou com você. Mas tenho um pedido especial.


“_E qual seria?


“_A certeza de poder cuidar, pessoalmente, daquela vaca loira de cara queimada, da ‘Hotel Moscow’. Ela foi a única das líderes a não engolir minhas explicações sobre a heroína que foi encontrada no ‘Crepúsculo Escarlate’, depois do estrago que Harry Potter fez no clube. Não estou nem aí se ela possui formação Spetsnaz, isso apenas tornará as coisas mais... interessantes.


“_De acordo, Choo-Pak. A Czarina será toda sua, para fazer com ela o que melhor lhe aprouver.


 


A partir dali, Shacklebolt foi levado do local e a memória terminou. Harry e os outros emergiram da memória e logo viram-se novamente na sala, à volta da Penseira, indignados com o que acabaram de ver.


_Ублюдок! _ exclamou ela _ Existe algum modo de copiar essa memória, Harry, convertê-la em alguma mídia que eu possa apresentar como prova para os líderes das facções em Roanapur?


_O feitiço é meio complicado, mas eu já imaginava que você iria querer algo assim. Então, tomei a liberdade de executá-lo na memória de Shacklebolt. O resultado está aqui na minha mão, neste envelope, para você levar às lideranças. _ respondeu Harry, entregando um envelope para a Czarina. Dentro dele, um Mini-DVD, contendo a memória convertida em imagem NTSC, pronta para ser assistida. _ Creio que gostarão do filminho.


_Спасибо (“Spaceeba”, “Obrigado” ou “Obrigada”, em Russo), Harry. Isto nos permitirá, depois dos líderes assistirem, queimar os campos de Choo-Pak, sem culpa alguma. Que as papoulas sejam plantadas por outros que não aquele Собака предателем, aquele cachorro traidor. Ele me queria? Pois ele terá a mim, só que não da maneira que pretendia e vai arrepender-se, amargamente.


_Como diz o ditado, “Cuidado com o que deseja...” _ disse Boris.


_ “...Pois pode conseguir”. _ completou Harry _ Quase chego a ficar com pena dele. Quase.


_Harry Potter, a “Hotel Moscow” te deve mais uma. _ disse a Czarina.


_Que nada, Czarina. Podemos estar em lados opostos da Lei, mas temos um inimigo comum, o Círculo Sombrio. Enquanto for assim,colaboraremos. Se e quando for o caso de sermos adversários, combateremos. No momento é necessário ver as coisas em termos mais práticos.


_Foi um excelente encontro, Harry. Bastante proveitoso.


_Para ambas as partes, Czarina. Vocês tiram um traidor do caminho, mantendo o equilíbrio de forças em Roanapur e, como bônus, ajudam a, novamente, tirar o Círculo Sombrio das atividades de tráfico de drogas. Bem, vou retornar à escola.


_E nós para a Tailândia. Estou ansiosa para mostrar esta prova aos líderes das facções. Creio que, no final de tudo, Choo-Pak irá parar nas mãos da Faxineira. Até um dia, Harry Potter.


Com um abraço, ela despediu-se de Harry, que trocou apertos de mão com Boris e os outros membros do seu grupo.


_До свидания (“Do Svidaniya”, “Adeus”, em Russo), Czarina. Até um dia.


 


O manobrista trouxe os carros de todos e cada um seguiu seu rumo. A Czarina e seu grupo para um discreto aeroporto particular, onde seu avião a aguardava. Harry dirigiu sua Infiniti FX50 até uma rua vazia, onde desaparatou para Hogsmeade.


 


 


Ao chegar, estacionou o carro na garagem e conferiu o horário. Já era tarde para entrar em Hogwarts pela passagem da Dedosdemel. Ele poderia desaparatar para a entrada do castelo, mas não queria aparecer demais, entrando pelo portão principal, então optou pela passagem da Casa dos Gritos mais discreta, ainda que mais arriscada, já que teria de ser rápido para afastar-se do Salgueiro Lutador, após apertar o nó do tronco que imobilizava a árvore. Depois de chegar a Hogwarts, entrou por uma passsagem utilizada pelos elfos domésticos, coincidentemente a mesma que Snape havia utilizado, muitos anos antes.


Passou pelos corredores das cozinhas e rumou para a ala residencial, indo para seus aposentos, onde uma preocupada bruxa ruiva esperava por ele.


_Finalmente voltou, Harry. Eu estava contando as horas para te ver.


_Calma, Gina. Não há motivo para preocupações.


_Como foi lá em Londres, com a bandida russa?


_Nada do outro mundo. Mostrei a ela e ao seu grupo a memória que Shacklebolt me deu. Fiz um feitiço para poder copiar as memórias para um Mini-DVD e entreguei a ela. Creio que não vai demorar muito tempo para que os campos de Choo-Pak virem cinzas ou que, no mínimo, eles mudem de proprietário. _ disse Harry, despindo o Armani e trocando-o por um pijama.


_Hmmm, pare de me provocar, Harry.


_Só estou trocando de roupa, querida. _ disse o bruxo, guardando a pistola, as armas Ninja e as varinhas.


_E você acha que isso já não é o bastante para mim? _ perguntou Gina, abraçando o esposo.


_E o que podemos fazer a respeito disso, Dra. Potter? _ perguntou Harry, beijando a esposa, ardentemente.


_Que tal, simplesmente, deixarmo-nos levar, querido? Sinto-me como uma adolescente, hoje. _ respondeu ela.


_Não há nada que eu queira mais do que isso, Gina.


E os dois deitaram-se, envolvendo-se nas macias cobertas e um no outro, tão apaixonados como sempre haviam sido.


 


 


No Salão Principal, na manhã seguinte, à mesa do café...


_Draco! Mas que boa surpresa! _ disse Harry _ Chegou ontem à noite?


_Sim, Harry. Cheguei no Expresso de Hogwarts, creio que na mesma hora em que você estava indo para Londres. Podia jurar que vi sua Infiniti FX50 desaparatando.


_Sim, fui para lá, jantar com uma loira. _ disse o bruxo, com um ar brincalhão.


_Sem-graça. _ disse Gina, fazendo uma careta e dando-lhe um beliscão (“Ai, Gina! Era só brincadeira!).


_Obviamente que com a devida autorização da minha querida esposa. _ Harry abraçou Gina, que sorriu. Porém a dor do beliscão permanecia.


_Pois a Jan me disse quem era a dita-cuja. Cara, você precisa selecionar melhor as suas companhias, hein? _ brincou Draco _ E aí, foi bom o jantar?


_O Ritz continua de altíssima qualidade. E o jantar vai render frutos, com certeza. Aquele animal do Choo-Pak vai levar o dele e “Escuridão” vai frustrar-se, novamente.


_Shacklebolt está escondido aqui, Harry? _ perguntou Draco, sussurrando.


_Sim. Pelo menos até pegarmos o “Doppelgänger” e sua cúmplice. E isso vai ser logo, já é hora de armarmos a ratoeira. Contaremos com a ajuda de um amigo que está hospedado aqui. Ah, lá vem ele. Draco, quero lhe apresentar o Capitão Claudiomir, do BOPE.


O oficial aproximou-se, em companhia de Milena Kersey. Cumprimentou Draco e os dois sentaram-se.


_É um prazer conhecê-lo, Sr. Malfoy. Lembro-me de que já estivemos à sua procura, no passado.


_Ah, sim. Foi quando o Círculo nos seqüestrou, no Orient Express. Harry me contou o que houve, quando vocês subiram o morro.


 


As crianças chegaram para o café. Narcisa e Adriano abraçaram Draco.


_Papai, que bom te ver. _ disse Narcisa, de mãos dadas com Tiago.


_Tio Draco, bom dia. _ disse Tiago, cumprimentando-o.


_Bom dia, Tiago. Cuidando bem desse meu tesouro, como eu pedi?


_Papai! _ exclamou Narcisa, vermelha como uma cereja, após a brincadeira do pai.


_Sempre, Tio Draco. Sempre. _ respondeu Tiago.


 


Logo em seguida, Harry e Gina notaram uma novidade: um casalzinho de alunos do primeiro ano chegava de mãos dadas e eram... Lílian e Mariel.


_Ora, ora, Sr. Nero. _ disse Harry, encarando o garoto _ Então era esse o assunto que o senhor queria tratar com minha filha?


_Vermelho, mas bem-humorado, Mariel Nero respondeu:


_Como eu disse, Prof. Potter, não era nada de reprovável. E minhas intenções são as melhores possíveis, pode acreditar em mim.


_Devemos acreditar? _ brincou Harry, olhando para Gina.


_Acho que só o tempo dirá, Harry. _ disse Gina, também brincando e olhando para os dois _ Só o tempo dirá. Mas, se não aprovarmos, eles irão namorar escondidos, eu conheço nossa Nova Marotinha.


_Ora, mamãe, que coisa para dizer. _ disse Lílian, brincando _ O que Mariel vai pensar?


Todos riram e as crianças foram para as mesas de suas respectivas Casas.


 


_Gosto de Mariel. _ disse Harry _ Ele é diferente de tudo aquilo que a gente esperaria de um sonserino dos velhos tempos...


_... Coisa que eu posso dizer de cadeira. _ comentou Draco _ O fim de Voldemort mudou muito o perfil da Casa das Serpentes. Ora, não é a filha de Linus e Diana?


_Sim, é Leilane Jordan. _ disse Hermione, que acabara de sentar-se e servia-se de uma caneca de chocolate _ Oi, Draco. Me disseram que você havia chegado ontem à noite.


_Oi, Mione. Vim passar alguns dias aqui, antes de ir para o Brasil. Pretendo fazer um tratamento, no Spa dos tios de Luna. E aquele garoto, ali na mesa da Sonserina? Ele me lembra alguém, com aquele nariz e os dentes salientes...


_... Ora, aquele garoto é Albert Trelawney Pettigrew, filho de Wormtail e Sibila, Draco. _ disse Janine _ Eu já havia comentado sobre ele, parece que pretende ser o novo valentão de Hogwarts, sempre acompanhado por aqueles dois armários, Waverly e Portman.


_Isso me traz algumas lembranças do passado. _ brincou Draco, rindo com os amigos, recordando-se do seu tempo de aluno _ Então, Harry, nada de “ciúme-de-papai”?


_Tanto quanto você, em relação a Narcisa. Como eu disse, gosto daquele garoto e, querendo ou não, todo pai tem de conformar-se com o fato de que sua filhota não é mais um bebê.


_Sem contar que aquele namoro, além dos dois se gostarem bastante, terá importância no futuro. _ sussurrou Hermione, para Gina e Harry _ Pelo menos foi o que Ayesha me disse.


_Bem, vamos confiar na palavra de uma verdadeira Vidente. _ disse Gina.


_Falando de coisas mais sérias, creio que precisarei da ajuda de alguns de vocês, brevemente. _ disse Harry.


Para o quê, Harry? _ perguntou Draco.


_Estou bolando um plano para pegar o maldito “Doppelgänger” que está ocupando o lugar de Kingsley e, de quebra, sua cúmplice, que finge ser Dara Mahoney. Estou certo de que não deve mais ser Mariana Lugoma, pois “Escuridão” deve estar querendo preservá-la.


_Como assim? _ perguntou Gina e Janine respondeu:


_Acho que faço uma idéia. Eles sabem que Shacklebolt escapou, mas ainda não sabem onde ele está, não têm certeza de que ele já está conosco, somente supõem. Mas, se aqueles dois desequilibrados são amantes, logicamente ele não irá querer expô-la ao perigo, nem correr o risco de que ela seja interrogada.


_Tem razão, Jan. Ele é louco, mas não é tolo. _ disse Hermione _ Mas o que você está planejando, Harry?


_Por enquanto ainda é um esboço, mas logo tomará forma. Se conseguimos armar uma arapuca para aquele traidor do “Mantis”, não será difícil pegar o falso Shacklebolt. Falaremos disso daqui a pouco. Rony está de prontidão, sendo nosso contato no Ministério. Precisarei da ajuda de Shacklebolt, é claro. Claudiomir, você irá conhecer o Ministério da Magia, em Londres. Vai achar bem interessante. Quer ajudar, Draco?


_Com certeza, Harry. Qualquer coisa para ferrar com os planos do Círculo.


_OK. Vamos nos reunir na Biblioteca, à noite, pois hoje é sábado, os alunos do terceiro ano para diante estarão em Hogsmeade e nós teremos de ficar de olho neles. Por ora, vida normal.


_Tá, e quem é que vai ficar de olho nessas ferinhas que permanecem no castelo? _ perguntou Claudiomir, brincando.


_Halsted e alguns outros. _ respondeu Harry _ Se bem que eu acho que eles não dão conta.


Todos riram, com a observação de Harry.


 


 


Depois do café, todos seguiram para Hogsmeade, permanecendo no castelo os alunos do primeiro e segundo ano, sob as vistas de Halsted e outros funcionários embora, como Harry dissera, talvez não fossem suficientes para darem conta de manterem os alunos em ordem. Principalmente quando um deles era um encrenqueiro contumaz, que estava levando sua raiva de Tiago Potter e sua atração por Narcisa Malfoy às raias da obsessão, preocupando até mesmo seus colegas, principalmente Leilane Jordan, que gostava muito dele, ainda que silenciosamente e sabia o mal que todo aquele rancor faria a todos.


Mas o jovem Albert Pettigrew não queria dar o braço a torcer, por mais que sempre se desse mal ao enfrentar Tiago Potter, que repelia todas suas ameaças com classe. Se bem que, naquele dia, Pettigrew estivesse especialmente inspirado para arranjar encrenca. Tiago passava pelo pórtico, em frente aos jardins, carregando um livro que pretendia ler naquela tarde, sobre Magia Onmiyô Avançada. Atravessando o jardim, viu-se cercado por Pettigrew e não só Waverly e Portman, mas por mais outros dois, totalizando cinco sonserinos a ameaçá-lo.


_Ai, ai, ai, lá vamos nós de novo. _ disse Tiago, com um suspiro _ O que é desta vez, Pettigrew?


_Hoje eu te pego, Potter. Você me humilhou e me colocou em dificuldades por várias vezes...


_... Que eu saiba, VOCÊ não precisou da minha ajuda para isso, saindo-se muito bem, sozinho.


_Ora, seu desgraçado!


_Caia na real, Pettigrew. O que você está fazendo só fará mal a você mesmo. Pare de confundir as coisas, deixe de alimentar essa obsessão por Narcisa e tente viver o melhor possível os anos que temos aqui em Hogwarts.


_Falando assim, até parece que você acha que o mundo vai acabar um dia.


_Eu não diria bem isso, mas qualquer um que não tenha passado os últimos anos em uma caverna sabe que o Círculo está por aí e, se ele vencer, a Ordem das Trevas retornará. Acho que ninguém quer o retorno daqueles tempos, basta perguntar para qualquer adulto.


_Não mude de assunto, Potter. Hoje eu vou saber do que você é feito.


_Então, acho que é melhor eu sair daqui.


_Covarde. Amarelando?


_Você tem uma idéia bastante distorcida sobre o que é ser covarde, Pettigrew. Na verdade, eu quero sair daqui para evitar que vocês sofram muitos danos.


_Não conte vantagens, Potter. _ disse Portman.


_Portman, o que você tem de grande, tem de burro. Então, cale a boca e ouça o que eu vou dizer. _ disse Tiago, começando a ficar meio irritado _ Vejam, vocês estão em cinco e eu sou apenas um. Isso significa que, para me defender de vocês, eu terei de pesar a mão. E será muito fácil eu perder o controle, podendo ferir vocês, com certa gravidade. Por favor, vão embora e não me obriguem, OK?


_Acho que você está é com medo de apanhar, Potter. _ disse Marsden, um dos outros armários da Sonserina.


Naquele meio tempo, Leilane Jordan vira o que Pettigrew estava pretendendo e correu à procura de algum dos Novos Marotos ou de um funcionário. Ela temia não tanto por Tiago, pois sabia do que o garoto era capaz, toda a Bruxidade tinha conhecimento do que ele e os seus amigos haviam feito no México, não contra valentões de escola, mas contra impiedosos assassinos do Círculo Sombrio. Ela temia por Pettigrew, de quem gostava, sinceramente. Então, no corredor do terceiro andar, encontrou Randolph, Julius e Mafalda. Disse a eles o que estava para acontecer e todos dirigiram-se aos jardins, encontrando Lílian, Mariel, Narcisa e Mirela no caminho. Mas, quando chegaram aos jardins, o que viram foi bem diferente daquilo que esperavam.


 


Cinco sonserinos desacordados, amarrados como provolones e cada um deles com um “C” pintado na testa, com tinta amarela. De Tiago, nem sinal. O garoto já estava na Sala Comunal da Grifinória, lendo seu livro, com toda a calma.


 


Enquanto Leilane corria à procura de alguém, Tiago já sabia o que deveria fazer. Então, pousou no chão o livro que carregava.


_Vocês não me deixam outra escolha, senão encará-los. Só não arrependam-se do que pode rolar. _ disse Tiago, posicionando-se em Kiba-Dachi e aguardando a vinda dos oponentes mas, de repente, o grifinório sorriu e relaxou a posição _ Vocês estão com sorte, Serpentes. Acabei de me lembrar de uma coisa que posso usar e que não irá machucá-los... muito e que, no final não será humilhante para vocês, mesmo que tenham usado de covardia.


_Que bobagem você está falando, Potter? _ perguntou Pettigrew, vendo que o grifinório sorria e começava a fazer gestos com as mãos, formando selos semelhantes aos das técnicas de “Kuji-Kiri”.


_Vocês me obrigaram a isso.  "影"... "分身"... "の"... "術"!!!“KAGE”... “BUNSHIN”... “NO”... “JUTSU!!!


 


No instante seguinte, diante dos olhos arregalados e bocas abertas de Albert Pettigrew e sua gangue, já não era somente um Tiago Potter que estava à sua frente, mas sim dez versões do jovem grifinório, que saltaram para a frente ao mesmo tempo, cada dois deles acertando um sonserino com uma pressão em um nervo do pescoço, colocando-os para dormir e, em seguida, manietando-os com lacres de nylon, daqueles que a SWAT costumava utilizar como algemas plásticas e pintando um enorme “C” na testa de cada um com uma tinta amarela enfeitiçada, que demoraria dias para desaparecer. Logo após, as cópias retornaram ao seu lugar de origem, o corpo de Tiago Sirius Weasley Potter. A Técnica de Multiplicação de Clones das Sombras, o “Kage Bunshin No Jutsu”, havia provado seu valor, uma vez mais.


Os amigos procuraram Tiago por todos os cantos do castelo. Só ao retornarem para a Sala Comunal da Grifinória, foi que deram de cara com ele, lendo seu livro de Magia Onmiyô Avançada em frente à lareira, com uma xícara de chá do lado.


_Boa tarde, gente. _ disse Tiago, levantando os olhos do livro _ Mas qual é o motivo de tanta agitação?


_Ora, mano, não se faça de inocente. _ disse Lílian _ Cinco sonserinos desacordados e manietados nos jardins, inclusive aquele que te ama de paixão...


_... Não diga isso, mana, ou vão pensar coisas erradas a meu respeito. _ disse o garoto, sorrindo.


_Pois pare de fazer brincadeira com coisa séria, Tiago. _ disse Narcisa, sentando-se ao seu lado e beijando-o _ Como foi que você nocauteou e amarrou cinco caras e ainda pintou letras nas testas deles?


_Pois é, Ciça. Como foi que eu consegui isso? _ Tiago sorriu, de forma brincalhona, abraçando a namorada _ Só se eu pudesse me multiplicar.


_Não me diga que você conseguiu... _ e Randolph deixou a frase na metade.


_... Exatamente. Eu fiz, novamente.


_Como assim, “novamente”, Tiago? _ perguntou Mafalda.


_Isso mesmo. Explique, Tiago. _ pediu Sabrina.


_Acho que sei, gente. _ disse Narcisa _ Ele conseguiu fazer o “Kage Bunshin No Jutsu”, a Técnica de Multiplicação de Clones das Sombras.


_OOOO QUEEEEEEEEE?!?!?!?! _ exclamaram os outros Novos Marotos, espantados com a revelação.


_Ora, eu já havia aprendido, há algum tempo. Como vocês acham que eu surrei o cara que apontou o revólver para Ciça, lá em Garopaba?


_Então foi assim, Ti? Bem que o sujeito parecia ter apanhado de mais de uma pessoa.


_Claro, vocês acham que um garoto de onze anos iria surrar um adulto assim, com tanta facilidade? Criei dois clones e nós três fizemos o serviço.


_E aqueles cinco patetas que você nocauteou, Tiago? _ perguntou Lílian, preocupada com o irmão _ Eles não vão dizer nada?


_Eles jamais admitiriam que fui apenas eu, embora multiplicado, quem fez aquilo com eles, seu ego não permitiria. E, mesmo se dissessem, faz parte de Magia Oriental, assim como Onmiyojutsu e Shikigami, algo no que a grande maioria dos bruxos europeus, salvo algumas exceções e nós entre elas, é fraca. Então, ninguém acreditaria nisso, já que é um segredinho dos Novos Marotos.


_Você me assustou, Ti. _ disse Narcisa, abraçando-o.


_Assustou a todos nós, Narcisa. _ disse Randolph.


_Tipicamente um Novo Maroto. _ disse Sabrina.


_Espero que aquela lorpa desista daquela absurda obsessão. Caso contrário, continuará a me dar trabalho.


_Acho que vou ter de falar com ele, novamente. _ disse Narcisa.


 


Enquanto isso, em Hogsmeade. Harry começava a traçar os contornos do plano para pegarem o “Doppelgänger” e sua cúmplice.


Somado ao prejuízo que teriam, com o ataque aos campos de Choo-Pak, o Círculo Sombrio sofreria mais um profundo golpe.


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Bem, leitores, eis mais um capítulo. Eles ainda não pegaram o "Doppelgänger", mas isso não irá demorar, prometo.


Alguns devem estar perguntando-se sobre quem é a Czarina. Sim, é ela mesma. Podem conferir em "Black Lagoon".


Os pratos que foram pedidos no jantar realmente fazem parte do Menu do Ritz. Eu pesquisei, para que houvesse mais autenticidade.


Algumas das expressões em Russo não foram traduzidas e é melhor que permaneçam assim.


O "Kage Bunshin No Jutsu" ou Técnica de Multiplicação de Clones de Sombras é uma técnica Ninja, utilizada por outros personagens, tipo Naruto Uzumaki, em "Naruto" e também por Nagi Springfield, Kotarô Inugami e Kaede Nagase, em "Negima".


Preparem-se, pois o cerco ao "Doppelgänger" está se fechando e mais emoções virão.

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