Aventuras Natalinas Tropicais-




CAPÍTULO 9


 


AVENTURAS NATALINAS TROPICAIS-PARTE II



 


 


 


 


 


 


 


 


Garopaba-SC, Véspera de Natal. A Pousada “Recanto de Morgana” estava animada, com a festa dos Inseparáveis que estava a realizar-se no salão de refeições, com uma grande árvore de Natal a adornar o recinto. Os presentes haviam mudado um pouco, já que as crianças haviam passado da fase dos brinquedos. Então, roupas, aparelhos eletroeletrônicos tecnomagizados e livros eram o conteúdo dos pacotes. No final, viram que cada uma das crianças havia ganho seu próprio MP-7.


_Se tivesse sido planejado, não daria tão certo. _ comentou Draco.


_São lindos. Todos eles pré-pagos? _ perguntou Andressa.


_Sim. _ respondeu Harry _ Assim eles aprenderão a administrar seus créditos.


_???


_Por eles serem tecnomagizados, as baterias não se descarregam. Mas os créditos têm de ser pagos às operadoras, portanto devem ser recarregados conforme se esgotem. E com o dinheiro de suas mesadas. _ disse Gina, olhando diretamente para as crianças, principalmente seus filhos.


_Não basta serem bons bruxos, devem ser cidadãos conscientes e aprenderem a não esbanjar. _ disse Luna.


_Isso nós já sabemos, mamãe. _ disse Julius _ Mesmo que tenhamos uma boa situação financeira, temos de ser moderados nos gastos.


_E quanto a vocês, Cliff e Adriano, nem pensem em começar a assinar a Playbruxo. _ brincou Janine.


_Mas o que é isso, Tia Jan? _ protestou Cliff, juntamente com Adriano, ambos vermelhos _ Não temos o menor interesse naquele tipo de revista. Se bem que eu soube que papai lia de vez em quando, na adolescência.


_Me respeite, garoto. _ disse Rony, olhando sério para o filho, mas também rindo, rubro como um tomate. O ruivo, realmente, vez por outra lia tanto a Playbruxo quanto a Playboy trouxa, desde os tempos de Hogwarts (Como ele as conseguia era um mistério, jamais explicado).


_De repente, o Pettigrew poderá interessar-se. _ comentou Randolph.


_Deixemos a “Fuinha Safada” em paz, gente. É Natal e ele deve estar divertindo-se em Hogwarts, caso não tenha viajado para ver a família. _ disse Tiago.


_Tem razão. _ disse Narcisa _ O cara é um chato, mas devemos deixá-lo na dele, enquanto ele não nos incomodar.


_De quem eles estão falando? _ perguntou Andressa.


_Um colega, filho do bruxo que traiu meus pais, revelando seu esconderijo a Voldemort. _ disse Harry _ Mas isso pertence ao passado, os filhos não devem pagar pelos pecados dos pais. É quase meia-noite. Feliz Natal!


_FELIZ NATAL! _ responderam todos os outros, erguendo suas taças em um brinde.


Pouco depois, chegaram Beto, Cecília, Kadu e o restante da turma de surfistas, desejando Feliz Natal a todos e convidando as crianças para uma volta pela cidade, já que o movimento na praia iria estender-se até altas horas, inclusive com um show de música ao vivo.


_OK, podem ir. _ disseram os adultos _ Cuidem-se.


 


 


Sentados na mureta que separava a calçada da praia, olhando o movimento da Avenida dos Pescadores, com uma banda de Axé tocando no palco, ao final da rua, em uma preparação para o show principal, na virada do ano, os jovens conversavam e riam, felizes, com garrafas de água do lado, pois o calor estava pegando, mesmo à noite.


_Não estranharam a temperatura, Tiago? _ perguntou Cecília.


_Na verdade não, Cecília. Já sabíamos que iríamos enfrentar calor, pois Tia Jan nos preveniu. E, mesmo que não acreditem, há épocas do ano nas quais faz bastante calor na Inglaterra.


_É, mas o inverno é bem rigoroso, não é? _ perguntou Beto.


_Bastante, Beto. _ disse Soraya _ Principalmente no Norte da Grã-Bretanha, onde fica Hogwarts. Lá, nesta época, está tudo branco de neve.


_Gostaria de conhecer Hogwarts, um dia. _ disse Beto _ Talvez em um intercâmbio, quem sabe?


_Pode ser, Beto. _ disse Narcisa _ parece que as inscrições para intercâmbio são em fevereiro, se não me engano. Você poderia inscrever-se e passar alguns meses conosco.


_Cheguei a ver os anúncios nos murais da Sepé Tiaraju, a respeito de intercâmbios. Também gostaria de conhecer Hogwarts. _ disse Cecília.


_Serão muito bem-vindos. _ poderíamos dar uma palavrinha com papai, para ver se há como dar uma ajuda, já que devem haver muitos alunos inscritos. Se bem que talvez nem seja necessário, já que Hogwarts tem muitas vagas para intercâmbio e certamente vocês poderão preencher alguma. _ disse Soraya.


_Afinal, para alguma coisa deve servir ser filha do Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, não é? _ brincou Nereida, de mãos dadas com Adriano.


_Assim eles vão pensar mal de mim, Nereida. _ brincou Soraya, de volta.


_Há uma coisa que eu queria lhe perguntar, Tiago. _ disse Beto, querendo satisfazer a curiosidade _ Notei que há uma tatuagem que todos vocês têm, independente da idade. E a imagem dela repete-se em todas as suas pranchas. Por quê?


_Ah, sim. Todos nós temos uma tatuagem, com a figura de Shiva, executando a Dança Nataraja. _ disse Tiago _ É lógico que nossos pais tiveram de dar sua autorização por escrito para que nós pudéssemos fazê-las. E há uma boa razão para isso.


_Todos nós, de alguma forma, somos considerados protegidos de Shiva, Beto. Por isso temos as tatuagens. _ disse Lílian _ Tudo começou quando papai tinha dezesseis anos e estava no sexto ano, em Hogwarts.


_Foi no ano em que papai e mamãe conheceram-se e começaram a namorar. Ela acabou indo para Hogwarts e manifestando magia, tardiamente, durante uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. _ disse Narcisa.


_Claro. _ disse Cecília _ Por isso ela acabou ficando conhecida como “A-Trouxa-Que-Virou Bruxa”. A primeira e única pessoa no mundo a manifestar magia na adolescência. Ei, não foi quando Voldemort dominou Azkaban?


_Foi. _ disse Adriano _ E, naquele ano, depois do término da batalha, quando os Death Eaters já haviam sido vencidos e estavam prontos para serem conduzidos às celas, vovó Narcisa jogou-se na frente de uma “Avada Kedavra” que havia sido lançada contra papai e mamãe, pelo próprio marido.


_Lucius Malfoy, o segundo em comando de Lord Voldemort. Agora lembro-me do que li em alguns jornais mais antigos. _ disse Beto _ Mas você disse que são protegidos de Shiva? Por quê?


_Porque nós aprendemos a dominar o “Olho de Shiva”, nossos pais nos ensinaram.


_O lendário feitiço capaz de defletir e contra-atacar a “Avada Kedavra”? Ele existe mesmo? _ perguntou Kadu, entrando na conversa.


_HEIN?! Como é que você sabe disso? _ perguntaram os bruxinhos, espantados.


_Vocês ficariam espantados com as manifestações de magia aqui no Brasil, minha gente. _ disse Kadu _ Há muitos bruxos nascidos trouxas, entre eles a minha irmã mais velha e o irmão mais novo de Diana. Eles estudam na Mãe D’Água, a escola de Magia que fica no Planalto Central...


_... Perto de Brasília, eu sei. _ comentou Julius _ Andamos lendo sobre as escolas de vários países.


_E por conta disso, minha irmã já chegou a fazer intercâmbio, no quinto ano. Passou três meses no Dojo de Magia Shinobi. _ disse Kadu.


_Montanhas de Kôga. _ disse Sabrina _ O avô adotivo do meu pai, Ryusaku Komori, ensinou Ninjutsu lá, nos dias da II Guerra.


_Pois é. _ disse Diana _ Assim, eu e Kadu, embora trouxas, temos conhecimento do mundo mágico e cartões de acesso Nível 3.


_Então, quer dizer que aqui os bruxos nascidos trouxas são bem numerosos? _ perguntou Tiago.


_Você está na frente de dois. _ respondeu Cecília _ E dos irmãos de outros dois. E ainda há muitos outros mais.


_Muito interessante. _ comentou Mafalda, com um olhar que a tornava bastante parecida com sua mãe _ E por dois motivos: primeiro, explica porque a Ordem das Trevas nunca teve muita força no Brasil, já que tanto Grindelwald quanto Voldemort desprezavam os bruxos de origem trouxa, denominando-os “Sangues-Ruins” e isto deve contribuído para que eles não tentassem desenvolver um núcleo de Death Eaters.


_À exceção dos tais “Necrófagos”, que atuavam como assassinos de aluguel e do atentado ao Resort em porto de Galinhas, quando nossos pais estavam para ir para o sétimo ano, quando Voldemort e Osama Bin Laden aliaram-se. _ disse Randolph.


_Lemos sobre aquele atentado. _ disse Beto _ Como vocês sabem daquilo?


_Duas colegas de nossos pais, mães de dois colegas nossos, eram hóspedes no Resort e, juntamente com dois oficiais do Exército Brasileiro, ajudaram a impedir que os bandidos levassem adiante suas pretensões. _ disse Tiago _ E casaram-se com eles, depois.


_Está ficando tarde. _ disse Cecília _ Que tal nos encontrarmos amanhã, após o almoço de Natal? Afinal de contas, creio que ninguém vai pegar onda, não é mesmo, gente?


_Pode crer. Acho que amanhã vamos dar um descanso para as pranchas. _ disse Narcisa _ Mas qual era o segundo motivo, Mafalda?


_A confirmação da teoria de Dumbledore, de que todos os seres humanos têm potencial para a magia. _ respondeu a garota _ Bem, vamos indo.


Os amigos prepararam-se para irem embora, mas um bando de rapazes mal-encarados cercou o grupo, impedindo-os de saírem. Um deles disse:


_Gurizada bacana, sotaque inglês, tênis e roupinhas de grife... e tantos por aí, sem nada...


_... Começando por nós. Acho que a Grã-Bretanha vai fazer uma caridade para o Terceiro Mundo. _ disse um outro, com um hálito de derrubar gambá. Os olhos vermelhos de todos indicava que tinham consumido alguma droga forte (“Talvez Crack, ou alguma coisa semelhante, tipo cocaína”, pensou Tiago, estudando a situação).


Eram uns dez ao todo, mas todos eles maiores do que os bruxinhos e os surfistas trouxas, por volta dos dezessete ou dezoito anos. Além disso, não estariam ligando para as conseqüências, devido ao efeito das drogas e do álcool. Os bruxinhos entreolharam-se e Tiago julgou adivinhar os pensamentos dos filhos dos Inseparáveis (“Acho que nossas mães já passaram por coisa parecida”). Os desordeiros continuavam a cercar o grupo e Tiago reuniu os Novos Marotos, enquanto Beto, Kadu e os outros dois rapazes abraçavam as garotas, estas tremendo de medo.


_E aí? _ perguntou Tiago.


_São dez ao todo, bem maiores do que nós. _ disse Mafalda.


_Devem ter facas, soqueiras ou mesmo armas de fogo. Temos de pensar nos outros, antes de tomarmos alguma atitude, já que Beto e Cecília, embora bruxos, não têm treinamento de combate. Os outros também não aparentaram ter conhecimento de defesa pessoal. _ comentou Nereida.


_Pelo que notei, só um desses viciados tem uma arma de fogo, eu percebi o volume na cintura dele. _ disse Adriano _ No máximo um 38.


_É o primeiro que terá de ser incapacitado. _ disse Sabrina.


_E como somos menores e não podemos usar magia... _ disse Soraya.


_... Vai ter de ser à moda tradicional... _ disse Cliff.


_... Será que não vai ser um pouco de exibição? _ perguntou Narcisa.


_Prefere voltar descalça para a pousada, Ciça? _ perguntou Tiago.


_Claro que não, Ti. Este Asics Gel Kushon era o último da loja no meu número. Vovó Marilise procurou bastante, antes de encontrá-lo.


_Ei, vocês poderiam pelo menos parecer um pouco assustados? Estamos aqui para levar seus tênis e algo mais. _ disse um dos viciados, incomodado com a quase indiferença dos bruxinhos _ Já não se fazem mais vítimas como antes.


_Ah, cala a boca e espera! _ respondeu Tiago, já incomodado com aqueles inoportunos ladrões e aborrecido por ninguém de fora parecer querer se envolver.


_O que foi que você disse, franguinho?! Vai ser o primeiro a voltar pelado para casa! _ disse o outro, irritado.


_Quer saber? Me enchi de vocês. _ disse Tiago, fazendo um sinal para os amigos e movimentando-se _ Sai da frente, que nós vamos embora.


_Nem tenta, “Bolinho Inglês”! _ exclamou o marginal, levando a mão direita para tentar atingir o rosto de Tiago. E foi aí que ele se lascou.


 


Bloqueando o tapa do outro com sua mão esquerda, Tiago Sirius Weasley Potter segurou os dedos indicador e médio dele, torcendo seu pulso e forçando-o a abaixar-se, em uma perfeita execução da técnica “Chin-Na” Nº 2 do estilo “Ying Jow Pai”,o suficiente para que o garoto acertasse seu diafragma com uma joelhada que lhe tirou todo o ar.


Meio surpresos com aquilo, os outros bandidos hesitaram e foi a chance dos Novos Marotos aproximarem-se e golpearem.


Mafalda atingiu um deles, no mesmo lugar onde, na Batalha de Azkaban, sua mãe atingira Lord Voldemort. Quando ele caiu de joelhos, pálido e nauseado, foi fácil para ela acertá-lo com um Seiken no queixo, desacordando-o.


Adriano e Nereida, de mãos dadas, giraram e nocautearam outros dois, com Ushiro-Geri e foram ajudar os amigos, mas não foi preciso.


Narcisa, Mafalda, Cliff, Soraya, Lílian, Sabrina e Randolph deram conta de todos, menos um. E então, Tiago deu-se conta de que haviam cometido um erro que poderia ser fatal.


Não haviam incapacitado o bandido com a arma.


E ele enfiou a mão por debaixo da camisa e trouxe um Taurus 38 com cano de duas polegadas e seis balas no tambor, preciso e mortal a menos de dez metros de distância. E eles estavam a cerca de metade disso.


_Moleques desgraçados! Pensando que podem peitar os grandes? Pois preparem-se para pagar o preço! _ e apontou para Narcisa _ Uma criança a mais ou a menos no mundo não fará diferença para mim!


Tiago só iria lembrar-se depois mas, em uma fração de segundo, fez o que deveria para salvar a vida de Narcisa. Enfiou a mão no bolso e tirou algo, que jogou aos pés do bandido, desorientando-o.


Uma Kemuridama, uma bomba de fumaça.


Tonto com a nuvem densa e acre, o bandido sequer notou quando um pé surgiu em meio à fumaça e chutou seu revólver para longe. Em seguida, o dono do pé começou a atingi-lo, duramente, com golpes de pés e mãos, esquivando-se das suas pífias tentativas de contra-ataque. Afinal de contas, o bandido não podia rastreá-lo pelo Ki, como o garoto fazia com ele. Além disso, depois de tudo aquilo, o bandido seria capaz de jurar que estava sendo atingido por mais de uma pessoa, ao mesmo tempo.


 


Quando a fumaça se dissipou, viram que o bandido estava caído ao solo, desacordado, com alguns dentes faltando, olhos inchados e equimoses por todo o corpo, além de estar amarrado como um provolone, graças a um Novelo Constritor que Tiago lançara.


Os outros também estavam desacordados e foram manietados com tiras de suas próprias roupas e ficaram enfileirados, à espera da PM, que logo foi chamada. Ao mesmo tempo, outras pessoas começaram a aproximar-se.


_Agora que não precisa mais é que vocês chegam? _ perguntou Tiago, bastante aborrecido, pegando Narcisa pela mão e chamando os outros _ Vamos embora, pessoal, pois já passou da nossa hora. E vocês expliquem-se para a polícia, já que agora resolveram chegar perto.


Os outros seguiram-no, até assustados com o estado em que Tiago deixara o bandido. Somente Mafalda, inteligente como a mãe, teve a visão do quadro geral, pois notou que o primo e Narcisa não soltaram as mãos.


_Cara, o que foi aquilo? _ perguntou Beto _ Você massacrou um marginal com quase o dobro do seu tamanho!


_Bem, confesso que exagerei um pouco, mas aquele cara mereceu. Na verdade, Beto, nós também temos treinamento Ninja, ministrado por nossos pais.


_Claro! Derek Mason foi professor deles, em Hogwarts! E eu acho que faço uma idéia da razão. _ disse o rapaz, notando os dois bruxinhos, que ainda estavam de mãos dadas _ Só percebi agora mas, se alguém ameaçasse Cecília, eu também ficaria furioso.


_Pelo menos valeu para esse cara, finalmente, decidir-se. Já estava mais do que na hora. _ disse Narcisa, abraçando Tiago. O garoto ficou vermelho, mas não pôde deixar de reclamar.


_E Tia Jan dizendo que a criminalidade aqui era quase nula. Pois sim, agora é que haverão uns dez a menos nas ruas.


_Aqueles caras nem mesmo são de Santa Catarina, Tiago. Eu percebi o sotaque, alguns são do Rio Grande do Sul, provavelmente de Porto Alegre e os outros de São Paulo. Devem ter vindo para cá para roubarem turistas. _ disse Kadu.


_Duas das capitais onde mais se consome Crack. _ disse Julius, lembrando-se dos jornais.


_E vocês não acham que vai sair algo nos jornais? Afinal, um bando de ladrões ser preso assim, de uma só vez, chama a atenção. _ comentou Diana.


_Creio que o que vai sair é que dez marginais tentaram roubar os tênis de um grupo de crianças e foram presos por populares. _ disse Sabrina.


_Como você tem tanta certeza, Sabrina? _ perguntou Cecília.


_Acho que sei o porquê, Cecília. _ disse Cliff _ Com o canto do olho vi um casal, no meio da multidão, movendo varinhas, disfarçadamente. Acho que estavam executando Feitiços de Memória. Quanto a isso, não teremos com o que nos preocuparmos.


_Até parece que você não é filho de Hermione Jane Granger Weasley, primo. Assim que lerem os jornais de amanhã, nossos pais vão sacar que tivemos algo a ver. Se não acredita, espere só. _ disse Lílian _ Não acha, mano?


Mais à frente abraçado a Narcisa, Tiago respondeu, de forma meio distraída.


_Ahn? Ah, sim. Preparem-se para o inquérito, após o café da manhã.


_Está em outro mundo, hein, Tiago? Parece que minha maninha te enfeitiçou mesmo. _ brincou Adriano, este abraçado a Nereida.


_Nem precisa de feitiços, mano. Já disse que só faltava um empurrãozinho. Esta nós temos de agradecer aos bandidos. _ disse Narcisa.


Entre risos, todos foram para casa, a fim de descansarem. Mas a frase de Tiago permaneceu na mente de todos, pois sabiam que seus pais fariam muuuitas perguntas.


 


Dito e feito.


 


Na manhã seguinte, logo após o café, Janine passava os olhos no jornal, quando viu as notícias do interior do estado, com destaque para dez bandidos presos pela PM, amarrados por populares, após terem tentado roubar os tênis de um grupo de crianças.


_Novos Marotos, poderiam vir até aqui? _ perguntou Janine de forma tranqüila, mas em um tom que não admitia recusas.


_Pois não, mamãe. _ respondeu Adriano. Logo todas as crianças estavam ali.


_Vocês tiveram alguma participação nisso? _ perguntou a bruxa, mostrando a reportagem do jornal.


_Só como “quase-vítimas”, Tia Jan. _ respondeu Soraya.


_Verdade, mana. _ confirmou Sabrina _ Quando aqueles asquerosos tentaram fazer alguma coisa conosco, foi juntando gente e eles foram contidos.


_De maneira bastante eficiente, me parece. _ comentou Harry, olhando a foto no jornal. O fato merecera certo destaque, pois a criminalidade em Garopaba era praticamente zero _ E por que um deles parece estar amarrado com um Novelo Constritor, justamente o que está com a aparência pior, cheio de equimoses?


_Ora, papai, é provável que houvesse um bruxo no meio daquele povo que nos salvou dos caras. _ disse Tiago.


_Um bruxo que carrega nos bolsos artigos “Weasley & Musashi”?


_E por que não, Tio Harry? _ perguntou Cliff _ São bastante úteis para qualquer necessidade. Ou o senhor não se lembra do que houve em Genebra?


Lembrando-se do que as crianças haviam feito com os pistoleiros do Círculo Sombrio em Genebra, Gina não pôde deixar de rir-se por dentro. Mas teve, assim como todos os outros, de manter uma aparência severa.


_Será que podemos acreditar em vocês, crianças? _ perguntou Draco.


_Ah, Tio Draco, que chance teríamos contra dez caras parrudos, todos eles chapados e armados? _ perguntou Julius, com a cara mais angelical do mundo.


_Que chance ELES teriam contra vocês, não é, pequenos Ninjas? Por que me parece que a história não foi bem assim. _ disse Neville.


_Tio Neville, nós não somos burros ao ponto de exibirmos nossas habilidades em público, sem necessidade. _ disse Tiago _ Seria quase a mesma coisa que usar magia no meio de uma praça lotada.


_OK, crianças. Vamos acreditar em vocês. _ disse Harry, de uma maneira nada convincente, enquanto todos pareciam ver, novamente, auréolas douradas sobre as cabeças das crianças _ Podem ir, agora (“Tiago e Narcisa de mãos dadas? Andaram acontecendo mais coisas do que eu imaginava”, pensou Harry).


 


_Acha que o Tio Harry acreditou em nós? _ perguntou Sabrina.


_Papai? _ redargüiu Tiago _ É ruim, hein?! Já vai ficar nervosa ou prefere que eu minta?


_Ele aceitou nossas explicações. _ disse Adriano _ O que não significa que ele acredite. E o mesmo vale para todos os outros.


_Vão deixar por isso mesmo, até porque não há o que fazer. Os bandidos foram presos e as coisas ocorreram exatamente como eu imaginei que seriam. Estamos salvos, por enquanto. _ comentou Sabrina.


_Corridinha? _ perguntou Mafalda.


_Só se for agora. _ respondeu Lílian, com a concordância de todos os outros, que foram trocar de roupa _ Vamos até parte do caminho para a Ferrugem e voltaremos.


_A tempo para o almoço. _ disse Cliff.


_E como vocês acham que será a queima de fogos da virada? _ Julius estava curioso _ Pelo que eu vi na TV, as queimas de fogos no Brasil são espetaculares.


_Não espere nada tipo Praia de Copacabana, como nós vimos na TV, em anos anteriores, Julius. _ disse Soraya, que já trocara de roupas e estava aquecendo-se, pronta para correr _ Mas Andressa disse que será bem bonita. Vamos, então?


_VAMOS! _ diseram os outros. Após um pequeno aquecimento, o animado grupo de bruxinhos foi para a ciclovia, percorrendo o trajeto que haviam combinado.


 


 


Passados os dias de diversão, chegou o dia 31 de dezembro e, com ele, a virada do ano. À noite, estavam todos na pousada, inclusive a turma de Kadu e Beto, divertindo-se com boa música e uma mesa de frutas, aguardando a hora de irem para a Avenida dos Pescadores, para assistirem à queima de fogos e ao show musical.


_Há tempos eu não ouvia tanto Samba e Axé. Gosto da Inglaterra, mas é bastante agradável retornar ao Brasil. _ disse Janine.


_É verdade, filha. _ disse Marilise _ E também faz falta um churrasquinho. Derek é um assador tão bom que parece ter nascido gaúcho. Mas o problema é que...


_... Dificilmente encontramos os cortes adequados, lá na Inglaterra. São poucos os açougues onde cortam como aqui. _ disse Mason _ E ainda existe muito medo da “Vaca Louca”, até hoje.


_Encefalite Espongiforme Bovina. _ comentou Beto _ Aquilo serviu até mesmo para, anos atrás, o Canadá realizar uma vingancinha infantil, quando a Bombardier perdeu um contrato para a Embraer.


_Depois passaram por idiotas, pois a comissão que fiscalizou os rebanhos brasileiros descobriu que não havia nada de errado. _ disse Harry, olhando para o relógio e levantando-se _ Vamos para a Avenida dos Pescadores, pois logo o show irá começar. O champagne está bem gelado, assim como o Dushy sem álcool das crianças. Diseram que a queima de fogos deste ano promete.


Todos levantaram-se e pegaram as garrafas e taças. Chegando à Avenida dos Pescadores, Andressa perguntou:


_Que tal se assistíssemos à queima de fogos do adro da antiga Matriz? É um lugar que proporciona uma excelente vista. Depois desceremos para assistir ao show musical.


_Boa idéia, Andressa. _ disse Hermione _ Acho que ainda não lotou, portanto poderemos pegar bons lugares.


_Sem contar que assim evitaremos que alguns idiotas que gostam de bagunçar nos dêem um banho de champagne, de cima da marquise da Gelomel.


_Ainda há babacas aqui que fazem isso, Andressa? Pensei que o dono da Gelomel não permitisse mais que subissem na marquise. _ perguntou Janine.


_Ele não permite mais, porém sempre há algum cretino que consegue subir e começa a jogar champagne no povo. _ disse Kadu _ No ano passado, um deles chegou a cair da marquise e quase que feriu-se gravemente.


_A sorte dele foi ter caído em cima de algumas pessoas. Foi levado para o Pronto-Socorro e atendido. Quebrou só duas costelas. _ disse Diana _ Na verdade, foi mais xingado do que machucado.


Todos riram e continuaram a seguir, até chegarem ao adro da antiga Matriz. A vista era realmente linda, tanto à luz do dia quanto àquela hora da noite. Faltando cerca de cinco minutos para a meia-noite, o MP-7 de Harry começou a vibrar e ouviu-se “Bizarre Love Triangle”, do New Order. O bruxo atendeu.


_Sim?... Fred! Feliz Ano Novo, cara! Aí na Inglaterra já houve a virada, que eu sei.


_E aí, cunhadinho? _ ouviu-se a voz de Fred Weasley _ Como está o tempo aí em Garopaba?


_Uma beleza, cara. Vai todo mundo voltar bem bronzeado. Também fizemos várias amizades por aqui. Vocês não acreditam como é grande o número de bruxos nascidos trouxas neste país. Mesmo já tendo estado aqui em outras ocasiões, ainda fico admirado.


_Pegaram muitas ondas? _ a voz agora era de Jorge _ Mamãe quer saber se estão divertindo-se.


_Bastante, Jorge. Quando voltarmos, você verá um vídeo que Marilise gravou de Tiago, pegando um tubo. Parecia até uma bateria do WCT.


_Quanto falta para a meia-noite? _ perguntou Fred.


_Acertamos nossos relógios pela hora de Brasília. Falta um minuto, cravado.


_Preparem-se para uma grande surpresa. _ disseram os gêmeos, juntos.


_O que vocês aprontaram... Fred! Jorge! Vocês estão armando alguma coisa? Alô?! Alô?! Ei, respondam! _ mas os gêmeos já haviam desligado (“Aqueles dois devem ter aprontado alguma coisa”, pensou Harry).


 


 


Nos segundos finais que antecediam a meia-noite, as rolhas estavam prontas para voarem das garrafas e a contagem regressiva começou:


_10!... 9!... 8!... 7!... 6!... 5!... 4!... 3!... 2!... 1!... ZERO!!!!


 


_FELIZ ANO NOVO!!!!!! _ bradou o povo no adro da igreja, enquanto os sinos repicavam e as rolhas espocavam, seguidas pelo conteúdo das garrafas, vertido nas taças. Champagne francês e espumantes argentinos e brasileiros das melhores safras para os adultos e refrescante Dushy sem álcool para as crianças. Todos abraçavam-se e felicitavam-se uns aos outros, agradecendo pelo que havia acontecido de bom no ano que findara e renovando suas esperanças para o ano que iniciava. Os casais, de mãos dadas, renovavam seu amor com cálidos beijos. Harry e Gina, Rony e Hermione, Draco e Janine, Neville e Luna, Derek e Marilise, Adriano e Nereida e... Tiago e Narcisa (?!). Aquilo não passou despercebido aos pai de ambos, que não puderam deixar de brincar.


_Que novidade é essa? _ perguntou Gina.


_Não nos contaram nada, seus espertinhos. _ disse Janine.


_Formam um belo casal, não é, Draco? _ perguntou Harry.


_Sem dúvida, Harry. _ concordou Draco _ Sr. Potter, essa loirinha é o meu tesouro. Cuide muito bem dela.


_Pode estar certo de que cuidarei, Tio Draco. _ disse Tiago, abraçado a Narcisa, ambos vermelhos como os cabelos de Lílian, que sorria ali perto, contente pelos dois.


 


Então, iniciou-se a queima de fogos. Cometas fulgurantes subiam e explodiam em copas e chuveiros de estrelas multicoloridas. Vermelho, dourado, prateado, azul, verde, coloriam os céus em uma festa para os olhos. Os clarões eram seguidos pelo troar dos estampidos, iluminando a cortina formada pela fumaça que pairava no ar, como nuvens baixas.


 


Foi quando começou a subir ao céu catarinense uma espécie diferente de fogos.


Faíscas vermelhas começaram a formar figuras, dragões prateados entrelaçavam-se em uma dança espetacular, até perderem-se nas alturas. Uma Fênix de estrelas vermelhas e douradas abria e fechava suas asas, indo para alto mar, em direção ao horizonte. Uma serpente verde enroscava-se em um galho prateado, até desfazer-se ante o impacto de um leão vermelho e dourado, que também explodiu em estrelas ao ser atingido por um foguete azul que, ao explodir, formou uma enorme águia de asas abertas. Em seguida, o leão, a serpente e a águia reencontraram-se e subiram, juntos, até desaparecerem no céu.


_Esses fogos... _ disse Rony.


_... Se estivéssemos na Inglaterra... _ disse Draco.


_... Eu teria certeza de que há o dedo... _ disse Luna.


_... De Fred e Jorge, sem dúvida. _ concluiu Derek.


_Acho que não precisamos supor nada, querido. _ disse Marilise.


_Tem razão! _ exclamou Hermione _ Olhem para o céu!


_É mesmo! _ disse Janine, apontando para cima.


Após os cerca de vinte minutos que a queima de fogos havia durado, um solitário foguete subiu e, embora aparentemente despretensioso, explodiu de forma estrondosa, deixando algo nos céus, que ficou a brilhar por vários minutos, até que desapareceu.


Uma enorme letra “W”.


 


 


Foi quando Harry sentiu um tapinha nas costas. Ao voltar-se, deu de cara com Fred e Jorge, acompanhados de Alicia e Angelina, além dos filhos dos dois casais, Steve e Cassandra.


_E aí, gente, o que acharam? _ perguntou Jorge _ Feliz Ano Novo.


_Seus safados! _ exclamou Gina _ Desde quando estão em Garopaba?


Desde anteontem. _ disse Alicia _ Os “Fogos Weasley & Musashi” tornaram-se famosos até entre os trouxas.


_Para eles, o que dizemos oferecer é um espetáculo de fogos com Computação Gráfica. _ disse Fred _ E eles ecreditam, numa boa.


_Também, a CG está tão avançada, que a desculpa é bem convincente. E o mais importante, todo mundo adora. _ disse Angelina.


_O Prefeito acabou contratando nossos serviços, através do Secretário de Turismo... _ disse Fred.


_... Que, por sinal, é bruxo. _ disse Jorge _ Como sabíamos que vocês estariam passando o Natal e o Ano Novo aqui, aceitamos na hora. Principalmente porque tínhamos certeza de que iriam gostar da surpresa. Lembram-se da formatura, no ano em que vocês derrotaram Voldemort, lá em Avalon?


_Claro. _ disse Derek _ Aquela queima de fogos foi espetacular.


_Ficarão por aqui? _ perguntou Draco.


_Mais alguns dias. _ disse Angelina _ Depois teremos de ir a São Paulo, para supervisionar o recebimento das novas séries de logros.


_Nós voltaremos para Londres depois de amanhã. Afinal de contas, a vida continua. _ disse Rony.


_Pelo menos o Círculo nos deu uma folguinha. _ disse Neville.


_Até mesmo eles comemoram o Natal e o Ano Novo, nem que seja para maquinarem novos planos. _ disse Luna.


_Mesmo assim, faz tempo que não aprontam nada. Dá até para desconfiar. _ disse Harry _ Acho que vem coisa grande por aí, depois.


_Pessimista. _ brincou Gina.


_É verdade, querida. Mas, por enquanto, vamos aproveitar as férias. Até mesmo porque os “anjinhos” estarão à nossa espera, com o reinício das aulas.


_Falando de nós, papai? _ perguntou Lílian.


_De quem mais seria? _ perguntou Janine, rindo.


Desceram do adro da Matriz e retornaram para a Avenida dos Pescadores, a fim de assistirem ao show musical. Horas depois, recolheram-se à pousada. O primeiro dia do ano seria dedicado ao descanso e à preparação para o retorno à Inglaterra.


 


 


Falando em Inglaterra...


 


 


Kingsley Shacklebolt jé estava com seus quarenta e poucos anos e, embora não tivessem faltado oportunidades, jamais se casara. Esse fato não o incomodava, pois não devia satisfações a segmento algum da Bruxidade. O fato era que o experiente Auror mantinha uma relação estável, já há cerca de uns dois anos, com uma jovem bruxa, proprietária de um escritório de Contabilidade que prestava assessoria ao Departamento Financeiro do Ministério da Magia. Dara Mahoney era o seu nome e ela adorava Kingsley, porque o bruxo era um homem que sabia equilibrar o romantismo com o decoro funcional. Quando a sós, atingiam alturas nunca imaginadas ao demonstrarem seu amor. E era exatamente para o apartamento de sua querida Dara que ele estava indo depois de, infelizmente, terem passado os festejos da virada separados, pois as famílias de cada um deles não abriu mão de sua presença e viviam longe uma da outra, a dela em Holyhead, no País de Gales e a dele em Aberdeen, na Escócia. Mal amanhecera o primeiro dia do ano e eles logo foram para Londres, onde combinaram de encontrar-se, no apartamento de Dara.


O bruxo subiu as escadas e tocou a campainha com a mão livre, já que a outra sobraçava um arranjo de flores, adquirido em uma floricultura próxima. O Auror considerava que a amada merecia flores naturais e não conjuradas. A porta abriu-se e Dara abraçou Kingsley, beijando-o de forma apaixonada.


_Kingsley! Não agüentava mais de saudades suas.


_Um dia longe de você é uma eternidade, Dara. _ disse Shacklebolt.


_Apenas me beije e fique comigo. _ disse ela, colocando o arranjo de flores em um aparador. Em seguida, beijou-o novamente, com ardor.


Shacklebolt estranhou um pouco, atribuindo aquilo ao tempo que haviam passado longe um do outro. Só percebeu que havia algo errado ao sentir a dor aguda da picada da agulha no seu pescoço e o calor e a ardência de algo sendo injetado no seu músculo esternocleidomastóideo. Logo a seguir, os objetos que via começaram a ficar desfocados e estranhamente brilhantes, enquanto o torpor provocado pelo sedativo tomava conta de seu corpo. Ao olhar para a mulher à sua frente, empunhando uma seringa, viu que seus traços começavam a mudar, transformando-se nos de uma sorridente Mariana Lugoma.


A última coisa que Kingsley Shacklebolt viu, antes de perder os sentidos, foi o corpo de Dara Mahoney, caído no cômodo ao lado, morta por uma “Avada Kedavra”. O rosto tinha a boca entreaberta e os olhos arregalados da bela contadora bruxa encaravam os dele, como que em um misto de súplica e pedido de desculpas.


 


Então, tudo ficou escuro e o Auror perdeu completamente os sentidos.


 


Despertou em um quarto escuro, sem saber onde estava e nem quanto tempo havia passado. Só sabia que estava bastante quente e que podia sentir um cheiro bastante agradável, de páprica, leite de coco e maresia. De repente, quase sem ruído, a porta do quarto abriu-se, dando passagem a um grupo de pessoas. Um deles, facilmente destacava-se entre os demais, alto e calvo, com bigodes finos e olhos verdes, amendoados.


 


Escuridão”.


 


Tendo ao seu lado Mariana Lugoma, “Sombra” e mais três criminosos bruxos e trouxas do Círculo Sombrio, o pérfido bruxo olhou para Kingsley e sorriu, cinicamente.


_Ora, ora. Quem temos aqui? O Chefe da Seção de Aurores, Kingsley Shacklebolt. É uma honra para nós, receber a visita de tão importante personagem.


_Vá... vá para o Inferno, “Escuridão”! _ disse Shacklebolt, sentindo a língua pesada e com a voz ainda meio pastosa, devido ao sedativo que lhe fora injetado, tendo um repentino acesso de dor de cabeça _ Para onde vocês me trouxeram? O que você quer de mim?


_Calma, sem estresse, não se irrite, pois tudo será explicado. Vamos por partes, Sr. Shacklebolt. “นำอาหารกลางวันของ. เราจะพยายามอย่างอาหารที่นี่” (Tragam o almoço. Faremos aqui a nossa refeição). _ disse o bruxo do mal, dirigindo-se a um dos bandidos (“Ele falou em Thai. Acho que sei onde estamos”, pensou Kingsley) _ Pela sua expressão, creio que já faz uma idéia de onde estamos. Serei mais exato, a fim de satisfazer sua curiosidade. Sim, estamos na Tailândia, mais precisamente nas ilhas Phi Phi, mais conhecidas como “Koh Pee Pee”, em um Resort que serve de fachada para parte de nossas operações no Sudeste Asiático. É verdade, Sr.Shacklebolt, brevemente estaremos retomando nossas operações de tráfico internacional de drogas, embora passemos a ser associados do Sr. Choo-Pak que, finalmente, reconsiderou quanto a voltar a fazer negócios com o Círculo, depois do estrago que o maldito Harry Potter fez em nossos campos de papoulas de Mandalay, sob o disfarce de “Homem-Névoa” (*Ler o Capítulo “Homem-Névoa”, de “Harry Potter e o Círculo Sombrio”*). O senhor é nosso convidado para o almoço, Sr. Shacklebolt. Não se preocupe, não colocamos nada na comida. Afinal, compartilharemos os pratos.


Enquanto a comida não vinha, Shacklebolt recordava-se do que sabia a respeito do local onde estava.


A Região conhecida como Tailândia tem sido habitada por humanos desde o período Paleolítico (há cerca de 10.000 anos). Antes da queda do Império Khmer, no século XIII d.C., vários Estados floresceram nesta região, tais como os reinos Tai, Mon, Khmer e Malaio, conforme verificou-se por meio dos vários sítios e artefatos arqueológicos espalhados pelas paisagens do antigo Sião. Antes ainda do século XII, porém, o primeiro Estado tailandês ou siamês é tradicionalmente considerado como sendo o Reino Budista de Sukhothai, fundado em 1238.


Seguindo-se ao declínio e queda do Império Khmer nos séculos XIII e XIV, vários reinos budistas tailandeses de Sukhothai, Lanna e Lan Chang tomaram o poder. Um século mais tarde, o poder dos Sukhothai foi suprimido pelo reino de Ayutthaya, estabelecido em meados do século XIV. Após a queda de Ayutthaya em 1767, os birmaneses tiveram como nova capital da Tailândia a cidade de Thonburi por um breve período sub o reinado de Taksin, o Grande. A era atual da história tailandesa (Era Rattanakosin) iniciou-se em 1782, após o estabelecimento de Bangkok como capital do Reino do Sião, sob o reinado de Rama I, da Dinastia Chakri.


O Sião têm tradição imemoriável de comércio com os países e culturas vizinhas do oceano Índico e do mar da China. O comércio e a influência europeus chegaram à região da atual Tailândia no Século XVI, com os Portugueses. Apesar da pressão européia, a Tailândia é o único país do sudeste asiático que nunca foi colonizado por europeus. As duas principais razões para tal são que a Tailândia teve uma longa sucessão de governadores bastante hábeis durante o século XIX e estes souberam explorar as rivalidades e tensões entre França e Inglaterra. Como resultado, o país manteve-se como estado-tampão entre as partes do sudeste asiático colonizadas pelas duas potências.


Apesar disto, a influência ocidental levou a muitas mudanças e grandes concessões durante o século XIX, mais notavelmente na grande perda territorial a leste da região do Mekong para os franceses, e na absorção gradual pelos Estados Ingleses de Shan (Thai Yai, depois Birmânia e, atualmente, Myanmar) e pela Malásia peninsular.


Em 1932, uma revolução pacífica resultou em uma nova monarquia constitucional. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Tailândia aliou-se ao Japão, mantendo-se, ainda, em posição paradoxal de resistência antijaponesa, no movimento conhecido como Seri Thai. Após a guerra, a Tailândia emergiu como aliado dos Estados Unidos. Como as demais nações em desenvolvimento no período da Guerra Fria, a Tailândia passou por décadas de transgressão política caracterizadas por golpes de estado e regimes militares seguidos, progredindo, ao final, rumo a uma estabilidade democrática na década de 80.


Em 1997, a Tailândia foi atingida pela crise financeira asiática, e o baht tailandês (moeda nacional) atingiu rapidamente um pico de 56 baht por dólar, comparado à cotação de 25 baht por dólar anterior a 1997. Desde então, o bath recuperou grande parte da sua força e em maio de 2007 ficou em 32 baht por dólar americano.


O calendário oficial na Tailândia é baseado na versão ocidental da Era Budista, que está 543 anos à frente do calendário gregoriano ocidental. Por exemplo, o ano 2008 d.C. foi o ano 2551 na Tailândia.


 


E também lembrou-se da ilha, famosa por sua beleza e, também, pelo fato de seu nome haver batizado um dos melhores restaurantes da cidade de Porto Alegre.


 


As Ilhas Phi Phi ou Koh Pee Pee (เกาะ พีพี), pertencem à Tailândia e localizam-se no Oceano Índico, entre a Ilha Phuket e o continente.


Integradas ao Parque Nacional Phi Phi-Hat Nopparat, gozam de proteção ambiental. As ilhas Phi Phi Don e Phi Phi Ley, a cerca de uma hora de Phuket – um dos destinos mais populares da Tailândia –, primeiro foram frequentadas por intrépidos alpinistas, que consideram os seus enormes paredões rochosos como um desafio e tanto. Mas rapidamente a beleza das suas paisagens e a enorme variedade de flora e fauna aquáticas fizeram fama e as Phi Phi passaram a ser igualmente procuradas pelos amantes do mergulho e do dolce farniente.


O filme A Praia – com Leonardo DiCaprio a dar voz ao mito urbano da ilha perfeita – também valeu por mil campanhas de promoção. A grande maioria conhecia apenas a Phi Phi Don (a única a possuir toda uma infra-estrutura turística, concentrada essencialmente na vila piscatória muçulmana de Ban Ton Sai), mas desconhecia a sua irmã menor, a Phi Phi Ley, onde ainda hoje não é permitido pernoitar (não há qualquer tipo de construção na ilha) e onde, quando muito, se ia para visitar durante o dia as pinturas rupestres da Gruta Viking.


Ao eleger Maya Beach como cenário das aventuras e desventuras de DiCaprio e amigos, a 20th Century Fox causou enorme polémica entre os ambientalistas, que acusaram a equipa de produção de interferir negativamente no ecossistema da ilha (a produtora queria plantar 200 palmeiras para dar um ar mais tropical à ilha, obteve autorização para levar 60, mas acabou por instalar 73!).


Terminadas as filmagens, todos os elementos estranhos à ilha foram retirados e, ironia das ironias, o que choca hoje é o fluxo muito significativo de barcos que rondam a famosa praia, depositando ali por dia (ainda que por pouco tempo) várias centenas de turistas, ávidos do seu quinhão de terra paradisíaco.


Em 26 de Dezembro de 2004, as Ilhas Phi Phi foram devastadas pelo tsunami que se seguiu ao Terramoto do Índico de 2004.


 


Sim, Sr. Shacklebolt. Estamos neste paraíso tropical, que já fez parte de diversos filmes trouxas e que, agora é nossa base de operações. Ah, o almoço está chegando. Vamos comer e, depois, direi o que eu quero de você.


_Não importa o que você quiser, jamais conseguirá, seu monstro.


_Não perca a calma e nem se precipite, Sr. Shacklebolt. Parte do que eu quero, já consegui.


_Como assim?


_Tudo a seu tempo, meu caro. Tudo a seu tempo. “เป็นรายการ. ฉันจะตรวจสอบว่าทุกคนจะต้องการมาก(Sirvam a entrada. Estou certo de que todos nós iremos gostar bastante”). _ disse “Escuridão”, novamente falando no idioma Thai.


A entrada foi servida e, mesmo que Shacklebolt estivesse naquela situação, foi bastante apreciada: “Goong Nam Prik Pao”, camarão com pasta de pimenta, tamarindo e manjericão doce. Apreciador de pratos apimentados, Kingsley escolheu, como prato principal, o “Kaeng Kiew Wang Gai”, frango ao molho de curry verde, leite de coco, berinjela, ervilhas e arroz Thai jasmin. A sobremesa foi “Kluai Kock Tod”, banana empanada,com calda de açúcar de palmeira e sorvete de creme.


 


Após o almoço...


 


_Apreciou o almoço, Sr. Shacklebolt?


_Estava excelente, “Escuridão”. _ respondeu Kingsley _ Mas eu estou certo de que não foi para discutir gastronomia que vocês me trouxeram para cá.


_Tem razão, Sr. Shacklebolt. Na verdade, o senhor será de grande utilidade para nós, já que deve ter uma informação da qual estamos precisando.


_O quê?


_Como Chefe da Seção de Aurores, acredito que deve saber de um segredo guardado a sete chaves, as identidades dos Aurores Transfiguradores, os “Camaleões-Fantasmas”, principalmente aqueles três malditos que frustraram grande parte dos nossos planos, em um passado recente: “Hawkeye”, “Banshee” e “Tigershark”.


_Supondo que eu soubesse, “Escuridão”, o que faz com que você pense que eu iria compartilhar essa informação com vocês?


_Já sabíamos que responderia assim, Sr. Shacklebolt. Na verdade, como eu já lhe disse, parte do que eu queria eu já consegui. Sabe a sua falecida namorada, Srta. Dara Mahoney?


_Desgraçados! Não precisavam matá-la. _ disse Shacklebolt, revoltado.


_Como eu dizia, a Srta. Mahoney que você encontrava no Ministério não era a mesma que você encontrava no apartamento. Há cerca de uns dois meses, Mariana substituía a Srta. Mahoney, durante o expediente, a fim de preparar o terreno para a segunda parte do plano. Enquanto isso, a verdadeira Dara Mahoney ficava no apartamento, sob Maldição Imperius e recebia Feitiços de Memória, para que pensasse ter ido trabalhar e encontrasse você, depois, sem que ninguém desconfiasse. E Mariana conseguiu cumprir sua missão, alterar um determinado registro de retina, para que o nosso elemento pudesse ser plantado no Ministério, sem ser percebido, a fim de tentar descobrir esse segredo.


_E qual registro de retina foi alterado?


_O seu.


_Com que finalidade? Não bastaria me colocar sob Maldição Imperius e obter o que deseja?


_Não sou nenhum idiota, Sr. Shacklebolt. Sabemos que, como Auror experiente, o senhor deve ter meios para resistir à Maldição Imperius e um esforço maior para obter as informações poderia danificar sua mente e bloquear o acesso a elas. Em vez disso, agiremos em duas frentes. Trabalharemos no senhor aqui mesmo e um substituto tentará obter a informação, no Ministério.


_E quem seria o substituto, para que voc~es precisassem alterar meus registros de retina?


_De certa forma, seria você mesmo. _ disse “Escuridão”, fazendo um gesto para um empregado, que abriu a porta e deu passagem a uma cópia fiel de Kingsley Shacklebolt.


_É alguém transfigurado ou sob Poção Polissuco?


_Nem uma coisa nem outra, Sr. Shacklebolt. Na verdade, é o senhor mesmo, sob certos aspectos. _ disse “Escuridão”, enquanto o outro olhava para Shacklebolt e sorria, mas com um ar maligno no rosto _ Através de um feitiço bastante útil, encontrado em um dos volumes do Necronomicon, pudemos criar o seu duplo, totalmente fiel à nossa causa.


_ “Doppelgänger”. _ disse Shacklebolt.


_Exatamente. Mas existe uma coisa que nenhum feitiço pode reproduzir.


_Já sei, o padrão dos vasos de retina. Por isso vocês tiveram de introduzir a Srta. Lugoma no Ministério, personificando Dara, já que ela não é de um setor estratégico e não tem de passar rotineiramente pelo Scanner de retina. Assim, ela pôde alterar os meus registros e os dela. Com isso, poderão introduzir o seu Doppelgänger no Ministério e ele passará por mim. Mas ainda há falhas no seu plano, “Escuridão”. Por mais perfeito que um impostor possa ser ele, mais cedo ou mais tarde, cometerá um erro. E todos irão cair em cima dele.


_Eu já disse, Sr. Shacklebolt, que ele é você. Afinal, foi feito através de uma pequena amostra de tecidos.


_Um clone do mal, então.


_Exatamente. Ele faz jus à expressão “Doppelgänger”.


 


Doppelgänger, segundo as lendas germânicas de onde provém, é um monstro ou ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa que ele escolhe ou que passa a acompanhar (como dando uma idéia de que cada pessoa tem o seu próprio). Ele imita em tudo a pessoa copiada, até mesmo sua características internas mais profundas. O nome Doppelgänger se originou da fusão das palavras alemãs doppel (significa duplo, réplica ou duplicata) e gänger (andante, ambulante ou aquele que vaga).


Existem muitas controvérsias sobre como esta criatura misteriosa é tratada: uns dizem que ela anuncia maus agouros, enquanto outros ditam que é uma representação acentuada do lado negativo de uma pessoa. No primeiro caso, diz-se que ver o seu próprio Doppelgänger é um sinal de morte iminente, pois a lenda reza que a pessoa está vendo a sua própria alma projetando-se para fora do corpo para assim embarcar para o plano astral. Em outras circunstâncias, se o Doppelgänger é visto por amigos ou parentes, isso é um anúncio de má sorte ou de problemas emocionais que se aproximam. No segundo caso, há quem diga que ele assume o negativo da pessoa para tentar sobre a mesma uma influência negra, de modo a converter a pessoa a fazer coisas cruéis ou simplesmente coisas que ela não faria naturalmente. Ainda existem aqueles que especulam que o Doppelgänger seja um tipo de "conselheiro" invisível para a pessoa, seja dando avisos ou implantando idéias. Dado este plano, acredita-se que o Doppelgänger somente é visível para quem o tem, e mesmo em tal circunstância ele só pode ser visto espiritualmente, pois ele não se reflete em espelhos ou qualquer superfície física. Estima-se também que cães e gatos podem ver os Doppelgänger dos seres humanos, embora isso seja ainda não comprovado. Em parte há quem credite o Doppelgänger como sendo o polar oposto de seu dono, ou seja, se a pessoa é boa, o Doppelgänger é mau, ou o oposto.


O fenômeno Doppelgänger, segundo os meios científicos, é provocado pelo mau funcionamento da junção temporo-parietal, uma região do cérebro responsável pela integração de várias sensações (táteis, visuais e de posicionamento do corpo) que constantemente chegam ao cérebro, "montando" a forma pela qual se entende o mundo e o posicionamento do corpo em relação ao que está ao redor. O mau funcionamento dessa região pode, portanto, acarretar o desacoplamento da percepção inconsciente do corpo e da sua representação no espaço. Quando as sensações táteis, de equilíbrio e visuais não coincidem entre si, a compreensão da localização do corpo e do que é pessoal ou extrapessoal se perde, e tem-se a origem da intrigante sensação autoscópica ou extracorpórea, o que poderia explicar a visão do Doppelgänger.


Sempre houve relatos sobre pessoas (célebres ou não) que afirmam terem visto o que poderia ser o seu Doppelgänger. Um possível caso de Doppelgänger seria o da professora Emilie Sagée, de 32 anos. Ela alega ter visto seu Doppelgänger do outro lado da janela da sala de aula onde lecionava. Os seus alunos também viram o Doppelgänger da professora e ficaram chocados. O Doppelgänger da professora apareceu quando ela escrevia no quadro-negro. Seu Doppelgänger já aparecia regularmente no refeitório e nos corredores da escola. Esse acontecimento resultou na demissão da professora. O caso foi contado pelo escritor estadunidense Robert Owen.


 


_A única coisa que esse Feitiço Doppelgänger não consegue reproduzir é o padrão vascular da retina. _ disse “Escuridão” _ De resto, ele é você, em todos os sentidos.


_Veremos quem está certo, “Escuridão”. _ disse Shacklebolt _ é só uma questão de tempo.


_Sinto lhe dizer isso, Kingsley, mas estou certo de que ninguém será capaz de descobrir nada. _ disse o Doppelgänger, sorrindo _ E, mesmo que alguém descubra, será tarde demais. Bem, “Escuridão”, eu estou indo para Londres, com Mariana. Alguma ordem de última hora?


Kingsley Shacklebolt ficou boquiaberto. Todos os elementos da voz, seu timbre grave, a fala pausada, elegante e educada, seus gestos e até mesmo mínimos maneirismos, tais como colocar a mão direita no queixo com a ponta do polegar tocando o brinco em sua orelha direita, quando estava raciocinando ou refletindo mais profundamente sobre algo.


_Não, Kingsley-2. Podem ir e boa sorte em suas missões.


 


Os dois desaparataram e “Escuridão” voltou-se para Kingsley, esfregando as mãos.


_E o que fará comigo, “Escuridão”? Vai me torturar com Maldição Cruciatus, me dar Veritaserum ou usar Legilimência? _ perguntou Shacklebolt.


_Acha que eu não sei que o senhor deve possuir treinamento, bloqueios e antídotos contra tudo isso, Sr. Shacklebolt? Não, eu não utilizarei métodos bruxos. Embora o senhor possa estar com seu organismo impregnado de Poção Centelha Arco-Íris, Antídoto Universal Granger/Snape, Poção Obnubilata e várias outras, existem substâncias que são capazes de agir direto em sua mente, depois de saturarem todas essas defesas. E eu tenho aqui a pessoa certa para extrair do senhor todas as informações de que precisamos, mesmo que sua mente fique imprestável, totalmente destruída após o processo.


_E quem seria esse simpático bruxo?


_Não é bruxo, Sr. Shacklebolt. Ele é trouxa e herdou as habilidades de seu pai, que aprendeu tudo com os dele, um casal dos mais improváveis. Ela era Interrogadora da KGB e ele fazia parte do MAC-V, durante a Guerra do Vietnã.


 


O The Military Assitance Command, Vietnam, Studies And Observation Group (MACV-SOG) foi um grupo de operações especiais do Exército norte-americano.


Executava operações não convencionais em todo sudeste da Ásia principalmente no Vietnam do Norte e países vizinhos ao Vietnam como Camboja e Laos onde se escondiam tropas vietcongs.


O MACV-SOG era formado por operadores das forças especiais do Exército (Green Berets ou Boinas Verdes), Controladores de Combate da Força Aérea, por SEAL’s da Marinha e por alguns soldados de outras unidades americanas e sul-vietnamitas que fossem avaliados como aptos a operar no MACV-SOG.


O MACV-SOG realizava operações de reconhecimento estratégico, resgate de pilotos abatidos e também operações de apoio as tropas sul-vietnamitas, ressaltando que parte dessas operações eram realizadas atrás das linhas inimigas.


Porém, uma das atividades realizadas por certos elementos daquele grupo não era das mais louváveis, consistindo no interrogatório de prisioneiros para a obtenção de informações estratégicas, para isso utilizando de meios nada convencionais, quando necessário, incluindo tortura física e uso de certos tipos de drogas psicoativas, popularmente conhecidas como “Soros-da-Verdade”.


Tal especialidade também era conhecida e fora amplamente utilizada, durante décadas, pelo Комитет государственной безопасности, o Comitê de Segurança do Estado da antiga União Soviética, mais conhecido pela sigla KGB.


O KGB ("КГБ"),


acrônimo em russo para Komitet Gosudarstveno Bezopasnosti (Komityet Gosudarstvennoy Bezopasnosty, em português, Comité de Segurança do Estado) era o nome da principal agência de informação e segurança (serviços secretos) da antiga União Soviética, que desempenhava em simultâneo as funções de polícia secreta do governo soviético, entre 13 de Março de 1954 e 6 de Novembro de 1991. O domínio de atuação do KGB, durante a Guerra Fria, pode ser comparado, nos Estados Unidos, à combinação dos serviços secretos da CIA e da segurança interna do FBI. Depois da implosão da URSS, o maior sucessor do KGB é o Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB). Também o nome oficial do serviço de inteligência da Bielorrússia, a Agência de Segurança do Estado, permanece como KGB.


A URSS teve, desde sempre, uma polícia política muito poderosa, que esteve sempre presente em todas as etapas da sua evolução social, fosse qual fosse o regime instituído. A KGB surgiu após a Segunda Guerra Mundial, no período da guerra fria, apesar de suas origens internas remontarem a 1917, quando Félix Dzerzhinsky fundou o grupo paramilitar cognominado Tcheka.


Era uma polícia secreta e política que não tinha equivalente no mundo, porque se situava em um nível completamente diferente dos outros serviços especiais, constituía igualmente um ministério. Dispunha de trezentos mil soldados da Guarda de Fronteiras, equipados com blindados, caças e barcos sendo uma força independente do exército, força aérea e marinha. A organização compreendia 5 direcções-gerais.


A primeira direcção, a mais importante, incluía a subdirecção dos ilegais (agentes que viviam no estrangeiro sob uma falsa identidade), a subdirecção cientifica e técnica, um serviço de contra-espionagem, serviço de ação e um serviço dos negócios sujos (assassinatos, atentados, sequestros, bombas), conhecido como “Бизнес мокро” ou “Negócios Molhados” (quase sempre molhados de sangue). A segunda e terceira direcções-gerais estão encarregadas da informação, vigilância e da repressão interna, a quarta são os guardas da fronteira e a quinta, das escolas, que são muitas e variadas.


E era um herdeiro das técnicas de interrogatório químico de duas das mais temíveis organizações da época da Guerra Fria que iria “trabalhar” em Kingsley Shacklebolt, a fim de extrair as informações que “Escuridão” queria, não importando o estado final da mente do prisioneiro. Yevgeny Emilianovitch Adams era seu nome. Seus talentos eram conhecidos pela Máfia Russa e logo chegaram ao conhecimento do Círculo Sombrio.


_Sr. Adams, creio que já podemos começar a trabalhar no Sr. Shacklebolt.


_Com certeza, “Escuridão”. _ disse Adams, pegando uma maleta e dela retirando o material de que iria necessitar _ O Sr. Kingsley Shacklebolt está bastante relaxado, depois deste excelente almoço e, certamente, estará receptivo às nossas técnicas. Bem, mesmo que não estivesse, de nada adiantaria.


_E como vai trabalhar nele, Sr. Adams? _ perguntou “Escuridão”.


_Bem, começaremos com coisas leves, visando saturar as poções e antídotos que possam estar impregnando seu corpo. Quando ultrapassarmos essa fase, poderemos entrar com substâncias um pouco mais potentes para, gradativamente, irmos minando seu condicionamento e suas defesas mentais. Ao término do processo, o Sr. Kingsley Shacklebolt nos dirá tudo o que queremos saber. Para começar, podemos utilizar uns 5 cc de “Sódio Amytal”. Não vai fazer com que ele nos revele nada importante logo de cara, mas irá deixá-lo mais descontraído e soltará sua língua para que conversemos algumas amenidades.


E, ato contínuo, garroteou o braço de Shacklebolt e injetou em suas veias o conteúdo da seringa, vendo os olhos do bruxo ficarem um pouco desfocados e seu rosto assumir uma expressão meio leve.


 


 


Chegou, então, o dia dos bruxos despedirem-se do Brasil. A van, pilotada por Olavo Botelho, estava à frente da pousada, já completamente carregada com as bagagens. Todos despediram-se de Andressa e da turma de Kadu e Beto, levando cartões da pousada e folhetos turísticos de Garopaba.


_Venham, sempre que quiserem. _ disse Andressa _ Infelizmente, não tenho lareiras aqui, para conectar à rede de Flu, mas é só ligarem, que a pousada estará à disposição.


_Com certeza, Andressa. _ disse Harry, apertando a mão da proprietária do “Recanto de Morgana” _ E divulgaremos seu estabelecimento na Bruxidade.


_Quando o website estiver atualizado, ficará bem melhor. Até a próxima.


_Vamos manter contato? _ perguntaram Kadu e Beto.


_Tão certo quanto o Voldie era um louco. _ respondeu Tiago _ Vamos colocar as corujas para fazerem exercício.


Após os abraços de despedida, a van tomou o rumo da BR-101, em direção a Florianópolis. Lá chegando, tomaram uma Chave de Portal para Londres e, de lá, os que tinham de ir para Hogwarts tomaram uma lareira para Hogsmeade.


 


 


De volta a Hogwarts, logo as atividades foram retomadas, com aulas, treinos e sessões dos clubes. Uma tarde, Lílian, Mafalda e Narcisa compareceram ao mini-hospital, à procura de Gina. Logo a bruxa ruiva apareceu na recepção, curiosa.


_Lílian, meninas! O que as traz aqui, no meio da tarde?


_Pode parecer meio embaraçoso, apesar de ser normal, mamãe. Para variar, pegou nós três, ao mesmo tempo.


_Hmm, já faço uma idéia. Só podia acontecer com vocês, mesmo. Ainda mais que Lílian e Narcisa nasceram no mesmo dia. Quando foi?


_Hoje de manhã, Tia Gina. _ disse Narcisa.


_E por que só estão vindo agora?


_Por incrível que pareça, ficamos meio sem ação e sem jeito, Tia Gina. E por mais esquisito que possa parecer, foi Tiago quem nos aconselhou a vir para cá. Ele e Narcisa estavam juntos, quando aconteceu. _ disse Mafalda.


_Fiquei envergonhadíssima, mas ele disse que era algo absolutamente normal na vida de uma garota (“Esse é o meu garoto”, pensou Gina, contente por seu filho ser um pequeno cavalheiro, respeitando aquele momento tão importante na vida de uma garota, quer fosse bruxa ou trouxa). Depois, encontrei Mafalda e Lílian e, após discutirmos o assunto, viemos procurá-la. _ disse Narcisa.


_Ele estava certo, meninas. Inclusive, Sun-Li saiu daqui há pouco, tendo me procurado pela mesma razão. Tomem aqui, levem alguns absorventes. Isso é algo de que nenhuma garota, bruxa ou trouxa está livre, perfeitamente normal. Se tiverem cólicas, tomem esta poção. _ e deu frascos para as garotas, além de orientações. Depois elas saíram, contentes e tranqüilas, deixando Gina a ocupar-se das atividades do mini-hospital de Hogwarts.


Uns quinze minutos depois da saída das garotas, a Medi-Bruxa foi novamente chamada, para atender a um garoto do primeiro ano, da Lufa-Lufa.


_Sr. Waltrich, boa tarde.


_Boa tarde, Dra. Potter. Eu... creio que preciso falar com a senhora.


_Claro, Sr. Waltrich. O que o incomoda?


_Dra. Potter, notei algo estranho em mim, há alguns dias. Eu... bem... tenho sentido algumas d-dores...


_Onde, Sr. Waltrich? _ perguntou Gina, estranhando o embaraço de Waltrich.


_É... é m-meio chato de dizer, Dra. Potter. E o pior é que eu não entendo como pode doer justamente lá.


_Sr. Waltrich, isto está muito estranho. Por favor, diga-me onde dói.


_Está... está bem, Dra. Potter. _ e Waltrich sussurrou, ao ouvido da Medi-Bruxa, o local onde sentia as dores.


Gina endureceu a expressão do rosto e pensou nas conseqüências de possíveis casos como o que imaginava. Será que estavam ocorrendo casos de abuso contra alunos do primeiro ano? Então, tratou de confirmar suas suspeitas.


_Sr. Waltrich, terei de examiná-lo. Não fique envergonhado mas, primeiro, me diga uma coisa. Alguém andou forçando o senhor a fazer alguma coisa contra a sua vontade?


_Não que eu me lembre, Dra. Potter. _ disse Waltrich, sem a menor hesitação em sua voz. Com aquilo, Gina teve certeza de que ele não se deixara envolver.


Waltrich e Gina foram para o consultório e o garoto foi para a área de exame, indo para trás do biombo, despindo-se e vestindo um avental. Em seguida, deitou-se na maca, protegida do exterior por uma cortina. A Medi-Bruxa posicionou o garoto para o exame e preparou-se para providenciar luz, pegando sua varinha.


_ “Lumus”. _ disse Gina, enquanto um foco de luz acendeu-se na ponta da varinha da bruxa e ela deu início ao exame.


Virgínia Ginevra Molly Weasley Potter era uma bruxa poderosa, uma experiente guerreira Ninja que já tivera sua fibra testada em diversas batalhas, contra Lord Voldemort e os seus Death Eaters e contra o Círculo Sombrio, inclusive tendo amargado uma grande perda nessa luta, com a morte da pequena Molly, sua filha não-nascida, além de travar uma constante luta contra as doenças e a morte, como Medi-Bruxa. Mas, depois de ver o que viu ao examinar o jovem aluno da Lufa-Lufa, Leonard Waltrich, a ruiva teve de utilizar de toda a sua força de vontade para não vomitar.

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