5 sabores de sorvete e...

5 sabores de sorvete e...



What is it gonna be now?
Capítulo 1- Cinco Sabores de Sorvete e uma Carona- Lily Evans

Minhas férias estavam acabando. Logo seria meu primeiro dia de aula e eu estava muito ansiosa para rever meus amigos. A gente não se viu durante as férias, o que normalmente fazíamos. É estranho amar a escola na qual estuda, eu sei, mas eu AMO Hogwarts! É a melhor escola no mundo. Eu não sou a única, TODOS que estudam lá são assim.

Ainda estava sem meus materiais, e precisava comprá-los no Beco Diagonal. Era um lugar lotado, cheio de gente mesmo, mas as lojas eram muito boas.

Minha mãe me deixou lá, por que tinha alguns compromissos e não podia ficar comigo. Como ia todo ano com minha mãe desde que estava no primeiro ano –estou no último agora- conheço bem o lugar.

Andando, eu ia em direção á Floreios e Borrões, para comprar meus livros. Distraída, pisei em alguma coisa, tropecei e caí. Ainda bem que não tinha nada na mão além da bolsa, que por sinal só tinha meu celular, meu iPod e um pouco de dinheiro.

Olhei para a frente e um rosto conhecido vinha na minha direção. Era a pessoa que eu menos queria que me visse espatifada no chão desse jeito. James Potter. Sabia que caçoaria de mim ate o fim da minha vida. Mas, pelo contrario, ele me ajudou a levantar.

“Tudo bem” Eu falei “Obrigada”

Quando eu me virava para ir a livraria, ele falou:

“Quer tomar um sorvete?”
“Eu tenho que comprar as minhas coisas, minha mãe vem me buscar as cinco.”

“A gente compra suas coisas e depois vai tomar um sorvete então.”

“A gente?” Murmurei entre os dentes.

Morrendo de raiva eu fui andando, com ele ao meu lado. Que droga. Agora eu tinha que andar com James Potter. Os cara mais bonito e chato da escola. Ah, fala sério, ele é bonito sim, e quem disse que quem é chato não pode ser bonito?

Com certeza seria um tipo de brincadeira dos Marotos. Ele era tão chato comigo na escola, que não fazia sentido algum ele estar tão simpático e legal comigo agora faz?

De loja em loja fomos comprando os materiais. A parte mais legal foi na loja de poções. Poções era minha matéria favorita. Eu amava misturar tudo e dar poções de vez em quando para os meninos que me irritavam. Era engraçado como eles ficavam tão quietinhos depois –eu que inventei a poção-.

Andando com tudo na mão, fomos para a sorveteria. Era muito boa. Tinha todos os sabores possíveis de sorvete. Conversamos um pouco até, mas nada além de eu perguntar da família dele e ele da minha.

Comecei a sentir uma sensação estranha que crescia a cada passo que dava. Primeiro achei que ia vomitar, mas enfim percebi que não era ânsia nem enjôo.

Me controlei e não corri quando chegamos perto da sorveteria. Com as sacolas na mão, entrei educadamente e fui para o balcão de sorvetes. Devo ter pego uns cinco ou seis sabores diferentes, eu até perdi a conta. Quando fui pesar o potinho para pagar, deu 1kg! 1KG de SORVETE! Quem já comeu isso? Paguei e fiquei esperando James, que pegou uma simples bola de sorvete de maracujá. Pagou e saímos da loja, pois nenhuma mesa estava livre.

Andamos por um tempo quietos. Ele acabou seu sorvete e jogou e uma lata de lixo. Eu não estava nem na metade. Fui comendo devagar, porém sabia que não ia agüentar tudo.

Para meu alivio, James perguntou:

“Você vai tomar todo o seu sorvete?”

“Não, você quer?”

“Não faço questão alguma, mas...”

Passei meu pote para ele e logo depois meu celular começou a tocar. Olhei na tela e vi que era meu irmão –eu tinha um irmão mais velho-. Achei estranho, por que normalmente ele não me ligaria essa hora. Atendi de qualquer forma.

“Lil? Aqui é o Mike. A mamãe acabou de me ligar para pedir para eu te buscar ai, ela foi no hospital ver a bisa, que teve um problema e ta internada. Eu não consigo por que tenho aula na faculdade. Olha, me desculpa, você sabe que se não tivesse na aula eu te buscaria. “

“Ta, vou ver se pego uma carona, provavelmente uma das meninas ta aqui. Eu aviso a mamãe se conseguir carona ou não, tchau.” Eu respondi totalmente desanimada.


Eu sabia que nenhuma das meninas estava aqui, se não teria encontrado elas em algum lugar...

Expliquei tudo, que não tinha como ir embora e que teria que esperar no Caldeirão Furado até minha mãe voltar. Que ótimo.

James falou então:

“Quer uma carona?”

“Que?” Perguntei. Ué, James Potter me oferecendo uma carona. Muito estranho, fora que eu teria que ir para a casa dele e esperar minha mãe lá. Fala sério, só namorados fazem isso.

“Você pode esperar sua mãe na minha casa, pra não ter que esperar aqui sozinha.”

Ai meu Deus. Droga. Não sabia o que fazer. Seria totalmente mal educado se eu perguntasse se era um desafio dos Marotos, os quais eles sempre faziam.

“Sua mãe deixa? Se ela deixar tudo bem.”

“Claro, quer que eu ligue para ela e pergunte?”

Fiquei quieta enquanto ele pegava o celular e discava o número da mãe dele. Droga. Me ferrei. Não tinha escapatória alguma agora.



Ele perguntou então para a Sra. Potter. NÃO consegui ouvir a resposta, mas dava para ouvir um chiado. Provavelmente ela tinha dito sim, pois a cara do James foi aquela. Não falei?

Desligou e me falou que eu podia ir. Fiquei sem graça de dizer que não iria, então não disse nada. Ouvi ele falar baixinho:

“Ainda bem. Justo o que eu queria.”

“Que horas sua mãe vem te buscar, são cinco horas já.”

“Ela me disse que estava quase chegando, que era para irmos até a porta do Caldeirão.”

Olhei para o lado, em uma loja na qual fiquei interessada. Havia um desnível no chão, e tropecei, de novo. De novo na frente do James. Tinha certeza de que quando voltássemos a escola, ele riria de tudo isso com seus amigos. Porque tudo isso tinha que acontecer comigo? Se alguém sabe pode responder.

Andamos pouco e estávamos lá. Entramos no bar, no qual James queria uma cerveja amanteigada, mas percebeu que sua mãe estava com o carro parado lá na frente.

Deixei que ele fosse na frente. Ao chegar no carro, que estava com a janela aberta, cumprimentei a Sra. Potter e entrei pela porta que James já tinha aberto.

No caminho nem conversamos muito, eu e ele. A mãe dele, me perguntou como estavam meus pais, porque eles se conheciam, como estava a escola, coisas do gênero.
A casa dele era bem perto, demorou uns 15 minutos para que chegássemos. Quando olhei bem e vi mesmo a casa dele, percebi que era muito grande. Com certeza eram muito ricos. Nunca tinha vindo. A Sra. Potter, ao descer do carro, pediu para que James me mostrasse a casa, que sem falar, só com os lábios, me perguntou se eu queria mesmo. Respondi que não dependia de mim, se ele não quisesse tudo bem.

Eu queria conhecer a casa, porque eu gostava mesmo de ver casas. Me lembro que antes de me mudar para a cobertura em que moro hoje, eu adorava ver imóveis a venda com meus pais, enquanto meu irmão odiava.


Ficamos fora da casa, para entrar pela porta principal, enquanto a mãe de James foi estacionar o carro na garagem. Uma empregada, provavelmente, veio abrir a porta para nós. Não reparei no degrau pequeno que tinha. Olhando o belo hall de entrada, não olhei para o chão.

Adivinha só? Tropecei de novo. Só que não caí. Estranho. Senti alguma coisa na minha cintura, e quando virei para olhar, era James. Ele segurando minha cintura. Ha ha ha. E a empregada estava na frente. Que mico. Que MICO! Mas ainda dei sorte que a Sra. Potter não estava ali.

A empregada pegou as sacolas da minha mão educadamente, pedido “Licença’. Deixei que as levasse, pois ela me falou que guardaria no armário da entrada, no hall mesmo.

James no fim me mostrou a casa, o que demorou um pouco. Era enorme. E muito bonita, claro. A piscina era um sonho, e eu amava nadar. Também tinha uma piscina em casa, mas isso não vem ao caso.


Subimos para o quarto dele, que estava bem arrumado para o quarto de um menino. Realmente ele era muito diferente do que na escola. Nunca imaginaria que ele fosse tão organizado assim.

Ele jogou o videogame, o Nintendo Wii. Eu também tinha em casa, por que meu irmão adorava. Não se pode dizer que ele jogava sempre, mas sim, ele usava.

Por fim ele me perguntou se eu queria mesmo jogar. Disse que não tinha problema algum, tirando o que eu não sabia jogar. Meu irmão nunca me ensinara, portanto eu não aprendi.

Colocou na fitinha dos esportes e perguntou:

“Qual você quer?”

“Sei lá, eu nunca joguei. Escolhe você um, você sabe quais são os mais legais, não sabe?”

“Ta bom. Pode deixar que eu te ensino. Vou colocar no boliche que é bem fácil.”

E colocou. Fez a primeira jogada. Eu não entendi porcaria nenhuma do que eu tinha que fazer e perguntei a ele, que imediatamente respondeu:

“Espera ai.”

Ele colocou a mão sobre a minha no controle. Meu coração batia a um milhão por hora. A mesma sensação que senti na sorveteria. Apertou o botão de trás e pediu para que eu simplesmente fizesse o movimento que faria num jogo normal de boliche. Foi o que fiz. Acertei alguns pinos, mas nem todos.

Foi mais ou menos assim o resto da rodada, ele tendo que me ajudar. Quando ele foi trocar de esporte, ouvi meu celular tocando no meu bolso. Olhei na tela e vi que era minha mãe. Atendi:

“Oi mãe, como ta a bisa?”

“Ela vai ficar melhor, mas não tem ninguém para ficar aqui com ela durante a noite. Vou ter que ficar aqui. Onde você ta?

“Eu tive que vir pra casa do James, James Potter. Você conhece os pais dele. Nenhuma das minhas amigas tava no Beco, se não ia ter que ficar no Caldeirão e ele me ofereceu uma carona...” Eu falei mas logo fui interrompida pela minha mãe.

“Ah, manda um beijo para os pais dele, ta? Bom, pergunta se você pode esperar ate seu irmão te buscar. Ele deve ta saindo da faculdade agora. Liga pra ele.”

Me despedi da minha mãe e falei com James. Liguei logo para meu irmão. Ele falou que logo estaria aqui para me levar para casa, então fiquei tranqüila.

James sugeriu que fossemos assistir um pouco de televisão. Não havia nada para fazer, segundo ele, mas aposto que havia muitas coisas para fazer. Descemos para a sala de TV. Eu me sentei no canto direito do sofá, e ele quis ficar no meio. Até aí tudo bem. Uma coisa normal. Ainda bem que não passou disso.

Teria ficado muito envergonhada se ele começasse a se aproximar de mim no meio de um filme. Não pense que eu não assista filmes. Em muitos deles aparecem coisas desse tipo.

James provavelmente adorava ver canais de filmes, e não de seriados. Eu gostava tanto de filmes quanto de seriados. Meu irmão me ligou dizendo que estava chegando. Ele tinha pego o endereço comigo quando eu liguei para ele, mas provavelmente conhecia a região por causa de seus amigos.

Falei com James e ele foi comigo ate o armário pegar minhas sacolas. Me acompanhou ate a porta. Me ajudou a colocar as sacolas no carro. Me despedi, entrei e falei para meu irmão:

“Oi, como foi a faculdade?”

“Como sempre.” Ele falou melancolicamente.

“Alguma novidade?”

‘Não. Você?”

“Nenhuma.”

“Hmm, nem vem, eu percebi o clima entre você e o James. Pode me falar tudo, eu sou seu irmão né Lil?”

“Ha ha ha, eu gostar de James Potter. Não tem uma piada melhor não? O cara é o mais chato de Hogwarts inteira e você me diz que eu gosto dele? E ele gosta de mim. É a mesma coisa que eu disser que você gosta da menina mais idiota da sua faculdade. O que você diria?”
Ele não falou mais nada. Será mesmo que ele gostava da tal menina? Ai Meu Deus, o que eu fiz? Agora ele ia ficar bravo comigo. Eu tinha que pedir desculpas ou falar alguma coisa.

“Eu falei besteira?”-Perguntei pouco antes de me arrepender.-

“Não, é que eu pensei em outra coisa. Eu esqueci minha pasta na faculdade, e tenho que estudar matéria nova.”

Realmente, olhei para trás e não vi nada no banco. Normalmente ele colocava a pasta lá, nunca no porta malas. Vai saber porque né? Cada loco com sua loucura.

Chegamos em casa. Ele me deixou e falou que ia voltar e buscar a pasta. Cara, meu irmão era responsável com essa coisa de escola, estudo, etc.. Eu não chegava a ser tanto a ponto de ir que nem uma loca para a escola para buscar alguma coisa. Eu nunca deixava de fazer uma lição de casa, também era responsável. Meu irmão é... anormal nesse ponto, embora eu ame ele. Entrei.

“Oi Di.”-Eu cumprimentei minha empregada. Ela trabalhava em casa desde que meu irmão nasceu.-

“Oi Lil. Tudo bem? Quer comer alguma coisa? Sua mãe me falou que ia demorar.”

“Não, brigada, vou esperar o Mike.”

“Ta bom.”

Subi as escadas e fui para meu quarto. Eu precisava pensar um pouco. Eu ainda não tinha descoberto o que era aquela sensação estranha que senti na sorveteria e na casa do James. Foi nessa hora que me lembrei. Eu ia falar com a Di. Ela sempre me ajudou. Ela era muito legal, muito fofa...

Tinha certeza de que ela poderia me ajudar. Ela me conhecia bem. E ela provavelmente não ia rir da minha cara que nem meu irmão. Não era a toa que eu não pedi para falar com ele.

Falei então:

“Quando eu fui tomar sorvete com o James Potter, eu senti uma sensação muito estranha. Quando eu cheguei na cãs dele eu tropecei e ele me segurou, quando ele me ensinou a jogar Wii e pois a mão em cima da minha...”

“Alguém está apaixonada...”-Di falou.-

Pensei por um tempo. Será que ela estava certa? Eu gostaria que não, mas algo me dizia agora que ela tinha toda a razão. Não podia ser. What now?

“Eu gosto de James Potter.”

Di então falou que tinha que descer para fazer o jantar. Mike logo deveria estar em casa, pois a faculdade era perto. Fiquei sozinha no meu quarto, deitada na cama, pensando no que tinha acabado de descobrir.

Eu não podia contar para minhas amigas, pois elas iam rir da minha cara. Era ruim ter amigas assim. Porque minhas amigas eram assim? Pelo menos eu podia contar pra Di, em quem eu podia confiar no aspecto de não rir e no de guardar segredo.
[Sorte minha que minhas amigas de verdade não são assim.]



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