Que os jogos comecem!



Rose caminhava pelos corredores, furiosa. Os alunos praticamente se jogavam pros lados, para não se chocarem com ela, pois a ruiva passava como um furacão pelos demais, com a cabeça baixa e uma expressão assassina. Só percebeu que já estava em frente à sala de poções, quando chocou com Vincent. O moreno estava parado com os demais, esperando que o professor abrisse a porta.

- Calminha aí, Rosecreide! Eu sei que sua sede por estudo é grande, mas não precisa me atropelar!

- Cala a boca, Vincent! – ela rosnou.

- Quanta agressividade!

- Você ainda não viu nada, queridinho! – ela disse seca – Que saco! Será que o professor tem sempre que demorar a abrir essa maldita porta?

Scorpius, que tinha acabado de chegar, quando ouviu o tom de voz irritado e seco da namorada, ficou preocupado e achou melhor usar a cautela, para falar com ela.

- Rose...? – ele chamou em voz baixa.

- QUE FOI? – a voz da ruiva ecoou por toda escada, espantando metade dos alunos.

Antes que ele pudesse responder, a porta da sala se abriu e a figura do professor Slughorn apareceu, com um grande sorriso de boas vindas. Rose ignorou completamente o cumprimento, entrou na sala, jogou sua mochila no chão e começou a pegar o material. Mal ela havia arrumado tudo, quando Adam, entrou e se sentou duas cadeiras a sua frente, com dois garotos da Corvinal.

- Ah não, é um pesadelo, só pode ser! – ela exclamou revoltada, se levantou e caminhou até o garoto – O que faz aqui?

Adam ergueu os olhos de seu livro e encarou a menina com uma expressão calma. Embora detestasse o fato de ser obrigado a trabalhar com ela durante os próximos meses, sabia disfarçar muito bem isso, e não daria a ela o gostinho de sua revolta...

- Deixe-me ver – ele fez uma cara de pensativo – Estou sentado em uma sala, com livros sobre a mesa, esperando que o professor comece a aula... Bom Weasley, acho que qualquer retardado poderia concluir que vim estudar!

- Você também estuda poções? – ela perguntou, embora tivesse consciência de que aquela era uma pergunta inútil.

- Bingo! – ele bateu palmas em uma falsa comemoração – Agora me diga, chegou a essa conclusão sozinha ou foi graças as minhas dicas?

- Deixe-me ver seu horário! – ela ordenou, estendendo as mãos.

- Por que eu deveria deixar? Não te interessa o que faço ou deixo de fazer!

- Eu preciso saber em quais matérias você está matriculado, para que eu possa enjoar menos quando te ver! – disse sarcástica – Anda, me dê seu horário!

Adam revirou os olhos e entregou o horário para que a ruiva pudesse analisar. Foi com surpresa que viu os olhos dela se arregalarem, em uma expressão completamente horrorizada.

- Não, não, não, NÃO! – Rose estava histérica – Exceto feitiços e astronomia, você faz TODAS as matérias em que estou matriculada! Céus, estou perdida!

Sem acreditar no que ouviu, o moreno puxou o horário das mãos da ruiva e a encarou.

- Você tá brincando não é?

- Antes estivesse! Merlin, o que é isso? – Rose encarou o teto da sala, como se estivesse conversando com o lustre – É algum tipo de teste, pra saber se sou paciente? É algum tipo de castigo? Eu não mereço aturar esse garoto idiota, todos os dias!

- Eu é que não mereço olhar pra essa sua cara falsamente indefesa, todo tempo!

Scorpius e Alvo, que vinham logo atrás da ruiva, mas preferiram não se meter em tal discussão, ao ouvirem Adam levantar a voz para a menina, se levantaram e foram até ela.

- Posso saber o que tá acontecendo aqui? – Scorpius perguntou seco.

- E os guarda-costas chegaram! – Adam debochou – Tirem essa maluca da minha frente, não agüento mais as crises escandalosas dela!

- Dobre a língua pra falar com minha prima! – Alvo ameaçou.

- Olha, que bonitinho, eles a defendem não? – ele encarou a ruiva, com uma expressão divertida – Mal sabem que foi você que veio até aqui e começou com todo o barraco! Devem pensar que você é um anjo...

Não precisou de mais nenhuma palavra, pra Alvo e Scorpius avançarem contra o rapaz, com as varinhas em mãos. Rose, num lapso de lucidez, se atirou na frente do moreno e empurrou o primo e o namorado para trás.

- Por Merlin, parem! Tá legal que esse idiota não vale nada, mas não exagerem!

- Sai da frente, Rose! – Scorpius ordenou, com medo de machucá-la.

- Não! – ela gritou – Abaixem essas varinhas já, antes que Slughorn volte e nos veja nessa situação! Não precisamos levar uma detenção no primeiro dia!

Passado alguns instantes, em que os três rapazes mantiveram a varinha em mãos, finalmente reconsideraram e abaixaram. Rose então, conseguiu afastar o primo e o namorado de perto do Adam, e antes de sair, lançou um último olhar de desprezo ao moreno que tanto odiava.
Assim que o professor entrou novamente na sala, (ele havia ido conversar com Minerva uns instantes), o silêncio se estabeleceu. Slughorn fez seu discurso de boas vindas, bajulou seus alunos favoritos e finalmente, começou a aula.

Scorpius se recusou a trocar uma palavra com Rose desde que a aula começou. Estava furioso por ela ter defendido Adam, embora soubesse que a ruiva tinha razão, em não querer que eles brigassem, afinal de contas, uma detenção no primeiro dia seria vergonhoso, mas não conseguia evitar a raiva que sentia por ela ter tomado aquela atitude.

- Scorpius...? – Rose o chamou com a melhor voz doce e gentil que conseguia fazer.

- Diga! – ele respondeu, enquanto cortava uma raiz para poção que preparavam.

- Tá zangado comigo?

- Não!

- Então porque tá agindo como se estivesse?

- Não estou agindo de forma alguma! – ele respondeu sem encará-la – Pode me passar aquele frasco, por favor?

Ela pegou o frasco indicado e o entregou.

- Obrigado!

- De nada! – Rose disse – Scorpius?

- Fala! – ele revirou os olhos – Rose, você deveria se empenhar em fazer sua poção, sabia?

- Mas eu já acabei faz tempo! – ela respondeu manhosa, e ao ver o namorado encará-la, fez sua melhor cara de hipogrifo na chuva – Você tá zangado comigo! – ela afirmou.

- Eu não estou zangado, Rose! – ele respondeu tedioso – Agora pode me deixar fazer a poção? Nem todos são rápidos como você!

Vincent, Sophie e Alvo, que estavam sentados na mesa ao lado, trabalhando em suas poções, ao ouvirem a conversa se seguraram pra não cair na risada.

- Tá, eu vou me calar! – ela respondeu e beijou discretamente, o pescoço do namorado.

Alguns minutos se passaram, nos quais Scorpius apenas trabalhava, enquanto Rose tinha o rosto apoiado nas mãos e a cara de mais profundo tédio.

- Vai ficar com essa cara, é? – Scorpius perguntou, achando graça da expressão inconformada da ruiva.

- Uhum! – ela balançou a cabeça num sinal positivo.

- Detesto quando você fica calada!

- Mas foi você que pediu paz para fazer a poção! – ela respondeu, ainda sem encará-lo.

- E desde quando você segue o que eu digo?

- Desde quando você tá zangado comigo, e eu não quero te irritar mais! – ela deu de ombros.

- Mas eu não tô zangado com você!

- Tá sim! – Rose levantou o rosto para encará-lo – Essa ruga na sua testa só aparece quando tá zangado comigo! E ela ainda não sumiu!

Finalmente Scorpius se rendeu e sorriu para a namorada. Era incrível como ele não conseguia ficar zangado com ela por muito tempo. E ele tinha a ligeira impressão que ela sabia disso e se aproveitava sempre que podia.

- Eu não tô zangado com você amor! Tava um pouco chateado, mas já passou, tá bem?

- Certo! – Rose sorriu e foi ajudar o namorado com sua poção.

Sentado, duas mesas a frente do casal, Adam ouvia tudo com uma incrível vontade de vomitar. Aquela cena melosa de “não tô zangado”, o fazia ter náuseas. Como aquele casal era irritante e patético.

Não demorou muito para que o sinal tocasse, anunciando o fim da aula de poções. Slughorn passou para todos, uma tarefa que deveria ser entregue em uma semana. Rose e Scorpius saíram da sala abraçados, seguindo os amigos Alvo, Vincent e Sophie. Atrás do casal, vinha Adam, com sua típica expressão de poucos amigos.

- Weasley! – o moreno exclamou, a poucos metros do casal – Já que temos um tempo vago agora, o que acha de começarmos o trabalho?

- Trabalho? – Scorpius parou na hora e encarou Rose – Que trabalho é esse?

- Ah, a histérica e descontrolada não te contou? – o moreno perguntou surpreso e aproveitou para colocar mais lenha na fogueira – Fomos obrigados a trabalhar juntos em Aritmancia, graças a nossa inteligência fora do normal!

- Isso é verdade, Rose? – Scorpius perguntou entre os dentes.

- Sim... Quero dizer, a professora nos obrigou a trabalhar juntos depois que começamos a discutir, pra ver quem sabia mais, e...

- Por que não me contou?

- Não tive tempo!

- Sem querer me meter, mas já me metendo, tempo foi o que não lhe faltou, afinal de contas, passamos quase uma hora dentro da sala de aula, fazendo uma poção facílima! Até meu irmão caçula faz uma de olhos fechados... Nunca pensei que Hogwarts tivesse um ensino tão fraco! – Adam desdenhou.

- Escute aqui, Hogwarts é uma das melhores escolas de bruxaria do mundo! – Rose falou irritada.

- Uhhhh, com certeza! – o moreno ironizou.

- ROSE – Scorpius gritou – Quer parar de fugir do assunto e me dizer, por que diabos, não me falou sobre esse trabalho?

- Eu disse que não tive tempo, e além do mais, você tava zangado comigo! – ela tentou se defender, mas não obteve sucesso.

- Acredite, mais zangado estou agora! – Scorpius a encarou completamente irritado – Vá fazer seu adorável trabalho com ele, depois nos falamos! – o loiro saiu andando, sem olhar pra trás.

Rose ficou boquiaberta com a atitude do namorado.

- Scorpius, volte aqui! – ela gritou.

- Pra que? – ele parou no local que estava e se virou – Vai inventar alguma desculpa por não ter me contado? Você já está muito ocupada com seu novo amigo, não precisa de mim! – novamente ele se virou e saiu andando em passos largos, para longe da ruiva.

Adam ria abertamente de toda a cena. Como aqueles dois conseguiam ser tão ridículos? Definitivamente, ele poderia jurar que nunca havia visto algo tão digno de pena e risadas.

- Depois o grosso da história sou eu! – Adam comentou – Ele poderia ter ao menos te esperado, não?!

Rose se virou para o moreno, completamente irritada. Por culpa dele, Scorpius estava chateado, e ela não iria tolerar isso.

- Por sua culpa, Scorpius saiu daquele jeito! Por sua culpa, ele está zangado comigo, e por SUA CULPA MINHA VIDA VIROU UM INFERNO! – ela gritou as últimas palavras e saiu sem rumo, pelos jardins da escola. Não procuraria Scorpius naquele momento. Estava tão zangada com ele, quanto estava com Adam. Não queria vê-lo tão cedo.

Adam riu novamente. Começava a gostar dessa idéia de trabalhar junto com a ruiva, pois sabia que conseguiria irritá-la facilmente, e isso, estava se tornando um de seus passatempos favoritos.



***




Depois da pequena briga na saída da aula de poções, Rose e Scorpius não se falaram durante o resto do dia. Ela estava zangada por ele ter gritado. Por sua vez, ele estava zangado por ela não ter contado a respeito da tarefa que faria com o Krum.

Durante o jantar, os olhos da ruiva percorreram por todo salão e nada. Nem sinal do loiro. “Merlin, onde será que ele se meteu?” - ela pensou. Em seguida se levantou e foi ao encontro dos amigos, atrás de notícias do namorado.

- Er... – ela começou meio sem graça. Lembrou-se do comportamento agressivo com Vincent mais cedo, e se sentia mal por ter tratado o amigo daquela forma – Boa noite!

- E aí Rosecreide! Vai começar a gritar agora ou esperar até eu terminar a sobremesa? – Vincent debochou e ao ver a expressão culpada da amiga, completou – É brincadeira ruiva!

- Ah, certo! – ela disse, se sentando em frente ao amigo – Onde está Sophie?

- Foi ao banheiro, mas deve tá voltando já! – ele disse de forma simples – E aí, qual foi o motivo da briga de vocês?

- Desculpe?

- Ah, não se faça de desentendida! Tô falando de você e do Scorpius! – ele revirou os olhos – Vocês brigaram, e eu tô perguntando o motivo da briga de hoje!

- Ahhh... Tá tão óbvio assim que brigamos?

- Vejamos... – o moreno fez cara de pensativo – Vocês sentaram separados nas aulas de Transfiguração e Defesa Contra as Artes das Trevas... Não se falaram e não se olharam... Ele não quis sair do quarto pra jantar e você tá com essa cara de criança que perdeu um brinquedo... É Rosecreide, devido a essas circunstâncias, preciso dizer que sim, tá escrito na testa de vocês, que brigaram!

Rose riu e encarou o amigo. Ele tinha razão. Scorpius e ela não conseguiam disfarçar nem um pouco quando brigavam. Respirou fundo e começou a contar tudo que havia acontecido, desde a ordem da professora para que ela e Adam trabalhassem juntos, até a briga deles depois da aula de poções.

- E foi isso! – ela suspirou – E pelo visto parece que ele continua muito zangado!

- Bom zangado ele tá mesmo! Mas nada que vocês dois não possam resolver! – Vincent sorriu – Caramba, será que a Sophie ficou no banheiro pra bater um papo com a Murta?

- Eu até tentei, mas ela começou a chorar e entrou no vaso! – Sophie respondeu, logo atrás do namorado – Chad e Samantha me pararam pra falar a respeito da festa de boas-vindas. Será no domingo, na sala precisa, depois do almoço. Os convites serão distribuídos durante a semana, pra não levantar suspeitas!

- Ahhhh... – Vincent e Rose disseram em uníssono.

- Bom, eu vou lá falar com a Lily e com o Hugo! Hoje é dia da ronda deles e preciso dar algumas instruções! – Rose se levantou – Vejo vocês mais tarde!



***




Algum tempo após o jantar, os alunos se recolheram em suas salas comunais. Era hora da primeira ronda que Lily e Hugo fariam. Seguindo as instruções dadas por Rose, de que se pegassem qualquer aluno no corredor, os levasse até ela ou aplicassem uma detenção, eles começaram a andar pelos corredores do castelo.

Talvez fosse porque era a primeira semana de aula, ou simplesmente porque não queriam levar bronca, mas durante a patrulha, nenhum aluno foi encontrado vagando pelo castelo fora do horário, e os corredores estavam no mais absoluto silêncio. Os personagens dos retratos dormiam profundamente e vez ou outra só acordavam pra reclamar da luz emitida pelas varinhas dos monitores. Até pirraça, que gostava de vagar pelos corredores à noite e aprontar, não foi visto. Definitivamente, tudo estava na mais perfeita ordem.

Lily e Hugo caminhavam por um corredor muito escuro e conversavam em voz baixa, sobre assuntos bobos, como o primeiro dia de aula, as notícias publicadas pelo “Elite de Hogwarts”, etc. O único som que se ouvia, além das vozes deles, era o do vento, que entrava pelas grandes janelas que havia no corredor.

- É impressão minha ou o Alvo e você estão estranhos, um com o outro? – Lily perguntou de repente.

- É impressão sua! – Hugo respondeu descontraído – Nós dois estamos em paz, você que tá enxergando coisa onde não existe!

Apesar da escuridão, o ruivo pôde ver os olhos castanhos da namorada o encarando de forma profunda.

- Sabe, você é ótimo pra inventar desculpas, mas não tente contá-las pra mim! Não caio nessas histórias de que tá tudo bem, e vocês ainda são melhores amigos! – Lily disse séria – Não vou obrigar você a me contar nada, faça o que quiser! Mas só peço que não minta pra mim, pois você é péssimo nisso!

Hugo engoliu em seco. Sentiu-se envergonhado por sua atitude e precisou admitir que sua namorada o conhecia muito mais do que ele podia imaginar.

- Alvo e eu não estamos tão bem assim...

- Isso eu já sei! – a ruiva respondeu – Mas é como eu disse, se você não quiser me contar o que tá havendo, vou respeitar! Só não quero ouvir mentiras, pois você sabe que não gosto!

Novamente fez-se silêncio. Hugo sabia que se contasse exatamente o que estava acontecendo, causaria uma briga entre Lily e Alvo, e não queria isso. Optou então por ficar calado, para não ter que inventar novas desculpas, e mentir novamente pra ruiva.

Entendendo o silêncio do namorado como um recado de que não queria mais falar daquele assunto, Lily respirou fundo e mudou o rumo da conversa deles.

- A professora McGonagall pegou pesado passando todo aquele trabalho pra próxima aula!

- Nem me fale! Vamos ter que virar a noite fazendo aquele negócio! – Hugo revirou os olhos – Bom, por aqui parece que tá tudo tranqüilo! – ele disse, assim que chegou ao final do corredor.

- Sim... Vamos voltar então e avisar a Rose que terminamos a ronda! – mal Lily se virou e sentiu a mão de Hugo, segurando levemente se braço – Hei... – ela sorriu – Que foi?

- Nada... – ele respondeu, se aproximando da ruiva e a encostando lentamente na parede – É só que nosso tempo de ronda não terminou ainda!

- Mas nós já acabamos de fazer a ronda! – ela o encarou sorrindo.

- Sim... – ele disse em voz baixa e se aproximou lentamente do rosto da menina – Mas caso não tenha reparado, estamos aqui sozinhos, e ainda temos tempo pra voltar, então...

- Está sugerindo para ficarmos aqui e aproveitarmos o tempo que nos resta? – ela sorriu marota e envolveu os braços em volta do pescoço do ruivo.

- Uhum! – ele respondeu a poucos centímetros dos lábios da menina.

- Pois eu acho uma ótima idéia! – Lily mordeu o lábio inferior do namorado, e logo se viu puxada para um beijo quente. Sentia as mãos de Hugo pressionarem sua cintura e a puxarem para mais perto de seu corpo, enquanto se beijavam de forma tão provocante.

As mãos da ruiva brincavam na nuca do rapaz, enquanto seus lábios e exploravam os dele de forma tão apaixonada.

Os dois ficaram nessa brincadeira de beijos e carícias por certo tempo, até que perceberam que já passava do horário de voltarem. Rindo e de mãos dadas eles correram pelos corredores, até chegarem a ala oeste, onde ficava o quarto da monitoria. Bateram à porta do quarto de Rose, e ao ouvirem um “entrem”, eles abriram e entraram.

- Estão atrasados! – Rose disse, sem nem olhar pra eles.

- Bom, sim, mas nós... – Lily tentou se justificar, mas foi interrompida pela prima.

- Cunhadinha, nem venha com desculpas ok?! Corredores escuros, sem ninguém por perto... De certo os dois estavam aproveitando, mas isso não é da minha conta! – a ruiva sorriu marota – Então, como foi?

- Tudo tranqüilo! Nenhum aluno, fantasma ou múmia, nos corredores! – Hugo respondeu.

- Mas não temos múmias no castelo! – Rose disse confusa.

- Não temos? E o Sr. Filch é o que? Mais velho que aquele homem, só Merlin! – todos riram.

- Certo, agora voltem pro salão comunal, estudem e façam suas tarefas! – Rose disse – Boa noite, e, por favor, não parem pra se agarrar nos corredores!

- Pode deixar cunhadinha! – Lily respondeu divertida e junto com o namorado, saiu do quarto.

- Agora, Rose Weasley, você precisa dar um jeito na sua vida! – Rose disse para si e começou a colocar o plano de se desculpar com Scorpius, em ação.



***




No quarto ao lado, Scorpius estava jogado na poltrona, lendo seu livro de Herbologia e tentando se concentrar no trabalho que o prof. Longbotton havia passado. Já havia lido pela 5ª vez o parágrafo, quando ouviu tímidas batidas na porta. Contrariado, ele se levantou e foi ver quem era. Mal abriu a porta e começou a reclamar.

- Seja lá quem for, eu não tô a fim de conversa, e... Ah, é você! – ele parou ao ver Rose, segurando uma bandeja com torradas, bolo, torta, geléia, sucos e chá.

- Quanta animação! – ela disse descontraída.

- Não imagina o quanto! – ele respondeu – Entra! – saiu da frente da porta, para que a ruiva pudesse passar. – O que é isso, posso saber?

Rose sorriu, colocou a bandeja em cima da mesa que havia no quarto e se virou de frente para o namorado.

- Você não foi jantar... Então imaginei que estivesse com fome! – disse de forma carinhosa.

- Bom, se eu não fui jantar, era justamente porque não estava com fome! – Scorpius respondeu seco, mas se arrependeu logo ao ver a expressão triste que a ruiva fez – Entretanto, você fez bem em aparecer aqui com essa comida, pois agora tô morrendo de fome!

Sorrindo, os dois se sentaram a mesa. Rose não sentia fome. Só se sentou mesmo pra fazer companhia a Scorpius. Sua expressão se iluminou ao ver a reação surpresa dele ao tocar nas coisas e ver que a mesma frase aparecia em todas elas.

- Mas o que...? – Scorpius percebeu que em tudo que tocava, aparecia a frase “Me desculpe!”. Encarou a ruiva a sua frente com um misto de diversão e confusão.

- Foi só a maneira que eu encontrei de me desculpar pelo que houve hoje! – Rose respondeu de forma simples.

- Muito criativa! – ele disse se servindo de chá – Olha, eu não quero parecer um mal agradecido, mas ainda tô chateado com você! Posso te desculpar, mas se eu dissesse que tá tudo bem agora, estaria mentindo e você sabe que eu detesto mentir pra você!

- Eu sei... – ela suspirou triste – Pelo menos demos um bom passo e já estamos nos falando!

- É...

Fez-se silêncio por alguns instantes, até que Rose se levantou.

- Aonde vai? – Scorpius perguntou ao vê-la de pé.

- Pro meu quarto! – ela respondeu e se aproximou do loiro. Ia beijá-lo, mas ao lembrar-se que ele ainda estava chateado, apenas passou a mão em seus cabelos – Boa noite! – a ruiva se virou e sentiu a mão do namorado segurar a sua.

- Vem cá, vem! – o loiro a puxou para seu colo e acariciou seu rosto – Não gosto de te ver assim!

- E eu não gosto de ficar assim com você!

- Nem eu! – ele disse num sussurro – Fica aqui comigo?

- Mas você tá chateado, achei que quisesse ficar sozinho! – ela disse sem entender.

- Por mais chateado que eu esteja, nunca vou querer você longe... Não por muito tempo! – ele sorriu – E não estou mais chateado!

- Não? – Rose o encarou sorrindo.

- Não! – o loiro beijou seu rosto – Não consigo ficar bravo com você por muito tempo, e você sabe disso! Acredito até que se aproveita dessa minha fraqueza pra se aproveitar de mim!

- Ah não! Agora que você descobriu que eu sei, terei de inventar outra tática! – os dois riram – Te amo!

- Eu também te amo!

Após essas palavras os dois se beijaram carinhosamente. Ficaram assim durante um bom tempo, até Rose se levantar, puxar Scorpius pela mão e caminhar com ele em direção a cama.

- Posso saber o que a senhorita está fazendo? – Scorpius sorriu maroto, assim que a namorada o empurrou deitado na cama.

- Eu? – ela perguntou inocente, se jogando ao seu lado e beijando seu pescoço de forma provocante – Não estou fazendo nada, oras!

- Hum... – sorrindo, Scorpius se virou, ficando por cima da ruiva – Toda vez que você não quiser fazer nada, sinta-se a vontade! – ele a beijou ardentemente e foi correspondido na mesma intensidade.

Não demorou muito para eles começarem a se livrar de suas incômodas peças de roupas, durante aquele ritual de amassos.

As mãos se Scorpius subiam e desciam pelas coxas de Rose, enquanto as mãos da ruiva arranhavam e passeavam pelas costas do loiro.

- Sabe... o que eu mais.... gosto em... nossas brigas? – ele perguntou ofegante, enquanto sentia os lábios da namorada passear por seu pescoço e ombro.

- Hum? – Rose mordeu o lábio inferior do namorado e o encarou com um sorriso sapeca.

- É da forma que sempre fazemos as pazes! – sorrindo, Scorpius a beijou profundamente e mais uma vez os dois se amaram, como um casal apaixonado que estava disposto a passar por cima das brigas e diferenças pra ficar em paz.



***



Alguns dias depois...



E aí pessoal!

É domingo e hoje acontecerá a festa de boas-vindas dos alunos. Essa festa é claro, era pra ser um segredo, e é justamente por isso, que todos já sabem!

Para os novatos, que não receberam o lindo convite dourado, vou explicar do que se trata essa comemoração. Antes de mais nada, para ser convidado, obrigatoriamente você precisa ser da Elite ou ser íntimo de alguém que faça parte dela. Caso contrário, não passará nem perto da festinha.

Uma vez com o convite dourado em mãos, sinta-se o próprio rei, pois irá a uma das comemorações mais badaladas do ano. Quando você atravessa o portal da sala precisa, não tem quem lhe segure e todas suas vontades são feitas num piscar de olhos...




***




Música Alta, um grande bar, luzes piscando, o ambiente instaurado ali parecia de uma boate trouxa. Não fosse pelas bandejas com aperitivos voando de um lado a outro e as bebidas sendo despejadas sozinhas nos copos, não haveria diferença alguma.

Alguns alunos já se encontravam no local e aproveitavam para beber e dançar como nunca. A festa de boas vindas era um lugar em que brigas eram proibidas e diversão era por conta da casa.

- Sem a namorada hoje, Alvo? – Chad perguntou se aproximando do amigo.

- A Alice virá no grupo em que estão a Lily e o Hugo. Eu vim com os capitães e alguns membros da equipe! – Alvo respondeu descontraído, enquanto tomava um gole de sua bebida.

- Então quer dizer que o pegador, resolveu bancar uns dias de santo?

- O pegador se aposentou e agora só tem olhos pra uma menina! – Alvo riu.

- Então tá certo! Vou dar uma volta por aí, preciso ver se encontro a Samantha. Até mais! – Chad saiu do local, deixando o moreno sozinho.

Era impressionante que mesmo sabendo que Alvo está namorando, metade das meninas lançavam olhares cobiçosos e algumas até arriscavam ir até ele e o convidar pra dançar. Mas não. Alvo não aceitou nenhum dos convites e foi até um pouco grosso com as meninas que insistiam em ser mais ousadas.

Mais uma vez a porta da sala se abriu, e Alvo pôde ver a namorada entrar sorridente ao lado dos amigos. Caminhou até ela e a beijou, na frente de quem quisesse ver. Algumas meninas soltaram muxoxos de desaprovação, outras deram risadinhas, achando aquela atitude muito fofa. Mas uma menina, apenas uma, que estava encostada no bar, bebendo mais um copo de Whisky de Fogo, sentiu seus olhos queimarem de fúria. Samantha contava os segundos nos dedos, para o momento em que fosse ver a “santinha” Huntington perder o trono.



É pessoal, essas festas são realmente perigosas! Embora os organizadores digam que fazem tudo isso para interagir, eu sei, e tenho quase certeza de que você também sabe, que eventos como esse são para atrair três coisas: Status, diversão e confusão.

Digam o que quiser, façam o que quiser, mas a questão é que não há nada que qualquer um deles faça, que não tenha conseqüências depois.

Ser da Elite tem um preço, e alguns talvez não estejam prontos para pagar!




Do lado de fora da festa, Rose caminhava próximo ao corredor de acesso a sala precisa, para ter certeza de que nenhum aluno fosse se aproximar ou notar a confusão. É claro que como Monitora Chefe, deveria impedir que tal evento acontecesse, mas não podia fazer isso. Não quando diversas vezes já participou dele, e não quando havia recebido o convite dourado. Ela precisava apenas, fingir que não sabia de nada, e manter a ordem entre os menores e aqueles que não foram convidados.

- Se você não vai, não vejo motivos pra eu ir! – Scorpius comentou, caminhando ao lado da namorada.

- Amor, eu adoraria ir, mas não posso! Não agora! Se eu sumir, vão suspeitar. – ela disse de forma tranqüila – Talvez, mais tarde, eu dê uma passada lá, só pra ver como andam as coisas... Mas você pode ir! Não vou ficar chateada. Vincent e Sophie estarão lá, aliás, grande parte dos seus amigos também estará lá!

- Ahhhh... Mas sem você não tem graça! – Scorpius abraçou a namorada pelos ombros – Vou ficar aqui com você, e depois iremos juntos a essa festa!

- Se você prefere assim! – ela sorriu e deu um breve beijo nele – Oh meu Merlin, menino, não sacuda a varinha assim, o feitiço pode dar errado e isso pode explo...

Rose não conseguiu terminar a frase, pois o pequeno aluno do primeiro ano havia explodido a taça bem embaixo de seu nariz, e agora estava com a cara toda suja de cinzas.

Scorpius se contorceu para não gargalhar da cena. A pobre criança estava com a cara toda preta, e não tinha parte da sobrancelha. Lembrou-se irresistivelmente de Sophie, quando estavam no 4º ano e a loira explodiu o caldeirão no rosto.

- Céus, vamos pra enfermaria! – Rose pegou na mão do garotinho – E vocês, por favor, não tentem fazer feitiços que não conhecem! – ela disse séria – Scorpius, você pode ficar com eles, enquanto eu vou lá?

- Posso sim! – ele sorriu – Pirralhada, vamos fazer o seguinte! Vocês não explodem nada e em troca eu os ajudo no que tiverem dúvidas, certo?

Rose riu e em seguida saiu com o garotinho para enfermaria. Tinha esperanças que Madame Pomfrey conseguisse dar ao menino sobrancelhas novas em poucos segundos.



***




No salão comunal da Corvinal, alguns alunos estavam prontos para irem à festa. Esperavam apenas o sinal verde no convite aparecer, indicando que poderiam sair em grupo e caminharem para o local em segurança.

Maris, Paola e Adam estavam sentados próximos à lareira, e conversavam sobre problemas da escola. Nada que tivesse uma importância significativa, afinal de contas, estavam apenas a uma semana no colégio e nada ali parecia chamar-lhes a atenção.

- Vocês não receberam o convite da festa? – uma garota do 5º ano perguntou.

- Quando diz convite, se refere a isto? – Maris mostrou o convite dourado a menina.

- Exatamente! Oras, se receberam o que fazem aí, que ainda não foram se trocar? – ela perguntou confusa – Vai me dizer que não vão à festa?

- Sei que isso não é da sua conta, mas não, não vamos à festa! – Adam respondeu.

- E por que não?

- E por que deveríamos ir? – Maris retrucou – Por Merlin, é uma festa como todas as outras, não vejo nenhuma graça em me reunir com pessoas que nem conheço, somente para comemorar o ano letivo de Hogwarts! – a morena revirou os olhos – Já fizemos isso no primeiro dia, que diferença faz se formos ou não até lá?

A garota riu. Será que eles realmente não sabiam o que a festa significava?

- Merlin, vocês realmente não lêem o “Elite de Hogwarts” né?!

- É claro que não! – Paola respondeu – Ler jornalzinho de fofoca é coisa de gente que não tem o que fazer, e além do mais, tenho coisas melhores pra me ocupar!

- Vejo que vocês realmente não entenderam! – ela riu novamente – O “Elite de Hogwarts” não conta exatamente fofocas. Conta tudo o que se passa na escola! Até as coisas que todos gostariam que fossem segredos. Ele pode arruinar uma vida como construir uma. O convite que receberam – ela apontou para o envelope dourado na mão da Maris – indica que são convidados a entrar na Elite. Aqui tudo funciona como um jogo. Estar na Elite te torna uma pessoa visada e respeitada. Embora a maioria dos que pertencem a ela vivem se metendo em confusão, ainda sim são visto como os “maiorais”. Muito gostariam de estar nesse grupo seleto, mas poucos conseguem entrar. Aqui não se discute dinheiro ou posição familiar. No nosso grupo, se discute influência e o que cada um é capaz de causar na escola...

“Estar na Elite é mostrar a todos que você tem poder e que merece tal poder. Então, queridos novatos, se querem estar em uma posição favorável, acho melhor se trocarem o mais rápido que puderem e irem conosco pra essa festa. Caso contrário, pode não haver outra chance de mostrarem que merecem respeito!” – a garota concluiu seu discurso e foi em direção as amigas. Maris, Adam e Paola se encararam por alguns instantes. Um sabia exatamente o que o outro pensava. Será que valeria a pena deixar o posto de novato nojento e ir conferir essa história de “Elite” e “Poder”?

- Bom... Mal não vai fazer! – Paola comentou.

- E mesmo se fizer, somos suficientemente capazes de virar o jogo! – Maris sorriu.

- Eu não me interesso por popularidade, mas se quiserem ir, vão se arrumar que espero vocês aqui! – Adam disse.



***




Alice, que já estava um pouco cansada de dançar, saiu de perto do namorado e foi ao banheiro. Achava que encontraria o local vazio, mas para sua surpresa viu que Samantha estava por lá, e ao vê-la entrar, sorriu de forma suspeita.

- Então, gostando da festa? – ela perguntou.

- É! Você e Chad fizeram um bom trabalho! – Alice respondeu seca e foi conferir o penteado no espelho.

- Sim, fizemos! – Sam se levantou e parou ao lado da castanha – E aí, se divertindo muito com o novo namorado?

- Desculpe?

- Estou me referindo ao Alvo, e você sabe! Perguntei se está se divertindo com um dos garotos mais populares da escola?

- Estou muito feliz, se é isso que quer saber!

- Ah sim, felicidade... Aproveite, talvez isso não dure muito! – Sam sorriu – Você é virgem?

- E o que isso te interessa? – Alice perguntou com um misto de confusão e irritação.

Sam riu.

- Eu também era... Mas aí conheci o Alvo e bom... Não preciso lhe contar o que aconteceu depois de um tempo...

- O que quer dizer?

- Nada! Querida, talvez com você seja diferente, e ele realmente a ame, mas sabe como é... Dizem que é difícil largar uma vida de diversão e sedução, e bom... É melhor esquecer, talvez eu esteja falando demais... – Sam fez sua melhor cara de inocente.

- Não! Agora que começou, termine!

A sonserina fingiu que refletia por alguns instantes, na intenção de convencer Alice que seu comportamento era de alguém que queria apenas seu bem.

- Ouvi uns meninos comentarem a respeito dessa vaidade masculina de sempre ficarem com as garotas mais difíceis do colégio, levarem elas pra cama e depois chutarem ela, para voltarem a sua vida de farra... E bom, Alice querida, eles suspeitam que Alvo queira fazer isso com você!

- Ele não faria isso! – Alice disse rapidamente.

- É claro que não! Foi o que eu disse a eles. Conheço Alvo e tenho certeza que não faria tal coisa, mas... Bom, eles insistiram e disseram que o Alvo não perderia a chance de ganhar mais um troféu... E ainda mais um troféu tão inocente e meigo como você!

Alice sentiu seu coração apertar. Ela deveria estar mentindo, Samantha tinha que estar mentindo. Alvo a amava, e isso era a única coisa que importava.

- Own, não fique com essa carinha triste! – Sam pousou a mão no ombro da garota – Se ele diz que a ama, é nisso que deve acreditar está bem?! – ela sorriu – Vou ajudar o Chad agora! Divirta-se com Alvo! – sorriu mais uma vez e saiu.

Alice encarou seu reflexo no espelho durante alguns instantes. Tudo aquilo que a sonserina havia dito devia ser mais uma dessas histórias inventadas pelos rapazes. Tentando espantar esses pensamentos da cabeça, saiu do banheiro e foi se encontrar com o moreno, que a esperava próximo ao bar.



***




Ao verem seus convites se iluminarem, Maris, Paola e Adam saíram juntos em direção a sala precisa. Não demoraram para encontrarem o local, e rapidamente seguiram as instruções fornecidas no convite e viram a porta aparecer. Devagar, Adam se aproximou e abriu a porta. Os três entraram e contemplaram toda aquela movimentação.

- Até que o local não é tão ruim! – Paola comentou.

- Seria muito melhor, se as pessoas não fossem tão insuportáveis!

- Querido, só você consegue ser insuportável por todos! Então porque não se cala e tenta entrar no clima? – Maris debochou.

Adam revirou os olhos e achou melhor não provocar. Percebeu que enquanto ele e as amigas andavam pela sala, vários pares de olhos os acompanhavam. Como se esperassem que a qualquer instante os três fossem, a qualquer instante, fazer algo surpreendente.



Uma coisa que é preciso saber, antes de entrar no meio da Elite, é que enquanto eles não confiarem em você, te olharão como uma presa, no meio de vários animais famintos.

Se a presa sobrevive, ela é bem-vinda para se juntar. Se a presa é devorada, ela é regurgitada como algo nojento e insignificante.




- Vejo que aceitaram o convite e vieram se juntar a nós! – Chad comentou, enquanto se aproximava do trio.

- Ah, vejo que você é o anfitrião idiota, que veio nos dar boas-vindas! – Adam retrucou.

Chad encarou os outros e riu. Minutos depois, todo o ambiente havia caído na gargalhada. Aparentemente, Adam tinha feito uma piada engraçadíssima.

- Você é realmente engraçado, mas esse seu humor agressivo, não nos ofende! – Chad fez um sinal para que a música parasse e encarou os três – Se vieram até aqui, é porque querem se juntar a nós.

- Talvez... – Maris se aproximou do sonserino – Mas ainda não entendi o motivo desse joguinho!

- E como você sabe que é um jogo?

- Simples, eu já o joguei! Mas na minha época, era eu quem ditava as regras!

- Hum... Interessante...

- Interessante não! A palavra correta seria, “óbvio”! – Maris riu em deboche – Toda essa recepção, esses olhos famintos nos encarando, você mandando a música parar... Merlin, que coisa mais ridícula!

- Prossiga... – Chad estava gostando da esperteza da morena.

- É óbvio que você nos chamou aqui e fez toda essa encenação, na esperança que um de nós fosse cair ou temer toda essa popularidade da Elite... Mas queridinhos, sinto lhes informar, que desse joguinho de popularidade, eu conheço até o placar final, e acreditem, eu nunca perdi uma jogada!

- Uau! – Michael exclamou, se aproximando da Paola – Chad, parece que eles realmente conhecem nosso jogo... – ele se aproximou mais da menina e tocou uma mexa de seu cabelo – E eu achando que seriam fracos demais...

Paola sorriu, e em seguida agarrou a mão que Michael segurava seu cabelo e torceu com vontade, até ver o garoto demonstrar uma expressão de dor.

- Uma coisa que precisam aprender sobre nós, é que não tememos pessoas como vocês! – a menina apertou mais a mão de Michael – E a próxima vez que tocar em mim, farei coisa pior do que simplesmente, cravar minhas unhas na sua pele! – ela soltou a mão do garoto e sorriu docemente. – Então? Precisamos passar por algum tipo de ritual secreto, ou vocês preferem que façamos testes, como na escola?

Chad sorriu.

- Sobrevivam a essa festa, não armem confusões e superem todas as ironias e indiretas dessa noite... No final diremos se são ou não bem-vindos!



Mais um teste... Para quem está de fora, deve pensar que enfrentar ironias de pessoas famintas por diversão, é algo fácil... Mas quando se está em fase de teste, onde cada ato seu é monitorado e cada palavra pode ser sua sentença final, a coisa é diferente...

Sobreviver ao ataque de pessoas que fazem de tudo para vê-lo cair, é algo que só pessoas com sangue frio, classe e inteligência conseguem fazer! Afinal de contas, sabemos que na Elite, nem todas ironias e provocações, se revolvem com barracos!




***




Scorpius estava sentado no sofá da sala da monitoria, enquanto esperava Rose se trocar. Definitivamente, ele precisava concordar com Vincent, que as mulheres demoravam tanto pra se arrumar, para testar a paciência dos homens.

Passados alguns instantes, que Scorpius jurou serem horas, Rose apareceu ao pé da escada, completamente vestida. Sorrindo, ele caminhou até ela e a beijou rapidamente.

- Sabe, você está linda! – Scorpius sussurrou – Será que podemos esquecer da festa, e ficarmos por aqui mesmo?

Rose sorriu, mordeu levemente o lábio inferior do loiro e disse:

- Não!

- Ahhhh – Scorpius suspirou e beijou lentamente o pescoço da ruiva – Tem certeza que não quer?

- Certeza eu não tenho... – ela respondeu sorrindo – Mas a gente vai ter tempo pra isso mais tarde, então se controle e vamos para essa festa! Quero me divertir!

- Certo! – o loiro se convenceu e saiu andando de mãos dadas com a namorada – Se bem que eu duvido muito que você vá se divertir mais lá, do que aqui!

- Scorpius! – Rose sorriu, embora estivesse corada.

- Brincadeira, é brincadeira! – ele também sorriu e juntos foram para sala precisa.

Nenhuma presença naquela festa poderia causar tanto frisson quanto a de Rose e Scorpius. Quando chegaram, os dois se tornaram o centro das atenções. As pessoas sorriram, abriram caminho, cumprimentaram. Eles, sem dúvida, eram o casal mais popular e invejado da escola.

- Nossa, quer dizer que a Monitora Chefe é a favor de reuniões escondidas? – Adam debochou ao ver a garota passar – Achei que a sua função era cuidar pra que coisas assim não acontecessem.

- Ah, é verdade! – Rose respondeu com um sorriso debochado – Minha função é realmente impedir que esse tipo de festinha aconteça!

- Então por que não faz isso? – Adam provocou novamente, mas foi Scorpius que respondeu.

- Porque não convém a Rose colocar todos vocês em detenção! Sabe como é, dá muito trabalho cuidar de um monte de gente idiota! – o loiro sorriu – Boa festa pra vocês! – ele e a namorada saíram na direção dos amigos.

Maris sorriu ao ouvir a resposta do loiro.

- Hum... Vejo um sorriso... – Paola comentou, olhando em direção ao casal que se distanciava – Será que isso quer dizer alguma coisa?

- Não... Pelo menos por enquanto!



Popularidade... Essa é uma das poucas coisas que um riquinho mimado não pode comprar com o dinheiro do papai. Por mais rico que alguém seja, a popularidade, aqui em Hogwarts, se adquire através de seus atos, sejam eles honestos e dignos de reverência, ou sujos e podres.

Em Hogwarts, a pessoa se torna popular, quando faz algo que mereça a atenção de todos. Caso contrário, seus 15 minutos de fama, não passarão de 15 segundos de um sonho que jamais se concretizará...



O tempo passou e a festa se estendeu até as 5 da tarde, quando Rose informou a Chad que devia encerrar o evento, para que todos voltassem aos poucos para suas salas comunais e não levantassem suspeitas. E assim foi feito. Após o sinal do sonserino, os alunos foram se retirando em pequenos grupos e se dispersando pelo castelo, para que ninguém suspeitasse. Maris, Paola e Adam passaram no teste, e agora eram membros na elite, mas não demonstraram nenhuma emoção quanto a isso. Independente da posição em que estivessem, os três sabiam que eram suficientemente capazes de conseguir brilhar, sem fazer parte de um grupo restrito.



***




Duas semanas depois...

Domingo – Campo de Quadribol – 13h00min




O campo de quadribol estava cheio. Vários alunos da Grifinória haviam se inscrito para os testes, na esperança de fazer parte do time. A equipe original era formada por metade dos Weasley/Potter. E, a não ser que eles fossem muito ruins no treino, coisa que era praticamente impossível, haveria mais de três vagas pra serem preenchidas.

Alvo saiu do vestiário e foi se reunir ao grupo de alunos que estava no meio do campo. Alguns eram novos demais, ele pensou, mas ao se lembrar que seu pai aos 11 anos tinha conquistado a vaga de apanhador, achou melhor não subestimar a capacidade dos novatos. Sorriu ao ver todos o encarando, com expressões que mesclavam aflição e ansiedade.

- Boa tarde! – o moreno Potter cumprimentou os demais – Como já sabem, hoje serão realizados os testes para equipe de quadribol e antes de começar, eu quero parabenizar a todos que se inscreveram, pois embora muitos não consigam a vaga no time, tiveram coragem pra tentar e são tão vencedores quanto os demais! – vários alunos aplaudiram, mas fizeram silêncio logo em seguida, quando Alvo retomou a palavra – Vamos parar de enrolar e começar logo com os testes. Começaremos com os testes de artilheiros. Conforme eu for chamando o nome de vocês, formem uma fila aqui e ao meu sinal, peguem suas vassouras e mostrem do que são capazes.

Depois de alguns tombos das vassouras, rodopios e manobras erradas, deslizes das goles e erros absurdos para marcarem pontos, não foi difícil pra Alvo escolher os três novos artilheiros da equipe. Quando o último inscrito pousou, ele se aproximou com a prancheta na mão.

- Pessoal, eu poderia chegar aqui e fazer um discurso qualquer sobre dedicação ou simplesmente dar uma bronca daquelas, mas quem me conhece sabe que não sou desse tipo. Então vamos pular essa parte, e sejam bem-vindos a equipe deste ano Aaron Scott, Lily Potter e Roxanne Weasley. Os demais, não fiquem tristes, mas acho que vocês mesmo perceberam onde erraram e sabem que precisam melhorar.

Após a escolha dos artilheiros, vários alunos deixaram o campo, alguns desapontados e outros conformados com a situação.

- Certo, agora vamos aos testes de batedores. É o mesmo esquema, eu vou chamando os nomes e vocês façam a fila aqui. – Alvo disse.

Novamente um grupo de alunos se juntou em volta do campo e ao sinal do Capitão, saíram voando em suas vassouras, dispostos a darem o melhor de si.

Depois de alguns incidentes com os balaços, vários gritos de Alvo e pequenas confusões, a seleção precisou ser paralisada, pra socorrer dois alunos do 3º ano, que na empolgação de acertarem os balaços, acabaram acertando um ao outro com o bastão.

- Merlin! – Alvo correu ao encontro dos alunos – Marks, leve esses dois pra enfermaria.

- Mas Alvo...

- EU DISSE AGORA! – o moreno gritou e imediatamente teve sua ordem atendida. – Por Merlin, eu não quero que tentem se matar pra conseguir uma vaga. Quando eu digo para fazerem o melhor, quero que somente joguem e não usem os bastões pra travarem uma guerra a 15 metros do chão! – ele encarou os demais, sério – Fred Weasley e Georgina Swann, bem-vindos a equipe!

- É impressão minha, ou grande parte dos jogadores faz parte da família do capitão? – Jason Smith, um dos alunos que havia se inscrito para os testes, disse em tom de ironia.

- Se está querendo dizer algo, seja homem e fale logo, pois considero indiretas como essa, dignas de pessoas covardes!

- Não “estou querendo dizer” nada! – o garoto debochou – Estou afirmando! Sua irmã e seus primos já foram selecionados pra essa equipe! É meio estranho não? Levando em consideração que você é o capitão!

- Isso mesmo, eu sou o capitão e caso não esteja satisfeito com isso, dê meia volta e vá embora! – Alvo tentava conter a raiva – Escutem bem, eu não seleciono as pessoas por serem da minha família ou não! – o moreno falava para os outros e sua expressão era séria – Se eu julgasse Lily, Rox ou Fred incapazes, com certeza não estariam nessa equipe, mas como vocês viram, os três têm talento e capacidade suficiente para serem escalados! Agora, se acham o contrário e suspeitam de qualquer coisa, digam agora ou vão embora! Não vou tolerar que vocês julguem minha imparcialidade dessa forma!

Um silêncio incômodo se instaurou no campo. Nenhum aluno parecia respirar, diante do olhar severo do capitão. Eles não haviam o que questionar. De fato, os três membros da família tinham se saído de forma excepcional, e ninguém poderia dizer o contrário.

- Ótimo, já que todos entenderam o recado, vamos aos testes pra goleiro. – Alvo quebrou o silêncio – Lily, Rox e Aaron, por favor, venham aqui! Vocês é que vão testar os candidatos. Ao meu sinal, atirem a goles, façam as manobras, tentem despistar os goleiros. Preciso conferir o reflexo dos jogadores.

Conforme o capitão mandou, os artilheiros praticamente davam um show montados nas vassouras. Não foi preciso nem um lance difícil para metade dos candidatos serem eliminados. Depois de mais algum tempo de vôos rápidos, manobras eficientes e goles arremessadas, houve um empate entre dois goleiros: Jason Smith e Hugo Weasley.

- Ótimo! Não duvido nada que serei descartado! – Jason disse revoltado – A namorada do Weasley é artilheira, sem dúvida vai facilitar pra ele.

- Escuta aqui, seu projeto de gente... – Lily começou a dizer, mas foi interrompida pelo irmão.

- Em primeiro lugar, estamos em fase de testes, e tenho certeza que minha irmã não facilitaria pra ninguém, pois não quer ver nosso time perder o campeonato das casas, só pra deixar o Hugo feliz! – Alvo disse seco – Em segundo lugar, os artilheiros não irão fazer os testes finais com vocês!

- Não? E quem fará então? – Jason perguntou confuso.

- Eu! E se prepare, você é o primeiro! – Alvo entregou a prancheta na mão da irmã, pegou sua vassoura, e levantou vôo. – Vamos lá Smith ou nesse ritmo lerdo os testes só terminam amanhã!

Ao ouvir a provocação do capitão, Smith logo pegou sua vassoura e foi pra perto dos aros. Sorriu debochado e fez um sinal com as mãos, para que ele mandasse a primeira goles e foi exatamente isso que o moreno Potter fez. Só que para desespero do candidato a goleiro, Alvo, antes de arremessar, fez várias acrobacias geniais, até que enfim, lançou a goles com tanta força, que passou direto por Smith.

- É assim que pretende ser goleiro, Smith? Vamos, me mostre do que é capaz! – Alvo debochou, e nos instantes seguintes fez 4 gols consecutivos, deixando Smith zonzo com os movimentos rápidos da vassoura. – É... De 7 goles, você pegou apenas 2... Se é assim que pretende entrar na equipe, é melhor torcer pro Hugo ficar temporariamente cego ou lerdo! – o moreno riu – Vamos logo Hugo, pegue sua vassoura e venha fazer o teste! Não temos a tarde toda!

Com um misto de diversão e apreensão, Hugo pegou sua vassoura, mas antes que pudesse levantar vôo, ganhou um beijo de boa sorte de Lily, (Alvo fez uma careta nessa hora), e só então foi fazer o teste.

Estava a 15 metros de altura, encarando o capitão, e sabia que teria que suar pra conseguir a vaga. Se Alvo tinha pegado pesado com Smith, sem dúvida fazia picadinho dele, na primeira oportunidade. Hugo sabia que precisava estar bem concentrado ou não pegaria nem poeira.

- Acha que vai conseguir entrar pra equipe fácil, Weasley? – Alvo perguntou sarcástico, voando de um lado para outro na vassoura.

- Não! É claro que não! – Hugo respondeu sério – Potter, se você praticamente atropelou Smith com as goles, já tenho idéia do que pode fazer comigo!

- Que bom... Pelo menos você já tem consciência do que lhe espera! – o moreno riu – Tá vendo o que dá, mexer comigo?

- Em primeiro lugar, eu não mexi com você! Estou namorando sua irmã, e caso não tenha percebido, o único que faz objeções a esse fato é você! – Hugo respondeu tranqüilo – Em segundo lugar, cunhadinho, vamos logo começar os testes, tá ficando chato já, e o pessoal lá embaixo tá olhando!

Alvo pensou em responder a provocação, mas achou melhor descontar sua raiva em suas manobras. Embora soubesse que o primo/cunhado, era melhor goleiro que Smith, não deixaria ele pertencer à equipe de maneira tão fácil. Hugo teria que suar a camisa pra conseguir uma vaga.

Com uma mão segurando a goles e a outra segurando a vassoura, Alvo cortou o ar tão rápido, que as pessoas que assistiam, mal conseguiram ver. O moreno deu um, dois, três giros graciosos no ar, e quando Hugo menos esperava, arremessou a goles com tanta força, que ela poderia ser confundida com um balaço.

Para surpresa do capitão, Hugo, que acompanhava todos os movimentos do moreno, praticamente sem piscar, ao ver a goles voar em sua direção, fez um movimento rápido com a vassoura e conseguiu rebatê-la pra longe.

No campo, todos aplaudiram entusiasmados.

- Então é guerra que você quer, Weasley?

- Não exatamente, mas se você estiver declarando uma, estamos aí pra isso! – Hugo debochou.

E não deu outra. Alvo, movido por uma raiva súbita, utilizou de todas as jogadas perigosas e rápidas, enquanto Hugo, praticamente dançava com a vassoura no ar, para conseguir impedir que as goles ultrapassassem os aros.

- O que eles estão fazendo? – Roxanne perguntou sem tirar os olhos dos rapazes que travavam uma guerra no ar.

- Não sei, mas tô começando a me assustar! – Lily respondeu preocupada.

- Se assustar? Qual é prima, isso é genial! Eu tô com pena da goles, que a cada 5 segundos leva uma pancada de um dos dois! – Fred riu e continuou acompanhado.

No ar, a briga não parava. Alvo arremessava e Hugo pegava a goles. Aquilo parecia não ter fim. Uma ou duas vezes a goles entrou nos aros, mas nada que comprometesse o desempenho fantástico do ruivo Weasley.

Os dois estavam cansados, suados e ofegantes, mas aquela batalha de egos parecia alimentá-los. Percebendo seu estado e o do primo, Alvo ergueu a mão em sinal de tempo e ordenou que Hugo o acompanhasse de volta ao campo. Mal pousaram no campo, e grande parte da equipe correu em direção aos dois.

- Bem vindo à equipe! – Fred disse entusiasmado.

- Mas eu ainda não disse que ele tinha entrado! – Alvo protestou, embora soubesse que estava sendo ridículo, afinal de contas, por mais que ele detestasse a idéia, Hugo havia jogado de forma excepcional.

- E precisa dizer? O Hugo foi genial! – Roxanne sorriu e foi abraçar o primo.

- Certo, é... Bem vindo à equipe! – Alvo falou seco e se virou para os demais – Agradeço a todos que se inscreveram, e o pessoal do time, direto pro vestiário!

Alvo não precisou pedir duas vezes para que tivesse sua ordem obedecida. Era um bom capitão e por isso tinha o respeito, não só da equipe, como de sua própria casa. Agora ele ocupava o posto de apanhador, que antes era de seu irmão Tiago. Descobriu que era melhor apanhador do que artilheiro, embora ninguém pudesse negar que suas jogadas eram fantásticas.

Após uma breve reunião com a equipe, todos foram liberados para voltarem pro castelo. Hugo caminhava com Lily pra fora do vestiário, mas ao ver que Alvo havia ficado, inventou uma desculpa qualquer pra voltar, e pediu que ela o esperasse no castelo.

O moreno Potter estava sentado em um dos bancos do local. Estava sem camisa e vestia somente a calça do uniforme. Não se surpreendeu ao ver Hugo parado próximo aos armários.

- Não espera que eu lhe dê parabéns e diga que estou feliz por seu ótimo desempenho, não é?! – Alvo perguntou irônico.

- Na verdade se você fizesse isso, eu estranharia! – o ruivo respondeu de forma simples – Mas espero que esteja feliz por ter um bom goleiro na equipe!

- A equipe precisa de você, eu não! – Alvo retrucou – E além do mais, o que te faz pensar que é um bom goleiro?

- Não sei... Talvez o fato deu ter pego grande parte das goles arremessadas por um ótimo artilheiro, me faça ter essa idéia!

- Se pensa que vai ganhar minha simpatia fazendo elogios, está muito enganado!

- Não quero sua simpatia! – Hugo disse firme – Só quero entender o motivo dessa mudança!

- Quer entender? Vejamos então, você está com a minha irmã caçula, isso é pouco pra você?

- Cara, quando você vai parar de implicância e entender que eu amo a Lily?

- É difícil acreditar nisso, quando antes você era apaixonado por metade das meninas do colégio!

- Ah, por favor! Você quer comparar as “paixonites” que eu tinha, com o que sinto pela sua irmã? – Hugo riu.

- Eu não sei o que sente por ela, o que torna praticamente inevitável a comparação!

- Você quer saber o que eu sinto por ela?

- Sim!

- EU AMO SUA IRMÃ! – Hugo gritou já impaciente – Não me pergunte como ou quando começou isso, mas eu amo a Lílian! Ela me faz sentir bem, eu consigo ser exatamente quem sou quando estou com ela. Nossa relação é diferente! Não envolve somente a atração que sentimos, mas também a amizade e o respeito que temos um pelo outro, há tempos!

- E acha que com essa explicação eu vou me convencer que você é o cara certo pra ela?

- Não sei, mas deveria! Não quero o mal pra Lily, e me admiro por você pensar uma coisa dessas! Me conhece desde pequeno e sabe muito bem que não faria nada, NADA, pra magoá-la! Agora se não acredita nisso, é problema seu! – Hugo estava irritado – Alvo, você pode fazer o que quiser! Pode implicar comigo, transformar minha vida num inferno, que nem assim vou desistir dela... E não se preocupe, também não vou contar nada a respeito desses seus surtos de irmão mais velho, acho que Lily não precisa saber o que o irmão faz, quando ela não está vendo!

Alvo e Hugo se encararam por certo tempo. O moreno parecia dividido entre a vontade de azarar o ruivo e a de aceitar logo esse namoro.

- Adianta se eu disser que não tenho medo de você e essa sua cara de “você vai se arrepender por isso”, não me intimida? – Hugo perguntou, embora soubesse que isso poderia aumentar a fúria do primo.

- Não! – Alvo respondeu seco – Mas isso me faz perceber o quanto tô sendo idiota!

- Que legal! Percebeu isso sozinho, ou precisou de ajuda pra chegar a essa conclusão?

Alvo encarou o primo, mas logo começou a rir. Ele precisava concordar que estava sendo exageradamente ciumento, e detestava admitir que era melhor ver a irmã com uma pessoa que ele conhece e confia, do que outro qualquer.

- Certo, eu sei que exagerei...

- Exagerou demais!

- Vai me interromper ou vai me deixar falar?

- Não, prossiga! – Hugo disse sorrindo.

- Obrigado! A Lily é a coisa mais importante da minha vida e se eu fiz tudo isso foi com medo que você a magoasse... Então desculpa e prometo que vou tentar não ser mais tão ciumento!

- Eu te desculpo com uma condição!

- Qual?

- Nunca mais queira travar um duelo comigo em pleno ar! Seus arremessos são quase mortais! – os dois riram, e se abraçaram. Finalmente a paz entre os primos havia chegado.



***




Nos terrenos da escola, grande parte dos alunos se encontrava espalhado. Como não tinham aula, aproveitavam para se refrescar a beira do lago negro, ou jogar conversa fora, deitados sobre a grama.

Scorpius estava sentado à sombra de uma árvore, conversando com os amigos. Ter um dia de folga, em meio aquela semana tão cheia de trabalhos e deveres parecia realmente um milagre. Ele, era o que mais chamava atenção em meio aos sonserinos. Não que os outros não fossem bonitos, mas o loiro, era o mais cobiçado. Fosse pelos seus olhos claros, fosse por seu físico invejável, a questão era que Scorpius Malfoy, sempre, desde criança, chamou a atenção das meninas.

De longe, Maris e Paola apenas observavam o ir e vir das pessoas no jardim. Sentiam um profundo tédio e nada parecia animá-las. Três semanas naquela escola e nada que realmente pudesse ser chamado de válido. Foi quando os olhos de Maris pousaram sobre o grupo de sonserinos e ela sorriu.

- Sabe Pah, eu andei pensando... Acho que está na hora de mostrar a que viemos! – o tom de voz da morena era debochado.

- Hum... Interessante... Suponho que você tenha um plano, não é?

- Talvez... – a morena apontou discretamente para Scorpius e viu a amiga dar risada.

- Sabia! Eu sabia! Casais felizes e populares sempre te enojaram! – Paola comentou rindo – O que pretende fazer?

- Eu? – Maris encarou a amiga com um sorriso cínico – Só quero mostrar a ele, que existem coisas melhores na vida, do que ser noivinho de uma sabe tudo irritante!

- E como pretende fazer isso? – Paola perguntou – Porque precisamos concordar que separar aqueles dois vai ser difícil! Olha só, quanto amor! – ela suspirou docemente e apontou para Rose, que se aproximou do loiro e o beijou carinhosamente.

- O amor nem sempre resolve tudo, minha querida! Você deveria saber disso!

- Eu? Mas eu nunca amei ninguém, como deveria saber? – ela perguntou debochada.

- Ah é, eu me esqueci que tudo pra você nunca passou de um jogo!

- Como se com você as coisas fossem diferentes!

- Por isso mesmo! Nós, minha cara, somos a prova viva de que nem o amor mais sincero supera o ciúme e a inveja! – Maris concluiu – Vamos destruir a vida deles, e eu quero que você me ajude!

- É claro, adoro brincar!

- Se eu fosse você, aproveitava o jogo, e tentava separar o outro casal de noivinhos! Convenhamos que o melhor amigo do Scorpius é gato!

- Ótimo! – Paola sorriu – Que os jogos comecem!





***



N/A: Não vou falar nada relacionado ao capítulo.

Acho que há uma coisa mais importante a ser dita.

Quero que me desculpem pelo meu “surto” no meio da semana, mas é melhor dar a bronca logo antes que as coisas começassem a fugir dos limites.

Galerinha, brigar por causa de personagem é a coisa mais sem noção! Criei a fic com o propósito de divertir vcs, e não de causar brigas =/

Sei que passei dos limites com aquela bronca, mas não agüentava mais ver tal coisa.

Enfim, é só isso!

Desculpem!




Resposta dos comentários, por Vincent Williams


- Ah, fala sério, nem precisava de apresentação! Uma pessoa carismática como eu, dispensa qualquer tipo de aviso prévio! – o moreno disse convencido.

- Vincent, por favor, eu deixei que você viesse aqui responder os comentários, e não exaltar sua imagem! Atenha-se a sua função e pare de se sentir o último trakinas de chocolate do pacote! – Mily revira os olhos, em sinal de cansaço.

- Olha, não sei o que é trakinas, mas se é de chocolate, é sinal que é bom! E convenhamos, eu sou melhor do que qualquer doce!

- Vincent! – ¬¬.

- Tá, parei! Vamos aos comentários!

Maris
Cara, você tem o mesmo nome da novata do colégio! E cá entre nós, eu preciso confessar que aquela menina é do mal... Aquele olhar psicopata, nariz empinado, jeito francês de ser... Nada contra os franceses, minha bisavó era francesa e não cheirava bem... Talvez porque não tomasse banho, e se enchesse de perfume, mas isso não vem ao caso...
Agora me diga, pra que você quer a lista com os nomes dos garotos mais bonitos do colégio? Tá na cara que eu ganho disparado. Moreno, inteligente, divertido... Você não precisa de mais nenhum nome, a não ser o meu, e... AI SOPHIE, NÃO PRECISA BATER, ERA BRINCADEIRA... enfim Maris, é melhor você procurar mesmo outros garotos do colégio. Vá, vá Maris e encha esse pergaminho de nomes! Seja livre, faça que nem o Free Willy e pule pra liberdade!

- O que o Free Willy tem a ver com a história? – Mily encara o personagem com uma expressão confusa.

- Sei lá! Não faz pergunta difícil ok?! Vamos ao próximo comentário.

Pah

Aeee, você tava na capa! \o/ Mas como não te vi na capa? Aliás, eu tava na capa? Mily, preciso dizer que colocar excesso de Rose deixa a mim e aos outros meninos com um ar “aboiolado”! Usa azul, verde, preto, mas pelo amor de Merlin, chega de rosa!

- Vincent, atenha-se ao comentário, por favor!

- Ah, certo. Deixe-me ler primeiro né ¬¬

Pah, é claro que você amou o capítulo, eu estou nele, é impossível não gostar! O Alvo é realmente um chato, coitada da irmã, só quer se divertir e cair na gandaia! Deixe a garota livre. VOE PASSARINHA, VOEEEEE. Eu não vou falar a respeito da qualidade física das novatas, porque minha loira é ciumenta e está me encarando com um daqueles olhares que dizem “fale qualquer coisa Vincent, e eu faço você dormir no sofá!”. Pode não parecer, mas o sofá do salão comunal da Sonserina, é desconfortável e me faz ter dores nas costas, então preservando minha integridade física, pularei a parte dos atributos das meninas.

Caracas, o que vocês vêem na garota misteriosa? Ela é misteriosa, sem graça e a voz dela ecoa por todos os lados... Parece assombração! A gente tá lá, se divertindo, e de repente, a voz da garota misteriosa aparece... Tudo bem que a gente não escuta, mas sabemos que ela está lá, e é isso que importa!

Maari-Weasley

Os vilões sempre dão o que falar, é fato! Você não vê nas novelas? Eles estão sempre em alta, sempre aprontando, sempre metendo o nariz onde não devem, mas no final, nós, mocinhos quase ingênuos e legais pra caramba, nos damos bem e somos felizes pra sempre, tipo aqueles contos de fadas trouxas!

Brenda

A questão não é o que o Scorpius vai fazer com o Adam, a questão é o que vai acontecer comigo! Pois caso vocês não tenham reparado, toda vez que a Rose ou o Scorpius estão de péssimo humor, sou eu que escuto! Impressionante, uma bomba cai na Conchichina e a culpa é de quem? MINHA! Eu que pago o pato no final! Os dois separados, significa “Vamos descontar o péssimo humor no Vincent, ele é o amigo legal que vai entender nossas frustrações!”. Sim, eu sofro! E OUVIU NÉ MILY? POSTAAAAAAAAAAAAA, seja lá o que for, MAS POSTE! O capítulo e não o de luz que fica no meio da rua.

- Vincent, eu não sou burra!

- Eu sei, eu sei Milusca, mas é sempre bom explicar né! Essa coisa de poste ficou meio ambígua.

- Mi o que? Que diabos significa isso, Vincent?

- Prefiro não comentar! Próximo comentário, por favor!


Olívia Mirisola

Isso aí, tô contigo! Vamos criar um movimento “odeiem o Adam, ele merece!”. Ninguém pode desafiar a Rosecreide. Ela é a melhor, não há o que se discutir.

- Nossa, você só vai dizer isso?

- Quer que eu diga mais o que?

- Sei lá! Você falou tão pouco! – Mily faz uma cara de assustada.

- Tá vendo? Se eu falo demais, você reclama, se eu calo a boca, você também reclama! Por favor, decida-se! Tô ficando confuso!

Jacgil

O drama do Duda foi realmente patético. Ainda bem que o tio Draco tava lá pra salvar a pátria!
A música do chapéu seletor foi obra da autora. A mente fértil dela às vezes me assusta o.O’
Mais uma comentando da tal garota misteriosa! Essa garota tá fazendo mais sucesso que loja em liquidação com 50% de desconto.

Viviane Cipriano

Aeee, eu escapei da sessão de esculaxos! Sinal que eu tô agradando! kkkkkkk
Olha eu entendo essa sua revolta com o ciúme do Alvo... Eu também acho essa coisa de irmão ciumento uma chatice, até porque eu sofri bastante com o meu cunhado, gigante e mal-humorado ¬¬
Sobre a capa, eu CONCORDO PLENAMENTE E ACHO QUE DEVERÍAMOS LANÇAR UMA CAMPANHA: MILY, CHEGA DE ROSA! Por Merlin, minha vista fica ofuscada com tanto Pink ¬¬

Mylene

- Preciso responder seu comentário? – Vincent pergunta, encarando a autora.

- Não!

- Ótimo, vou responder!

- Se você ia fazer isso, pra que me perguntou?

- Porque eu gosto de te contrariar.

- Aff...

- Então, blá blá blá blá blá, é isso aí Mily, obrigado pelo comentário!

- Só isso?

- Você é a autora, não esperava que eu fosse dizer que fez um comentário lindo né? PRÓXIMOOO.

Fernanda Hatae

Meninas... Sempre amam cor de rosa... U.U
E não tem jeito, nem que o mundo acabe, a Rosecreide vai deixar de ser CDF.

Reji Granger

Olha, sem querer cortar seu barato, mas já cortando, a Mily só escreve rápido porque o pessoal e eu ficamos no pé dela! Se deixar, ela dorme e esquece da gente!

- Isso não é verdade! – Mily olha pro moreno revoltada – Eu levanto todo dia às 8 da manhã pra conseguir escrever, e você fala uma coisa dessas?

- Tá bom... – Vincent faz uma careta – Voltando ao comentário, Reji eu gostei da idéia da casa no meio da floresta proibida com a placa “intrusos”, ficaria bem legal, e poderíamos jogar os idiotas pra lá! Gostei da idéia...

Scorpius e Rose se ferraram! Também, quem manda a ruiva ter primos pequenos? Se fosse eu não abriria a porta, e deixaria os pestinhas chorando! HAIHAUAHAUAHu, tá é brincadeira, eu não faria isso! Mas adoraria fazer...

E mais uma fala da garota misteriosa! Eu vou virar o garoto misterioso daqui a pouco, quero sucesso também!

Marina

Ahaaaaa, a Mily disse que vc estava com medo da minha resposta! Mas eu não entendo o pq, já que sou o cara mais legal da fic.
Como assim você ficou na dúvida? É claro que quem sabe mais é a Rosecreide! O cérebro daquela ali é anormalmente projetado para caber toda a sabedoria do mundo e mais um pouco! Não duvido nada que ela seja capaz de saber o que vc tá fazendo, há quilômetros de distância.

- Vincent, vc tá falando da Rose ou do Voldemort?

- E tem alguma diferença?

- Claro que tem! Voldemort era mal e cruel!

- Eu torno a perguntar: tem alguma diferença?

- A Rose não é má!

- Você já viu aquela ruiva irritada?

- Não, mas...

- Acredite, ela quando está irritada, coloca o cara de cobra no chinelo!

- Cruzes ¬¬

Marina, continue comentando, pois eu não mordo, ok?!


Gabriela Santana

Pq vc acha que alguém vai atrapalhar minha vida com a loira? Por favor, não jogue praga! A minha loira e eu somos felizes e é isso que importa HAUAHUAHAUAHUA

Sim, a fic tá muitoooo boa, pq eu faço parte dela!

- Vincent, já chega ¬¬

- Calma, tá quase acabando!

Larissa

O Moss é o típico corno. Chifrado por semanas, e é o último a saber... hauahauahuahaua

Olha, sobre a garota misteriosa... Acho que o fato dela ser misteriosa, significa que ninguém deve saber quem é, não?! Kkkkkkkk Nem eu, que estou na fic desde os 14 anos, sei quem é essa ditacuja! Mas enfim, vamos deixar isso pra lá e ser felizes!


Hiorrana

Fontes me informam que você adotou a autora... Por isso ela anda mais irônica, má e cruel que antes u.ú kkkkkkk

Mas tudo bem, vamos pular essa parte!

Sabe, concordo com vc sobre Gossip Girl... Eu tentei impedir a autora de assistir, mas ela não me escutou, e pronto, colocou uma garota misteriosa na história e agora sou obrigado a ver minha vida espalhada por toda escola...

Castigue sua filha por isso, ela merece!

- Vincent, não dê idéias!

- Pq, ela é sua mãe, não? Tudo bem que alguns meses mais nova que você, mas ainda sim é sua mãe!

- Pq não pede pra ela lhe castigar?

- Pq eu sou irônico, lindo, charmoso e a fic precisa de mim!

- Errado, você precisa de mim! Ser autora me dá o privilégio de acabar com o personagem que eu quiser, sabia?

- Mily, você é cruel!

- Eu sei, aprendi com a Hio =)



Tudo certo minha gente, eu vou ficando por aqui! Semana que vem, eu apareço, na mesma hora e no mesmo local!

- Essa sua frase foi horrível.

- Faz melhor então!

- Certo! – Mily se recompõe.

Até semana que vem!

Adoro vcs!!!

Xoxo,

Mily!


- Mily e Vincent, vc quer dizer ¬¬


- Ok ¬¬

Xoxo,

Mily&Vincent.





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Comentários (1)

  • LelecrisMalfoy

    Tô adorando a continuação da fic.Rir de mais com os comentarios do vincent no final♥

    2012-05-07
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