Diamantes de Sangue



N/A: E então, mais um ano chega ao fim. Pois é, esta ano não foi fácil. Tivemos crise financeira, política... Tivemos enchentes no Norte e Nordeste e seca no Sul. Tivemos a morte de gente querida, como Michael Jackson e Patrick Swaize. Tivemos a gripe Suína, que aterrorizou o mundo.

Mas também tivemos muita coisa boa. Saímos da crise econômica fortalecidos, mostrando que o Brasil de hoje não é mais tão instavel como no passado. Superamos a gripe Suína, com um impacto muito inferior ao resto do mundo. Vimos a solidariedade do nosso povo, ajudando àqueles que perderam tudo nas enchentes. Vimos as pessoas se unindo em oração pelos que partiram.

De minha parte, não posso reclamar deste ano que está se encerrando. Sei que não estive presente aqui tanto quanto gostaria, mas acredito que esta fase já tenha passado. Ou, mesmo que volte, não será tão incisiva, de modo que em 2010, estarei atualizando minhas fics com uma periodicidade maior. No âmbito pessoal consegui várias conquistas, que só me deixaram ainda mais feliz e completo. No Lumus, tivemos eventos maravilhosos, com pessoas maravilhosas, que neste ano se afirmaram ainda mais como sendo importantíssimas na minha vida.

Assim, que venha 2010. Que este ano que está para se iniciar seja, ao menos, tão bom quanto o que está terminando hoje. De preferência, muito, muito melhor.

Um feliz Ano Novo a todos,  com muita esperança, saúde, felicidades e Luminosidade.


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Sobre o Capítulo:

Como alguns já sabem, gosto de prestar pequenas homenagens em minhas fics. A filmes (como no caso do título deste cap), a personagens da literatura em geral, de séries. Vocês poderão perceber algumas já neste cap e outras aparecerão ainda no decorrer desta ou da outra fic ( Cavaleiros do Graal). Espero que gostem do capítulo.


Capítulo 07 – Diamantes de Sangue


 


 


 


A África do Sul é um país localizado no extremo sul do continente africano, banhado pelos oceanos Atlântico e Índico. É conhecido desde o início da expansão marítima-comercial, por ser neste ponto que se localiza o Cabo da Boa Esperança. Nesta mesma época foi fundado um de seus principais portos, existente até hoje, na Cidade do Cabo. Com o passar dos anos, esta se tornou a capital do país. Mas não a única. Hoje, a administração do país é dividida entre três capitais. A Cidade do Cabo, onde fica a administração legislativa, Pretória onde está concentrada a administração executiva e Bloemfontein onde fica a judiciária.


 


Quando finalmente o avião terminou de taxiar na pista do aeroporto da Cidade do Cabo, todos puderam finalmente soltar os cintos de segurança e iniciar o desembarque. Um jovem alto e forte, de cabelos negros e olhos azuis levantou-se rapidamente, soltando um muxoxo de impaciência. A seu lado, uma moça igualmente jovem, de cabelos louros na altura da cintura e olhos incrivelmente verdes também se levantou, balançando a cabeça em sinal de igual desagrado, mas pela reação do rapaz. Um terceiro personagem, um rapaz um pouco mais velho do que os outros dois, também loiro, porém com os cabelos curtos e um tanto espetados, olhos também verdes, mais baixo do que o moreno mas apresentando uma quantidade de músculos muito maior, ria baixinho, enquanto seguia seus companheiros. Assim que se aproximou, sussurrou.


 


 


- Sabem, nós estamos disfarçados por um motivo. Não chamar a atenção. E vocês estão conseguindo justamente o contrário, tive a impressão de que todos no avião perceberam vocês dois se estranhando durante a viagem.


- A culpa é do seu irmão. – Sussurrou Hermione, irritada – Ele é quem não desamarra essa tromba e ficou a viagem inteira me provocando.


- Eu não fiz nada. – Retrucou Rony rispidamente, seguindo pelo corredor.


- Rony, é melhor você parar com essa besteira. Já estamos aqui, os três, então chega de criancice. – Finalmente Carlinhos perdeu a paciência com o irmão – Temos um objetivo a alcançar e a ajuda da Mione já se mostrou mais do que importante para isso. Não se esqueça de todo trabalho de pesquisa que ela fez antes de viajarmos, tentando identificar onde procuraríamos. E de que se não fosse por ela, não estaríamos tão bem disfarçados.


- Obrigada Carlinhos. – Agradeceu Mione, sorrindo para o amigo.


- Não estou dizendo que a ajuda dela não foi ou é importante. – Rony virou-se, fazendo os outros dois também pararem e conseqüentemente, quem vinha atrás – Só estou dizendo que acho a presença dela aqui desnecessária. Um risco para todos.


- Aqui não é local para discutirmos isso, Rony. Vamos descer do avião, ainda temos um longo caminho pela frente. – Carlinhos foi taxativo, deixando claro ao irmão que não permitiria que a discussão continuasse.


 


 


Após desembarcarem, passarem pela alfândega e finalmente conseguir um táxi que os levassem rumo ao centro do país, região onde existia a maior concentração de minas no país, Carlinhos, lançou um feitiço “Abaffiato” sobre o motorista e retomou o assunto.


 


- Rony, sinceramente eu não consigo entender. Hermione já provou que é mais do que capaz para nos ajudar. Ela é inteligente, espirituosa, amiga... Não tem o menor cabimento na maneira que a trata.


- Não se preocupe, Carlinhos. O seu irmão já deixou bem claro que não suporta a minha presença. Nunca suportou. Ele não consegue pensar em mais nada a não ser nele próprio e em sua implicância comigo. Se conseguisse ver um pouco além do próprio umbigo, veria que não estou nada satisfeita em estar aqui, sendo insultada a todo instante por ele. Poderia muito bem estar com minha família, a dois continentes de distancia daqui. Mas procuro pensar no bem de todos, em ajudar a revelar a verdade. Por isto estou aqui, agüentando este mau humor dele. E nada fará com que eu vá embora. – Despejou de uma só vez Hermione, olhos rasos d’água e lábios tremendo de raiva. Então virou a cara para o outro lado, fitando a paisagem agreste que passava pela janela.


 


Rony nada respondeu. Como poderia explicar, se ele mesmo não compreendia o que acontecia? Como explicar que o motivo pelo qual não queria Hermione naquela missão era protegê-la? Ele não se importava consigo mesmo e tinha certeza de que seu irmão também podia de cuidar muito bem. Mas a simples idéia de ver Mione ferida ou em alguma situação de risco o deixava louco. E este era outro motivo de confusão para ele.


 


Por tudo que haviam dito desde que se reuniram e por todas as fotos que havia visto, eles eram grandes amigos. Mas ele não podia acreditar naquilo. Se fossem realmente amigos, como explicar a gama de sentimentos que o assolavam desde que a encontrou? Nada daquilo era sentimento de amizade, e isto era uma verdadeira tortura para ele. Pois ficava claro que Mione não o via de maneira diferente. Por isto os acessos de fúria. Por isso os ataques. Eles ocorriam toda vez que seu cérebro doente e perturbado o fazia imaginar e sentir coisas por ela que não deveria sentir enquanto amigo. Pelo menos assim, maltratando-a, afastando-a, ele a mantinha a salvo. A salvo dele mesmo.


 


Depois de algum tempo na estrada, atravessando as savanas africanas, repletas de animais selvagens, finalmente chegaram à cidade de Kimberley, na província do Cabo. Pagaram o taxi e procuraram um hotel onde se hospedar. Descansaram da viagem e no dia seguinte começaram os trabalhos de investigação. Precisavam ser o mais discretos possível, procurando informações sobre uma mina administrada por um casal inglês. Depois de algumas tentativas, finalmente tomaram conhecimento de uma possibilidade. Uma mina, numa cidade próxima, que era sim de um casal inglês e que estava trabalhando a todo o vapor já fazia alguns meses. Voltaram ao hotel, pagaram a conta e no dia seguinte já estavam a caminho.


 


 


Após se instalarem em um novo hotel, resolveram tentar a sorte. Hermione tentou convencê-los a deixarem-na acompanhá-los, mas desta vez até mesmo Carlinhos foi contra. Assim, os dois rapazes partiram sozinhos até a mina, localizada nos arredores da cidade.


 


Mesmo tendo estudado sobre o assunto, nada os havia preparado para a cena que se descortina frente a seus olhos. A mina era um gigantesco buraco, uma cratera negra por onde brotavam homens, empurrando carrinhos e mais carrinhos de terra numa fila indiana incessante, parecendo formigas saindo de um colossal formigueiro. O buraco, que parecia não ter fundo, tinha mais de duzentos metros de diâmetro e para entrar, as pessoas tinham que percorrer tortuosos e íngremes caminhos que cortavam as laterais. Os mineiros pareciam todos iguais, não sendo possível discernir sua cútis. Todos tinham o mesmo tom, de terra. Os mesmos macacões largos e capacetes com lâmpadas a óleo sobre as cabeças, que só reforçavam a sensação de formigas-operárias. Conforme retirada, a terra era descarregada numa saliência próxima, onde uma retro-escavadeira carregava caminhões com ela, incessantemente. A poeira formava uma nuvem espessa e baixa em toda a região, o que atacava os pulmões e provocava tosse nos rapazes. A maioria dos trabalhadores usava máscara ou apenas um lenço para se proteger.


 


Após perguntarem para mais dois rapazes, que estavam sentados descansando sob a sombra de uma das poucas árvores ainda vivas no local, conseguiram identificar onde ficava o escritório, um prédio baixo localizado ao lado direito da entrada da mina. Na verdade, mais parecia um container adaptado. Concentraram-se para deixar a salvo seus pensamentos dos comensais e bateram à porta. Logo um homem atendeu.


 


 


- Quem são vocês? O que querem aqui? – Perguntou de maneira brusca e desconfiada, aquele a quem reconheceram imediatamente como Rodolfo Lestrange.


- Bom dia, senhor. Estamos procurando emprego. – Carlinhos cumprimentou efusivamente, ignorando a maneira rude como fora recebido – Nos disseram na cidade que aqui poderia haver necessidade de gente jovem e forte para trabalhar.


 


Lestrange olhou um tanto desconfiado para os rapazes por um momento e então abriu espaço, indicando com a cabeça para que entrassem. Por dentro o local parecia bem maior do que por fora, o que os dois imediatamente atribuíram a algum feitiço. Mas preferiram não comentar nada, permanecendo com o olhar um tanto subserviente. Sentada atrás de uma mesa, displicentemente com os pés sobre esta, uma mulher que já fora bonita, mas que hoje só demonstrava tédio, brincava com os dedos, entrelaçando-os de maneira compulsiva e parou assim que seus olhos recaíram sobre os rapazes. Um olhar de repulsa brilhou em seus olhos por um instante, antes que ela se levantasse.


 


 


            - Quem são esses dois, Rodolfo?


            - Estão procurando emprego, Bella.


            - Verdade? Não me lembro de estarmos precisando de gente.


- Bom, na verdade ninguém disse que estariam. – Apressou-se Carlinhos. A desconfiança já era esperada e a estória já havia sido ensaiada – Eu e meu amigo, mais a minha irmã, estamos de passagem pela cidade. Nosso dinheiro está acabando, então precisamos trabalhar para conseguir continuar nossa viagem.


- Somos mochileiros. – Emendou Rony e percebendo que o termo era desconhecido do casal, explicou – Saímos da Inglaterra há quase um ano e estamos viajando pelo mundo para conhecer lugares e culturas diferentes. Já estivemos na Europa oriental, Ásia, Egito e daí descemos pela costa leste da África. Daqui vamos subir pela costa oeste e depois América do Sul. Isso se conseguirmos emprego em algum navio, é claro.


- Vocês são ingleses? – Perguntou Bella e sorriu, ante a concordância de ambos – Bom, isto até pode ser interessante. Pelo menos não teríamos que lidar apenas com os nativos locais.


- Tem razão, querida. Já basta todos serem trouxas. – Emendou Rodolfo, mas calou-se imediatamente perante o olhar assustado dos rapazes e outro mortal que recebeu da esposa – Quero dizer, todos aqui serem pessoas humildes.


- E vocês estão apenas de passagem, não é mesmo? Não pretendem se demorar muito por aqui? – Bella parecia muito mais simpática e receptiva, mas era palpável o esforço que fazia para ser agradável.


- Isto mesmo, senhora. Não queremos nada fixo apenas ganhar algum dinheiro para seguirmos viagem. Duas... Três semanas, talvez. – Carlinhos disse.


- Vocês possuem alguma experiência? – Rodolfo perguntou.


- Na verdade não. Mas não sabia que era necessária experiência para cavar a terra e remover pedras. – Rony respondeu.


- Tem razão, garoto. Não precisa. – Respondeu Bella, olhando para ele, irritada – Muito bem então. Vocês podem voltar amanhã logo cedo, arranjaremos algo para fazerem.


 


 


Bella começou a vasculhar sua mesa procurando algo, porém logo parecia frustrada, pois não encontrava o que quer que fosse. Com raiva, varreu os objetos que estavam sobre a mesa, jogando tudo no chão.


 


 


- Não encontro a porcaria do papel para eles preencherem. – Rugiu ela. Então voltou a encará-los e amenizou a feição – Vocês disseram que tem uma moça com vocês?


- Sim, minha irmã. Está na cidade, procurando emprego como atendente em alguma lanchonete. – Apressou-se Carlinhos.


- Ela também está procurando emprego? Mas que maravilhosa coincidência. Como podem perceber, estamos sem alguém para nos auxiliar no escritório. – Disse Bella, voltando a sorrir falsamente – Eu não consigo ter paciência para lidar com toda essa burocracia e meu marido precisa se dedicar à mina para comandar os trabalhos.


- Vocês não possuem uma secretária? – Estranhou Rony, não gostando nem um pouco da possibilidade de Mione passar o dia inteiro enfiada naquele lugar.


- Tínhamos até semana passada. Mas a jovem começou a apresentar alguns problemas de memória e resolveu deixar o trabalho. – Rodolfo sorriu de canto, claramente satisfeito por sua frase não fazer sentido para os rapazes. Estes, porém, haviam compreendido perfeitamente, haviam alterado a memória da funcionária e a mandado embora.


- E ela tem experiência neste tipo de serviço? De escritório? – Continuou Bella.


- Claro que tem. Ela já trabalhou de secretária, em Nova Delhi. – Apressou-se Carlinhos, mal acreditando na oportunidade que estavam tendo – Ela conhece toda a rotina, inclusive folha de pagamento. Trabalha muito bem com computadores e até conhece um pouco sobre exportação.


- Perfeito! – Exclamou Bella, satisfeitíssima – Tragam-na amanhã com vocês. Qual o nome dela? Aliás, vocês não disseram o nome de vocês também, até agora.


- Ah! Pedimos desculpas, não tivemos tempo para nos apresentar. – Carlinhos adiantou-se, estendendo a mão para cumprimentar o casal – Meu nome é Phyleas e minha irmã se chama Temperance. Fitzgerald. Phyleas e Temperance Fitzgerald.


- E eu me chamo Sean. Sean Macgregor. – Foi a vez de Rony adiantar-se e repetir o gesto do outro. – Mas todos me chamam de Mac.


- Você é escocês? – Indagou Rodolfo, franzindo a testa.


- Meu pai é. Mas eu nasci em Londres, sou inglês. – Garantiu Rony, sem titubear. Ele tinha que admitir que a insistência de Hermione em ensaiarem toda aquela vida falsa realmente fora uma ótima idéia.


- Ótimo. Então, voltem amanhã. – Concluiu Rodolfo.


 


 


Os rapazes deixaram a sala, a mina e pegaram a estrada, voltando para a cidade, ainda pasmos com o transcorrer dos acontecimentos. Estavam tão absortos discutindo, que não repararam em uma figura que os seguia, mantendo uma distância segura. O homem os acompanhou até a entrada da cidade, embrenhou-se com eles nas ruas e ruelas até o hotel em que estavam hospedados e então parou. Aguardou alguns momentos e então desapareceu.


 


 


 


Mais tarde, no quarto que Hermione ocupava, ao lado do dos rapazes, os três conversavam. A garota estava radiante com a perspectiva de poder se infiltrar na mina também. Carlinhos a apoiava, mas Rony era mais reticente.


 


- Não sei gente. Eu concordo que seja uma boa oportunidade, mal dá para acreditar na nossa sorte. Com alguém dentro do escritório, poderemos descobrir muito mais coisa. – Dizia ele, mirando seus agora ruivos cabelos em um espelho – Mas me preocupo com Hermione lá dentro, junto daquela mulher.


- Não acredito que vamos recomeçar esta discussão, Ronald. – Disse Mione, que permanecia sentada sobre sua cama, em posição de lótus, com um travesseiro no colo – Será que um dia você vai confiar em mim? Achar que sou realmente capaz?


- Hermione, não duvidamos de sua capacidade. Temos certeza de que se sairá bem. Provavelmente, muito melhor do que nós, na mina. Você é inteligente e vai conseguir se sair bem no seu disfarce. – Tentou amenizar Carlinhos, que estava sentado em uma cadeira, lançando um olhar recriminador ao irmão mais novo – Não é mesmo, Rony?


- Claro, não se trata disto, Mione. Eu acredito em você. Só não confio naquela mulher. Ela é louca. Não preciso de minhas antigas lembranças para saber disto. Ela é completamente insana e se desconfiar de algo, qualquer coisa que seja, vai machucar você. Eu só estou preocupado com a sua segurança, nada mais. – Justificou-se Rony.


 


Hermione sorriu, comovida pelas palavras do rapaz. Era a primeira vez que ele declarava abertamente algum interesse pelo bem estar dela e ela não podia deixar de se sentir grata por isso. E segura. Rony devolveu um sorriso sem jeito e enfiou as mãos nos bolsos das calças, claramente envergonhado, a ponto de suas orelhas corarem. Hermione achou esta característica um charme, mas conteve-se e continuou a conversa.


 


- Eu agradeço sua preocupação, Rony. Mesmo! Mas quando nos voluntariamos para esta missão, sabíamos que haveria riscos e nos preparamos para enfrentá-los. E qualquer risco vale a pena, você sabe. É pelo bem de todos que fazemos isto. – Disse, convicta.


- Eu sei Mione. Nunca duvidei da sua coragem. – E agora foi a vez de Mione corar frente o elogio de Rony. E ela podia jurar, por um momento fugaz, ter notado um brilho diferente em seu olhar.


- E não se esqueçam que estarei com a minha varinha. Se ela tentar alguma coisa, não hesitarei em usá-la.


- Nós também estaremos por perto, qualquer coisa de errado não titubeie em nos chamar. – Pediu Carlinhos – Três varinhas são melhores do que uma.


- Bom quanto a isto, acho que temos um problema.


- Qual, Mione? – Perguntou Carlinhos, antecipando-se ao irmão que apenas franziu o cenho.


- Pelo que andei pesquisando sobre minas de diamante, é costume que os funcionários, ao final do dia, sejam revistados. Para garantir que não estejam roubando pedras, entendem? – Explicou ela.


- Então, isto quer dizer que não podemos levar nossas varinhas? – Rony perguntou, voltando a parecer bastante irritado – Maravilha!


- Exato! Se estiverem com elas, certamente serão encontradas na revista. E os Lestrange descobririam imediatamente quem somos. – Concluiu Mione.


- Certo! Vamos deixá-las escondidas em nosso quarto, Rony. Se não tem jeito de levá-las, paciência. – Sentenciou Carlinhos. Rony apenas deu de ombros, conformado.


 


Quando amanheceu, o trio apressou-se em sair. Mal haviam virado a esquina do corredor e a porta do quarto em frente ao de Mione foi aberta, dando passagem a uma jovem bonita, de cabelos negros na altura da cintura e olhos igualmente negros, contrastando com uma pele clara. Não deveria ter mais que um metro e sessenta de altura, o que a deixava ainda mais parecida com uma adolescente. Trajava jeans velhas e uma blusa regata branca. Completando o visual, mesmo sob o já forte calor que fazia, ela usava um sobretudo preto. Olhou para onde o trio se dirigira, então se encostou à porta do quarto de Mione e discretamente puxou uma varinha do bolso interno do sobretudo. Murmurou um feitiço e imediatamente a porta se abriu com um clique. Rapidamente ela entrou no quarto e trancou a porta.


 


 


 


Definitivamente, o forte dos Lestrange não era relacionamento interpessoal. Era o que Hermione pensava, naquele instante. Assim que chegaram e as apresentações foram feitas, ela literalmente foi empurrada para o escritório e posta a trabalhar. O que seria outro desafio, pois estava tudo uma tremenda bagunça. Suspirou. Não lhe restava outra alternativa senão colocar tudo aquilo em ordem primeiro, antes de começar a procurar qualquer coisa. Se tivesse sorte, já durante a arrumação encontraria algo interessante.


 


 


Rony e Carlinhos, por sua vez, foram levados por Rodolfo Lestrange para um pequeno galpão, localizado bem na entrada da mina. Era uma espécie de vestiário, onde os mineiros se preparavam para o trabalho. Havia outro galpão ao lado, que parecia ser o refeitório. Parado na porta do vestiário, um homem parecia dar instruções para alguns funcionários. Assim que viu os três chegando, no entanto, dispensou a todos e foi ao encontro do pequeno grupo.


 


 


            - Bom dia, Sr. Lestrange. Gente nova? – Perguntou, apontando para os dois.


- Bom dia, Willians. Sim, estes dois estão começando hoje. Mostre tudo a eles e explique como as coisas funcionam por aqui. – E virando-se para os dois, continuou – Este é Makoto Willians, o capataz da mina.


            - Capataz? – Estranhou Rony, apertando a mão que lhe era estendida.


- Encarregado. – Corrigiu o homem, sorrindo – Velhos hábitos, da época da segregação racial. Claro que hoje em dia todos os trabalhadores são livres, mas alguns hábitos antigos são difíceis de serem esquecidos.


- Tudo bem. – Carlinhos agora apertava a mão de Makoto, retribuindo o sorriso gentil.


- Pode deixar comigo, Sr Lestrange. Vou tomar conta direitinho dos dois. – Garantiu ele para o homem que já se afastava, abanando-se. Estava louco para voltar para dentro de seu escritório. Voltando-se para os recém-contratados, continuou – Entrem, vamos conseguir roupas, capacetes e o que mais vocês precisarão para se enfiar no buraco.


 


 


Os irmãos concordaram e entraram no vestiário. Makoto olhou uma vez mais para o patrão e depois para as costas dos rapazes. E seu sorriso desapareceu, sendo substituído por um olhar clínico e frio. Makoto era um homem negro como ébano, com mais de dois metros de altura, cabeça raspada, ombros largos a mãos enormes. Também era o homem que seguira os Weasleys no dia anterior até a cidade.


 


 


 


*****


 


Harry finalmente deixava a biblioteca. Desde que se recuperara de seu encontro com a Mantícora, Lupin decidiu que ele precisava se aprofundar nos estudos sobre criaturas mágicas. Assim, ele teve que começar a demonstrar certo desinteresse pelo trabalho na empresa, desculpa para conseguir novamente algum tempo livre para voltar a freqüentar a sede da Ordem. Alegara a volta de interesse em sua equipe de corridas e outras desculpas, assim não foi difícil conseguir reduzir sua jornada de trabalho na empresa. Com isso, agora ele tinha a tarde livre, duas vezes por semana, para se aprofundar nos estudos e treinar.


 


Para garantir o máximo de aproveitamento, mais uma vez eles recorreram ao Vira-Tempo. Assim, Harry chegava no início da tarde, mas na verdade conseguia aproveitar o dia inteiro. Naquele final de tarde, especificamente, eles haviam encerrado o treinamento um pouco mais cedo e passaram para a análise dos pergaminhos. Nas duas semanas em que estavam analisando os documentos, pouco haviam avançado em decifrá-los.


 


Não era grego, nem inglês arcaico, nenhum tipo de runa conhecida. Era uma língua muito antiga, porém desconhecida para todos, o que só aumentava ainda mais a expectativa de que ali poderia estar a chave do mistério que cercava o feitiço usado por Riddle. Haviam terminado mais uma rodada de discussões sobre o assunto, agora com a presença de Harry, na esperança de que este conseguisse se lembrar de algo que os ajudasse, mais infelizmente sem sucesso. O grupo deixara a biblioteca, dispersando pela casa em busca de outras atividades e Harry estava se preparando para ir embora, quando os sons vindos de outra sala chamaram a sua atenção. Curioso, foi ver o que acontecia.


 


Com cuidado abriu a porta e entrou. Na sala, mais um dos ostentosos ambientes finamente mobiliados pela família Black, mas que neste momento tinha seus móveis encostados na parede, de forma a garantir um espaço livre no centro, transformado em uma pequena arena, treinavam Gina e Luna, orientadas por Fleur. O rapaz permaneceu onde estava, escorando-se ao batente da porta, enquanto assistia as jovens travarem um duelo de varinhas. Do outro lado da sala, Gui também assistia. Após mais alguns minutos de uma intensa troca de feitiços, tanto de ataque quanto de defesa, finalmente Gina conseguiu atingir Luna, que voou contra a parede e escorregou até o chão, sem fôlego. Todos correram a conferir seu estado, mas a jovem apesar de parecer um pouco tonta – além do seu normal – Estava bem e sorria. Com ajuda de Gina e Gui, que foram os primeiros a chegar ela já se levantava.


 


 


- Foi muito bom, Gina. A cada dia você está se parecendo mais com a Gina de antigamente. – Dizia ela para a amiga.


- Ela tem razão, Gina. Você está progredindo muito bem e numa rapidez impressionante. – Acrescentou Fleur – Mas acho que por hoje já treinamos bastante, logo sua mãe estará nos chamando para o jantar.


- Obrigada! – Agradeceu a ruiva, corando levemente ao perceber que Harry escutara os elogios – Mas eu ainda gostaria de treinar um pouco mais.


- Eu até que gostaria de treinar um pouco mais também, Gina. – Luna começou a responder, mas seu olhar rapidamente se desviou para Harry – Mas eu preciso me recuperar deste último golpe. Por que não treina com Harry? Tenho certeza de que ele não se importaria em ajudá-la. Não é mesmo Harry?


- Claro, seria um prazer. – Anuiu Harry, sem pensar. Na verdade estava atrasado para ir embora, mas não perderia aquela oportunidade - Se bem que não posso me demorar muito.


- Tudo bem. Será rápido. – Gina sorriu, posicionando-se novamente no centro da sala – Isso me lembra uma coisa... Nós nunca duelamos, Harry. Reparou?


- Tem razão. Você sempre teve muitos irmãos para duelar, nunca sobrou uma oportunidade para isso. – Sorriu ele, apontando de um para o outro, enquanto se posicionava também.


- Bom, vou para a cozinha, ver se tem algum suco que ajude a me recuperar. – Anunciou Luna, sorrindo candidamente e já se dirigindo para a porta, lançou um olhar significativo para Fleur.


- E eu acho que já basta para mim por hoje também. Preciso ver se a Srª Weasley necessita de ajuda. – Estendeu a mão para Gui, convidando-o a acompanhá-la – Você não quer me fazer companhia, Guilherme?


- Eu... Acho que devo ficar aqui, supervisionando estes dois. – Respondeu ele, sorrindo timidamente.


- Duvido que Harry machuque sua irmã, Gui. Ou que aconteça qualquer coisa errada nos próximos dez minutos por aqui. – Fleur continuava fitando o rapaz e um sorriso cheio de intenções brotou em seu rosto – E garanto que podemos encontrar uma maneira muito mais proveitosa de gastar nosso tempo do que aqui, tomando conta das crianças.


 


 


Gui a olhou arregalando os olhos e não discutiu mais. Pegou a mão que lhe era oferecida e saiu imediatamente da sala. Harry e Gina aguardaram todos saírem e então caíram numa estrondosa gargalhada.


 


 


- Parece que o Gui não está conseguindo resistir muito aos encantos de Veela da Fleur. Estou certo? – Perguntou Harry, quando as risadas cessaram.


- Na verdade, ele não anda se esforçando muito. Depois de superado o primeiro momento, ele começou a se lembrar de pequenas coisas que os dois viveram, então resolveu relaxar e ver no que dava. – Gina colocou-se em posição, apontando a varinha para Harry – Pronto?


- Pronto!


 


 


Feitiços começaram a cortar o ar, na tentativa de atingir seu oponente. Escudos eram conjurados e a luta mostrava-se acirrada. Gina nunca imaginara que os feitiços de Harry fossem tão potentes. Ela só havia duelado com alguém tão poderoso quando lutara com os mais velhos, como Moody, Minerva ou Lupin. Nenhum outro mostrara tanta força, a ponto de ela mal se agüentar em posição quando algum feitiço atingia seu escudo. Aqueles que passavam ao largo atingiam as paredes causando significativos estragos. Por sua vez, Harry tinha a mesma impressão. Apesar de parecer pequena e delicada, Gina tinha uma força ímpar, uma determinação ferrenha. Não duvidava que em breve ela o derrotaria, tal a sua perícia e agilidade em duelar. Já duelavam a mais de quinze minutos quando Harry decidiu que bastava. Não poderia permanecer mais tempo. Fez um sinal e encerraram o combate.


 


- Parabéns, Gina! Impressionante mesmo, você está lutando muito bem. – Disse um esbaforido Harry.


- Obrigada! Você também é incrível, achei que ia acabar comigo logo no começo. Não é a toa que Lupin e os outros investem tanto em seu treinamento, em breve será invencível. – Sorriu ela, aproximando-se do rapaz.


- Não acredito que alguém seja invencível. Mas obrigado, espero que tudo isto valha a pena, que na hora certa eu consiga fazer o que é necessário.


- Conseguirá, tenho certeza. E vou estar lá para ajudá-lo, no que eu puder.


- É por isto que está treinando tanto?


- Não quero ser a donzela indefesa que você conheceu. Já disse, aquela não sou eu. Quando a hora chegar, quero estar ao seu lado. Ajudando-o. E para isso, tenho que estar à altura, quero ser seu apoio, não mais um motivo para se preocupar ou distraí-lo.


- Nunca a vi como uma donzela indefesa. Desde que a conheci, o que vi em seus olhos foi coragem e determinação. Havia medo, claro, mas isto é natural. Todos temos nossos monstros no armário. Mas nunca a julguei mal, tenha certeza disto.


- Monstros no armário? Bom, neste tópico você é expert, não é mesmo? – Riu ela. Só então notou que o espaço entre eles quase não existia mais, que estava perto, muito perto de Harry e nem se dera conta de como chegara ali.


- Pode-se dizer que sim. Tenho vários, alguns ainda escondidos sob o véu da ignorância. Mas sinto que estão lá, apenas aguardando para sair e me assombrar. – E Harry finalmente fez algo que desejava desde que o embate entre eles terminara. Delicadamente retirou uma mecha de cabelo grudada pelo suor na testa de Gina e desobstruindo sua visão dos belos olhos castanhos. A outra correu rapidamente para a cintura da jovem.


- Harry! – Disse ela ao sentir um arrepio subir por sua espinha ao toque dele. Sua boca secou e ela a umedeceu com os lábios, só para sentir novo arrepio ao ver o olhar dele brilhar ainda mais ao acompanhar seu gesto. Com dificuldade, perguntou – Harry, o que está acontecendo entre nós? O que realmente você pensa sobre a gente?


- Gina, eu sei que já fiz besteira antes. Que já fomos namorados e terminei, pondo tudo a perder. Não quero cometer o mesmo erro agora. – Ela sorriu e estava prestes a beijá-lo, mas ele a segurou e continuou – Mas eu preciso que você entenda o risco que é. As implicações de ficarmos juntos.


- Como, por exemplo, ser perseguida, ameaçada de morte e ter que viver escondida com toda a minha família? – Ela ergueu uma sobrancelha, fazendo uma cara cética – Se não percebeu, tudo isto já aconteceu independente de estarmos juntos ou não.


- Eu sei. Mas você sabe que, se Riddle descobrir que estamos juntos, você será um alvo tanto quanto eu, não sabe?


- E por que acha que ando treinando tanto? Não serei uma presa fácil, não deixarei que me usem contra você. – Garantiu ela.


- Tenho medo que se machuque. – Admitiu ele, acariciando-lhe a face levemente.


- Eu também tenho. Mas mesmo assim, você continua se arriscando, permanecendo naquele lugar.


- É necessário, ainda tenho algo a averiguar lá.


- Eu sei. Mas isto não significa que não seja perigoso. Muito pelo contrário, se fosse fácil, você já teria conseguido concluir a missão. O que sugere que será muito, muito arriscado.


- Só estou sendo cuidadoso, como você me pediu. – Sorriu mais uma vez Harry, tentando passar uma confiança que ele mesmo não tinha – Fique tranqüila, tudo vai acabar bem.


- Acho bom mesmo. – Suspirou ela, encostando a cabeça em seu peito, enquanto ele acariciava seus longos cabelos.


- Hem!Hem! – O som veio da direção da porta, fazendo com que o casal se afastasse imediatamente e olhasse para os gêmeos, ali parados – Gui comentou que vocês estavam treinando, então resolvemos dar uma olhada no “progresso” de vocês.


- E ficamos um tanto decepcionados ao chegar e ver que o treino já havia terminado. – Disse Fred, em complemento ao que seu irmão acabara de dizer – Como foi?


- Eu diria que foi extremamente satisfatório. Pelo menos pela visão do Harry, é claro. – Jorge disse, fuzilando o rapaz com um olhar recriminador.


- Tive a mesma impressão, Jorge. – Fred cruzou os braços frente ao peito, varinha na mão, encarando o rapaz.


- Foi realmente muito bom. A irmã de vocês é uma duelista de primeira. – Harry retirara a varinha novamente do bolso e a segurava firmemente, porém não apontava para ninguém.


- Vocês querem comprovar o resultado dos meus treinamentos? – Perguntou Gina, esta sim apontando sua varinha para os irmãos – Acreditem, diante de atitudes idiotas como estas de vocês, eu sinto imensa vontade de não precisar me conter em um duelo.


 


 


A tensão reinou entre os três irmãos por um momento, mas Harry intercedeu, entrando na linha de fogo e abaixando a varinha de Gina gentilmente.


 


 


- Acho que por hoje basta, Gina. Você já treinou demais. Além disso, preciso ir embora.


- Certo! – Concordou ela, guardando a varinha, porém sem deixar de lançar um olhar mortal aos irmãos – Mas eu estou ficando realmente cansada deste tipo de atitude.


- Eu sei. Eu também. Mas assim que eu terminar esta missão, colocamos tudo em pratos limpos. Para todos. – Garantiu ele, recebendo um olhar de entendimento dela.


 


 


Harry deu-lhe um beijo no rosto e então saiu, abrindo caminho entre os gêmeos. Foi seguido por Gina, que o acompanhou até a porta. Lá ele ainda deu uma piscada para ela, antes de acionar sua Chave-Portal.


 


 


*****


 


 


Já fazia duas semanas que estavam trabalhando na mina. Rony não pensara que o trabalho fosse tão pesado. E algo lhe dizia que Carlinhos também não contava com isso. Era o dia inteiro trabalhando com picaretas, britadeiras, pás e carrinhos. Em alguns túneis até havia máquinas, pequenas retro escavadeiras que faziam o serviço de escavar a rocha, jogar a terra em uma esteira e transportá-la até os carrinhos. Mas isto não acontecia no setor onde eles estavam trabalhando. Aquela seção ainda era nova, os túneis ainda eram estreitos e, portanto as máquinas ainda não tinham espaço para operar. Assim, o trabalho tinha que ser feito à moda antiga, totalmente braçal.  


 


Com isso, os rapazes mal tinham tempo para descansar. Eram poucos momentos, no decorrer do dia, que o encarregado, Makoto, os tirava do fundo da Terra para poderem descansar e respirar ar puro. E mesmo nestes momentos, ele sempre permanecia por perto, o que tornava a missão de procurar alguma pista, impossível de se executar.


 


À noite, quando retornavam ao hotel, havia dias em que sequer tinham vontade de jantar. Hermione, penalizada pelo estado destes, descia ao restaurante e providenciava uma bandeja com o jantar. Os rapazes comiam, tomavam um banho e desabavam em suas camas. Em alguns dias em que o cansaço estava um pouco menor, eles sentavam-se para discutir o andamento da missão e invariavelmente, quem tinha informações para repartir sempre era Mione. Como naquela noite, mais uma de tantas noites quentes e abafadas.


 


 


Enquanto Rony e Carlinhos tomavam banho, ela desceu ao restaurante, jantou e preparou o prato de ambos. Enquanto saia com a bandeja, esbarrou em uma outra hóspede do hotel. Uma jovem que ocupava o quarto em frente ao seu e com quem já se encontrara algumas vezes pelos corredores e ali mesmo, no restaurante. Pediu desculpas, recebeu um sorriso radiante em resposta e logo esqueceu o ocorrido. Voltou ao seu quarto e enquanto eles jantavam, desfez o feitiço que lhe dava outra aparência e tomou um demorado banho. Quando saiu, os dois já haviam terminado e conversavam sentados ao redor de uma pequena mesa sob a janela. Como normalmente as conversas ocorriam no quarto dos rapazes, esquecera-se que estavam no quarto dela naquela noite. Cansada, resolvera já vestir sua camisola e felizmente trazia roupão, o qual fechou imediatamente ao abrir a porta e dar de cara com os ruivos. Mas não sem antes receber um aguçado olhar de Rony, sentado de frente para a porta da qual saíra. Constrangida, tentou ignorar o brilho do olhar que a perseguiu até que ela se sentasse na cama, onde começou a secar os cabelos com a toalha e puxou conversa.


 


            - Então... Sobre o que estavam falando?


- Nada demais. O Rony estava reclamando outra vez do Willians. – Respondeu Carlinhos, dando de ombros.


- Ótimo! Isto significa que seu irmão arrumou outro alvo para descarregar sua frustração? Não serei mais eu? – Brincou ela, tentando esconder o alívio que sentia nos últimos dias. As brigas entre ela e Ronald haviam diminuído sensivelmente.


- Há! Há! – Rony riu, sarcástico – Nem adianta, não vou deixar você me provocar, Mione. Sei que na verdade está com saudades de nossas discussões. Mas estamos em missão, então temos que deixar nossas diferenças pessoais de lado, certo?


- Hei!- Ela pulou da cama, olhando assustada para ele – Que bicho te mordeu? Você é mesmo o Ronald Weasley que conhecemos e admiramos?


- Será que alguém seqüestrou meu irmão e colocou um Comensal no lugar? – Carlinhos entrou na brincadeira e logo Rony estava rubro como uma beterraba.


- Querem parar com isso? Foram vocês mesmos quem disseram para eu parar de implicar. Por que a surpresa, afinal?


- Ok!Ok! Vamos parar. – Garantiu Mione, contendo com esforço o riso – É que estamos realmente surpresos com toda esta mudança para melhor, Rony. Mas afinal, qual é o problema com Makoto? Ele me parece uma boa pessoa.


- Sim, de modo geral ele é legal. O que eu acho estranho é que ele não dá uma folga pra gente. Está sempre no nosso pé, nos mandando fazer alguma coisa. E quando finalmente deixa a gente descansar um pouco, nunca nos deixa a sós. Está sempre por perto, de olho no que estamos fazendo. – Disse Rony.


- Não será por vocês serem novos? – Inquiriu Mione, enquanto penteava os cabelos.


- Sei lá, pode ser. Mas o jeito que ele fica me olhando me incomoda bastante. – Completou o ruivo, enquanto assistia ela arrumar os cabelos num rabo-de-cavalo, deixando a nuca à mostra.


 


 


Mione pareceu pressentir algo, pois levantou o olhar e o pegou em flagrante, os dois ruborizando imediatamente. Carlinhos, que já percebera o clima entre os dois, esforçava-se ao máximo para disfarçar e não constrangê-los ainda mais.


 


Procurando se recuperar, Mione estendeu a mão para sua mesa de cabeceira e pegou caneta, papel e um livro, começando imediatamente a escrever, enquanto voltava a falar.


 


            - Precisamos mandar uma mensagem para Londres. Relatar o que descobrimos.


- O que você descobriu, quer dizer. – Carlinhos voltou à conversa – Afinal, o pouco que sabemos foi você quem descobriu Mione, trabalhando no escritório.


- Carlinhos tem razão. Se não fosse por você, nossa missão teria sido um fiasco completo. Tenho que admitir que estava errado, pelo menos desta vez. – Emendou Rony.


- Só desta vez? – Perguntou ela, olhando para ele, a ponta da caneta indo automaticamente parar na boca, numa atitude que Rony achava extremamente sexy nela – Obrigada! Mas eu só consegui saber para onde os diamantes vão, graças ao computador deles. Todas as guias de remessa estavam gravadas lá, foi fácil descobrir que boa parte do que é retirado, mais especificamente as pedras grandes e mais valiosas, vão diretamente para o porto de Londres, através de uma das várias empresas de Riddle. Consegui levantar qual a periodicidade e quantidade das remessas no último ano, porém não consegui rastrear o destino após entrarem em solo britânico. E isso é frustrante.


- Concordo. Tanto trabalho, tanto tempo aqui e não conseguimos mais nada. Nenhuma informação realmente importante, que pudesse indicar para onde estão levando estas pedras ou para que as estejam usando. – Murmurou Carlinhos, cabisbaixo e pensativo.


- Vou informar isto e avisar que não temos mais nada a fazer por aqui. Que estaremos aguardando completar o mês de trabalho, conforme dissemos que faríamos para os Lestrange, pegar nosso dinheiro e voltar para casa. – Continuou Mione, ainda escrevendo – Vou mandar um e-mail para Gina amanhã pela manhã, antes de irmos para a mina.


- Eu realmente não entendo este sistema maluco que vocês inventaram para se comunicar. – Disse Rony, aproximando-se e olhando o que ela fazia, só então notando que ela não estava escrevendo e sim anotando uma longa seqüência de números em uma folha.


- Eu já expliquei, Rony. Estamos mandando mensagens criptografadas. Foi a forma que encontrei de trocarmos mensagens sem risco de que fossemos descobertos pelos Comensais. – Pacientemente ela começou a explicar, como já havia feito diversas vezes antes.


- Mas você não escreve nenhuma palavra, apenas números e mais números. Como a Gina consegue entender isto? – Continuou ele.


- Por que sua irmã é uma garota inteligente e esclarecida, com a mente aberta e não tem medo de aprender coisas novas. – Disse ela, mas arrependeu-se no mesmo instante – Desculpe, não quis ofender. Sente aqui, vou explicar mais uma vez.


 


 


Rony aceitou o convite, sentando-se ao lado da jovem, na cama.


 


 


- A criptografia é a arte de transformar mensagens em algum tipo de código, de forma a impedir que qualquer pessoa que a leia consiga entender o significado da mensagem. Apenas a pessoa para quem a mensagem foi enviada e desde que tenha a chave de conversão do código usado é quem pode traduzir a mensagem em palavras inteligíveis novamente.


- A idéia é, sem sombra de dúvidas, brilhante. – Rony coçava a cabeça, tentando entender tudo aquilo, sinceramente assombrado com a capacidade intelectual de Hermione, o que também lhe dava um certo peso na boca do estômago. Sentia-se um completo ignorante na frente dela – Mas quais são estes códigos?


- Existem diversos tipos de códigos. Mas eu escolhi um relativamente simples, para não haver risco de Gina ou Lupin, que também faz a interpretação, não conseguir traduzir as mensagens. – Ela abriu então o livro que tinha nas mãos e mostrou a folha – Escolhi usar uma seqüência numérica. Veja, cada letra do alfabeto é numerada. Então, basta substituir as letras da palavra por números e vice-versa, que teremos uma palavra, neste caso, o título do livro.


 


 


Hermione apontou o alto da folha, onde havia a primeira seqüência de números:


 


 


15;18;07;22;12;08;15 – 05 – 16;18;05;03;15;14;03;05;09;20;15


 


10;01;14;05 – 01;21;20;05;13


 


- Mas isto é só para o título. Para a mensagem em si, seria muito trabalhoso fazer isto, então resolvi adotar o seguinte critério. Relaciono, numa tabela, uma seqüência de números, definindo a palavra que quero usar. O primeiro número indica a página do livro, o segundo indica o número da linha e o terceiro indica a posição, nesta linha, da palavra que quero usar. – E Mione pegou a primeira seqüência e mostrou a palavra correspondente a Rony no livro.


- Assim fica mais fácil. – Observou Rony – Não tem perigo de alguém descobrir?


- Seria realmente um código simples, mas aí é que entra a chave. Apenas quem possua a chave consegue interpretar corretamente o segredo, pois eu não uso, necessariamente, as cifras na ordem que eu lhe mostrei agora.


- E existem outras formas de usar? Achei que uma já fosse o bastante. – Rony coçou a cabeça.


- Claro que existe. – Sorriu ela – Eu posso varias a seqüência e a ordem dos conjuntos numéricos, ou seja. Eles podem ser na seqüência normal – Página, linha e palavra – ou inversa. Ou também posso simplesmente alterar a posição de onde se inicia a contagem da palavra na página, ao invés de ser da esquerda para a direita, ser da direita para a esquerda. Também posso colocar a mensagem ao contrário, de forma que a primeira seqüência de números represente a última palavra do texto, ou ainda a primeira da segunda metade do texto. Não existe uma ordem pré-definida para os enigmas e a única forma de saber como traduzir é tendo a chave em mãos.


- Muito engenhoso, Mione. Sem dúvida alguma. – Carlinhos parabenizou, realmente surpreso com a idéia da amiga.


- Se é. E que chave é esta, afinal? – Perguntou Rony.


- Isto! – Mione fechou suas anotações, pois acabara de codificar a mensagem – Apenas eu, Gina e Lupin sabemos.


- Wow! Hermione, não sei se vocês são doidas ou simplesmente geniais. Mas sem dúvida alguma essa idéia é brilhante. Você é excepcional. Pode ser uma Sabe-Tudo metida, mas é a nossa Sabe-Tudo metida, então azar o dos caras. Vamos arrasar com eles.


- Obrigada, Rony. – Agradeceu ela, uma vez mais sentindo o sangue afluir para sua face. Era a primeira vez que não se sentia ofendida por Rony chamá-la de Sabe-Tudo e na verdade, quando ela falava daquele jeito ela realmente gostava.


- Mas agora que meu cérebro de pudim conseguiu absorver essa confusão toda... Ou pelo menos em parte, estou com dor de cabeça. Acho melhor ir dormir. – E assim, ele saiu do quarto, sendo acompanhado pelo irmão.


 


 


*****


 


 


Agora faltavam apenas dois dias para poderem partir. Era cedo e Mione estava terminando de se arrumar, para então entrar no quarto dos rapazes e ajudá-los com o feitiço de disfarce. Ouviu leves batidas na porta. Ficou curiosa, pois não poderia ser os rapazes. Eles não saiam do quarto antes de estarem disfarçados e, além disso, batiam com muito mais força. Distraída foi atender e deparou-se com sua vizinha, ali parada. Sorriu, mas antes que abrisse a boca para perguntar o que ela desejava, esta sacou rapidamente uma varinha e disparou um jato vermelho conta Hermione, que desabou pesadamente no chão.


 


No quarto dos rapazes, ambos já estavam prontos e impacientes. Toda manhã era a mesma coisa, eles se arrumavam rapidamente e precisavam aguardar por Mione. Que sempre demorava. Era compreensível, já que mulher normalmente leva um tempo maior para se arrumar, mas naquela manhã Rony estava com muita fome e louco para descer e tomar café. Andava impacientemente de um lado para o outro no quarto, enquanto Carlinhos estava sentado em sua cama, recostado na cabeceira, com as mãos cruzadas atrás da nuca. Então, um estalo no meio do quarto assustou-os, mas antes que pudessem reagir, ambos foram derrubados por feitiços. O último pensamento de Rony foi de assombro, ao reconhecer o homem que lhe apontava a varinha como sendo Makoto Willians.


 


 


A consciência retornou aos poucos, e a primeira coisa que Rony percebeu era que estava numa posição incômoda. Sentado e com as mãos presas às costas. Também percebeu que sua boca estava amordaçada e então se lembrou do ocorrido. Haviam sido descobertos. Assustado, buscou os companheiros com o olhar, enquanto se debatia, na tentativa de se soltar. Viu Carlinhos de seu lado direito, como ele sentado em uma cadeira e amarrado. Hermione também estava presa, porém deitada em uma cama. Estavam em um quarto, mas não no deles. Trocou um olhar com o irmão, que tentou lhe transmitir alguma confiança, mas visivelmente estava tão nervoso quanto ele. Parados, encostados contra a parede, estavam seus captores. Makoto e uma jovem, que ocupava o apartamento de frente ao de Mione. Tinha quase certeza de que era ali que estavam. Ele percebeu que Mione começava a se mexer e imediatamente Makoto deixou sua posição, indo até ela e ajudando-a a se sentar, deixando-a recostada na cabeceira.


 


 


- Algo me diz que, assim como seus companheiros, esta não é sua verdadeira face. Estou certo, jovem Temperance? – Perguntou ele, apontando a varinha para Mione e murmurando – “Finite!


 


Aos poucos, a jovem foi retomando suas feições originais. Quando terminou, o homem deu um leve sorriso e retomou a palavra, dirigindo-se a todos então.


 


- Vou retirar as mordaças de vocês. Mas peço que se mantenham calmos e falando em tom baixo, ou serei obrigado a calá-los de outra forma. – E balançou significativamente a varinha.


 


Hermione balançou a cabeça, concordando com as condições e ele retirou sua mordaça, enquanto sua parceira fazia o mesmo com os outros dois.


 


 


- Vocês estão bem? – Apressou-se em perguntar Carlinhos, assim que se viu livre – Foram machucados?


- Eu estou bem, só um pouco zonza ainda. – Respondeu Mione.


- Tudo bem. – Garantiu Rony com voz fria e logo emendou – Eu não disse que tinha algo estranho com este cara? Alguém acredita em mim agora?


- Rony, por favor! Não é hora para isto. – Mione pediu, com voz cansada. Não queria começar a discutir justamente naquele momento.


- Claro que agora não é hora. Agora já é tarde demais, fomos pegos e arruinamos tudo. – Retrucou Rony, visivelmente irritado.


- Rony, chega. Fique quieto! – Ordenou Carlinhos, ao que o outro acabou concordando a contragosto.


- Não, não. Não se contenha, “Rony”. Somos todo ouvido. Estamos realmente interessados no que vocês têm para nos dizer. – Cortou Makoto.


- Nem morto, cara. Da gente você não arranca nada. – Grunhiu Rony, calando-se imediatamente.


- Tem certeza? – Perguntou a jovem, que até então se mantivera calada, balançando um pequeno frasco entre os dedos – Sabem o que é isto? Veritasserum.


- É o que? – Perguntou Rony, mas olhou para Mione e percebeu que ela reconhecera o nome.


- Poção da verdade! – Disse esta, contrafeita – Uma gota e falaremos tudo que quiserem saber.


- Ah, que ótimo. Mais uma daquelas poções que Lupin nos mostrou, não é mesmo? Foram tantas que esqueci. – Justificou-se ele.


 


 


Antes que algo mais fosse dito por qualquer um deles, ouviu-se um estrondo vindo do corredor e vozes exaltadas. Makoto fez sinal para que todos permanecessem calados, foi até a porta e olhou pelo olho-mágico. As portas dos quartos em frente haviam sido arrombadas e tinha gente andando lá dentro. Dava para perceber que gavetas eram abertas, móveis derrubados, claramente estavam revirando os apartamentos a procura de algo. Ou alguém. Alguns minutos se passaram até que vozes exaltadas, facilmente reconhecidas por todos, voltaram ao corredor. Assim que se afastaram, Makoto virou-se novamente para o trio, cruzou os braços em frente ao seu avantajado tórax e perguntou.


 


 


- Muito bem, crianças. Se não perceberam, acabamos de salvar suas vidas. Os Lestrange estavam atrás de vocês, se não conseguíssemos chegar antes e tirá-los de lá, agora vocês estariam nas mãos deles. Portanto, chega de embromação e nos digam de uma vez, quem vocês são e o que estão fazendo aqui?


 


Eles se entreolharam, agora ainda mais confusos. A lógica dizia que haviam sido pegos por Comensais da Morte, mas se assim fosse, por que os tirar do quarto e esconder do casal Lestrange?


 


 


            - Vocês não estão mesmo com eles? – Carlinhos verbalizou a dúvida de todos.


- Claro que não, bonitinho. Senão estaríamos todos juntos agora e não aqui, tentando entender o que está acontecendo. – Respondeu a jovem de cabelos negros.


- Na verdade, pensamos que vocês estivessem trabalhando com eles. – Continuou Makoto – Por isso estávamos vigiando vocês desde que chegaram e descobrimos que também eram bruxos.


- Não somos Comensais. Estamos aqui para descobrir o que estão tramando. – Rony falou – Se descobrem que estamos aqui, estamos mortos.


- Vocês são ingleses, não são? – Perguntou a companheira de Makoto – Pensei que todos os bruxos ingleses estivessem sob o domínio do Lorde das Trevas ou mortos.


- Sim, somos ingleses. – Mione tomou a dianteira, resolvendo que não adiantava se calar. Se os dois quisessem, poderiam forçá-los com a poção, o fato de estarem perguntando demonstrava que não lhes fariam mal – E tem razão, a maioria dos bruxos ingleses está sob a influência de Riddle. Nós mesmos não sabíamos que éramos bruxos até bem pouco tempo, ainda não nos lembramos de nosso passado. Mas há um grupo de bruxos, liderado por um antigo Auror, pessoas que não foram afetadas e hoje formam uma resistência. Estamos tentando descobrir que feitiço ele usou em todos e como revertê-lo.


- Quem é este tal Auror que lidera vocês? – Perguntou Makoto.


- Seu nome é Alastor Moody. É Auror aposentado. – Foi a vez de Carlinhos responder.


- Olho Tonto Moody? – Espantou-se Makoto – Não acredito que aquele velho matusquela ainda esteja vivo. Ele foi dado como morto coisa de um ano atrás.


- Pois eu lhe garanto que ele continua vivinho da silva. – Rony começou a relaxar. Se o homem realmente conhecia Moody, talvez não estivessem tão enrolados quanto imaginava – Sempre em “Vigilância Constante!”


 


 


O homem negro explodiu em uma saudosa gargalhada, então se aproximou e libertou a todos eles, sob um olhar assombrado da companheira.


 


 


- Se estão com Moody, estão do nosso lado. – Garantiu ele – Meu nome vocês já sabem, sou Makoto Willians, Auror da República Sul Africana. Minha colega é Elizabeth Montgomery, Auror dos Estados Unidos. Estamos aqui em missão, sob as ordens da Confederação Internacional dos Bruxos.


- A Confederação mandou vocês? Por quê? – Carlinhos parecia surpreso.


- No fim, parece que estamos aqui pelo mesmo motivo. Tentar encontrar uma maneira de terminar com esta loucura e trazer tudo ao normal novamente. – Concluiu Makoto.


- Certo! É ótimo saber que somos todos “Do bem”, mas eu estou curioso com uma coisa. Por que nos atacaram? – Perguntou Rony, enquanto se levantava finalmente livre.


- Bom, isto é uma longa história. – Começou Makoto – Como já disse, estamos aqui investigando o que os Lestrange andam fazendo. Quando vocês três chegaram, resolvemos verificá-los, como fazemos com todo novo funcionário da mina e descobrimos que eram bruxos, então acreditamos serem Comensais também. Aumentamos nossa vigilância sobre vocês, mas tenho que admitir que estão bem treinados. Só agora fica claro o por que, já que Moody é o responsável. Bom, esta manhã eu cheguei bem cedo na mina e percebi uma certa movimentação no escritório. Ouvi os dois discutindo, falando que algo havia acontecido na Inglaterra, sobre um “segredo” estar comprometido. E que uma tal “Ordem” deveria estar envolvida e poderia ter mandado alguém para cá. Não demorou muito a desconfiarem de vocês, mas enquanto procuravam por suas fichas e o endereço onde estavam hospedados, aparatei na frente. Percebi que alguma coisa estava acontecendo e que vocês não eram aliados deles como imaginávamos e estavam em risco, mas não havia tempo para explicações. O mais prático foi estuporar todos e trazer para cá.


- Bom, então parece que devemos muito a vocês. Meu nome é Carlos Weasley. Carlinhos para os amigos. – E o rapaz apertou a mão dos dois, enquanto continuava – Estes são meu irmão Ronald e nossa amiga, Hermione Granger.


- Eles disseram que a Ordem está envolvida? O que será que aconteceu? – Perguntou Rony, também cumprimentando os novos amigos, sendo imitado por Mione.


- Vocês sabem do que se trata? – Perguntou Elizabeth.


- Claro! Somos nós. A Ordem da Fênix, criada por Alvo Dumbledore para combater Lord Voldemort e atualmente comandada por Moody. Eles devem ter feito algo enquanto estamos aqui. – Rony parecia ansioso.


- Preciso ver meus e-mails. Se há alguma novidade, Gina deve ter enviado alguma informação. – Hermione lembrou, começando a se agitar.


- Não pode sair, minha jovem. Os Comensais podem estar procurando vocês por aí. – Makoto disse.


- Mas eu preciso. Tenho que dar um jeito. Onde está minha varinha?


 


 


Assim que recebeu a varinha, Mione começou a fazer um novo feitiço para mudar sua aparência, mas desta vez deixou seus cabelos pretos, curtos e espetados. Afinou o nariz, alongou a face e mexeu no queixo. Quando terminou, estava irreconhecível.


 


 


- Estão procurando por dois homens e uma mulher, não duas mulheres. Vou com você. – Anunciou Elizabeth e juntas deixaram o quarto.


 


 


Conforme previsto, os Lestrange estavam no saguão do hotel. Enquanto Rodolfo conversava com a recepcionista, Bella vagava pelo hall, observando a todos que por ali passavam. Assim que a avistaram, as duas se deram as mãos e fingiram estar numa animada conversa, enquanto atravessavam o hall e entravam na Lan House. Elizabeth ficou de guarda, encostada ao monitor e observando os Comensais, e Mione se sentou e rapidamente acessou sua conta. Havia realmente um e-mail, que ela imprimiu. Ao olhar para seu rosto, Elizabeth notou que estava preocupada.


 


            - O que foi? Alguma coisa errada? – Perguntou.


- Aqui não. Vamos voltar para o quarto. – Respondeu ela e dava para perceber a mudança em sua voz.


 


Em menos de cinco minutos estavam novamente na companhia dos amigos. Hermione desfez rapidamente o feitiço e entregou a folha para Carlinhos, que leu e passou para Rony, a única frase escrita na folha:


 


 


            Fomos descobertos. HP caiu. Voltem para casa urgente!


 


 


O trio se olhou, então Mione disse.


 


            - Precisamos voltar agora mesmo para Londres. Saber exatamente o que aconteceu.


            - O que significa isso? Quem descobriu o que? O que significa HP?


- Não dá para saber ao certo. – Murmurou Carlinhos, tão abalado quanto os outros – Mas parece que aconteceu algo com Harry.


- Harry? Que Harry? – Perguntou Makoto e então arregalou os olhos, finalmente compreendendo – Você não quer dizer...


- Isso mesmo. Aconteceu alguma coisa a Harry Potter.


 


 


 N/A: Pessoal, espero que tenham gostado. Me desculpem pela demora, sei que havia prometido postar antes, mas a correria de final de ano acabou me impedindo. Sei que deixei muita gente com a pulga atrás da orelha com este final. Minha intenção era colocar ainda neste o que aconteceu a Harry, mas o cap estava ficando muito grande, então resolvi deixar para o próximo. Respondendo alguns Coments...


Ki Lua - Que bom que está gostando da FIC, espero que aprove mais este cap.

Mérope (Nat) - Espero que não esteja mordendo ninguém por aí hoje. Olha lá, hein menina. Mas é isso aí, ainda bem que você me entende e acha que a espera vale a pena. Bjs linda.

MariAlmeida - Claro que eu sei. Cada leitor que nos acompanha é importantíssimo, não dá pra esquecer não. Bom, se você gostou do Harry SeFú no capítulo anterior, não pode perder o próximo. vai ter mais pra ele, coitado. Eu também gosto do Sev. Logo ele aparece de novo. E como prometido, eis um capítulo com bastante R/H. Espero que tenha gostado. E espero que não tenha bombado na prova. Bjs.

Gilmara - Precisa dormir, menina. Tomara que não tenha demorado tanto tempo para postar. E que não te decepcione neste cap.Bjs.


Lana - Pois é, quem é aquele cara? Taí uma boa pergunta, para a qual a resposta ainda vai demorar um pouco. Assim como o motivo de precisarem dos diamantes. Mas a resposta virá, tenha fé. Bom, ainda não teve Aquela cena romântica entre os protagonistas, mas isto não demora. Ou será que demora? Bom, vamos ver. Bjs.


 


 Ayla - Muito obrigado. Continue com a gente.

Kelly - Todynho - Luminosa - Que bom você aparecer. E que esteja gostando da FIc. Pois é, a idéia é deixar o Harry mais solto, menos encucado e a Gina mais senhora de Si, mais ativa. Vamos ver como a coisa se desenrola. Bjs, pra você e pro Raul.

Ilyatur - Valeu pelo apoio, espero que a espera por este também tenha valido a pena.

Rodrigo - Pois ém, mais ou menos 2 meses mesmo. Mas no meio disso, teve a atualização da Cavaleiros e a Short.

Pri - Bixxcoito - Oi querida. Tem razão, essa era a idéia, dar uma visão mais leve, mais relaxada pra ele, sem tanto peso sobre os ombros. Mas isto não deve durar muito. Ah, Pri. Já li o último capítulo de Desencontros e lógico que adorei. Desculpa não postar um comentário ainda, mas estava enrolado pra terminar o cap. Mas passo assim que der. Bjs e abraços nas crianças.


Lais - Muito obrigado.

Katharina - Muito Obrigado. Tens aí mais um pouquinho e espero poder atualizar novamente em breve.


Bibiska - Fico realmente muito feliz que esteja gostando. Esta fic é um desafio pra mim, justamente por ser algo diferente do que estou acostumado a escrever. Espero não decepcioná-los. Bjs.

Dani: Sei que demorou, mas taí mais um cap. Sei que eu dou uma sumida de evz em quando, mas sabe como é. A vida real as vezes nos absorve mais do que gostaríamos. Bjs.

Mago - Entendo seu ponto de vista. Mas eu acho o seguinte: Riddle incentivou Harry a correr, a ter a equipe, para distraí-lo. Para que não ficasse pensando muito e acabasse se lembrando do seu passado, um puro chamariz. Assim, quando Harry se deu conta de quem era, de tudo que havia perdido, seu interesse pelas corridas murcharam. Afinal, se fosse você e descobrisse que podia voar numa vassoura, ainda preferiria andar de carro? Eu não. Faria de tudo para recuperar isso. Mas, talvez ele ainda apareça em um carro. Na verdade, isso vai acontecer bem no próximo cap. Grande abraço.

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