Lena Masaccio



Título: Contra a Parede



Autor: Mari Gallagher



Contato: [email protected] e [email protected]



Shipper: Harry e Hermione



Spoilers:
Livros 1 a 5



Gênero: Romance/Aventura



Status: Em andamento



Sinopse: Eles estão frente a frente após quatro anos, mas desta vez há algo diferente, há uma forte paixão mal resolvida. O que poderá acontecer quando esses dois tiverem que se encontrar em todos os lugares todo o tempo e ainda resolver um misterioso roubo? Harry Potter e Hermione Granger são postos Contra a Parede por seus sentimentos...



N/A: Mil desculpas pela demora, mas aqui está finalmente o cap VI. Primeiramente, alguns esclarecimentos sobre o capítulo em questão... Se ele tiver ficado meio vazio e sem graça é porque na verdade eu planejava que ele fosse bem maior, quer dizer eu iria colocar bem mais coisas para acontecer aí, mas como eram fatos demais e que seriam muito longos eu resolvi colocá-los no sete. Eu espero não demorar muito para terminar o sete, de qualquer forma peço paciênciaaaaaa, pois as aulas estão aí e o tempo para escrever é curtíssimo, mas garanto que ele está em produção! Espero que curtam assim mesmo esse capítulo tão duro de sair! B-jos!







Capítulo VI – Lena Masaccio





Hermione e Gina resolveram comer algo antes da festa que selaria o início da missão. A ruiva ainda estava muito emburrada e embora Hermione insistisse, ela se limitava a xingar e amaldiçoar Draco, o que se tornava bem engraçado. As duas se serviram de uma salada leve acompanhado de um saboroso vinho nacional. Até um prato “light” como aquele se tornava bem mais atraente com o tempero italiano.

- O que você pretende vestir? – perguntou Gina com a habitual preocupação que lhe abatia sempre que elas tinham alguma ocasião como aquela para ir.

- Não se preocupe.

- Isso não responde a minha pergunta. – argumentou a ruiva. Hermione suspirou cansada.

- Eu estava pensando no azul-turquesa...

- De jeito nenhum. – negou.

- Por que não?

- Pelo amor de Deus você está na Itália, tem que estar deslumbrante! – protestou Gina severamente. - Você vai vestir aquele sexy e exuberante cor de champagne que fica um palmo acima do joelho, com a sandália de salto fino dourada e o casaco caramelo. Entendeu?

- Mas Ginny...

- En...tendeu? – reforçou.

- Tá ok... – concordou a mulher.

- Não sei porque você ainda resiste... Aquele vestido é o mais perfeito que você tem, na minha opinião.

Não era só Gina que achava isso, o vestido em questão também era o favorito de Harry. Ela ainda pensou em jogar isso como argumento para a resistência, mas não estava bem certa se não queria usar o vestido, por isso consentiu. Quando as duas tinham voltado suas atenções para a comida, Harry apareceu, vindo do nada, puxou a cadeira vaga, virou ao contrário, e sentou com os braços seminus apoiados nas costas da mesma.

- Oi. – disse ele naturalmente. Hermione apenas levantou a sobrancelha entediada.

- Não vai jantar, Harry? – perguntou Gina gentilmente.

- Eu comi qualquer coisa por ali. Acho que o Malfoy também não vai jantar.

- E quem foi que perguntou dele? - disse Hermione que de fato não achou que ela ou Gina estivessem interessadas naquele acréscimo de informação.

- É. Quem? – aumentou a ruiva com uma súbita mudança de expressão.

- Calma, foi só um comentário... – retrucou Harry e não pareceu nem um pouco aborrecido pelo “estresse” das duas.

- Um comentário supérfluo você quer dizer...

-... E infeliz. – completou Gina. Harry riu. Sem dúvida ainda estava com aquele “inexplicável” bom-humor.

- Que seja. – falou simplesmente. - A propósito, segunda mesa à esquerda, um casal alegre e sorridente, são os Fletwood.

Gina e Hermione se entreolharam antes de mirar discretamente a mesa a qual Harry se referira. O casal de meia idade sorria enquanto tomava conhaque. Passavam perfeitamente por trouxas, e o pior, trouxas decentes.

- Eles são totalmente...

- Nem um pouco suspeitos. – completou Hermione.

- Passei toda a tarde esperando que eles aparecessem. – comunicou levantando a sobrancelha – Oh... Será que eu posso? – perguntou ele apontando para a taça de vinho diante de Hermione.

- À vontade. – permitiu fazendo um gesto de consentimento com a mão a contragosto.

Harry segurou majestosamente a taça nas mãos e sem tirar os olhos de Hermione tomou lentamente um gole da bebida com uma sedutora expressão de satisfação.

- Delicioso. – comentou com voz mansa.

- Quer que eu peça uma taça pra você? – sugeriu Hermione sem um pingo de cortesia.

- Não obrigado... Essa aqui está ótima. – respondeu com um sorriso cínico. Hermione começou a bater levemente a ponta dos dedos na mesa ao notar que Gina se controlava para não sorrir.

- O vinho é realmente ótimo. – disse a ruiva sob o olhar severo da amiga.

- É uma bebida envolvente não acha? – falou Harry para Hermione. Ele tomou outro gole e recolocou com delicadeza a taça na mesa.

- Uma bebida quente, muito satisfatória para pessoas frias, como você. – respondeu com naturalidade, se pretendia abalá-lo de alguma forma, falhou, pois ele continuava sorrindo. – Pena que não possa esquentar seu coração.

- Então você me considera uma pessoa fria? – especulou.

- Foi o que eu disse.

- Um coração frio?

- E todo o resto. – respondeu Hermione secamente.

- Curioso...

- O que é curioso?

- É curioso você afirmar isso, pois em vários momentos eu tenho certeza que você não sentia frieza em mim... – disse Harry novamente degustando o vinho. - Em circunstâncias únicas, eu não lembro que você tenha reclamado de que o coração e muito menos o resto estavam frios...

- Que circunstâncias? – indagou realmente interessada.

- Na cama, por exemplo, não era nada frio. – respondeu o olhar fixo nela e um sorriso malicioso nos lábios. – Ou você já perdeu a noção de temperatura?

Hermione se remoia para não tremer diante da ofensiva dele. Ela não desviava o olhar de Harry, mas tinha certeza que Gina estava boquiaberta ao seu lado. Notou que ele havia jogado tudo para deixá-la sem resposta, mas não seria tão fácil.

- É. Pelo menos pra alguma coisa você tinha que servir. – atacou com frieza nas palavras.

Ela esperava que Harry a xingasse ou humilhasse por isso, mas ele apenas sorriu esvaziando a taça.

- Essa utilidade que acabou de citar está longe de soar como ofensa para mim. – disse se levantando em seguida. – Até mais.

Hermione acompanhou Harry saindo do salão com os olhos, ainda perplexa. Seria possível que ele continuasse com aquela pose irritantemente arrogante mesmo quando ela tentava rebaixá-lo ao máximo? E ele não podia ficar com a última resposta, só Hermione podia fazer isso, ele não. Era de tirar qualquer do sério. Ela bufou nervosamente alheia a Gina que agora observava o prato com um sorriso malandro nos lábios.

- É isso aí... – disse Gina para amenizar a tensão.

- Dá pra acreditar? – perguntou Hermione ainda aturdida.

- No que exatamente?

- Que ele continue com essa droga de libido intacta depois de tudo que eu disse. – reclamou emburrada.

- Ah Hermione... Honestamente, é totalmente compreensível se ele tiver encarado como um elogio. – justificou Gina.

- O quê?? Mas... Eu não o elogiei! – retrucou com afinco, Gina continuou com a mesma expressão de dúvida. - Eu não fiz isso. Você acha?

- Bem... De certa forma, eu diria que sem querer você fez. – disse a ruiva rindo. Hermione a olhou com incredulidade. – Você disse que ele era bom em... Ehr... Você sabe. – concluiu maliciosa.

- Isso é realmente uma merda, sabe.

- É nisso que dá deixar essas histórias mal resolvidas.

- Do que você está falando? A minha história com ele não está “mal resolvida”, está acabada. – esclareceu.

- Você entendeu o que eu quis dizer.

- Não, eu não entendi, se importa de explicar?

- Muito bem... Eu sei que vocês acabaram, mas talvez algumas coisas ainda ficaram mal resolvidas, como os sentimentos, por exemplo.

- Claro que não. – disse Hermione imediatamente.

- Ah Mione Fala sério... Você nunca me contou exatamente como as coisas aconteceram. Ninguém sequer sabe o motivo de vocês terem terminado, acho que nem vocês dois!

- E precisava de algum motivo? Eu simplesmente cansei de viver com ele se comportando daquele modo insuportável.

- Aí um belo dia por isso você terminou?

- Não... Nós discutimos, muito feio, e por essa briga eu resolvi dar um ponto final. Os motivos? Foram os mesmos de sempre.

- É mesmo? Quer dizer que depois de uma discussão, por que você mesma acabou de usar esse termo, o relacionamento de vocês desapareceu levando junto todo aquele amor? Eu me recuso a acreditar que você, sendo tão sensata como eu sei que é, deixou que uma discussão tivesse proporções catastróficas. Será que não teria sido um caso de vocês dois terem uma boa conversa depois disso? Sabe até para selar um rompimento tem que haver diálogo.

- Olha só... Eu queria ter feito isso.

- Queria? E porque não fez? Eu garanto que pelo menos essas discussões ridículas teriam parado se vocês tivessem lavado a roupa suja enquanto era tempo!

- Na verdade, eu até tentei, mas...

- Mas...?

- Eu nem gosto de lembrar disso, sabe?

- Eu respeitaria seu drama, mas eu duvido muito que não esteja lembrando de tudo o tempo inteiro se o Harry está aqui conosco.

- Tudo bem Ginny... Isso é só pra você não dizer que eu não tentei.

- Sou toda ouvidos.

- Depois da briga, eu fui pra casa, mas não consegui dormir a noite inteira, pensando sobre tudo, então eu achei, exatamente como você, que uma conversa civilizada fosse resolver tudo, pra melhor ou pra pior. Foi então que...

(Flashback)

Já passava das três da manhã e Hermione cansada de andar de um lado para outro de sua casa decidiu que não esperaria mais um segundo sequer para concluir aquela situação. Ela cruzou as mãos estalando os dedos pela milésima vez e aparatou na sala de Harry. Nem tinha parado para refletir se ele estaria acordado ou não, mas essa pergunta logo foi esclarecida, a luz da cozinha tinha acabado de acender. Ela tinha dado apenas quatro passos quando seus olhos pararam sobre o sofá preto de tecido aveludado na sua frente. Sentiu um baque no seu peito ao ver uma bolsa feminina feita de uma estampa de pele de cobra, que definitivamente não era dela, posta cuidadosamente sobre o sofá.

Resolveu não raciocinar, ou especular. Silenciosamente ela se dirigiu para o cômodo da casa que tinha movimentação. Estava na metade do corredor quando, pelo reflexo de um espelho que era fixado naquela parede, ela viu bem à vontade, examinando a geladeira aberta, uma mulher. Mas não se tratava de uma mulher qualquer. Hermione a conhecia o suficiente para detestá-la. A vizinha de Harry. Helena.

Era óbvio. De repente tudo fazia sentido. Harry estava com ela, sabe-se lá desde quando. Hermione não ficou lá para descobrir, estava furiosa. Jurou para si mesma jamais procurar Harry Potter e tirá-lo de vez da sua vida.
(Fm do Flashback)



- Não pode ser Mione... Você não acha que eles estavam...

- E você não acha? Era bem tarde pra se fazer uma visita.

- Mas existem outras milhares de possibilidades.

- Inclusive a mais óbvia. Mas, bem... Eu só te contei pra você parar de me culpar, porque eu tentei fazer a coisa certa.

- A mulher que estava lá... Helena...

- Helena O’connor era vizinha dele, morava no apartamento da frente, eu sempre achei que ela fosse uma vagabunda atirada, e não é que ela tinha razão em se mostrar a dona do mundo? Harry ainda dizia que eu não tinha motivo pra ciúmes... Patife.

- E ele não te procurou?

- Eu não sei... Viajei com o Travis lembra? Mas, provavelmente não. E eu fico feliz que ele não tenha feito isso depois, ele evitou um grande desastre. – concluiu sorrindo.

- Ah eu imagino, e seria bem merecido. – reforçou Gina. – De qualquer forma, se você tivesse plena certeza de como tudo aconteceu, seria bem melhor.

- Que se dane. – disse Hermione pondo-se de pé. - E vamos logo pra esse raio de festa!



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“I thought you'd be out of my mind

And I'd finally found a way to learn to live without you

I thought it was just a matter of time

Till I had a hundred reasons not to think about you

But it's just not so

And after all this time, I still can't let go”

The Cult – Painted of my heart




Hermione observava cautelosamente seu reflexo no espelho enquanto tocava com os indicadores as finas alças douradas que partiam dos extremos do decote reto coladas em sua pele para se cruzar no meio das costas, que ficavam nuas até a altura do cóccix. O tecido era deslizante, tinha a aparência de estar molhado, como se fosse banhado a champagne e definia cada curva de seu corpo com precisão, cada polegada. Num toque de varinha, os fios sedosos e discretamente ondulados prenderam-se no alto de forma pouco apertada, uma mecha irregular caía-lhe pela testa contornando o canto de seu olho, devidamente maquiado.

Uma última verificada no espelho, após colocar os brincos, perfumar-se e ela estava pronta. Saiu silenciosamente do banheiro parando no meio do quarto. Harry estava de costas para ela os olhos fixos nas luzes da cidade. Quando ela caminhou até a cama para pegar o longo casaco de couro caramelo, o homem reparou a movimentação e se virou. Ele agora havia tido uma súbita mudança de expressão e parecia atentar-se a todos os detalhes da mulher na sua frente, mesmo os dois estando em silêncio, Hermione sentiu seu coração saltitar por estar sob aquele olhar invasor e simplesmente por ter que encará-lo e não conseguir deixar de achá-lo impecável, elegante e sexy. Ao contrário do que ela havia imaginado ele não estava de smoking, mas vestia-se no melhor estilo trouxa moderno. O terno escuro tornava seu porte mais másculo e imponente, a ausência de gravata na camisa interior também preta forçava o primeiro botão a ficar aberto deixando à mostra a pele alva atraente e uma fina corrente a rodeando que causava um excesso de charme perturbador.

Hermione notou que os cabelos dele estavam literalmente um paradoxo, arrumados de forma desajeitada, o efeito idêntico à de pomadas capilares modeladoras, tinha que admitir: estava realmente um capricho. Quando o silêncio já se tornava incômodo, Harry deu meia dúzia de passos ficando bem mais próximo dela e sem nenhuma discrição a olhou de cima abaixo.

- Eu não preciso dizer nada, preciso? – Ele disse encolhendo os olhos.

- Como? – indagou Hermione realmente confusa. Ele sorriu desfazendo-se da suposta ignorância dela.

- Linda. – Harry falou num suspiro derrotado.

Ela se sentiu sem fôlego pela surpresa e o desconcerto. Não esperava ouvir algo sequer parecido com aquilo o que causou uma reação rara em Hermione, ela ficou sem palavras.

- Obrigada. – disse finalmente, meio sem graça, o que mais poderia falar?

Ele sorriu ainda mais sedutor e com destreza retirou algo do bolso do paletó. Hermione acompanhou o movimento com interesse até que ele revelou enlaçada em seus dedos uma magnífica gargantilha dourada. Harry a rodeou se pondo nas costas dela e antes que Hermione pudesse fazer algum protesto ou pergunta ele já colocava minuciosamente a jóia no lugar devido. O contato do metal frio não causou tanto choque quanto o mínimo roçar dos dedos macios de Harry na pele desnuda dela e nem as suas mais gritantes súplicas conseguiriam evitar o arrepio que brotou daquele toque se propagando por sua espinha com força o suficiente para ser sentido por ele, que deslizou os dedos por toda a extensão do colar, em segundos que pareceram durar uma eternidade.

- Está enfeitiçado. – ele voltou a ficar de frente para ela agora com as duas pedras brilhantes que ficavam uma sobre a outra no colar entre os dedos. – Basta tocá-las, a de cima faz contato com a Gina, a de baixo com o Malfoy.

- Muito útil. – ela disse simplesmente agarrando o casaco que ainda estava sobre a cama.

- Você não perguntou... – ele agarrou a mão dela antes que Hermione vestisse o casaco. -... Como fará se precisar falar comigo.

- Como eu farei? – obedeceu.

Com habilidade e rapidez ele retirou algo do bolso da calça.

- Pelas nossas alianças. – ele colocou gentilmente no anelar esquerdo dela uma autêntica tira circular de casamento.

Aquele momento cheio de toques e sensações estranhas já estava na hora de parar ou... Ou... Ou. Ela não conseguia concluir essa seqüência, então tinha que tomar atitudes drásticas, mas necessárias.

- Brilhante. – disse sem conseguir disfarçar o sarcasmo, antes de finalmente vestir o casaco e sair do quarto.

Harry destilou um sorrisinho provocativo e vencedor enquanto a seguia, assobiando sempre que possível.





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Draco esperava há um bom tempo que Gina se arrumasse, ele não conseguia entender porque uma mulher demorava horas para fazer algo que os homens só precisam de alguns minutos, principalmente com uma varinha em mãos. Tinha batido na porta do banheiro três vezes, Gina sequer respondia, partia para uma quarta vez, já preocupado, quando subitamente a ruiva apareceu e Draco pode ter certeza que o tempo dedicado àquela produção fora muito bem aproveitado. A mulher estava simplesmente magnífica em um sensual vestido preto que acentuava perigosamente suas curvas e criava uma harmonia insinuante com o vermelho dos longos cabelos da ruiva.

Ele estava boquiaberto, ainda procurando algo não idiota para falar, mas Gina nem se deu ao trabalho de o olhar. Passou na frente do rapaz como se ele não existisse e vestiu um casaco preto.

- Pensei que você tivesse se afogado na banheira, estava aí dentro há séculos. – ele disse com voz trêmula.

Gina guardou a varinha em um bolso do casaco, em silêncio e sem olhá-lo.

- Está pronta pelo menos? – ela pegou uma bolsa de cetim preto. Draco aguardou em vão alguma resposta. – Hey... Eu estou falando com você.

Gina voltou para o banheiro e começou a guardar vários objetos na bolsa, com naturalidade. Draco já estava impaciente.

- Você vai me ignorar, é isso?

Sem resposta.

- Tudo bem. – ele disse fumegando. – Potter pediu pra entregar isso. – falou colocando uma corrente dourada sobre uma cômoda. – Se precisar falar com a Granger é a pedra de cima, com ele é a pedra de baixo.

Gina engomou com as mãos o tecido do casaco e silenciosamente pegou a jóia colocando com delicadeza em volta do pescoço.

- Podemos ir agora? – ele tentou e novamente ficou no vácuo. Gina ainda tentava abotoar o colar. – Você está sendo muito infantil, Ginny. Olha só... Eu entendi muito bem o recado que você passou mais cedo, as coisas já podem voltar à normalidade, eu sei que não costumávamos conversar muito, mas, você pelo menos me criticava e humilhava, eu prefiro que volte a fazer assim. Não quer que eu ponha isso pra você? – ele disse referindo-se à jóia que Gina ainda tentava prender. Como não obteve resposta, já se aproximava para executar, mas nesse instante a ruiva pareceu cumprir a tarefa, e sem uma palavra caminhou saindo do quarto e batendo a porta.

Draco olhou, perplexo, para o local onde a ruiva estava e sem outra opção saiu do quarto. Ao lado do elevador Harry e Hermione já esperavam. Harry encostado categoricamente na parede e Hermione caminhando devagar de um lado para o outro. Gina acabava de se juntar a eles.

- Ótimo, se estão todos prontos então vamos nessa.

Eles entraram no elevador sérios e em silêncio, mas, Gina, sem dúvida, era a mais emburrada.

- Você está ótima, Ginny. – Harry elogiou.

- Obrigada. – ela sorriu docemente para ele.

- Sabe... Eu também acho. – Draco arriscou.

Silêncio.

- Será que você não consegue fazer elogios por si próprio? Tem que se aproveitar dos meus? – Harry perguntou sorrindo.

- Vá se danar, Potter.

- Áu. – Hermione sonorizou também sorrindo.

- Mas, respondendo a sua pergunta, eu posso sim. Agora mesmo. – ele alisou os cabelos charmosamente olhando para o espelho e logo depois mirando Hermione. - Hermione você está belíssima. – disse desafiador.

- Obrigada. Você também. – Hermione respondeu com voz macia.

Harry parou de sorrir. O elevador se abriu e os quatro saltaram no saguão do Hotel.

- Vou pedir para trazerem o carro. – comunicou Harry.

- Ótimo, eu e a Ginny vamos esperar lá fora. – Hermione puxou a amiga pelo braço.

Draco olhou para Harry entediado e os dois andaram em silêncio até a recepção.





[...]





- O que está havendo? – indagou Hermione logo após tirar Gina do alcance dos rapazes. A ruiva fez um gesto de negação.

- Não é nada. Está tudo bem, só o Malfoy que me irrita, como sempre... Mas... Mione, você está perfeita! – a ruiva falou abismada. – E esse vestido, nossa... Eu não tenho nem adjetivos! Eu realmente tenho muito bom gosto, o que seria de você sem mim hein?

- Ah cala a boca... – zombou Hermione rindo.

- Impossível... – elas pararam em frente à fachada do hotel, que era toda envidraçada.

- Eu deveria ter imaginado...

- Nossa... Mas o Harry, uau... Está tudo de bom! – a ruiva falou se abanando com as mãos ao mirar Draco e Harry, que pareciam aguardar a recepcionista terminar uma ligação.

- Você acha? – indagou Hermione distraída. Gina a mirou incrédula.

- E por acaso você não?- ela cruzou os braços.

Hermione abriu a boca para responder, mas ainda pensava em algo que pudesse servir como resposta.

- Não. – disse finalmente.

- Hipócrita. – Gina retrucou imediatamente.

- Eu não acho mesmo tá bom, porque eu acharia, que ele está seja lá o que você acha que ele esteja? Eu não sou obrigada a concordar com você em tudo. – ela falava muito rapidamente. -Tudo bem que você me ajuda com vestidos e outras coisas, mas isso não quer dizer que você sempre esteja certa, não que você esteja errada, só que...

- Ele ainda mexe com você não é? – Gina interrompeu falando devagar.

- O... Quê? – Hermione indagou abismada.

- Apenas responda.

- N-não.

- Mentirosa.

- É verdade!

- Claro que não é... Você ficou falando feito uma matraca, ficou nervosa por uma pergunta boba que você poderia responder imparcialmente, é óbvio que está mentindo.

- Pro seu governo, eu não estou mentindo porque essa pergunta e muito menos ele não exerce nenhum efeito sobre mim. – ela disse com dignidade.

- Olha só... Se você quer que as pessoas não reparem sugiro que disfarce melhor, agora vai mentir pra mim? Sua amiga? Que te conhece o suficiente para saber quando está mentindo?– Hermione olhou para o chão envergonhada. - Eu vou te dar uma segunda chance. Ele ainda mexe com você não é?

- Talvez. – ela respondeu emburrada pelo canto da boca.

- Oh Merda... Você está em apuros. – a ruiva falou num lamento desesperado. Hermione olhou para amiga incrédula.

- Muito obrigada Ginny. – ela disse irônica.

- Desculpe, mas... Deus... É verdade, você está em apuros. – ela repetiu.

- Por quê? – indagou Harry que já estava a um metro delas.

As mulheres se entreolharam crescendo os olhos.

- Sabe, isso não é da sua conta. – Hermione mentiu agressivamente. Harry sorriu.

- Mas que doce ela é... – ele sorriu cruzando os braços. – De qualquer forma, é da minha conta sim, você está com problemas.

- Na verdade, eu estou sim. – disse Hermione mudando de estratégia. – Você quer saber qual é?

- Sim.

- Tem certeza?

Gina olhou para a amiga preocupada.

- Tenho... Absoluta.

- Tudo bem se você quer mesmo saber eu te conto...

- Mione... Não... – tentou Gina.

- Tudo bem Ginny, ele vai ter que saber mais cedo ou mais tarde... – ela disse resignada. -...Desse meu problema.

- Estou ouvindo. – disse Harry com atenção.

- Estou grávida. – Hermione disse catastroficamente.

Harry deixou o queixo cair, isso foi segundos antes de Gina cair na gargalhada.

- Sua imbecil... – ela disse entre risos.

- O quê? – Harry disse espantado. Hermione sorriu.

- Não ligue pra essa pirada, Harry! Não era nada disso! – Gina corrigiu. – Ela está brincando.

- Ah Ginny, deixa, ele precisa saber! Daqui a pouco não vai dar mesmo pra esconder! – ela sorriu malandra levando as mãos ao abdômen.

- Quem é o pai? – Draco perguntou zombeteiro, aparecendo pela primeira vez na conversa.

- Eu não tenho idéia... – Hermione respondeu pensativa. – Esse é o problema. Olha, nosso carro chegou! – concluiu animadamente.

Harry ainda confuso olhava de Gina para Hermione.

- Ela estava falando sério? – ele perguntou para a ruiva, mas antes que ela pudesse responder Hermione se pronunciou.

- É claro que sim! Se for menino vou chamar de Sirius, já se for...

- Cala a boca sua doida! – interrompeu Gina. – Ela não está grávida. – ela olhou para Harry, que finalmente parecendo ter notado a cara zombeteira de Hermione ficou mortificado.

- Isso não teve graça. – Harry disse para a morena.

- Na verdade, não era pra ser engraçado.

- Eu sinto muito mesmo de interromper esse momento íntimo de vocês, mas, nós temos uma festa para ir. – disse Draco apontando para o carro.

- Bem lembrado. – disse Hermione pegando as chaves com o empregado do hotel.

Draco já se apressava para entrar pela porta da frente quando Gina falou.

- Ah Hermione... Você poderia, por favor, falar para os seres presentes que não são o Harry passarem para o banco de trás?

- Com licença, Malfoy, será que pode passar para o banco de trás?- Hermione obedeceu.

- Porque você não pede diretamente para mim, Weasley?

Gina levantou o indicador parecendo refletir e em seguida olhou para Harry e Hermione.

- Ouviram alguma coisa? – ela disse com voz sombria. Harry riu.

- Acho que eu ouvi sim um barulho, não sei dizer exatamente vindo de onde. – zombou Harry.

Draco olhou para a Gina aborrecido e abriu caminho para ela entrar.

- Hermione, agradeça por mim quando puder. – disse a ruiva já fechando a porta.

- Obrigada Draco. – ela falou imediatamente. Draco sorriu amarelo; todos já em seus lugares no automóvel. – Não esqueçam de colocar o cinto. – ela concluiu já os colocando em movimento.

- Será que você pode pelo menos receber isso, Weasley? É o seu comunicador comigo. – tentou Draco estendendo a aliança dourada para a ruiva.

Gina começou a cantarolar baixinho apreciando atentamente a vista de sua janela e parecia estar sorridente.

- Entrega a ela, por favor? – o loiro pediu para Harry.

- Hey Ginny... Se por acaso precisar se comunicar com pessoas, além de mim e a Hermione, pode usar essa aliança. – ele entregou a jóia para a ruiva que recebeu naturalmente.

- Muito obrigada Harry... Dificilmente precisarei usá-la, mas mesmo assim é muita gentileza sua. – ela sorriu e colocou o anel no dedo. Draco assistiu a cena, perplexo.

- Que clima é esse? – Hermione cochichou para Gina.

- Nada. – ela disse apenas movendo os lábios.

A Mansão Fallade ficava no extremo sul da Cidade praticamente às margens do Rio Pó e eles levaram cerca de trinta minutos para chegar lá. Era uma construção belíssima, imponente e que fazia jus a denominação de mansão, na verdade mais parecia um castelo.

- Todos estão com seus detectores de magia? – Hermione perguntou quando parou o carro em frente à mansão. Os outros três confirmaram. – Ok... Então vamos nessa.

Ao descerem do carro, Hermione passou as chaves para um elegantíssimo empregado da festa para que fosse levado ao estacionamento e já se preparava para caminhar quando Harry puxou delicadamente seu braço e o enlaçou com o dele. Draco fez o mesmo com Gina, que tomou a precaução de continuar impassível e não olhá-lo.

- Você vai ter que me suportar, Ginny. – ele provocou sussurrando no ouvido dela, que buscou olhar para o lado oposto de Draco, ainda em silêncio.

Na deslumbrante entrada um casal que parecia recepcionar os convidados estava vestido a caráter. Quando Harry e Hermione chegaram lá o homem que parecia ter dois metros de altura, cabelos loiros e expressões frias, olhou para eles.

- Nomes?

- Damon e Cher Vallon.

- Billy e Christina Crocker. – Draco complementou já ao lado dos outros dois.

A moça de cabelos cor de cobre e também olhos azuis consultou a lista que tinha nas mãos imediatamente.

- Sejam bem vindos. – ela disse com um gesto de cortesia consentindo que eles entrassem.

Harry agradeceu e os dois casais caminharam seguindo os outros convidados para o interior do local, por um longo e largo corredor que parecia se ramificar em cada porta aberta. Finalmente após atravessarem o Hall inicial e mais duas salas de estar eles chegaram ao imenso salão de festas. A decoração era trouxa pós-moderna, e o local estava quase totalmente tomado pelos convidados, que eram muitos. A festa se estendia ao jardim onde também estava uma grande quantidade de pessoas. Mas o ápice da produção parecia estar na suntuosa escadaria que dava acesso ao andar de cima, que mais parecia um altar. Em frente da mesma uma espécie de palco parecia ter sido montado, provavelmente o local onde os anfitriões fariam discursos ou pronunciamentos.

Após discretos olhares cúmplices os dois casais simultaneamente se dirigiram para cantos opostos do salão, se esgueirando entre as pessoas. Harry e Hermione pararam próximos a uma janela de onde poderia ser ver grande parte do jardim e acompanharam com os olhos Draco e Gina encostarem-se no bar, que tinha uma decoração tropical e aparentemente era onde estavam sendo preparados coquetéis e bebidas mais exóticas.

- Então... Cher. – Harry disse com um sorriso irritante nos lábios.

- Então. O que o seu sentido de aranha já detectou? – ela apontou para a testa de Harry. Ele gargalhou com alegria e em seguida pareceu se concentrar.

- Parece estar tudo bem por enquanto. – disse sorrindo, com um tom sombrio.

- Essa festa é inútil. – disse Hermione entediada pegando em seguida uma taça de champagne com um garçom que passava.

- O quê? – ele perguntou incrédulo.

- Francamente Damon, será que não consegue colocar sua massa encefálica para funcionar pelo menos desta vez? Nem o seu “sensor” e nem o nosso... – ela mostrou um pequeno objeto de cristal na mão fechada. -... Acusaram alguma coisa. A não ser que haja um acontecimento muito notório esta noite, nós estaremos perdendo tempo, porque é óbvio: o que procuramos não está aqui! – ela tomou um gole de champagne.

- O que você esperava? Chegar aqui, subir as escadas, abrir o cofre e voltar pra casa?

- Algo assim.

- Pois sinto decepcioná-la, mas nós temos que esperar algum “acontecimento notório” sim, eu já tinha imaginado que as cópias não estariam aqui – ele falou com naturalidade.

- É mesmo? Que bom que você estava preparado, mas isso não é nada animador, porque caso não tenha reparado essa era a única pista que tínhamos!

- Olha só...

- Acho que deveria estar tocando uma trilha sonora apropriada, porque se o que procuramos não está aqui, isso está prestes a se tornar uma Missão impossível!

- Não é tão ruim assim, afinal a Missão Impossível do filme, nem era impossível.

- E quem foi que disse que a nossa Missão Impossível é como a do filme?

- Ninguém, só me veio à mente que quando você se referiu a trilha sonora você estava querendo dizer a do filme, então eu associei tudo e além do mais eu não acho que a nossa missão seja impossível.

- Não acha?

- Não... Já parou pra pensar porque o título do filme é esse se a Missão é totalmente realizável?

- Acho que já discutimos isso no sétimo ano.

- Ah... É verdade... E a que conclusão chegamos?

- Que títulos de filmes são só artifícios para comoção das massas.

- Isso Mesmo... Para tornar dramático. Eu acho que você também está dramatizando o nosso caso, então, a trilha do filme seria mais do que apropriada, nossa missão impossível é como a deles.

- Tirando o detalhe de que eu não estou vendo nenhum Tom Cruise devidamente caracterizado aqui. – ela sorriu olhando em volta.

- Quem precisa de um Cruise quando se tem um Potter? – gabou-se Harry. Mione gargalhou.

- Mesmo? E o que dizer de um Malfoy? Substitui um Pitt em Spy game? – ela disse irônica.

- Spy game? Eu não sei, nunca vi. – ele deu de ombros.

- Um espião é preso e arruína a missão e adivinha, por causa de uma mulher, que por sinal era a que ele deveria espionar.

- É um bom motivo para perder a cabeça, o amor. – Harry disse refletindo.

- Que irônico.

- O quê? Você não acha possível?

- Me diga você. – desafiou.

- Genericamente falando, sim é possível, mas no meu caso específico, não.

- E porque você seria exceção a essa regra, caso ela existisse?

- Porque eu já tenho uma certa tendência a me apaixonar pelas minhas colegas de profissão... – ele falou lentamente, enfatizando a palavra. -... E não pelas suspeitas.

- De enganá-las você quer dizer. – Hermione falou muito baixo para o lado oposto a Harry.

- O que disse?

- Hum? – ela tomou um gole de Champagne. – Nada, eu não disse nada. – mentiu.

- Você sabe que eu poderia saber, sem ter que perguntar, o que você disse e o que você não disse também, não sabe? – disse Harry ameaçador. – Como é mesmo...? Ah sim... Só com aquela palavra... Legili...

- Não... Se... Atreva... – ela interrompeu apontando o indicador na cara de Harry. –... A fazer isso nunca, ouviu bem?!

- Calma, assim me deixa curioso.

- Eu... Te... mato. – Hermione falou entre dentes.

- Muito curioso, na verdade. – disse ele sorrindo

- Morreu o assunto, Damon.

- Tudo Bem... Eu só queria te lembrar que nós temos recursos bem eficazes e... – Harry parou de falar e pasmo, manteve o olhar fixo em um ponto atrás de Hermione.

- O que foi? – ela disse após alguns segundos. - Viu algum poltergeist?

- Não.

- Então o que foi?

- Digamos que... Seja o primeiro acontecimento notório desta noite. – ele disse puxando delicadamente Hermione para o seu lado. – Lado esquerdo, perto do vaso de orquídeas, e seja discreta. Tome nota: Nossa segunda pista.

Hermione fingiu estar procurando algo na pequena bolsa dourada e mirou o local indicado por Harry. Imediatamente ela soube o que ele havia visto, e sim, aquilo poderia ser considerado notório. Ali naquela festa, estavam Holt e Frida Fletwood. Ela deixou o queixo cair.

- Lado oeste, vaso de orquídeas, casal Fletwood. – Harry murmurou tocando uma pequena corrente no pulso.

- Obrigado. – Draco respondeu a ele cantarolando.

- Vem, vamos chegar mais perto. – ele a puxou pela mão e caminhou até onde estava montado o salão de dança.

Chegando lá Harry enlaçou Mione pela cintura a puxando para perto. Ela se assustou ao notar os poucos centímetros que separavam seu rosto do de Harry.

- O que você está fazendo? – ela disse entredentes olhando imediatamente para o lado.

Harry, por sua vez aproximou os lábios do ouvido de Mione, murmurando:

- O que acha? Estou dançando! Aliás, nós estamos.

Ele gritou por dentro de satisfação ao sentir a pele de Hermione se arrepiar, quando pronunciou aquelas palavras, e a pressão sobre os seus ombros se acentuar, quando roçou sua meia barba na face dela.

- Que maravilha, era só o que faltava ainda ter que agüentar você pisar no meu pé. – ela reclamou.

- Até parece.

Hermione calou. Teve a impressão de que se continuasse falando com certeza seria alguma bobagem, pois simplesmente não se sentia capaz de se concentrar em algum diálogo, por mínimo que fosse. Ela não estava simplesmente olhando, para Harry, ou no mesmo quarto, ou discutindo como das outras vezes, ela estava nos braços dele e não conseguia fazer outra coisa a não ser sentir o cheiro de Harry. Ainda era a mesma essência atraente almiscarada, com notas que lembravam pimenta, gengibre e jasmim que se fundia com o cheiro másculo original da pele dele e que tantas vezes esteve mesclado ao seu e agora a punha totalmente embriagada.

- Porque está tão calada? Eu disse alguma coisa?

- Nada. – Hermione falou simplesmente tentando afastar ao máximo o rosto de Harry olhando para o lado.

- Nada? Se eu tiver feito alguma coisa é...

- Isso pode realmente ser um choque para você Damon, mas sou obrigada a te comunicar que o mundo não gira ao seu redor, e muito menos eu.

Harry levantou a sobrancelha sorrindo para si mesmo.





[...]





- Nossos colegas de hotel, também vieram curtir a festa. – Draco disse para Gina que recostada no balcão do bar apenas passou a mão por entre os cabelos mudando os fios de posição. – Eu estou falando dos Fletwood.

Gina teve um discreto sobressalto.

- Eles estão ali do outro lado. Próximos ao vaso de orquídeas. – complementou apontando.

Gina olhou para onde Draco tinha indicado encolhendo os olhos.

- Você entende sinais? Porque eu disse que estão ali, está vendo, vou apontar denovo.

Ele repetiu o gesto lentamente, Gina acompanhou com os olhos parecendo finalmente enxergar o objetivo.

- Ridícula. – ele falou sorrindo e sacudindo ligeiramente a cabeça para ela.

Gina o encarou mortificada.

- Ri-dí-cu-la. – Draco repetiu pausadamente, Gina foi ficando corada de forma gradativa e levantou o indicador para ele. – Não fique nervosa! Não se esqueça que não está falando comigo. – provocou.

Ela bufou e o cálice de vinho que Draco tinha em mãos explodiu e em seguida foi a vez de uma garrafa de gim no balcão.

- Ora, ora... Se você continuar assim o adjetivo “ridícula” não será suficiente para te descrever... – ele disse rindo com sarcasmo. – Talvez “estúpida” fosse mais apropriado.

Gina agarrou o braço de Draco brutalmente.

- Escuta aqui Billy, se acha que tem o direito de se aproveitar do fato de eu não estar lhe dirigindo a palavra para me ofender está muito enganado seu molóide, doente mental insolente. – rosnou furiosa. – E não ouse vir com alguma gracinha ou eu garanto que nunca encontrarão seu corpo!

- Obrigado. – ele disse sorrindo após alguns segundos. – Já estava com saudades da sua gentileza.

- Eu... Te... Odeio. – Ginny falou entredentes.

- Era exatamente disso que eu estava falando. Mas, de qualquer modo... – ele se aproximou cochichando no ouvido da ruiva. -... A recíproca não é verdadeira.





[...]





- Querida essa música é lenta, você não pode ficar tão longe assim... – disse Harry docemente se aproximando mais de Hermione.

- Ok, já chega de dança por hoje, querido. – ela retrucou abusada, soltando dos braços dele e saindo do salão. Harry a seguiu.

- Você não ajuda se comportando desse jeito. – ele falou pacientemente já ao lado dela.

- O quê?! – ela pegou mais uma bebida com um garçom e tomou de um gole. – Desculpe, mas eu não vou ficar bailando nesse salão com você!

- Será que você não pode fazer um pequeno esforço? Temos dois suspeitos ali, caso não tenha reparado.

- Ah é mesmo, e você deduz que eles estejam falando algo sobre o roubo daqueles documentos aqui? Por favor!

- Isso nós nunca saberemos, não é mesmo? – ele disse entredentes.

- Se você quer saber de algo os capture ao chegarmos no hotel e dê Veritaserum a eles, eu garanto que saberá de tudinho que quiser. Muito simples. – Hermione disse sorrindo.

- Oh que idéia brilhante! – começou irônico. - Vou procurar uma lareira e pedir ao Lupin que nos mande uma coruja com Veritaserum!

- Segunda porta à esquerda no corredor principal. – Explicou Hermione.

- Quê??

- A lareira da casa é lá.

Harry suspirou cansado.

- Seria realmente bom contar com a sua colaboração. – ele disse muito sério.

- Mas que insistência insuportável, pelo amor de Merlin eles estão bebendo e rindo, você por acaso ouviu alguma coisa de fantástica lá?

- Eu só queria que ficássemos próximos a eles.

- Não me diga... Quer dizer que pela sua concepção para nos aproximarmos de qualquer convidado aqui terá que ser dançando? – ela perguntou sarcástica.

- Foi só uma idéia! – disse impaciente. – Por que te incomoda tanto dançar comigo?

- Porque... – ela piscou várias vezes, mas não deu seqüência.

- “Porque...?”.

- Isso não vem ao caso. – respondeu.

- E por que não? – Harry perguntou levantando a sobrancelha.

- Que saco! Porque não tem nada a ver com a nossa investigação!

- Mas tem a ver com nós. – Harry retrucou. Hermione virou os olhos impaciente.

- Francamente... Será que você não evolui? Não existe mais “nós”. – ela gesticulou as aspas. – E já faz um longo tempo sabe?

- Sim, eu sei. Se já faz tanto tempo, o que custa responder, então? É uma pergunta tão simples. – tentou.

- Não é possível que você não tenha percebido que não estamos em uma hora e em um local apropriado para DRI!

- “DRI”? – perguntou confuso.

- Discutir a Relação Inexistente. – ela explicou. Harry riu.

- Se a relação inexistente precisa ser discutida obviamente ela não é inexistente, certo?

- Vá... Pro... Inferno. – rosnou aborrecida.

- Você tem que admitir. Uma relação inexistente não precisa ser discutida. – alegou.

- É justamente por isso que nós não precisamos dar seqüência ao assunto. Perfeito! Sem relação, sem discussão. Você está certíssimo!

- Não... É exatamente o contrário. – Ele sorriu. – Nesse caso há uma necessidade de discussão e você...

- Shhh. – Hermione o puxou pelo braço apontando para a tempestiva escadaria. – Veja.

Harry obedeceu e reparou que na bancada montada, estava um jovem de estatura mediana, cabelos extremamente loiros e pele rosada, que não deveria ter mais de trinta anos. Ele batia de leve na ponta do microfone, provavelmente para chamar atenção dos presentes, e agora com a maioria das pessoas voltadas para si, ele ostentava um cordial sorriso.

- Boa Noite, Senhoras e Senhores! – bradou o homem. – Sejam todos bem-vindos à abertura oficial das atividades do mais moderno, sofisticado e confortável Resort do país, o Parque Madama!

Um efeito de iluminação entrou em ação e projetores formaram imagens do Hotel em questão em vários telões que haviam sido espalhados pelos cantos do lugar. Todos aplaudiram calorosamente.

- Obrigado. Obrigado, senhoras e senhores. Agora, eu tenho a honra de chamar a este palco, o responsável por esse mega empreendimento e também por esta maravilhosa festa, Sr. Indrid Masaccio e sua belíssima esposa Lena Masaccio!

Sob mais uma animada salva de palmas vindos do alto da escadaria, enlaçado, descia o casal Masaccio. Indrid, o primeiro a tomar a atenção de Hermione era um homem alto de meia idade, de expressões fortes, mas belas, e um olhar sombrio e vazio, seu porte másculo e maduro lhe tornava indiscutivelmente atraente. Ela olhou de lado para Harry e notou que ele parecia encolher os olhos para o casal que já havia chegado ao lado do orador. Voltou sua atenção dessa vez para a mulher e para sua surpresa ela se viu numa situação verossímil à de Harry, estreitando os olhos para enxergar Lena Masaccio. A mulher era loira, olhos verdes, muito jovem, cabelos curtos e lisos, corpo esbelto, sem dúvida uma face muito bela. Bela e conhecida. Hermione gelou e agarrou o braço de Harry.

- Mas... Ela!? – disse boquiaberta.

- Eu não acredito. Não pode ser... – titubeou. - Esta é...

Hermione suspirou.

- Helena O’connor.




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No próximo Capítulo...


Um fim de festa bastante confuso está por vir já que a noite parece estar apenas começando. E ainda uma “pequena” mudança de tática na investigação desses quatro pode abalar as bases de suas relações. Não percam!




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N/A (2) – Só a título de informação, a pessoa que me inspirei para criar a Helena foi a Jewel, de cabelo curto no caso. Heeheheh. Aí vai mais uma tradução, mais uma música linda que tem tuuudo a ver com a fic... B-JOS!




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BONUS --------TRADUÇÃO





The Cult - Painted On My Heart





I thought you'd be out of my mind

Eu pensei que você sairia dos meus pensamentos

And I'd finally found a way

E que eu finalmente havia achado um jeito de

to learn to live without you

Aprender a viver sem você

I thought it was just a matter of time

Eu pensei que seria apenas uma questão de tempo

Till I had a hundred reasons

Até que eu tivesse um milhão de razões

not to think about you

Pra não pensar em você



But it's just not so

Mas não é bem assim

And after all this time, I still can't let go

E depois de todo esse tempo, Eu ainda não consigo desistir



I've still got your face

Eu ainda tenho seu rosto

Painted on my heart

Pintado no meu coração

Scrawled upon my soul

Rabiscado na minha alma

Etched upon my memory, baby

Gravado em minha memória, baby



And I've got your kiss

E eu tenho seus beijos

Still burning on my lips

Ainda queimando em meus lábios

The touch of my fingertips

O toque da ponta dos seus dedos

This love so deep inside of me, baby

Este amor tão profundo em mim, baby



I've tried everything that I can

Eu tentei tudo que eu pude

To get my heart to forget you

Pra fazer meu coração te esquecer

But it just can't seem to

Mas parece que não consigo



I guess it's just no use

Eu acho que é inútil

In every part of me

E em cada parte de mim

Is still a part of you

Ainda há uma parte de você



I've still got your face

Eu ainda tenho seu rosto

Painted on my heart

Pintado no meu coração

Scrawled upon my soul

Rabiscado na minha alma

Etched upon my memory, baby

Gravado em minha memória, baby



And I've got your kiss

E eu tenho seus beijos

Still burning on my lips

Ainda queimando em meus lábios

The touch of my fingertips

O toque da ponta dos seus dedos

This love so deep inside of me, baby

Este amor tão profundo em mim, baby



I've still got your face

Eu ainda tenho seu rosto

Painted on my heart

Pintado em meu coração

Painted on my heart

Pintado em meu coração

Painted on my heart, oh baby

Pintado em meu coração, oh baby



Something in your eyes keeps haunting me

Alguma coisa nos seus olhos continua me perseguindo

I'm trying to escape you

Eu tento escapar de você

And I know there ain't no way to

E eu sei que não há como

To chase you from my mind

Te afugentar de minha mente



I've still got your face

Eu ainda tenho seu rosto

Painted on my heart

Pintado no meu coração

Scrawled upon my soul

Rabiscado na minha alma

Etched upon my memory, baby

Gravado em minha memória, baby



And I've got your kiss

E eu tenho seus beijos

Still burning on my lips

Ainda queimando em meus lábios

The touch of my fingertips

O toque da ponta dos seus dedos

This love so deep inside of me, baby

Este amor tão profundo em mim, baby





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