Elemento Surpresa



Capítulo V – Elemento surpresa



“Here I am

And within the reach of my hands

She sounds asleep and she's sweeter now

Than the wildest dream could have seen her

And I Watch her slipping away

Though I know I'll be hunting high and low”

A-ha – Hunting High And Low




Ele estava deitado, imóvel há tanto tempo que já havia perdido totalmente a noção. O sono havia desaparecido desde que... Ele nem sabia desde quando, ou simplesmente não estava disposto a admitir que fora desde a noite anterior quando havia revisto Hermione Granger. Fechou os olhos com todas as forças que pôde reunir, mas era inútil, já tinha tentado de tudo: Da mudança de posição constante no sofá, que era de fato, muito confortável às técnicas de concentração aguçadas que havia aprendido no treinamento de aurores. Nada trazia de volta o sono, nem mesmo o silêncio que pairou a sua volta, primeiramente no quarto e depois no restante da cidade, que também parecia ter se recolhido ao descanso.

Desistindo de lutar, pelo menos temporariamente, ele se sentou no sofá subitamente enterrando a cabeça nas mãos apoiadas nas coxas. Não demorou nem meio minuto para que ele desfizesse aquela posição e se deparasse de vez com o que tanto o atormentava. Hermione estava adormecida a apenas alguns metros de Harry. Sozinhos, no mesmo quarto, depois de anos e de terem vivido tanto juntos. Muito havia mudado, é verdade, mas então porque o sentimento que lhe abatia parecia intacto? Queria aproveitar aquele momento de alguma forma, precisava disso.

Ele se aproximou sorrateiramente e antes que pensasse em se arrepender já estava agachado ao lado da cama. Ele a analisou, Hermione dormia pesadamente, a respiração compassada. Remoia-se por dentro só de olhá-la, tão doce, serena, mas principalmente tão próxima, ao alcance de seus braços e ao mesmo tempo intocável. Não teve a menor noção de quanto tempo ficou ali apenas admirando a mulher, mas achou que realmente já havia passado vários minutos, pois seus joelhos já começavam a reclamar. Harry respirou fundo agoniado, ela tinha metade do corpo descoberto. Ele puxou lentamente o lençol a cobrindo até a altura do colo, por último tocou com delicadeza uma mecha de cabelo que lhe caía sobre a face. Uma paz imensa lhe invadiu por dentro quando ele sentiu a pele macia dela na ponta de seus dedos. Não podia continuar negando o inevitável, como havia perdido tanto tempo se torturando, vivendo uma mentira, fingindo ser alguém que não era e fazendo pessoas que tanto amava sofrer?

- Eu sinto tanto a sua falta... – sussurrou ainda tocando os cabelos dela e bem próximo ao seu ouvido. - Espero que não seja tarde... – concluiu o murmúrio pondo-se de pé.

Já estava prestes a dar a volta na cama e deitar no sofá quando ouviu um alto barulho que lembrava uma explosão de vidro no quarto ao lado. Harry se aproximou da parede intrigado quando notou que alguém parecia gritar fazendo mais barulho com os móveis. Ele rapidamente retirou uma espécie de corda elástica de alguns centímetros com os pólos esponjados da mala. Encostou uma das pontas na parede e a outra no seu ouvido e passou então a ouvir bem claramente o que se passava no quarto ao lado.

- Malditos trouxas! – resmungou uma grossa voz masculina, Harry encolheu os olhos pensando “Trouxas?” – e maldita Frida Fletwood que não chega!

Exatamente naquele momento Harry ouviu um estalo de chicote que ele sabia muito bem pelo que era causado.

- Onde-você-estava Sra. Fletwood? – indagou o homem impaciente.

- Eu estava acertando os últimos detalhes para amanhã! – respondeu uma voz feminina esganiçada.

- É madrugada mulher!

- Evidente... Porque o espanto? Não se pode exalar tanta magia em plena luz do dia!

- Isso tudo está começando a me soar muito perigoso...

- Não seja tolo Holt... Perigoso nós sabíamos que seria desde o início! Você tem que entender que também há muito mais em jogo nisso tudo e que valerá a pena correr perigo e perder algumas noites para driblar os trouxas... Temos que ser rápidos e você sabe disso...

- É bom que tudo dê certo... – retrucou preocupado.

- E dará... É por isso que todos vamos nos reunir amanhã... O próximo passo a ser tomado será definitivo, aí meu bem... Vai haver um grande caos no mundo mágico... – disse a mulher rindo de forma extravagante logo depois e sendo acompanhada pelo homem.

Alguns minutos depois os dois pareciam animados com outras coisas totalmente fora de questão e Harry chegou à conclusão que eles sem dúvida eram um casal.

- Frida Fletwood... – murmurou Harry para si mesmo de olhos fechados ainda escorado na parede. – Quem é você Frida Fletwood...?

- Harry? – chamou uma voz doce atrás dele. Harry se virou num ímpeto e deu de cara com Hermione muito atordoada sentada na cama. Ela provavelmente havia acordado com a movimentação.

- Oi... O que foi? – falou Harry sem graça.

- Eu que pergunto... O que houve? Porque você está aí em pé? Eu te ouvi falar algo sobre uma Frida Fletwood... – disse a mulher que agora soava ligeiramente preocupada. Aconteceu alguma coisa?

- Ah, não se preocupe, não foi nada... Durma... Amanhã nós conversamos sobre isso... – afirmou com voz baixa.

- Ok... – terminou se deitando lentamente. – Boa noite.

- Boa... – respondeu Harry voltando ao sofá.

Ele estava bem mais aliviado quando se recolheu ao estofado, pois havia tomado uma decisão, o voto de paz estava feito. Faria as coisas diferentes dali adiante, ou melhor, faria as coisas serem do jeito que ele queria.



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Hermione saiu de seu banho matinal revigorada, havia realmente dormido bem na noite anterior, apesar da pressão a qual era submetida por estar com Harry o tempo inteiro. As dependências do hotel haviam ajudado muito, também. Mas especialmente naquela manhã ela tinha um algo diferente dentro si. Havia acordado com a recordação forte do sonho que durante a noite, um sonho com Harry. Foi curto, até mesmo bobo, mas para ela era como se realmente tivesse acontecido. Hermione sempre achou isso fascinante nos sonhos, essa capacidade que eles tinham de marcar. Sonhou que estava exatamente naquele quarto, semi-adormecida e se sentindo muito sozinha, quase desesperada, poderia chorar se tivesse os olhos abertos, mas então quando já estava sem esperanças de esvair a angústia no sono, ela sentiu que Harry estava ao seu lado, não precisava olhar para saber que era ele.

Mas o Harry diferente, o que ela costumava conhecer em Hogwarts, o que ela costumava amar. Ele puxou suas cobertas delicadamente e depois tocou seu cabelo e aquilo a tranqüilizou. O sonho terminava com ele murmurando muito próximo dela “Eu sinto tanto sua falta... Espero que não seja tarde”. Então ele se afastou, e apesar de sentir que ele não estava, mas ao lado de sua cama, ele agora parecia mais próximo de sua alma. Novamente ela ficou feliz ao lembrar disso, afinal nada a impedia de fantasiar e aproveitar pelo menos o bem-estar que um sonho lhe proporcionava. Estava se perfumando quando Harry irrompeu no quarto parecendo muito bem disposto.

- Oi. – ele disse num tom natural.

- Olá. – respondeu Hermione recolocando o vidro na cômoda.

- O Malfoy e a Gina vão se encontrar conosco lá embaixo, na mesa do café da manhã... Eu pensei que poderíamos falar algo sobre logo mais depois de comermos, e... Eu também queria contar algo...

- Por acaso seria sobre o momento “sonâmbulo” de ontem quando você levantou no meio da noite? – indagou realmente interessada.

- Exatamente... – respondeu sorrindo. - Tudo bem pra você?

- Sim... – respondeu Hermione confusa pelo tom casual, e nada hostil, de Harry. - Eu só vou pegar tudo que vamos precisar, e te encontro lá daqui a pouco.

- Não quer que eu te ajude? – sugeriu Harry. Hermione deixou o queixo cair, aquilo não era normal.

- Não se incomode... – respondeu imediatamente. – Se quer realmente ser útil, pode ir pedindo o café, eu estou faminta.

- Ok... – respondeu simplesmente dando as costas e saindo.

Hermione se sentou na cama confusa. Harry cumpria primorosamente a tarefa de esquecer as diferenças entre eles para concluir a missão ou estava simplesmente sendo gentil? Curiosamente ela não conseguia responder isso, só tinha certeza de que Harry só costumava tratá-la assim quando eram amigos e algumas vezes quando eram namorados, antes é claro da última e definitiva briga que tiveram. Como era inevitável, ela acabou lembrando daquela fatídica noite...

(Flashback)

Eles haviam ido juntos à festa que Rony estava dando para comemorar sua contratação por um famoso time de quadribol americano, também acabava sendo uma festa de despedida, pois com o trabalho Rony iria morar nos Estados Unidos. O que Hermione não contava é que Rony e Harry antes tão amigos fossem acabar discutindo furiosamente naquela noite, e o pior, que ela fosse o motivo. O velho assunto do breve relacionamento que Hermione tivera com Rony no fim do sétimo ano insistia em se colocar entre os homens. Como ninguém conseguia superar Harry na brutalidade nos últimos dias, com aquela briga a relação os dois amigos ficou em seu pior estado até então. Hermione como sempre havia tentado amenizar a situação, mas o máximo que conseguiu foi fazer Harry sair possesso da festa. Não tinha escolha a não ser seguí-lo e poucos minutos depois os dois aparatavam na sala de Harry, que ainda fumegava o que deixava Hermione ainda mais contrariada.

- Não me olhe com essa cara. – grunhiu Harry agressivamente para Hermione que o encarava com os braços cruzados.

- Que cara? – indagou cinicamente.

- De censura.

- E porque eu estaria de censurando hein? Só por você ter feito o maior papel ridículo dos últimos tempos agredindo o homem que por SETE ANOS foi seu melhor amigo? – retorquiu furiosamente.

- Ah... É claro que você vai defendê-lo... – disse com sarcasmo.

- Eu não estou defendendo ninguém... Eu estou realmente me perguntando como você se transformou.... nisso.- disse Hermione, Harry gargalhou sem emoção.

- Me poupe dessa ladainha! Eu estou cansado desse seu sentimentalismo estúpido, que sempre aparece com objetivo de me comover, mas... Quer saber da última? Não me comove nem um pouco! – Harry falou com desdém.

- Como você pode ser tão bruto desse jeito? Está cada dia mais difícil ter um diálogo com você, será que você perdeu completamente o bom senso?O que deu em você para atacar o Rony daquele jeito?

- Porque você pergunta? Você estava lá...- respondeu com sarcasmo.

- É eu estava e o que eu vi foi uma tremenda ignorância da sua parte...

- Ignorante quem está sendo é você! Será que não percebe que o Roninho nunca superou o fato de ter sido trocado por mim?

- Não acredito que estou ouvindo isso! Você está delirando! Eu nunca troquei o Rony por você, o que aconteceu foi que o meu relacionamento com ele acabou e eu me apaixonei por você. Não houve nenhuma troca!

- Ah é mesmo? Pois parece que ele não entendeu muito bem... Talvez você devesse aproveitar toda a sua “delicadeza” e explicar as coisas a ele por essa perspectiva, pode ser que dê certo, mas pra mim não passa de eufemismo barato.

- Por que você diz que eu o troquei? Você se julga melhor do que ele?

- Na verdade não, você que julga, afinal foi você que o largou. E o curioso é que isso foi exatamente depois dos NIEM’s, poxa ele realmente foi mal não? – disse com ironia.

- Cala a boca! Ele costumava ser seu amigo será que não se lembra?

- Claro que lembro, mas como você mesmo acabou de dizer ele costumava, corrija-me se eu estiver errado, mas esse verbo esta no passado não Srta. Sabe-tudo?

- Pare... com... isso... – pediu Hermione aborrecida.

- É tão doloroso assim recordar que por acaso o motivo das nossas brigas é você? Como é que se chama mesmo... – começou parecendo refletir. – Ah... Sim... A pivô!

- Eu não fui pivô de nada... A única coisa que causou tudo isso foi o seu temperamento agressivo e a sua imaturidade, que faz com que você seja totalmente repugnante com todas as pessoas que algum dia se importaram com você ou pior que te amaram... – disse Hermione secamente, Harry continuou impassível.

- Lindo! O que eu devo fazer agora? Chorar ou....te pedir desculpas? – terminou gargalhando.

- Não se incomode. Eu que vou pedir desculpas ao Rony, e eu também farei isso por você como sempre.

- Não meta meu nome nisso está bem? Além do mais eu não acho que fiz nada de errado lá...e também não precisa usar “desculpas” como justificativa pra ir correndo para os braços dele, como você de fato quer... Você quer todos não é? Ao mesmo tempo, se possível!

- Eu simplesmente não te reconheço. Como você pode ter se tornado tão frio, calculista, insensível e repulsivo assim?

- Denovo isso? Como você pode ser tão chata? Eu já estou de saco cheio de toda essa porcaria, ainda não notou que eu não estou nem aí pra toda essa droga que você fala? Será que não se cansa de estar sempre repetindo a mesma coisa? – vociferou Harry, Hermione deixou escapar uma lágrima para cada palavra dura que ele pronunciava.

- Sim... Eu acabei de me cansar. – concluiu pegando de volta a bolsa.

- Já não era sem tempo. – disse Harry friamente caminhando para seu bar.

- Como eu pude um dia amar um monstro como você? – perguntou no que mais parecia ser uma reflexão, Harry se virou para ela perplexo, não esperava essa reação de Hermione.

- É alguma piada? – retrucou desentendido.

- Era. A piada acabou, e eu posso dizer seguramente que “já não era sem tempo”. Sabe... Eu realmente cansei de toda essa porcaria, das suas ofensas, da sua frieza, de estar sempre sendo agredida, do seu egoísmo e da sua imaturidade. Eu cansei de você – concluiu com dignidade. Harry a encarava incrédulo, ainda tentando absorver tudo o que acabara de ouvir. – Acabou.

- O... Quê...? Acabou??– resmungou com uma súbita mudança de expressão.

- É.

- Você não está falando sério!

- Eu estou sim, falando muito sério, eu cheguei no meu limite, não tem mais como continuar. – disse Hermione resignada.

- Você não pode terminar... Não assim. – falou Harry um tom de voz calmo, mas desesperado. – Porque está fazendo isso comigo? Por quê?

- Você, e só você, está me forçando a fazer isso, procure outra idiota pra pisar e destratar, porque eu estou saindo da sua vida agora Harry.

- Não é nada disso, você me interpretou mal, eu... Eu estava nervoso e falei aquelas coisas da boca pra fora, sem pensar...

- Ah é sempre assim não é? Você está nervoso, você está ocupado, você está de mau-humor, você você você! – disse Hermione irritada. – Mas em nenhum instante se trata de mim, você nunca se preocupou em como eu estava me sentindo nos últimos tempos, mas eu te digo, eu estava me sentindo muito mal com esse seu egoísmo. Não-dá-mais.

- Não faça isso Hermione. – pediu Harry a segurando pelos braços. – Eu não posso viver sem você. – concluiu quase num murmúrio.

- Você já não vive Harry, está tão consumido por rancor que tanto faz. Com ou sem mim você não vai conseguir viver. – disse Hermione soltando-se bruscamente dos braços dele. - Mas você se engana se acha que eu não posso viver sem você. É por isso que eu estou indo embora, pra buscar algo que você não pode me dar. Uma vida.

- Eu... Te amo. – disse Harry a voz tremendo.

- Não fale sobre o que não sabe. Você não sabe o que é amar. Isso você não conseguiu aprender comigo, uma pena, porque eu tinha muito mesmo a ensinar.

- Eu te amo. – ele repetiu com voz mais firme.

- Adeus Harry.

Foi tudo o que Hermione disse antes de desaparatar do lugar. Harry fitou o local onde ela estava, ainda desacreditado, será que ela realmente quis dizer o que ele entendeu? “Acabou? Não, não, não...”. Hermione não podia acabar tudo por uma discussão boba, não assim. Havia dito que a amava, duas vezes, o que era verdade. Ela deveria ter se atirado nos braços dele e o beijado, e não ter saído. O que seria dele agora? Perdera tudo. Ele retornou ao bar e tomou a dose de firewhisky de uma só vez, trêmulo.

(Fim do Flashback)

Hermione estremeceu com aquelas lembranças. Foi a decisão mais dura que tivera que tomar, mas não tinha escolha. Pelo menos naquele momento, era a única coisa sensata e que poderia fazer em prol do seu amor-próprio. Ela esfregou cansadamente os olhos, apanhou uma pasta de dentro da mala e saiu do quarto.

A área reservada para o café da manhã ficava praticamente ao ar livre, numa espécie de bosque onde cada mesa era coberta por um imenso guarda-sol. Hermione analisou o local com os olhos e facilmente pode localizar Harry, sozinho na mesa de café da manhã já posta próxima a uma linda fonte do jardim. Ela caminhou até lá e sentou-se de frente para ele, que lia concentradamente um jornal trouxa.

- Onde estão os outros? – indagou servindo-se de suco de laranja.

- Devem estar apontando por aí... Quando passei na suíte eles estavam brigando para usar o banheiro... – respondeu naturalmente.

Hermione sorriu e sem mais palavras, resolveu tomar o seu café em paz já que Harry parecia disposto a consentir.



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Por sorte o espelho do banheiro era enorme o que evitou uma nova disputa para Draco e Gina, que agora estavam plantados concentrados em seu reflexo. Gina se maquiava como de costume enquanto Draco arrumava caprichosamente os cabelos loiros e passava infinitas loções na face. A ruiva já dava o toque final passando o rímel nos olhos quando parou encarando o reflexo de Malfoy que agora já estava na terceira loção apenas na área dos olhos.

- Não tem medo que duvidem da sua masculinidade? – indagou a mulher perplexa.

- Você está duvidando?

- Foi só uma curiosidade, se importa de responder?

- Não Weasley, eu não tenho medo, sou viril o suficiente. – respondeu o loiro agora se perfumando.

- Você não entendeu... Eu não me referi à virilidade, mas sim a masculinidade. – disse Gina em tom de escárnio. Draco revirou os olhos com desgosto.

- Até onde eu sei são sinônimos.

- É... Só até onde você sabe mesmo, mas pelo que eu sei há vários ativos bem viris. – retorquiu rindo.

- Eu sou apenas um pouco vaidoso ok? Que saco! – reclamou.

- Não se preocupe Malfoy, como disse antes eu não duvido da sua masculinidade. Sabe os gays, eles têm bom-gosto e isso, bem, a Violet está aí para provar que você não tem. – afirmou entre risos, Draco a fuzilou pelo espelho e finalmente respirou fundo.

- Tá... Tá bem eu admito, foi uma escolha infeliz, os seres humanos erram, será que dá pra parar de me zoar com isso agora? – disse Draco corando, Gina abriu a boca abismada.

- Nossa! Pelo eu vejo essa espécie pode realmente evoluir! – zombou a ruiva saindo do banheiro.

- Agora já tem outro ponto pra zoar. – lamentou Draco de volta ao quarto retirando uma jaqueta de dentro da mala.

- Podemos ir? – disse Gina ignorando o comentário.

Draco a acompanhou em silêncio e se se encostou à parede do corredor parecendo muito concentrado no teto. Por algum motivo ele não queria olhar para Gina. Estava meio aterrorizado por não conseguir pensar em nada para agredi-la desde algum tempo. Enquanto esperavam o elevador ele voltou a falar.

- Então... Você está mesmo com aquele Murdoc? – perguntou com a voz incrivelmente baixa, Gina quase não ouviu.

- O que você quer dizer com “estar mesmo?” – perguntou confusa. Draco sorriu.

- Você sabe... Compromisso. – respondeu ainda quase num murmúrio.

- Ah... Não, não estou. – disse Gina adentrando no elevador.

Ela estava muito distraída mirando o chão para perceber o relutante sorriso que Draco esbanjou. Na verdade, Gina esperava a qualquer momento algum tipo de zombaria da parte dele. Em vão. Eles seguiram totalmente em silêncio até a mesa onde Hermione e Harry estavam.

- Bom dia! – bradou Gina animadamente se juntando aos dois na mesa.

- Dia! – responderam ao mesmo tempo.

A mesa de café sumiu em alguns minutos, ao fim dos quais todos pareciam satisfeitos. Draco foi o primeiro que falou ao notar que os demais já haviam terminado de comer e depois que o empregado do hotel já havia retirado a louça.

- E então? Ao trabalho agora? – disse o loiro empolgado.

- Bingo, Malfoy. Vamos ao que interessa, o que temos sobre hoje à noite? – disse Harry na direção de Hermione.

- Bem... – começou a mulher abrindo a pasta que tinha em mãos. – Temos a planta da casa, aqui, como todos vocês podem ver, uma lista com os nomes de todos os empregados permanentes e contínuos, dados do buffet, assim como outra lista dos principais convidados. Acho que deveríamos começar traçando uma posição para nós na casa.

- Faz sentido. – falou Gina os outros assentiram.

- Bem, algo que pode ser bom para nós... – narrou pegando em mãos a planta da mansão. – O salão onde os convidados irão se reunir fica praticamente no meio da mansão, vejam só. Nós vamos passar por vários cômodos antes de chegarmos lá, podemos reconhecer bem o terreno.

- Teoricamente todo o lugar faz parte da festa, é realmente uma oportunidade perfeita. – Gina falou.

- Mas com aquele troço que o Chief mandou a gente vai poder ter uma noção se o que procuramos está lá... – lembrou Malfoy.

- Exatamente, isso torna as coisas duplamente mais fáceis... Caso o cajado acuse alguma coisa nós teremos um acesso relativamente livre aos cantos da casa. – completou Hermione.

- Mas também é importante estarmos atentos a esse cara, o Masaccio, não esqueçam que ele é a chave de tudo. – disse Harry olhos fixos na lista de empregados. – Eles possuem um cofre?

- Bem observado. Possuem sim, e a parte esquisita é que fica em um cômodo do andar de cima, provavelmente no quarto e não no escritório. Se detectarmos magias ativas o primeiro local a procurar é lá. – disse Hermione.

- A gente entra lá fácil, fácil. – Gina falou sem modéstia.

- Bem, quanto ao local que ficaremos. Eu sugiro que vocês Draco e Gina cubram a parte norte do salão. – disse Hermione apontando o local com o dedo na planta da casa.

- Ok... – concordou Gina.

- Não... Eu não concordo... – disse Draco em oposição.

- Mas será que você tem prazer em ser do contra? – perguntou Gina.

- Qual o problema agora Malfoy? – disse Hermione cansada.

- A parte Norte é a parte de trás do salão.

- E daí? – perguntou Hermione movendo os olhos de um lado para outro na planta da casa.

- E daí que os banheiros ficam aí, está vendo, por dedução o bar não vai estar desse lado. – justificou-se naturalmente.

- Você é alcoólatra ou algo assim? – indagou Harry com sarcasmo.

- Muito engraçado Potter, mas você está em condições de zombar, afinal, você vai ficar do lado do bar... Assim é muito bom! – bradou o loiro e depois puxou a cadeira para o lado de Harry cochichando de modo que só ele ouvisse. – Pesquisas já provaram que o local preferido das mulheres desacompanhadas nas festas é o bar.

- Deve ser porque elas querem beber as custas de patetas como você. – sussurrou Harry de volta.

- Tudo bem Malfoy... Você e a Gina podem ficar do lado do bar, se já qual for. Eu e ele ficaremos com o outro lado. – afirmou Hermione agora olhando para Harry e tendo um sobressalto. – Onde está a sua cicatriz?

- Ah... Um feitiço simples para esconder... Os bruxos facilmente me reconheceriam se eu a ficasse exibindo.

- Boa idéia. – admitiu Hermione sem conseguir disfarçar o fascínio.

- É, mas eu acho que sua fama subiu na cabeça Potter, afinal você parece não ter reparado que estamos num local trouxa... - interrompeu Draco rindo, Harry o olhou com desgosto.

- Primeiramente Malfoy, eu sei que estamos em um local trouxa, mas você que parece não ter percebido que isso não impede que bruxos o freqüentem, afinal nós estamos aqui, sabe? – disse Harry mal-humorado, fazendo Draco parar de sorrir - Mas de qualquer modo obrigado pelo seu pronunciamento, pois acabou de me lembrar da outra coisa que queria falar com vocês.

- Sobre ontem. – Hermione falou no que mais parecia uma pergunta, pois Harry confirmou com um aceno positivo de cabeça.

- Ontem, eu ouvi barulhos muito suspeitos no quarto ao lado e...

- Olha só Potter, eu realmente na teria nenhuma objeção que esses barulhos de fato tivessem acontecido... Eu até tentei, mas devo dizer que você anda ouvindo vozes novamente porque a Weasley estava irredutível e infelizmente não me deixou cumprir minhas obrigações de marido... – Draco interrompeu novamente fazendo Gina ficar furiosa. Harry cobriu os olhos balançando negativamente a cabeça enquanto Hermione riu.

- Imbecil. – foi tudo o que Gina conseguiu falar ainda fumegando.

- Malfoy... Novamente obrigado por esse acréscimo de informação tão útil ao nosso caso, mas desconsiderando-se por um segundo o seu umbigo e voltando a nossa atenção para o quarto ao lado que não é o seu, será que eu posso continuar?

- Ah!.. Agora entendi! – bradou o loiro rindo. – O outro né... O outro quarto... Assim sim...Prossiga Potter!

- Obrigado. Como eu estava dizendo, eu ouvi barulhos muito suspeitos no quarto ao lado, e pela conversa dos hóspedes de lá, eu pude me certificar de que se trata de um casal de bruxos. – comunicou Harry.

- Bruxos? Aqui? – indagou Hermione perplexa.

- O que você ouviu? – questionou Gina.

- Uma conversa muito estranha... Eles parecem estar envolvidos em coisas ilícitas e perigosas, e pelo que eu pude perceber eles teriam um encontro definitivo hoje. E o que mais me intrigou é que os nomes deles são familiares.

- Como eles se chamam? – perguntou Hermione.

- Holt e Frida Fletwood.

- O quê? – indagou Draco atônito. – Os Fletwood estão aqui?

- Você os conhece? – disse Gina.

- Sim... Quer dizer, não, não exatamente... – respondeu confuso. – Meu pai os conhecia.

- Eles eram comensais? – questionou Hermione.

- Se fossem eu saberia... – respondeu Harry.

- Não são comensais, nem sei se eles apoiavam o Lord das Trevas... – começou Draco pensativo. – Eles eram amigos do meu pai e não são peças boas, se eles estão juntos aqui, significa que estão metidos em alguma armação.

- Espere... Como você sabe que eles são assim?

- O fato de terem contato com o Lúcio já é uma evidência, mas a questão é que eles costumavam fazer alguns serviços sujos pro meu pai, eles me pareciam especialistas em desvendar enigmas, ou algo assim... Lembro que uma vez eles conseguiram revelar o segredo de um escaravelho gigante que escondia ouro maciço no interior, mas era praticamente impossível abri-lo, eles são craques. – disse Draco.

- Será que eles têm alguma coisa haver com o nosso caso? – cogitou Hermione.

- Talvez sim, talvez não... – respondeu Draco.

- Pelo que eu ouvi, eu diria que talvez sim... – disse Harry. – Acho melhor ficarmos de olho neles.

- Acha que eles te reconheceriam Draco? – perguntou Gina, e Draco teve um sobressalto, era a segunda vez que ouvia seu primeiro nome sendo pronunciado pela ruiva, “Progresso”?

- Sem chance... Eu era um pirralho e nunca fiquei cara a cara com eles, eu só sei disso por que... Ehr... Ouvi – disse sem jeito. – Por... acaso.

- Ah sim... Um pirralho alcoviteiro e desaforado que escuta atrás da porta! – zombou Gina. – Típico de você... Totalmente sem estilo!

Draco abriu a boca balbuciando mais nem uma palavra foi pronunciada. Gina ainda o olhava com desdém, mas ele não se sentia capaz de retrucar.

- Era só isso que tínhamos pra combinar? – disse Draco pó fim quase sem voz e num tom extremamente calmo.

- Basicamente sim. – respondeu Hermione em seguida olhando para Harry.

- Por mim também era só isso. – consentiu Harry.

- Ótimo, então, eu vou pro quarto, não estou muito bem. – falou Draco antes de se levantar e sair do local.

- Eu disse alguma coisa? – indagou Gina tentando parecer natural quando o loiro já havia se distanciado.

- Ele deve estar um pouco sensível hoje. – disse Harry absorto agora na lista de convidados.

- Eu não devo ir lá, devo? – perguntou a ruiva disfarçando a preocupação.

- Eu acho que, você poderia considerar essa possibilidade... – Hermione falou recolhendo os papéis.



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“You left a stain

On every one of my good days

But I am stronger than you know

I have to let you go

No one's ever turned you over, no one's tried

To ever let you down

Beautiful girl

Bless your heart”

Matchbox 20 – Disease




Draco rumou apressadamente de volta para o quarto. Talvez os outros não tivessem percebido nada, pelo menos ele rezava para que o total desequilíbrio emocional que o abatia não estivesse tão óbvio. Porque havia acordado naquele estado deplorável? Será que estava com alguma doença ou algo assim que o impedia de reagir a qualquer atitude dela? Tudo bem, ele já havia tomado consciência que Gina havia se tornado uma mulher muito atraente e que era totalmente normal que seus hormônios reagissem a isso, afinal era só o corpo. Mas não era normal que seu cérebro começasse a se alterar e o deixar em apuros, sem reação, e o pior se ofendendo com uma brincadeira boba, até leve comparada às anteriores. “Não é nada! Você supera isso...”, pensou consigo mesmo. Já estava relativamente bem, observando a cidade da varanda quando a porta do quarto bateu. Quem mais poderia ser?

- Você não ficou chateado, ficou? – disse Gina que já estava ao lado dele.

- Por quê? – respondeu forjando indiferença e voltando para o interior do quarto.

- Pelo modo que você saiu da mesa. - retrucou o seguindo.

- Eu saí porque não estava me sentindo bem, e eu falei isso, você é surda?

- Não Malfoy, eu ouvi muito bem o que você falou.

- Então por que está aqui?

- Eu tive a leve impressão de que você se aborreceu, só por isso. Foi uma brincadeira sabe?

- Fique sabendo que eu não dou a mínima para as coisas que uma Weasley estúpida pode falar. – vociferou num tom nada brincalhão que levou Gina por um instante de volta a Hogwarts.

- Mas que grande idiota você é Malfoy, um grande, grande idiota mesmo! – retrucou gargalhando.

- Qual o seu problema afinal Weasley? Eu acabei de te chamar de estúpida e você fica aí rindo? – disse Draco perplexo, e muito aborrecido, pois Gina ainda gargalhava, ele segurou brutalmente os braços dela e a sacudiu. – Pare... De... Rir!

- Por... Quê? – resmungou ainda entre risos, Draco bufava.

- Porque... Eu não gosto que riam de mim.

- Esse, Malfoy, é o elemento surpresa... - Disse Gina mansamente ao notar a pilha que Draco estava.

- O... Quê? – indagou confuso.

- Elemento surpresa, o que você não espera que aconteça e o que torna tudo mais interessante! Agora você está aí, um perdedor, realmente irritado, e incrivelmente mais engraçado, me fazendo rir cada vez mais. Você é totalmente previsível! Você poderia tentar usar o elemento surpresa alguma vez na vida, sabe?

Draco a mirou com os olhos faiscando, Gina ria incessantemente. “Previsível não é? Vamos ver o que ela acha disso então”. O loiro aproveitou que ainda tinha a mulher submetida em seus braços e de súbito a puxou provocando um encontro fulminante de suas bocas. Ela tentou empurrá-lo para longe, mas Draco era mais forte do que ela podia imaginar e sem que pudesse impedir ele já explorava sua boca ardentemente com a língua, num beijo minucioso e intenso, ela simplesmente não teve forças para lutar e acabou consentindo, o que fez com que Draco a envolvesse totalmente pela cintura a apertando cada vez mais contra si, para ele aquele toque excedia todas as expectativas que havia vislumbrado, e apenas seu orgulho fez com que ele desfizesse o contato e soltasse Gina. Ele a olhou vitorioso, agora com um charme de sorriso nos lábios.

- Surpresa?

Foi a única coisa que veio na cabeça de Draco para dizer naquele momento, ao notar a expressão de assombro da ruiva. Dizendo isso ele deu as costas e bateu a porta do quarto atrás de si deixando Gina com o cheiro dele entranhado na pele e com uma possível resposta entalada na garganta.



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Hermione guardou caprichosamente os documentos de volta na pasta, apenas a lista de convidados estava nas mãos de Harry que parecia examiná-la pela milésima vez como se procurasse algo pelas entrelinhas e não achasse.

- O que foi? Perdeu alguma coisa aí? – indagou a mulher fazendo menção de pegar a lista das mãos de Harry.

- Não.

- O que tem de tão fantástico então?

- Parecem ser todos trouxas. – respondeu devolvendo o papel para Hermione que o recolheu junto aos outros.

- Não é óbvio? – disse Hermione e sem notar usava seu tom habitual de escárnio. - Se houverem bruxos com certeza o nome deles não constará em nenhuma lista.

- É. – disse Harry simplesmente e já havia decidido não cair em quaisquer provocações ou piadas hostis de Hermione. Após isso ele se levantou e voltou a caminhar na direção do saguão do Hotel, Hermione o seguiu.

- Você está bem de saúde? – perguntou já cansada de tentar entender as súbitas escapadas que Harry estava dando para não criar uma discussão.

- Estou. – respondeu Harry, como se fosse óbvio exatamente como fazia com sua Tia Guida. – Muito obrigado por se preocupar com a minha saúde.

- Você definitivamente não está bem. – disse Hermione juntando as mãos e pondo-se na frente dele o que obrigou Harry a parar de andar.

- Eu estou ótimo. – afirmou com calma.

- Impossível, pelo menos não se encontra no seu estado normal, você nem sequer foi hostil hoje!

- É. Não fui.

- Já sei! É claro, deve ser porque você está de ressaca, mas isso só deveria piorar seu humor... – disse parecendo raciocinar.

- Se eu nem estava bêbado! – exclamou Harry sorrindo.

- Você já me disse isso. – falou a mulher emburrada. – A questão é que, esse seu comportamento está muito esquisito...

- Incrível... Você reclama quando eu brigo com você e reclama quando eu não brigo. Mas será que você não consegue se decidir?

- Então agora você resolveu não brigar mais comigo? – indagou incrédula e com um de zombaria que incomodava Harry.

Ele abriu a boca com uma boa resposta para dar, do tipo “É o que parece, entendeu ou quer que eu desenhe?”, mas isso acabaria com o voto de paz que havia feito com si mesmo e iniciaria uma briga, então ele desistiu de falar e apenas assentiu com relutância para Hermione, que sorriu.

- Você queria brigar agora não é? – disse ela em tom desafiador. - Você está no limite do autocontrole para não fazer isso agorinha mesmo não está?

- Você quer que eu brigue? – respondeu Harry em tom bem mais alto, Hermione o mirou com um olhar vitorioso. Ela realmente queria atiçá-lo.

- Você que está doidinho pra brigar, admita! Está se azarando para cumprir mais um daqueles votos idiotas que você cria para se domar, duvido que consiga. – disse Hermione e realmente parecia estar se divertindo.

Harry não conseguia acreditar que ela estava obviamente o provocando, o tentando a discutir, por pura birra e capricho. O pior é que a cada instante ele achava uma resposta melhor e mais arrogante que a dela tendo que se controlar para não usar. Ele respirou fundo para aliviar todos os seus músculos e a ânsia que tinha de argumentar contra Hermione, então sorriu calmamente para ela.

- Você respirou fundo e as suas narinas tremeram, você sempre faz isso quando está furioso! Agora não tem mais como negar... – disse Hermione rindo, Harry a olhou num misto de horror e realmente fúria. Expirou pesadamente o que fez a mulher ter um sobressalto. – Tremeu denovo!! – acusou apontando diretamente para o meio da face de Harry.

- Não tremeu! – negou ele com urgência, embora soubesse que ela conhecia muito bem aquele “tique nervoso”, melhor até do que ele.

- Você não engana ninguém... – falou Hermione com escárnio.

- Olha só... – começou o homem com o indicador erguido. – Eu fiz sim um voto de paz comigo mesmo para que nós possamos trabalhar, apenas isso, e seria realmente muito bom se eu pudesse contar com a sua colaboração nesse sentido.

- Também seria muito bom se você não se sentisse irritado e tentado a discutir por qualquer bobagem, como aconteceu agora pouco. – alegou Hermione afastando o indicador dele com a mão.

- Eu me senti irritado? – disse pasmo. – Quem estava tentando instigar uma briga era você!

- E funcionou...

- Não funcionou, e eu não vou cair nas suas provocações, não adianta insistir. – desdenhou.

- Eu duvido... Duvido mesmo. Afinal, suas narinas não mentem. – disse Hermione voltando a rir.

- Escute...

Harry voltou a levantar o indicador na cara dela. O que ele ia dizer ela nunca soube, pois Gina apareceu ao lado dos dois soltando fogo pelas ventas.

- Onde... Está... Ele? – perguntou Gina entredentes.

- Quem? – disseram os outros dois ao mesmo tempo.

- Aquele verme asqueroso, imundo, repugnante e atrevido... – disse Gina com aversão.

- Malfoy? – sugeriu Harry.

- Nossa... Como você adivinhou? – cantou Gina com ironia.

- Está brincando? Com essas dicas todas ficou meio óbvio... – completou Harry rindo.

- Onde ele está? – insistiu a ruiva em cólicas.

- Não o vimos desde que você saiu daqui Ginny... – respondeu Hermione. – Aconteceu alguma coisa?

- Vai acontecer ainda Mione... E vocês escutem bem o que eu vou dizer porque esta equipe vai perder um membro, digam adeus ao Malfoy! – berrou a ruiva.

- Por acaso alguém pronunciou o meu ilustre sobrenome? – bradou Draco que acabava de se encostar a uma árvore próxima, do lado esquerdo deles. – Malfoy você disse?

Gina o fuzilou com o olhar enquanto bufava de ódio.

- Não-se-envolvam. – disse a ruiva para Harry e Hermione antes de sair na direção do loiro.

Hermione ainda tentou seguir a amiga, mas foi impedida por Harry.

- Ah você a ouviu... É melhor não ir até lá. – aconselhou com calma, Hermione assentiu e saiu na direção oposta, não sem antes é claro contar vantagem para Harry.

- Ah... Elas tremeram sim. – disse uma última vez, distante o suficiente para não escutar algo que o moreno pretendesse dizer.

Harry ainda teve tempo de ouvir as risadas de Malfoy antes de desaparecer entre as mesas. Gina acabara de chegar onde o loiro estava, parecia bem tranqüilo e satisfeito saboreando uma maçã.

- O que foi Ginny? Você parece tensa... Aconteceu alguma coisa? – zombou Draco com ironia. Gina por sua vez, apontou o dedo na cara do loiro.

- NUNCA MAIS ponha essas suas patas nojentas sobre mim, SEU OGRO! – disse Gina secamente.

- Como assim? Eu não sei do que você está falando... – retrucou com escárnio.

- Não seja cínico... Você sabe muito bem! – retorquiu

- Digamos que eu tenha uma vaga idéia... Mas eu continuo sem entender essa sua reação, doce Ginny...

- CALE-SE! Escute, eu não estou brincando Malfoy, NÃO OUSE se aproximar de mim novamente, ou eu não respondo pelos meus atos! – gritou.

- Ah... Não me diga que não gostou do elemento surpresa?

- Mas que insolente... – grunhiu com raiva encolhendo os olhos. – Você vai pagar por ter ousado me tocar, Malfoy, pode escrever isso!

- Você está me ameaçando Ginny? – zombou.

- Imagina! Só estou avisando... Seria bom você tomar cuidado com os meus elementos surpresa de agora em diante, ou você pode acordar sem sequer lembrar de quem você é e com partes extremamente vitais do seu corpo faltando... – disse friamente e com voz ameaçadora, Draco engoliu seco. - E é melhor você não falar sobre isso com ninguém, a não ser é claro que prefira uma morte lenta e dolorosa, será que eu fui clara?

- Não sabe o quanto... E não precisa se preocupar, eu não pretendo te beijar denovo e também não sinto necessidade de contar a ninguém. – retrucou o loiro examinando atentamente as unhas.

- Vai ser a única e talvez a última coisa sensata que fará na vida. – disse Gina dando as costas. Tinha dado apenas três passos quando Malfoy voltou a falar.

- Não que seja importante... Mas foi muito bom... – disse alegremente, Gina fechou os olhos com ódio. -... O beijo eu quis dizer. – completou enfatizando bem a palavra e rindo logo após.

Gina ainda borbulhando de fúria voltou a caminhar mostrando as costas da mão esquerda apenas com o dedo médio levantado a amaldiçoando Draco mentalmente, que ela tinha certeza estava se vangloriando aos Deuses.

- Isso não vai ficar assim... Não vai mesmo!!



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N/A – Capítulo cinco finalmente pronto e eu cheguei nos tempos negros de ficar sem net em casa, o que pode causar um atraso significativo no seis. Se eu puder correr a uma lan para atualizar como estou fazendo agora muito bem, logo logo ele estará no ar, mas se não, só Deus sabe quando atualizarei. Mas bem, eu não gostei muito desse capítulo, achei meio sem graça, mas ele era necessário, o próximo sem dúvida será melhor, afinal teremos enfim essa festa e outras coisinhas mais... eheheh =X . Qualquer semelhança do “tremer as narinas” com algum filme não é mera coincidência viu? Eu vi em um filme e achei muuuito legal, por isso fui aproveitando, hehehe A música que eu vou colocar a tradução hoje é totalmente dedicada a D/G... Muito fofos! Quem quiser ouvir baixe a versão ACÚSTICA! O clima fica bem melhor... =D ... No próximo talvez venha uma H², enquanto isso bom proveito e muuuito obrigada mesmo a todos que estão lendo e comentando quero que saibam que eu amo muuuuuuuito isso... ehheeh bjus e até a próxima! =***

PS: BBB5 sem Juliana muito sux viu...



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BÔNUS --------------- TRADUÇÃO



Disease

>> Matchbox 20

Doença



Feels like you made a mistake

Parece que você errou

You made somebody's heart break

Despedaçou o coração de alguém

But now I have to let you go

Mas, agora, tenho que deixá-la partir...

I have to let you go

Tenho que deixá-la partir



You left a stain

você deixou uma mancha

On every one of my good days

Em todos os meus dias bons

But I am stronger than you know

Mas sou mais forte do que você pensa

I have to let you go

Tenho que deixá-la partir



No one's ever turned you over,

Ninguém jamais abriu mão de você

No one's tried To ever let you down

Ninguém jamais tentou decepcioná-la

Beautiful girl

garota linda

Bless your heart

Deus a abençoe



I got a disease deep inside me,

Estou com uma doença no fundo da alma

makes me feel uneasy baby

que me deixa inquieto

I can't live without you, tell me what am I supposed to do about it?

Não consigo viver sem você o que devo fazer a respeito?

Keep your distance from me, don't pay no attention to me

Mantenha distância, não me dê atenção

I got a disease

Estou com uma doença



Feels like you're makin a mess

você está criando uma confusão

You're hell on wheels in a black dress

É o diabo de vestido preto

You drove me to the fire

Você me levou até a fogueira

And left me there to burn

E me deixou queimar



Every little thing you do is tragic

Tudo o que você faz é trágico

All my life, almost magic

Minha vida antes de você era mágica

Beautiful girl

garota linda

I can't breathe

Não consigo respirar



I got a disease deep inside me,

Estou com uma doença no fundo da alma

makes me feel uneasy baby

que me deixa inquieto

I can't live without you tell me what am I supposed to do about it

Não consigo viver sem você o que devo fazer a respeito?

Keep your distance from me, don't pay no attention to me

Mantenha distância, não me dê atenção

I got a disease, yeah,

Estou com uma doença



well, I think that I'm sick

Acho que estou doente

Believe me well my world is comin' down on me

Mas deixe o meu mundo desabar em cima de mim

You taste like honey, honey

Você tem gosto de mel, amor

Tell me, can I be your honey

Posso ser o seu amor?

be be strong, keep tellin myself that it won't take long 'till

Seja forte, eu digo a mim mesmo que em pouco tempo

I'm free of my disease

estarei curado da minha doença

Yeah, well free of my disease

É, curado da minha doença.

Free of my disease

Curado da minha doença

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