Gina Weasley



Capítulo II – Gina Weasley

Snape caiu ajoelhado ao lado do corpo de Hermione enquanto aspirava o ar em grandes arfadas. Aproximou-se dela. Tocou-lhe o pescoço em busca de algum sinal de vida e encontrou uma fraca e descompassada pulsação. Sem se importar com os olhares do resto da escola, rasgou as vestes da garota para poder ver melhor os cortes.
O som das vestes sendo rasgadas pareceu tirar os outros do estado de choque. Os alunos começaram a cochichar em grupinhos, enquanto algumas garotas apontavam para Hermione e davam gritinhos. Gina Weasley foi a primeira a tomar uma atitude: correu pelo gramado em direção a sua melhor amiga. Minerva McGonagall tentou detê-la, mas Dumbledore a impediu. Harry Potter e Rony Weasley tentaram, desesperados, seguir Gina, mas foram impedidos por uma espécie de barreira invisível. Olharam diretamente para Dumbledore, mas este apenas encarou-os por alguns segundos, dirigindo-se a McGonagall logo depois:
- Minerva, impeça qualquer aluno – seja quem for – de ultrapassar essa barreira. Estupore-o se for necessário – completou olhando para Harry. Depois se virou para o restante do corpo docente, que parecia um pouco atordoado para tomar alguma iniciativa por conta própria. – Papoula e Pomona, peço que ajude Minerva a controlar os amigos da Srta. Granger...
- Mas, Diretor – interrompeu-o Madame Pomfrey. – Eu devo cuidar da Senhorita Granger. Ela esta muito ferida e...
- Não, Papoula. Deixe Severus cuidar dela.
- Albus, eu sou a medibruxa dessa escola. – ela parecia um tanto ofendida por ser dispensada.
- Eu sei disso, Papoula. Sua ajuda será importante mais tarde. Deixe que Severus cuide dela. Ele sabe o que fazer.
A medibruxa concordou contrariada. O diretor continuou falando:
- Filio e Horácio, preciso que vocês tentem levar os alunos para o Salão Principal. Deixem os amigos da Srta. Granger aqui. E peçam para que esperem até que eu possa falar com eles. – os dois se retiraram para atender ao pedido. – Hagrid, vou prender os Comensais e gostaria que você vigiasse-os até que eu possa contatar o ministério.
Dumbledore prendeu-os com outra barreira mágica, mas manteve Lucius Malfoy no lugar em que caíra. Hagrid sentou-se ao lado dos Comensais.

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Snape, ainda alheio ao que acontecia a sua volta, mal percebeu a chegada de Gina Weasley. Ele ergueu o olhar rapidamente ao sentir uma mão em seu ombro e a viu. Notou vagamente as lágrimas que escorriam dos olhos da garota, antes dela se sentar no chão e colocar a cabeça de Hermione em seu colo. Observou-a conjurar rapidamente uma maca embaixo de sua amiga e, com um feitiço simples, sugar todo o sangue que atrapalhava a visão dos cortes. Depois, ela colocou a mão delicadamente no rosto da amiga. Soltou uma exclamação audível e encarou-o. Ele simplesmente assentiu, sem saber o que dizer e trocou um olhar desesperado com ela. Tinha certeza que ela havia visto o quanto ele estava preocupado. Ela estava ardendo em febre.
Antes que o estado de Hermione piorasse, Snape começou a sussurrar o contra-feitiço, passando a varinha por todos aqueles cortes. Deteve-se mais tempo em um corte na coxa direita da garota, que parecia mais profundo. Deduziu, antes mesmo de terminar o encantamento, que não funcionaria tão bem quanto funcionou em Draco Malfoy, há dois anos. Os cortes pararam de sangrar e até se fecharam, mas não cicatrizaram. Ele respirou fundo e continuou olhando para o rosto desfalecido da grifinória. Só ergueu o olhar quando viu um lençol branco planar um pouco no ar, antes de cobrir o corpo de Hermione.
Levantou os olhos e deparou-se com outros incrivelmente azuis encarando-o. Albus Dumbledore estava mais sério do que ele jamais o vira e sua voz demonstrava toda sua tristeza.
- Como ela está? – perguntou. Snape vacilou e olhou de relance para Hermione. Não respondeu. Apenas voltou a encarar o diretor. Pela dor nos olhos dele, Dumbledore teria sua resposta. Compreendendo, continuou. – Vamos levá-la pra Ala Hospitalar. – e ergueu a maca. – Preciso que me conte tudo assim que entrarmos, Severus. – Snape assentiu e tentou se levantar, sem sucesso. Gina ergueu-se e o ajudou. Ele apenas olhou-a e aceitou a ajuda.
Apoiado na menor dos Weasley, Snape caminhava lentamente em direção ao castelo, sendo acompanhado por Dumbledore e pela maca de Hermione que flutuava ao seu lado. Quando a distância diminuiu, pôde perceber quem eram as pessoas na porta do castelo. Viu Potter e Weasley tentando passar por uma McGonagall extremamente nervosa e Longbotton chorando a um canto; Lovegood e Sprout tentavam consola-lo. Depois percebeu que Madame Pomfrey vinha correndo em sua direção. Ela passou seu braço em suas costas para ajudar a Weasley a carregá-lo. Só agora percebera como estava fraco.
Ao alcançarem a entrada do castelo, todos os outros se juntaram em volta da maca. Ouviu Dumbledore falar:
- Quero que vocês vão para o Salão Principal. Não será necessária a presença de todos nós. Peço apenas que Minerva nos acompanhe.
- Mas, Prof. Dumbledore, Hermione... – começou Harry, desesperado.
- Não há nada que você possa fazer, Harry. Além disso, preciso conversar com Severus. Depois você poderá visitá-la. – disse, em um tom conclusivo. E virou-se para a Prof. Sprout. – Pomona, leve-os ao Salão Principal e informe aos alunos que, em meia hora, irei explicar-lhes o ocorrido. Sprout assentiu e disse:
- Vamos crianças... – todos a seguiram contrariados, mas a professora parou ao ver que Gina Weasley não a acompanhava. – Venha, senhorita Weasley...
- Não, Pomona. A srta. Weasley ficará conosco.
Pelo olhar que Snape viu os outros darem a Dumbledore, tinham entendido tanto quanto ele, mas resolveu não interferir. Afinal, a menina Weasley foi a única a ajudá-lo e não foi impertinente.
Caminharam em silêncio até a Ala Hospitalar. Dumbledore passou o corpo de Hermione da maca para cama, enquanto Minerva trancava a porta. Snape sentou na cadeira ao lado da cama de Hermione, Gina na beirada da cama da amiga, Minerva e Albus na cama ao lado e Madame Pomfrey pôs-se a examiná-la. Deu um gritinho ao sentir a temperatura da garota e olhou para Snape. Ele apenas deu outro suspiro cansado. E disse:
- Traga ditamno, Madame Pomfrey. Ela só pode tomá-lo a cada hora, exatamente, e daqui a duas horas. Sem nenhuma outra poção. Se não, ela pode... – ele não conseguiu completar a frase e, inconscientemente, segurou a mão da garota.
A medibruxa saiu em busca do remédio.Dumbledore tomou a palavra.
- Severus, preciso que me conte o que aconteceu.
Snape assentiu e respirou fundo antes de começar.
- Eu estava caminhando pela propriedade, próximo ao lago. – sua voz era amarga. – Ouvi um grito, fui ver quem era e vi a Srta. Granger sair da floresta. Ela já estava bastante ferida. Fui ajudá-la. Malfoy me atingiu com um feitiço. Depois duelamos. A Srta. Granger parecia muito fraca e piorou quando Nott lançou a Cruciatus nela. – Gina deu um gritinho e McGonagall respirou fortemente pelo nariz. – Ela não conseguia mais se levantar. Prendi-o, mas Malfoy se livrou do feitiço que lancei e voltou a duelar comigo. Vi a Srta. Granger enviar um patrono...
- Um patrono, Severus? – perguntou Dumbledore. – Para quem ela o enviou-o?
- Não foi para você? – estranhou Snape.
- Foi para mim. – todos passaram a olhar Gina. – O patrono parecia muito fraco, por isso me apressei em chamar todos vocês.
- Por que ela mandou o patrono para você? Seria melhor ter chamado direto por Albus. – disse McGonagall.
- É que nós criamos um tipo de código para nos comunicarmos durante a guerra. Imagino que ela gastaria menos energia me mandando uma pequena mensagem do que mandando para outra pessoa.
Dumbledore retomou a palavra:
- Certo, srta. Weasley. Por favor, Severus, continue.
- Bom, eu continuei duelando com Malfoy. Devo dizer que me distraí por um segundo ao ouvir as vozes no castelo. Lucius aproveitou e me lançou o Sectumsempra. E, eu não sei como, mas ela me empurrou e ... E recebeu o feitiço no meu lugar. – terminou de falar com a voz um tanto trêmula. Minerva colocou as mãos na boca, surpresa.
Snape sentiu-se acuado. Achou que precisava se justificar e disse, com desespero na voz.
- Eu não sei... Eu não entendo por que... Por que ela fez isso... Eu... – não sabia mais o que dizer. Abaixou a cabeça e suspirou.Levou uma mão ao rosto e, por um instante fugaz, todos acharam que ele fosse chorar. Mas não. Quando ergueu a cabeça, olhou diretamente para Dumbledore, buscando ajuda e todos viram o quão desesperado ele estava.
Dumbledore, após encarar Snape brevemente, virou-se para Gina.
- Creio que a senhorita saiba, não? – disse num sussurro audível. Gina simplesmente assentiu, chorando e olhando para Hermione.
- Por que, então? – indagou a professora de transfiguração.
- Não posso dizer... – murmurou Gina em resposta, ainda olhando a amiga.
- Mas nós precisamos saber!- argumentou Minerva. Snape olhava tudo atônito. A garota Weasley sabia? Então porque não dizia logo? Talvez isso diminuísse esse sentimento novo que o dominava. O que era aquilo, afinal? Pena? Não, com certeza não. Talvez, remorso? Mas... Remorso de quê? Compaixão? Medo? Ele realmente não sabia. Só sabia que era uma dor horrível de sentir; pior do que qualquer dor física que ele lembrava ter sentido. Foi interrompido em seus devaneios pela voz de Albus, falando com Minerva.
- Não, Minerva. Nós não precisamos saber; apenas Severus precisa. Mas não agora. E nem pela senhorita Weasley. Hermione deve lhe dizer, Severus. – fez uma pausa e continuou – Por favor, Severus, termine.
- Ela...ela recebeu o feitiço e desmaiou. E eu olhei...olhei para ela ali... Eu não sei. Não consegui me controlar. E o matei. Ele mereceu morrer. – completou friamente. O silêncio seguiu suas palavras. Um silêncio triste, pesado, dolorido. Mas um silêncio curto.
Snape observava Hermione quando uma grande explosão o fez levantar da cadeira, surpreso e atento.

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Esse foi o segundo capítulo (também não-betado!).... O Snape parece um pouco confuso com esses novos sentimentos (coitado!mal sabe ele que a fic ainda está no começo! ;D )

Tive que colocar algumas partes fora do ponto de vista do Sev, porque se fosse contar só pelo que ele vê, a história ficaria fragmentada... Só espero que não tenha ficado muito confuso :P ...

Código? Que código será esse???? Hermione e Gina se comunicando em segredo? É, é isso mesmo! Posso garantir que tem um motivo!

Ah! Quero agradecer aos comentários!

Lety Snape: Obrigada! Estou realmente feliz por você ter gostado da fic! *pulando de alegria* Eu nunca gostei muito de fanfics tristes, porque eu fico triste também, mas percebi que a tristeza (e "quase" todos os problemas também!) é um tema muito amplo e permite a criação de muitas fics desse shipper. E também acredito que quando a tristeza e a dor causam a felicidade (parece um paradoxo, né?), pode valer a pena... Posso lhe dizer que ainda haverá sofrimento, mas no final... E espero que você goste do segundo capítulo também. Beijos, Thayz. 8) *sorrindo*

P.S.: Não atualizei logo porque minha internet é discada, então só dá para postar no sábado :( , mas o capítulo já estava pronto, viu?

Gislene B.Pizzol Tristão: Ai! Nem acredito que você gostou do meu jeito de escrever! Sempre fico muito insegura quando escrevo algo, na verdade, sempre acho que ficou uma porcaria... Mas agora resolvi arriscar. Estou tendo algumas idéias, vou passá-las para o papel e postar! *respirando fundo e tomando coragem* Espero que fiquem boas! Torço para que você goste do segundo capítulo da fic e já aviso que o terceiro capítulo já está escrito! Mas só vou poder colocar sábado que vem... Bjs, Thayz 8) *pulando de alegria de novo e assustando o vizinho do andar inferior*

Um trechinho do terceiro capítulo...

" - Então por que ela não está acordada? Por que ela parece tão... tão... – ele não conseguiu terminar a frase. Começou a chorar. Gina o abraçou silenciosamente. Rony, de cabeça quente e tão vermelha quanto seus cabelos, respondeu:
- Talvez não queira cuidar dela tão bem quanto cuidou do seu querido sonserino..."

Como será que Snape reagiu a isso???? No próximo capítulo!

Se você leu, gostou, ou quer dar alguma sugestão, deixe um comentário! Adoro comentários; eles me fazem muito feliz! :D Bjs...Thayz

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